16 de março de 2011

VISÃO PLATÔNICA DA ALMA

Platão foi referência significativa para a religião, principalmente para aquelas de denominação cristã. Sua filosofia foi mostrar que o mundo perfeito está fora dessa realidade de aparência em que vivemos. Temos a ilusão de que tudo aqui é real. São essas impressões sensíveis as responsáveis pelas as nossas opiniões. Para Platão, só vamos atingir esse mundo da perfeição, isto é, o mundo das ideias, se nos livrarmos da sombra, das amarras.  Caso contrário, seremos eternamente prisioneiros de um mundo de ilusão.

Platão afirmava que o corpo representa um obstáculo para o verdadeiro conhecimento. A nossa vida material, isto é, sensível, proporciona apenas a oportunidade para que a alma se recorde das regiões celestiais. Na alegoria o mito da carruagem, Platão compara a alma a uma carruagem puxada por dois cavalos alados, isto é, com asas. Um dos cavalos é branco e o outro é preto.

O cavalo branco, mais delicado, suave e dócil, representa a inteligência. O cavalo preto, impaciente e inquieto, representa as paixões. A carruagem é dirigida por um cocheiro que representa a razão. Esta carruagem transita pelo mundo das ideias, lugar supra celeste que somente a alma é capaz de atingir. A dificuldade para se guiar os dois cavalos fazem com que eles percam as asas e a carruagem caia. Desta maneira, a alma desce da região celeste e se encarna em um corpo. Se a alma chegou a vislumbrar algumas ideias, isto é, a luz, o corpo encarnado será o de um ser humano, caso contrário o corpo será o de um animal.

Segundo Platão, a alma depois de encarnada em um corpo passa a não se lembrar do mundo celestial, mas a visão das coisas materiais lhe causa uma vaga recordação das ideias contempladas em tempos anteriores. Portanto, para Platão, conhecer não é ver, mas recordar as ideias contempladas na região celeste. Que na verdade é o mundo das ideias. Tudo o que observamos nesse mundo dos sentidos, são meramente cópias, aparências de um mundo real. A alma experimenta um anseio amoroso, um desejo de retornar à sua verdadeira morada. A partir de então, a alma passa a perceber o corpo como cárceres, assim como tudo que é sensorial, imperfeito e supérfluo. Ela quer se libertar do cárcere do corpo. Enfim, é por isso que Platão considera todos os fenômenos da natureza meros reflexos das formas eternas ou ideias.

Portanto, a maioria das pessoas do chamado mundo contemporâneo estão satisfeitas com suas vidas em meio esse reflexo recheado de ilusão e aparência. Como diz o texto o Mito da Caverna. Elas acreditam que as sombras são tudo o que existe, e por isso não veem como sombras. Ou seja, vivem a ilusão de que tudo isto é verdadeiro. Até o amor que sentem é imaginário. O chamado amor platônico. Projeta no outro à ideia do amor perfeito. E não conseguem realizar isto, porque vivem em um mundo de desejo. Enquanto o desejo está no corpo, o amor está na alma.         

3 comentários:

  1. Anônimo00:37

    agora entendo sobre o desejo que esta no corpo e o amor que esta na alma, pois o corpo responde ao amor que a alma sente, e chega a machucar se há indiferença, e distância, a necessidade do corpo de corresponder o amor dói, só que a indiferença,
    quando se ama ajuda a se distanciar e a ver melhor este tipo de amor, será que vale a pena.....

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  2. fernanda ana01:41

    quando vc ajuda uma pessoa sua alma fika mais florada quando vc procura coisas boas e deixa as ruins pra la faz toda a diferença na sua alma.

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  3. Onde fica esse mundo mundo real, afinal? E por que não conseguimos "habitá-lo" totalmente? Parece que nós mesmos quem conspiramos contra ele.

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