31 de dezembro de 2017

FELIZ DOIS MIL E DEZOITO

Todo dia é ano novo, na escuridão do infinito, do ponteado das estrelas na amplidão do universo, no simples prazer de vê-las, nos segredos desta vida, no germinar da semente. Todo dia é ano novo, nos movimentos da terra que gira incessantemente. Todo dia é ano novo, no orvalho sobre a relva, na passarela que encanta, no cheiro que vem da terra e no sol que se levanta. Todo dia é ano novo, nas flores que desabrocham, perfumando a atmosfera, nas folhas novas que brotam, anunciando a primavera. Todo dia é ano novo, no colorido mais belo dos olhos dos filhos seu. Você é paz, é amor à alegria de Deus. Não há vida sem volta e não há volta sem vida, no ciclo da natureza neste ir e vir constante. No broto que se renova, na vida que segue adiante, em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade e cumprindo a sua missão. “Pai”, aqui entrego o meu espírito e agradeço nesta singela oração, que brotou do meu coração:

Boa noite Pai, já está terminando o ano de 2017 e agradeço pela vida que me confiou. Nesse momento recolho para o meu descanso merecido. Obrigado Pai por tudo, obrigado pela esperança que nesse ano animou os meus passos, pela alegria que vi no rosto das crianças e dos idosos. Obrigado pelo exemplo que recebi de pessoas iluminadas, pelo que aprendi aos meus sessenta e seis anos de vida, obrigado também por tudo que sofri e ainda sofro com as injustiças e a total falta de respeito entre os humanos. Obrigado Pai pelo dom de amar, mesmo sem ser compreendido. Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa que sopra o meu rosto, pela comida em minha mesa, obrigado por permitir-me viver até aqui, pelo meu esforço e desejo de superação. Amado Pai, desculpe o meu rosto carrancudo. Desculpa ter esquecido que não sou o filho único, mas irmão de muitos. Perdoa a minha falta de colaboração, a ausência do espírito de servir. Perdoa-me também por não ter evitado aquela lágrima, aquele desgosto que lhe dei. Desculpa ter aprisionado em mim aquela mensagem de amor. Contudo, estou lhe pedindo força, energia para os meus propósitos, no ano que está começando, a nossa vida não para nunca, só a morte pode nos cessar. Enquanto isso, espero que neste novo ano que está surgindo, domine um novo sentimento em cada coração, desses seres que compõem a humanidade. E que a cada novo dia seja um continuo sim, numa vida consciente.” Por conseguinte, todo dia é ano novo, portanto, feliz ano novo todos os dias em 2018. 

28 de dezembro de 2017

NA TEIA DA VIDA HÁ UMA CONEXÃO CÓSMICA

Todas as coisas estão conectadas como o sangue que une uma família. O que acontecer com a terra acontecerá com os filhos e filhas da terra. Não foi o homem que teceu a teia da vida, nesse entrelaçamento ele é apenas um fio. O que ele fizer para a teia estará fazendo a si mesmo. Na teia da vida somos o resultado do que tecemos no dia a dia, criando armadilhas, conflitos emocionais, alegrias, realizações e satisfação pessoal. Não somos o tempo todo a mesma pessoa. Atuamos em vários papéis dependendo do grau de condicionamento em que vivemos ao interagir com outras pessoas. Compreendemos a teia da vida, como a medicina da criação, a malha cósmica do Karma. Poucos sabem que a teia da vida é uma conexão cósmica, onde tudo se entrelaça. Segue a lógica do efeito "bumerangue", tudo que mandamos para o universo, volta para nós. Aquilo que você fizer, seja para quem for, um dia voltará para você. Se fizer o mal com o mal, mais tarde vai ter que conviver. A ferida que você causar no outro é em você que vai sangrar.

Formamos pares para que a espécie humana, e mais concretamente os nossos genes, se perpetuem e também para que a vida seja mais agradável na companhia de uma pessoa especial, que pode nos oferecer muito e vice-versa. Porém, não é pela fragmentação das ciências, da filosofia, da sociedade e da natureza que se tem uma compreensão geral das mesmas, não é por parte que a vida e toda a complexidade que esta palavra carrega em seu significado, devem ser analisadas, mas pelo todo que faz compreender a essência. O ser humano tomado como um ser complexo em relação aos demais organismos vivos, não pode ser visto como um ser controlador obrigatório da natureza e superior às demais distintas formas de vida, pois não se trata de um ser externo à natureza, ele faz parte dela, é a natureza. Não há partes isoladas que funcionam independentemente nesse complexo sistema que é a vida, vista aqui não apenas em sua forma biológica, mas social, política, cultural, científica e filosófica, essa é a teia da vida, da qual o ser humano é apenas um fio.

Portanto, na teia da vida o masculino e o feminino precisam se unir para ficarem “conscientes”, de que estão conectados com o plano cósmico. Se não unir o positivo com o negativo a água não aquece. A capacidade de sentir amor é que faz a gente melhorar como ser humano e promover a compaixão. Sendo a vida uma mistura do que a gente faz dela com o que ela poderia ser. Quando não vibramos na mesma sintonia com teia da vida, só podemos entender o que o outro fala, mas não compreendemos o que ele sente. Deixaram-nos com medo ao dizer que a divindade está fora. A divindade não está somente fora, essa é apenas metade da verdade. Ela está também dentro de nós. Somos todos seres divinos. Na teia da vida encontramos as respostas que tanto buscamos. A natureza animal e a natureza divina, que então separadas, precisam ser unidas. É o animal em nós que é medroso, que está sempre lutando para conseguir mais. Contudo, é o divino em nós que é capaz de cooperar e ser amoroso. Como dizia o mestre hindu Mahatma Gandhi (1869-1948): “não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho”.

24 de dezembro de 2017

ESTAÇÃO NATAL NOSSA PRÓXIMA PARADA

A vida é comparada a uma viagem de trem cheia de mistérios, com embarque e desembarque, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em outros. Quando nascemos, entramos nesse trem e nos deparamos com algumas pessoas que, julgamos, estarão sempre conosco nesta viagem. Talvez seja a hora de deixar para trás aquilo que nos trouxe tristeza, e todo o mau que sofremos até aqui. Chegou a hora de dar uma parada na estação Natal. Imagino que existe muitas expectativas nesta próxima parada. É nessa estação que o Cristo nos espera disfarçado num rosto qualquer. Vivemos a cada ano a falta de alguma coisa que não sabemos muito bem o que é. Talvez seja a falta do Cristo vivo em nosso coração. As músicas natalinas continuam as mesmas de décadas atrás, as comemorações são iguais em qualquer família cristã e o cardápio da ceia de Natal, até hoje continua o mesmo, ninguém mexeu. E Jesus que passou pela terra, é o mesmo Cristo que nos espera na estação Natal. Como será esse encontro com Ele?

Na estação Natal, muitos não conseguem enxergar o Cristo, porque não olham com o coração. Seu olhar é superficial e seu discurso é ideológico. Mal sabem eles que o Cristo pode estar disfarçado na figura de um morador de rua. Há pessoa que gosta de selecionar suas amizades, ela pode estar excluindo o Cristo que está disfarçado entre nós. Ao procurar o Cristo disfarçado entre os passageiros na estação Natal, certamente chegará a maior graça que um ser humano pode alcançar. Ao tentarmos descobrir quem é o Cristo que vive entre nós, passaremos a olhar cada um com os olhos do próprio Cristo, e aqui está o grande segredo. Enquanto não passar a enxergar cada um com os olhos do próprio Cristo, é impossível chegar à “experiência do amor”. Não adianta desembarcar na estação Natal se não encontrar o Cristo que vive em cada um. Desejar feliz Natal sem reconhecer o Cristo no outro, é hipocrisia.

Por outro lado, a nossa parada na estação Natal, nos remete a lembranças de pessoas queridas que já desembarcaram e não compartilham mais conosco desse encontro. Sentimos no corpo e na alma a saudade de pessoas amadas que se foram, e nesta lembrança nutrimos uma espera sem esperança. Porém, a vida é uma longa viagem só de ida, sem volta. De modo que, esse ilustre personagem chamado Jesus, que viveu a mais de dois mil anos, nos fez um convite: “Na casa de meu Pai há muitas moradas” (João - 14, vs.02). Faço uso dessa metáfora, e assim parodiar a música de Sérgio Bittencourt (1941-1979), na voz de Nelson Gonçalves (1919-1998): “Naquela Mesa”, que traduz exatamente o que sentimos com a chegada do Natal. Permita-me usar a estória da minha saudosa mãezinha “Dona Lazinha”, uma mulher simples de uma fé incomensurável. Foi com ela que aprendi o verdadeiro sentido do Natal:

Lembro-me dela com carinho e me alimento dessa lembrança ao sentar nesta mesa, onde ela sentava sempre e me dizia feliz o que é viver melhor. Aqui ela contava história que hoje na memória eu guardo e sei de cor, e agora conto escrevendo. É nesta mesa que ela juntava gente e contava contente o que fez durante o ano que estava a findar. E nos seus olhos era tanto brilho, que por mais que seu filho fiquei seu fã. Eu não sabia que doía tanto, essa mesa no canto, aquela casa e um jardim que ficou lá em Rubião. Se eu soubesse o quanto doí à vida, essa dor tão doída não doía assim. Acreditem, nesta mesa está faltando ela (e tantas outros pessoas) e a saudade dela doe demais em mim.” A saudade só não mata, porque tem o prazer da tortura. Vale lembrar, que saudade é amar um passado que nos machuca no presente.

Portanto, fui educado nessa atmosfera natalina. A minha mãe que era uma mulher cristã e de muita fé. Ensinou-me que devemos amar sem criar expectativas. Devemos demonstrar gestos de gentileza e respeito sempre. Ser justo e nunca julgar o outro pelas suas fraquezas. Meditar muito e pensar sobre nossas ações. Levar conosco, apenas as boas lições da vida e as lembranças daqueles que nos fizeram felizes por algum tempo. O desembarque e o embarque na estação Natal, nos traz esperança, para continuar a viagem no trem da vida. A lição que tirei foi a seguinte: “Dizer o que penso com esperança, pensar no que faço com fé, fazer o que devo com amor. Pois, esforço-me para ser cada dia melhor, ser bom é um aprendizado indispensável”. Muitos ainda estão por descobrir o valor da amizade. Lembre-se, a próxima parada será na estação Natal, Cristo está a sua espera. Encontre-o.  

20 de dezembro de 2017

NOTA DE REPÚDIO E MANIFESTO

Eu, EDUARDO MORAIS, venho através da presente nota, sucintamente, esclarecer alguns fatos: “Venho sendo vítima de uma injusta e perversa perseguição via redes sociais, numa campanha difamatória de minha honra e de minha imagem, o que vem me causando inúmeros transtornos e prejuízos, inclusive pelo envolvimento de minha filha menor de idade”.

Sou um professor, escritor, educador, filósofo e pai de família, enfim, uma longa trajetória acadêmica e de vida, honrada, com mais de 35 anos de carreira, e agora tudo que foi construído arduamente durante toda uma vida querem destruir, de forma covarde, astuciosa e mentirosa. Diante de todo o ocorrido, todas as atitudes legais que posso lançar mão para coibir este mal serão utilizadas.

Informo a quem possa interessar que já fora lavrado um boletim de ocorrência ( 2128/2017 – 3ª DP de Campinas/SP) e foi comunicado oficialmente ao Ministério Público da 1° Vara da Infância e Juventude de Campinas/SP. Ademais, os responsáveis por tais atos, estão sendo notificados extrajudicialmente e responderão por todos os prejuízos causados na esfera “Cível” e “Criminal”.

Portanto, confiando na justiça e no bom senso dos homens de bem, era o que tinha a expor.

16 de dezembro de 2017

O AMOR COMO BUSCA DA COMPLETUDE

Acho muito difícil e complexo comentar de uma forma nova um assunto que já conhecemos. Temos uma forte tendência conservadora, que nos leva a rejeitar, ao menos num primeiro instante, qualquer ideia que não esteja em concordância com o que já sabemos. Trago para esta reflexão o outro lado do amor. Ou seja, o avesso de tudo aquilo que acreditamos que seja o amor. E o mais difícil ainda é a pessoa enxergar seu aspecto menos simpático. No entanto, o amor corresponde a uma busca de completude. Todos nós, desde o inicio da vida, temos a sensação de sermos incompletos. Parece que só nos sentimos inteiros e em paz quando estamos com o nosso eleito. Sendo assim, é óbvio que nosso primeiro amor é nossa mãe, e todos os outros objetos de amor que venhamos a ter ao longo das nossas vidas serão substitutos dela. Desse modo, passamos a viver com o outro uma relação infantilizada.

No entanto, quase todas as crianças são extremamente dependentes de suas mães, com as quais têm a sensação de estarem fundidas. Sentem-se inseguras quando estão longe delas e vivem atormentadas pelo pesadelo de que ela poderá abandoná-las ou morrer. Quando refletimos sobre as relações amorosas entre adultos, percebemos que o modo como se unem é muito semelhante ao sentimento que liga uma criança à sua mãe. A grande verdade é que os ingredientes negativos relacionados ao ciúme também se manifestam de uma forma muito intensa. É por causa disso que costumamos perceber o amor como um sentimento que acaba se opondo de modo mais ou menos definitivo aos desejos de individualidade. O amor adulto é uma cópia do que se passa na infância. O discurso é mais racional, mas as reações são idênticas às das crianças. Casais apaixonados se tratam com certo mimo infantil e gostam também de receber agrados infantis. Não sabem dialogar quando necessário.

Entretanto, esses pequenos detalhes não seriam importantes se não viessem acompanhados da noção, que aqueles que se amam têm direito sobre seus amados. A mãe se acha com direito sobre seus filhos e isso, até certa idade, faz sentido. Agora, que o marido possa dizer à esposa se ela pode ou não usar determinada roupa, se pode ir ou não a um dado lugar, é uma ofensa aos direitos individuais. O outro tipo de relacionamento íntimo que vivenciamos é o da amizade. Aqui, o prazer da companhia é tão importante quanto o que existe nas relações chamadas amorosas. A confiança recíproca, o vinculo criado e a cumplicidade costuma ser até maiores do que as alianças encontradas entre os que se amam. Somos mais respeitosos e menos dependentes de nossos amigos. Diz a sabedoria milenar que toda relação amorosa é uma longa conversa, entre duas pessoas amigas.

Portanto, qual a conclusão que tiramos disso? Para mim, fica claro que o amor é um processo infantil que costuma se perpetuar ao longo da nossa vida adulta. A amizade é um tipo de aliança muito mais sofisticada porque não busca a fusão e sim a aproximação de duas criaturas que tenham importantes afinidades e interesses em comum. Nossa parte adulta estabelece vínculos respeitosos e ricos em intimidade, que correspondem à amizade. Nossa parte infantil tende a estabelecer um elo único com outra pessoa, em relação à qual passamos a ter expectativas similares àquelas que tínhamos de nossa mãe. Não tenho nenhuma dúvida a respeito: “amizade é um processo muito mais adulto do que aquele que chamamos de amor”. Aquele que se diz amar é o que mais machuca o seu amor. Só posso dizer que nesse amor infantilizado, não há completude.

13 de dezembro de 2017

TANTRA, UM CAMINHO DE CONEXÃO COM O OUTRO

Apesar do Tantra não se referir apenas a prática sexual, que na verdade, representa um mínimo percentual, de modo que é pela intimidade tântrica que o Tantra é mais conhecido. Mas, longe de ser mais uma tendência sexual. Tantra é um caminho espiritual, de reconexão consigo mesmo e conexão com o outro. Num mundo de relações humanas desgastadas e superficiais, muitos procuram técnicas novas que possam oferecer experiências diferentes das que tiveram. Vale lembrar, que é impossível à prática da intimidade tântrica, sem ter o mínimo de amor pela outra pessoa. O conceito de amor é bastante revisitado e ressignificado em um contexto tântrico. No entanto, a palavra ressignificado, é um método utilizado em neurolinguística para fazer com que pessoas possam atribuir novos significados aos acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo.

Criar um clima de intimidade mais profunda com seu parceiro para gerar uma conexão com o coração através da sexualidade de cada um. Fazer tudo de forma mais lenta irá ajudar a se fazer mais presente durante a intimidade e dar mais atenção aos sentimentos e necessidades dos apaixonados. Aceitar e utilizar a energia sexual que flui em comum entre ambos. Tornar esse momento mais provocante possível irá fazer com que os amantes, sintam tudo com o coração e também dar mais harmonia a relação amorosa. Neste momento, é muito comum que role vergonha de seus corpos e insegurança na hora do contato íntimo. O segredo é ir de mente aberta e receptiva para o encontro íntimo e se concentrar apenas no momento e sem medo de incorporar novas experiências.

Portanto, a principal ideia da intimidade tântrica é ir com calma. Estimular pontos de maneira relaxante e observar a reação do outro é um dos caminhos para aumentar o prazer entre os dois. Na intimidade tântrica os apaixonados desenvolvem os sentidos, o que proporciona sensações mais intensas do que em uma relação amorosa descompromissada. Por isso, o prazer físico pode ser mais longo e intenso. Mesmo porque a busca pelo prazer não é algo imediato e, portanto, os amantes não concentram a energia sexual somente nos órgãos genitais. A dica é se entregar para a experiência e criar um clima mais excitante, se possível num ambiente com música romântica a luz de vela e de preferência com arranjos de flores vermelhas, simbolizando o desejo carnal. Enquanto se estimulam, o casal deve sentir a respiração um do outro e promover carícias leves que aumentem a sintonia. Quebrar tabus e experimentar o novo, está na natureza humana. “Quem vive deseja, quem deseja sofre. Só posso concluir que a vida é dor” (Arthur Schopenharuer, 1788-1870).

10 de dezembro de 2017

O DESPERTAR FEMININO NO PRAZER TÂNTRICO

Na verdade, o Tantra é uma filosofia hindu milenar. Seus preceitos se baseiam na ideia que o corpo é um meio para o conhecimento, e a nossa consciência reside também nele e não só na nossa mente. Por isso o corpo é merecedor de atenção, reconhecimento e respeito. O Tantra percebe o corpo como uma ponte que liga a terra ao transcendental. Dessa maneira, tudo que o corpo vivencia e nos proporciona em termos de sensação deve ser tratado como fonte de autoconhecimento e conexão com o mais superior de nós mesmos. Por conta desses preceitos, o Tantra é considerado uma filosofia que afasta a possibilidade de qualquer repressão, que são impostas ao nosso corpo, nossos desejos e sensações pela cultura, pelas religiões e pela moral. O Tantra propõe uma cura através do prazer consciente e consequentemente da ativação da nossa energia sexual.

A grande questão a ser respondida é que todos os grandes pensadores da humanidade, sempre se referiram ao sagrado feminino com inferioridade e desdenho, como se a mulher existisse somente para procriar e servir ao seu senhor. O caminho percorrido para que as mulheres chegassem até os nossos dias em iguais condições com os homens e assim ser reconhecida, foi uma luta árdua e penosa. De modo que na filosofia Tantra Hindu, a mulher é considerada a “sacerdotisa do amor”, porque é com ela que os homens de boa vontade aprendem a “arte de amar”. Tem algo mais pleno e soberano que esse encontro com a deusa do amor? O Tantra nos revela que só a mulher é capaz de sentir prazer em qualquer parte do corpo, com muito mais intensidade do que os homens. Não é por acaso que na filosofia tântrica a mulher é considerada a professora do amor romântico, pela sua capacidade de intimidade amorosa com o seu homem.

Vale lembrar que a mulher se prende com muita facilidade aos estímulos românticos, enquanto o homem aos estímulos físicos. Desde a paquera até a cama quem dita às regras é a mulher. As mulheres sabem da suscetibilidade sexual dos homens. Talvez seja esse um dos pontos críticos do Tantra Hindu, saber prolongar o prazer sexual. Isto tem despertado muita estranheza nas pessoas e principalmente nos homens que tem muito que aprender com as mulheres a arte de vivenciar o sexo amoroso. Para quase todos os homens é impossível manter um controle no momento da intimidade com sua amada. Na hora da cama, do sexo, um número significativo de homens vira meio que bicho, afoito vai direto ao estímulo final a ser alcançado que é o orgasmo. A mulher até permite para ter o carinho do seu amado. Invariavelmente a mulher é obrigada a fingir orgasmo só para agradar o seu homem que reclama caso ela não sinta algum prazer.

Com o sexo tântrico não é assim que acontece. Aqui o sexo não é praticado visando o orgasmo. O que interessa aqui é atingir um estado de consciência maior sobre o corpo do outro. A prática não quer apenas potencializar o orgasmo e intensificar o prazer. É muito mais que isso, é espantar a afobação ao concentrar e espalhar a energia sexual pelo corpo inteiro. No entanto, a mulher por natureza é Tantra. Pelo simples fato de experimentar um ciclo sexual demorado, caso aceito e aproveito, posso dizer que estou me fazendo tântrico. De modo que se acompanhar o desenvolvimento natural da sexualidade e deixar amadurecer no sentido de ir aprendendo com ela, em vez de fixa-la em um padrão único e monótono, como faz a grande maioria dos homens modernos, esse aprendizado torna-me tântrico mesmo sem pretender ser, e mesmo sem treinamento.

Portanto, a sexualidade também amadurece com o tempo e pode ser aprendida, claro que evidentemente se o indivíduo conquistar liberdade e condições para isso. O mais difícil é vencer o preconceito que existe em torno desse assunto sexualidade. Se livrarmos de tudo o que é dito sobre o envelhecimento sexual, então qualquer pessoa, tanto homem quanto a mulher chega quase naturalmente ao Tantra. Podemos concluir que a mulher está ano luz na frente do homem na questão da sexualidade. Ela é capaz de sentir prazer em qualquer parte do corpo. Ela é uma lição para muitos homens que são diretos e precários no momento da relação amorosa. Contudo, não existe mulher fria, existe homem incompetente ou homem desinteressado. Assim, como não existe homem impotente e sim mulher incapaz de despertá-lo ou desinteressada. Vale dizer, que só o contato amoroso pode nos salvar através do prazer concreto, cutâneo, sensorial e afetivo. Enfim, Tantra é amor, é vida, é prazer e é transmutação. É o encontro vivo com a divindade. 

3 de dezembro de 2017

EMOCÕES E SENTIMENTOS

Temos uma tendência a tratar muito mal as nossas emoções. Damos pouca importância aos sentimentos nobres como é o caso das emoções. Desde nossa terá idade, somos permanentemente adestrados para não sentir e nem expressar naturalmente as nossas emoções. Esta é a educação que recebemos, principalmente em nosso ambiente familiar. Quantos problemas de relacionamento poderiam ser evitados se soubéssemos lidar com as emoções? Tendo em vista, que as emoções como medo, raiva, tristeza e alegria fazem parte do desenvolvimento da nossa personalidade e contribuem diretamente para a sobrevivência da espécie humana. Quanto bem direcionado serve para impulsionar e proteger a pessoa de diversas situações de desespero no dia a dia.

Entretanto, a partir do momento em que não se sente livre para sentir o que se sente, ficamos a mercê de doenças psicossomáticas. Significa a negação das emoções. É não aceitar a nossa totalidade. Só que o fato de negarmos o que sentimos não resolve, pois há em nós energia emocional contínua procurando uma forma de ser liberada. Caso sejamos proibidos de expressar o amor que sentimos, podemos acumular raiva, mágoas, ressentimentos ou desenvolver um sintoma físico. Sempre dizemos não à felicidade que insiste em bater a nossa porta. Pois vivemos com medo, e viver com medo é viver pela metade. As pessoas tem permissão para sentirem, mas não para deixar claro esse sentimento. O que vão pensar de mim os outros? Ou então, permite-se sentir, falar, mas não agir em função do que sente. De modo que o sentimento fica dissociado da nossa conduta, muitas vezes por não ter aprendido a tomar decisões baseadas nas emoções.

Porém, agir no impulso das emoções, sem controle é típico de quem coleciona determinadas frustrações, segundo os especialistas e estudiosos do assunto. No caso do amor essas emoções reprimidas, quando explode desencadeia nos chamados crimes passionais. Todavia, uma ação baseada no impulso, embora caracterize uma liberdade maior, não é isenta de problemas. Se for raiva contida, a pessoa explode não se importando onde ou com quem. Se for medo, a pessoa paralisa ou foge, agindo impulsivamente. É um indicador considerável que a pessoa tem um problema emocional de fato. No entanto, a criatividade, a empatia, a sensibilidade, a plenitude de viver estão associados à recuperação da capacidade de sentir e expressar essas emoções.

É nesta habilidade social que se exige um aprendizado mais apurado. Aprender em primeiro lugar a nos conhecer profundamente e a partir daí, compreender o outro. Conviver é estabelecer com o meu próximo, uma relação de empatia e compaixão. De modo que aprendemos a ler e a escrever, mas não aprendemos a lidar com as nossas emoções. Vivemos entre discussões inúteis, faltamos com o respeito no ambiente familiar, nas escolas e no trabalho. A maioria dos relacionamentos afetivos é uma catástrofe do começo ao fim, uma insatisfação evidente estampado no rosto de cada um. Que vem misturado com um ódio espantoso. Talvez esteja aqui o começo de todas as loucuras humanas.

Portanto, alguns estudos confirmam que oitenta por cento das pessoas que procuram médicos, sofrem de doenças emocionais e trinta e sente por cento, sofrem de doenças meramente imaginárias, isto é, imaginam uma doença e as têm com cem por cento. São os denominados hipocondríacos. Aqui está somente uma pequena amostra do quanto tratamos mal a nossa emoção. Contudo, os seres humanos tem a possibilidade de melhorar e desenvolver suas emoções. A chamada inteligência emocional pode ser desenvolvida, treinada e aprimorada por meio da construção de novos hábitos, novas formas de pensar e se comportar. Vale lembra, que quando discutimos com uma pessoa querida, deixamos o nosso coração se afastar dela. As palavras que emitimos de forma pejorativa, vão aos poucos distanciando esse ente querido. Pois, chegará um dia em que a distância é tanta que não encontraremos mais o caminho de volta, para os braços desta amada pessoa. Finalizo essa reflexão com uma frase do filósofo alemão Arthur Schopenharuer (1788-1870): “quem vive deseja, quem deseja sofre, logo, a vida é dor”.

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...