25 de fevereiro de 2018

ESCOLHA A VIDA POR RESPEITO À VIDA

O que sonhei não foi o que encontrei pela vida afora. Apanhei da sorte e lutei contra a morte. Sai derrotado, mas, com o coração renovado. Pois, em nenhum momento me senti um fracassado. Porque acredito que só o amor faz as pessoas evoluírem espiritualmente. É grande o sofrimento para quem preconiza o aprimoramento do amor. De modo que, continuo com a velha tese de que só o amor transforma. Se um dia isso tudo passar e nada acontecer, é porque de fato, não era amor. O poeta e jornalista Guilherme de Almeida (1890-1969), escreveu um texto maravilhoso falando sobre a vida, do ponto de vista poético. Não tenho esse texto mais vou puxar pela memória e tentar adaptar suas ideias.  

Um sábio me disse: “Esta nossa existência não vale a angustia de viver. Se fossemos eternos, a ciência, num transporte de desespero, inventaria a morte. Uma célula orgânica aparece no infinito do tempo e vibra, cresce e se desdobra e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo”! Falou-me assim o sábio e eu comecei a ver, dentro da própria morte o encanto de morrer.

Um monge me disse: “Ó mocidade, és relâmpago, ao pé da eternidade! Pensa, o tempo anda sempre, o rio anda e não repousa. Esta vida da gente não vale grande coisa. Uma mulher que chora o homem que implora o seu amor. Momento em que ambos sofrem da mesma dor. O riso às vezes, quase sempre o pranto. Depois, o mundo, a luta que intimida quatro círios acesos, irmão eis a vida”! Isto me disse o monge e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um mendigo me disse: “Para o mendigo, a vida é o pão e o andrajo é a proteção que o cobre nas noites mal dormidas. Não creio muito nessa fantasia de que somos imagem e semelhança Deus. Até porque, Deus me da fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão e nem me deu água. Nunca! Deu-me a vergonha, o medo, a mágoa de andar, de porta em porta, todo esfarrapado. Deu-me esta vida, somente a calçada para descansar e um pão seco para matar a minha fome”! Foi o que me disse o mendigo e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto do morrer.

Uma mulher me disse: “Vem comigo! Fecha teus olhos e sonha, pois, será o meu único e grande amor. Sonha com um lar, uma doce companheira, que a queira muito e que ela também te queira. Um telhado, um penacho de fumaça e uma rede para juntos balançar. Uma cortina na janela e passarinhos cantando em volta da casa. Que maravilha viver e com você aprender. Pois, dentro da nossa casinha a vida acontece de verdade, como ela é de fato”!

Portanto, passamos muito rápido pela vida. Aprendi que a vida tem que ser vivida em função de alguma coisa e não contra alguma coisa. Tudo que se constrói com amor e respeito não se perde nunca. Escolha a vida por respeito à vida. Se não for por respeito, escolha bolsas, sapatos, roupas de grife e seda caxemira, para achar que é feliz. Escolha facebook, twitter, instagram e milhares de outras formas de cuspir o seu ódio em pessoas que você nunca viu na vida. Escolha atualizar o seu perfil e diga para o mundo que está tomando café e espere que em algum lugar alguém se importe. Escolha procurar antigas paqueras, para acreditar que não está tão velho quanto eles. Escolha perder aquele que você ama, enquanto ele some de vista, uma parte de você morre com ele, até ver um dia que pedaço por pedaço terão sumido e não restará nada de você para chamar de vivo ou morto. Lembre-se o que disse o mestre e ativista hindu Mahatma Gandhi (1869-1948): “não existe um caminho para a felicidade, a felicidade é o caminho”. Escolha a vida e respeite o teu próximo, porque ele carrega o sopro da vida. O ar que respiramos é o espirito da vida. 

22 de fevereiro de 2018

LER É DESCREVER O MUNDO COM CLAREZA

Defendo a tese de que a ausência de cultura básica afasta os jovens da leitura e sem esta, as crianças e jovens serão incapazes de escrever até a sua própria história. É com preocupação que venho percebendo o distanciamento dos jovens diante desse universo estimulante que é a leitura. Quero acreditar na conciliação dos dois. O encontro entre o jovem e a leitura deve ser promovido pelas mãos precisa e eficaz dos educadores que tem o papel fundamental nessa aproximação. Nesse desafio, o educador conta com uma segura parceria entre leitura e a escrita, estabelecendo um vínculo capaz de desatar o nó que impede a aprendizagem da nossa língua.

Venho notando uma procura dos jovens pelos cursos de redação, talvez pelo peso que a redação demanda nos concursos públicos, provas do Enem e dos Vestibulares. Fica claro que essa parceria leitura e escrita não está senso explorada, no sistema tradicional de ensino da língua nas escolas públicas e privadas, daí a corrida em busca do tempo perdido. Como argumenta a educadora e escritora Iara Vieira: “roteiro nenhum de redação será eficaz se não tiver respeito pelo livro, se não se cultivar a intimidade com a leitura”. Afinal, ler e escrever são gestos que se completam, permitindo uma articulação critica com o mundo. Cultive o habito da leitura.

Mas, ler exatamente o que? De preferência livros que façam crescer, que ampliem a visão de mundo, que façam pensar ou até divertir. Muitas vezes o jovem é engolido pela ideologia vigente e alienado pela literatura de massa. Consequentemente, não sabe o que fazer com um romance ou com um poema que acabou de ler. Fica esmiuçando quem é quem e deixa passar o essencial: o aproveitamento do tema. Lembro-me de um livro lido na minha juventude que praticamente transformou minha vida: “Crime e Castigo”, de Fiódor Dostoiévsky (1821-1881). Um pedaço da minha inocência foi embora em contato com o mundo sombrio que o escritor descrevia. O que antes me parecia uma perda, era na verdade uma revelação das sombras do mundo que iria encontrar lá fora.

De modo que, além de preparar para a vida, os temas podem ser aproveitados nas redações escolares ou nas dissertações para Mestrados. Como escrever um texto sobre a miséria, por exemplo, sem dialogar com “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ou sem conhecer “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto? O aluno, no entanto, tem dificuldade de fazer a conexão. Criou-se no ambiente escolar uma divisão perniciosa que só faz prejudicar o ensino: a redação fica aqui, a gramática ali e a literatura acolá. O resultado, todos sabemos: textos mal costurados, sem nenhum sentido.

Portanto, ampliando o repertório, o jovem estudante terá capacidade de interferir na realidade e exercer plenamente a crítica, cuja ausência nos faz tanto mal. Vivemos num mundo onde tudo passa muito rápido. De modo que, reconciliados com a leitura, os nossos jovens terão acesso aos instrumentos necessários para o resgate crítico da nossa história. Contudo, hoje vejo o mundo com os olhos daquele menino que cresceu e continua ouvindo o que as coisas dizem. A minha fala é a voz das coisas. Entrei no universo das coisas e as transformei em literatura e poesia. Todos têm um pouco desse menino. O menino que cresceu em mim, hoje compreende a esperança como uma dependência simples e imprevisível, de um “Deus” que adora nos surpreender. Enfim, ler é compreender e saber descrever o mundo com clareza.

18 de fevereiro de 2018

PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO

O mundo já é cheio de problemas embora haja muitos recursos para resolver tudo com boa vontade, muito equilíbrio, estudo e justiça. Por exemplo: o avanço da ciência e a tecnologia, os meios de comunicação ao nosso alcance. Tudo isso chegou a nossa disposição, para que os humanos vivam melhores e mais seguros. A principio, sem precisar desconfiar de ninguém ou de viver competindo contra tudo e contra todos. No entanto, deveríamos construir a sociedade dos nossos sonhos, com justiça, liberdade e igualdade para todos.

Quando o ser humano vive bem, surge o melhor que ele tem e pode oferecer, que é: a ciência, a arte, a filosofia, a cultura, o lazer, o prazer e a felicidade de nível elevado. Se todos combater o preconceito, o racismo e a discriminação, estaremos dando um grande passo para a melhoria do mundo, de nós mesmos e dos demais, que são apenas nossa imagem e semelhança. Porém, todas as pessoas têm os seus defeitos e, apoiam-se sobre seus semelhantes. Falar mal do teu próximo pelas costas é feri-lo na alma. Vale lembrar, que preconceito é uma opinião que formamos da pessoa antes de conhecê-la.

Entretanto, por mais profunda que seja as feridas da alma, ainda o tempo, esse grande consolador, sempre nos oferece o seu balsamo. Quantas vezes nos precipitamos em julgamentos apressados e superficiais e muito perigoso, pois ao invés de melhorar a nossa vida e da sociedade, trazemos situações complicadas e até mesmo violentas. E, contudo, impedimos que o outro se revele, porque nossas atitudes o bloqueiam. De modo que, afirmo-me como pessoa na medida em que assumo a responsabilidade do que faço e digo ao outro. Falar mal ou fazer mal ao outro é matar a sua essência humana. É um ato de desumanidade. Sendo a vida uma mistura do que a gente faz dela com o que ela poderia ser.

Julgar alguém apenas pela cor da pele ou por algum outro motivo, no mínimo é preconceito. Podemos entender o que o outro fala, mas não entender o que ele sente. Muitos acreditam nas leis de Deus, onde diz que somos todos iguais e que todos nós somos irmãos, mesmo assim julgam o outro pela cor da pele ou por simpatizar por algum partido político diferente do seu, como li há pouco tempo nas redes sociais. Um xingado o outro de vagabundo. Penso que falta cérebro, falta leitura, mais estudo e conhecimento para essas pessoas que levantam bandeira por conta dos seus preconceitos. Não juntam ideias, falam como papagaios, aleatoriamente (com todo o respeito aos papagaios).

Portanto, quem tem preconceito não aceita conviver ou respirar o mesmo ar do negro, do gay, do político partidário, até nas redes sociais há maledicência e discriminação racial. Essas pessoas acham que estão certas e não respeitam a Lei por acharem superiores. Na verdade, apenas pagam para não ser preso. E ai como fica a justiça? Essa é uma pergunta que vamos fazer pelo resto da vida. Só acabaremos com o preconceito discutindo sobre ele, nas escolas, nas comunidades e até mesmo nas redes sociais, apenas como ferramenta de debate. Contudo, a amizade é algo inviolável. Nunca perca uma amizade por nada, nem por fofoca ou comentários pejorativos, sem fundamento. Essa amizade poderá vir a lhe fazer falta um dia. A vida é muito curta para vivermos segundo a opinião dos outros e viver o que as pessoas acham ou querem de você. Pertencemos à mesma raça humana. Em que, somos melhor que o outro?

15 de fevereiro de 2018

RESPIRAÇÃO E ANGÚSTIA TEM TUDO A VER

Claramente cidadãos de uma grande cidade, são submetidos a situações que podem levar ao estresse, angústia e ansiedade. O transito tumultuado, o corre e corre dos que não podem se atrasar. As metas e competições no trabalho, o medo do desemprego. Tudo isso sem falar na própria modernidade, que trouxe facilidade sim, mas que acabou acelerando ainda mais o ritmo de vida das pessoas. Neste tumulto diário como é possível encontrar paz?

O que dizia o mestre Buda? Segundo ele pregava, que o caminho mais direto, não necessariamente o mais simples, para encontrar a paz interior ou a iluminação, é estar presente à própria respiração. O conselho é tão simples, que é difícil de levar a sério. Como assim? Quer dizer que se eu perceber a minha respiração fico em paz? Fica! O problema é ficar presente a ela o tempo todo. Porque a respiração é o nosso automatismo mais antigo. A primeira coisa que a gente faz quando nasce é respirar.

A respiração é a única função vegetativa que está sujeita ao controle da vontade. Posso respirar por querer, posso respirar mais por querer ou não respirar por querer. Já com o coração não posso fazer isso, com o estomago, a vesícula, bexiga e demais órgãos do corpo humano. Nenhuma outra função orgânica posso controlar por querer. Com a respiração eu posso. Qualquer agitação interior seja raiva, medo, susto ou estresse, perturba a nossa respiração.

Nós começamos a nos preparar, muitas vezes inconscientemente, mas o nosso corpo está continuamente se preparando para responder aos acontecimentos externos. Como ameaças, perigos eminentes, pensamentos difíceis, com frequência isso nos deixa agitados e a respiração fica ofegante e seriamente comprometida. De modo que se consigo harmonizar a respiração, tudo isso se atenua por uma razão fundamental. A respiração é urgentemente necessária o tempo inteiro, para equilibrar a mente e as nossas emoções.

No entanto, a perturbação mental é verbal, espiritual, visceral e invisível. Ao passo que a respiração está no peito e posso coloca-la em ordem rítmica e aos poucos perceber também, que a mente fica em paz. Vale lembrar, que não há regras e nem formulas para uma respiração que nos leva a paz. Não importa o jeito como respira, o importante é ter certeza que está respirando, isto é, estar presente a minha respiração. O principal está sendo cuidado. Ninguém morre de maus pensamentos, mas se apertarem o seu pescoço e te asfixiar, pode vir ao óbito. Tendo em vista, que os maus pensamentos também é uma espécie de asfixia, mas posso harmonizá-lo através da respiração.

Portanto, os maus pensamentos atrapalha os sentimentos, as emoções e principalmente a respiração. Só que parar pensamento não é tão simples assim, parar a emoção é impossível, mas cuidar da respiração é possível, com paciência, com jeito e muita persistência. Com certeza é o melhor caminho para atenuar a angústia, cujo sintoma é uma dor no peito, que atravanca a respiração. Aquele aperto que nos sufoca. Contudo, respirar serenamente pode ser o primeiro degrau para encontrar a paz. Respire com calma o máximo de vezes que puder. Expanda o peito e solte o ar devagar, sinta a respiração. Vai melhora muito o estado mental e trazer a paz. Então, por que não gozar dessa paz? 

11 de fevereiro de 2018

O DOM DA AMIZADE ESTÁ EM PRESERVÁ-LA

Sempre achei que o amor era uma amizade constituída, mas com o tempo, compreendi que amor e amizade são sentimentos distintos. Nem todas as amizades convergem em amor, assim como também, nem todo o amor presumivelmente, desperta com a amizade. O amor surge onde menos se espera. Porque o amor é um evento espiritual e raramente ele nos surpreende. Tendo em vista, a dificuldade que as pessoas têm com o relacionamento. Ficamos sempre com a imagem que temos do outro. Captamos essa imagem e passamos apreciar o que gostamos na pessoa. De modo que, esta pessoa passa uma vida inteira tentando manter a imagem para que gostem dela. Contudo, confundimos apego com amizade. Não nascemos para viver essas concessões. No entanto, o apego não é amizade e sim dependência doentia. Cria-se uma imagem do outro e morre por ela, jurando-lhe amor e lealdade.

Ao descartar essa imagem criada, não conhecemos mais quem é a pessoa que está ao nosso lado. Atualmente tornou-se fácil dispensar as pessoas. Até parece que os sentimentos de amizades perderam a validade. No entanto, a amizade é uma palavra que está quase perdendo o sentido na nossa cultura. Porém, o poeta enxerga na amizade, a mesma beleza que vê na natureza. De modo que, quando o poeta contempla a beleza, ele está em comunhão com o mistério da vida. Neste instante estabelece uma amizade solidária com sua circunstância. Para muitos a beleza está na natureza das amizades, isto é, a beleza é a face visível de Deus. Cada ser humano é a linguagem de Deus. A amizade está estampada na natureza de tudo àquilo que apreciamos como belo.

A dor maior está em despedir-se de uma amizade sincera, depois de ter passado por um longo tempo juntos. Lembrar que passamos vilas e cidades, cachoeiras e rios, bosques e florestas. Não faltaram os grandes obstáculos, frequentes foram às cercas, ajudando a transpor abismos. As subidas e descidas foram realidades sempre presentes. Juntos nessa amizade, percorremos retas, nos apoiamos nas curvas, descobrimos cidades que não conhecíamos. Chegou o momento de cada um seguir a viagem sozinho. É melhor ser verdadeiro e solitário, do que viver em falsidade e estar sempre acompanhado de amizades supostamente pejorativas. Porém, que as experiências compartilhadas no percurso até aqui, sejam alavancas para alcançarmos a alegria de chegar ao destino projetado.   

Portanto, a nossa saudade e a nossa esperança de um reencontro aos que, por vários motivos, nos deixaram, seguindo outros caminhos. O nosso agradecimento àqueles que, mesmo de fora, mas sempre presentes, nos quiseram bem e nos apoiaram nos bons e nos maus momentos. Dividam conosco os méritos desta conquista, porque ela também pertence a muitos que estiveram ao nosso lado. Uma despedida é necessária antes de podermos nos encontrar outra vez. Porque a amizade sincera é como ímã, vamos sempre nos sentir atraídos, há sempre um eterno reencontro. Contudo, vivi essa experiência ao escrever a biografia: “História de Maria, Uma Filha de Maria”, resgatei e reencontrei amigos, ampliei o meu baluarte de amizades. Sem pensar conquistei o mundo e construí um pequeno lugar, deixando brilhar uma estrelinha no coração de cada amizade. Estrelinhas felizes e sensíveis, calorosas e repletas de ternuras. Mas, estava presente em todos os lugares por onde passei. O dom da amizade está em preservá-la. Foi assim, que descobri o verdadeiro dom da amizade.  

8 de fevereiro de 2018

POEMA À DEUSA DO AMOR

Quando daqui algum tempo, espero que muito distante de hoje, chegastes aos confins do azul do céu, guardastes justamente nos teus olhos toda cor deste planeta, que enfeitou esse amor. Que alegrou a beleza dos rios e dos verdes campos por onde pisou. E as canções de amor que ouvia no silêncio da noite, venham tecidas no seu jeito de ser mulher. Nutrindo as lembranças de quem prover. Lembranças que o tempo jamais apagará.

Hoje veio uma música a seguir teus passos e pude ver teu brilho, com cauda de um cometa alado que refulgisse os nossos preocupados corações. No balanço da música, brincava com o nosso espaço, renovando os anos passados. A música "Envelhecer", nos fala desse amor: “não quero morrer, pois quero ver como será que deve ser envelhecer”. Amar é crescer espiritualmente, mais que envelhecer.

A Deusa do Amor construiu em nossa morada um universo novo, em nosso mundo pobre uma riqueza, que o tempo transformou em sinfonias. Com essa musicalidade do seu corpo, é que renovo a gratidão de haurir tuas levezas, minha razão se incendeia. Teus olhos é uma janela acesa de vida, que tritura as ansiedades e acolhe gente que chora neste simples proseador.

Deixa o rio andar ou empurra um rio abstrato, mantendo as vidas da vida. Rasga-me por dentro uma dor alexandrina, em espessidão de cores, cortes de metal, em vagalhões de mar e luz, misturando o céu e a terra. Vinda de outras vidas sangra-me o espírito que a espera. Sentimos uma dor que não dói, mas pode ser fatal. “Poema à Deusa do Amor, foi pensado pelo filósofo, que enfeitiçado pelo o amor, agora descreve a sua dor”. 

4 de fevereiro de 2018

SÓ PESSOAS ÉTICAS TÊM AMIGOS

A ética em Aristóteles possui uma finalidade imprescindível, na medida em que ela serve de fio condutor que dá acesso à felicidade, pois nossas atitudes devem buscar a felicidade através de boas amizades. O filósofo grego Aristóteles, pensava na amizade como uma ação virtuosa. Pessoas que não pautam a vida na ética têm apenas cúmplices e não amigos. Uma vida sem amizade torna-se uma vida vazia, ou seja, viver sem amigos verdadeiros é desperdiçar a vida. Pessoas desonestas tem cúmplice. Para o humanista e filósofo francês Étienne de La Boétie (1530-1563): “os maus não têm amizades eles apenas se entre temem”. Segundo o historiador e educador Leandro Karnal: “os maus amigos tem medo de uma delação premiada”. A pessoa que tem um amigo não precisa se preocupar, pois tem um aliado na luta pela democracia e justiça. Amigos são poucos e escasso ao longo da vida.

Na verdade, quem se incomoda com o meu sucesso não gosta de mim, não é meu amigo. Tem muitas pessoas andando por aí pregando amizade e falando de amor. Mas, de que amor estão falando se só fazem maldade? O fruto dessa maldade, não vai trazer felicidade nenhuma sem ações éticas. O puro e verdadeiro amor sempre grita mais forte e vence sempre, pela sua própria força. A amizade pautada na ética é uma virtude necessária no compartilhamento do amor e da felicidade. A justiça e a amizade possuem os mesmos fins, mas considera-se a amizade superior a justiça, pois, a justiça é utilizada para contornar nossos atos em relação ao próximo, que não conhecemos. Com os nossos amigos não precisamos de justiça, pois a natureza da amizade nos é completa, como a mais autêntica forma de justiça. Ser bom é ser justo.

No entanto, a amizade para os jovens, ajuda no sentido de evitar erros, para os mais velhos, serve de amparo para as suas necessidades e suprime as atividades que declinam com o passar dos anos, porque duas pessoas que andam juntas, são mais capazes de agir e pensar com clareza. Por conta disso, afirma Aristóteles: “A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e considera-se que uma das coisas mais nobre é ter muitos amigos. Ademais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa”. Porém, a condição necessária e basilar para começar uma amizade, se da pelo “conhecimento” de uma a outra pessoa, que desejam entre si reciprocamente o bem. Assim como a condição específica para ser objeto de amor é ter um caráter bom, agradável e útil.

Portanto, a amizade perfeita é aquela que existe entre pessoas éticas, que são boas e semelhantes na virtude, ou seja, há a reciprocidade de caráter e de objetivos, consequentemente portará a tendência de ser perene. Sua exigência peculiar resume-se em tempo e intimidade. De modo que a verdadeira amizade é invulnerável a maldade e a fofoca. Mas a natureza da amizade consiste muito mais em amar do que ser amado. Uma forma de pessoas desiguais poderem ser amigas, sendo possível a igualdade entre elas. Sendo assim, essa amizade que se forma entre pessoas diferentes, visa à igualdade e a utilidade ética. Contudo, nosso emocional precisa de refresco e serão as pessoas que nos amam sem ressalvas os calmantes especiais, que tornarão nossos passos mais seguros. Nada como um delicioso café, com pessoas que admiramos e respeitamos. Concluo com uma frase de Aristóteles que diz: “Podemos dizer que amar assemelha-se à atividade, e ser amado à passividade: amar e ter várias formas de sentimentos amistosos, é atributos dos homens mais ativos”. 

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...