25 de junho de 2011

CASAMENTO NÃO É ACASALAMENTO

Muita gente vem afirmando, com maior ou menor sinceridade, que não tem a intenção de se comprometer de forma tão supostamente definitiva como propõe o casamento. Porque acostumou a viver sozinha e por isso preza muito que a sua liberdade e individualidade sejam respeitadas. Muitas pessoas não conseguem se imaginar casadas, mas também não querem se privar da prática divertida e prazerosa da paquera e da sedução. É bom lembrar que o casamento é uma invenção da sociedade patriarcal. O acasalamento é uma criação da natureza. Ambos promovem a união. Para os seres humanos, o casamento; para os animais, o acasalamento. A sensualidade e a sedução foi uma maneira que a natureza encontrou para aproximar as espécies.
Todavia os principais apelos utilizados na sedução costumam estar sempre relacionados ao sexo. Mas por trás dessas intenções, que não são as segundas, mas sim as primeiras, quase sempre se escondem o desejo de realmente encontrar alguém especial e viver uma relação mais estável e menos superficial. E se engana quem vincula a ideia de sedução apenas à conquista. A sedução está presente em todas as etapas de um relacionamento amoroso. Uma das frustrações da sedução ocorre justamente porque depois da aproximação, quando se efetiva a conquista, as pessoas passam a agir como se ela não fizesse parte do relacionamento. E para onde vai a sedução quando o sexo acaba? Principalmente no casamento, o lugar onde menos se faz sexo.
Entretanto, a sedução não tem só conotação sexual, envolve também a amizade, o compromisso, companheirismo, ou seja, o relacionamento na sua totalidade. Por exemplo, na sala de relacionamento do Facebook, tem um link chamado “cutucar”. Sobretudo, porque mexe com o outro carinhosamente, estimulando a sedução. Bom para quem cutuca e bom para quem é cutucado. Temos uma sensação prazerosa de estar na lembrança do outro. Como diz o poeta: “A lembrança é a memória do coração”. Todos sabem que a sedução está ligada a arte da criatividade. Nem todos usam dessa arte, e depois, reclamam que a relação está capenga, desinteressante.
Geralmente o relacionamento começa com a sedução e, depois, evolui para alguma coisa a mais. Como no caso do namoro, o relacionamento torna-se sério e, posteriormente, pode vir a se consumar  no matrimônio. Essa parece ser uma forma de prazer e de agir de acordo com a própria consciência moral. Sendo assim, quem se propõe a ser fiel pela vida toda se propõe a frustrar um instinto, norma de troca de algumas compensações no relacionamento. Se este é gratificante, no que se refere à sedução, afetividade, à cumplicidade, a frustração é pouca, porque está sendo trocada por algo muito bom. É preciso pensar e agir racionalmente. Casamento não é, e nem pode ser, a mesma coisa que acasalamento. Os critérios mais relevantes ante o empenho em seduzir não são os mesmos que contam quando se tem em mente um relacionamento mais sério e duradouro como no matrimônio. O casamento não é para todo mundo.
Cultivar uma relação afetiva dentro do casamento é uma das tarefas mais delicadas e difíceis, pois não temos preparo algum para que essa situação seja melhor estabelecida  em nosso mundo. Quando a pessoa gosta, simpatiza, namora, acha que dará certo, às vezes vive vinte anos ao lado de um estranho com o qual nunca teve uma conversa clara e honesta. Eu diria que a arte de seduzir consiste em surpreender o outro eternamente porque se você não abre o olho, entra na rotina e desaparece. Você vira a poltrona da sala, quase não se enxergam e não se olham na cara, quando um abre a boca, o outro já sabe tudo o que o outro vai responder. Uma monotonia infernal de ruim. Só acredito em amor que aparece no brilho dos olhos, no gesto e no modo de tratar o outro. Mas é bom reconhecer que a infinita maioria das pessoas não consegue isso.
Entretanto, a situação de aprisionamento matrimonial quando vai se desfazendo cria, a meu ver, os piores sentimentos humanos que se pode imaginar. A pessoa vai morrendo aos poucos psicologicamente. É um destino quase universal, feliz ou infelizmente.
Portanto, precisamos nos situar no mundo em que estamos, em vez de dizer que somos culpados, vamos dizer que o nosso regime de vida é uma monstruosidade. Somos todos vítimas e, ao mesmo tempo, todos cúmplices e apoiando os que nos vitimam. Na maioria das vezes, a nossa conversa sobre relacionamento é tratada superficialmente, pois uma das graves hipocrisias históricas do casamento é constatar que em quase todas as sociedades, todos são unânimes em dizer que a felicidade no casamento é fundamental, mas é importante que se diga, que em todas elas havia relações extraconjugais em demasia. Então de que felicidade nós estamos falando? Do casamento ou do acasalamento?   

24 de junho de 2011

EDUCAÇÃO : IMITAÇÃO E PRÁTICA

Se a educação é de fato imitação como defendem os especialistas e só o exemplo ensina, é bom determo-nos um pouco sobre esse paradoxo e nos perguntar: “será que temos mesmo o que ensinar a nossos filhos? Será que é bom tentar transmitir a eles os nossos assim chamados sagrados valores tradicionais, todos eles coniventes e cúmplices de todas as negociatas e crueldades do mundo, por força das quais, hoje, aumenta progressivamente a violência e o número de pessoas cada vez mais pobres?” As escolas e as famílias não terão nada a ver com esses fatos que, gradativamente, por força dos meios de comunicação, estão se tornando conhecidos por um número cada vez maior de pessoas, inclusive crianças e jovens? Não será a descrença e a rebeldia dos jovens contra os nossos velhos costumes e a educação que aí está? Essa descrença e desrespeito dos jovens serão justificadas?
O que nós, adultos, estamos fazendo com o planeta e que mundo deixaremos para eles?
Talvez a solução não esteja mais em educarmos nossos filhos, isto é, tentarmos  passar a eles o que acreditamos que seja nossa experiência de vida, nossos medos, nossas ansiedades, nossos valores e  tradições.
Quanto menos tentarmos ensinar a eles, tanto melhor, pois poderemos continuar a amá-los, e não caíremos na tentação de  querer ensinar como é a realidade, o que é certo e o que é errado, é temerário. Primeiro, porque eles pouco nos ouvem, seja em casa, seja na escola. Estão aprendendo a fazer conosco o que até hoje fizemos com eles, ignoramos.
Em nenhum Ministério de Educação do mundo existem crianças para dizer o que elas gostariam de aprender. Até porque ninguém está interessado em ouvir a criança ou o jovem, o que de fato pensam ou sentem.
Por outro lado, o que sucedeu com a humanidade, o que nós, adultos, fizemos ou não, impedimos ou aceitamos passivamente? Não é nada animador, nem digno de despertar orgulho ou esperanças em nós, que nos consideramos conscientes, responsáveis, bem informados, conhecedores da realidade. Somos normais ou normopatas?
Entretanto, todos os sistemas educacionais do mundo baseiam-se na noção implícita de que nós, adultos, temos muito o que ensinar de bom, sábio e digno a nossos filhos. É preciso aprender a ver, porque o que se vê é muito diferente do que se fala. Passam sempre as mentiras estabelecidas. Por exemplo: ensinar ecologia, é ensinar às crianças como cuidar dos bichinhos que estão desaparecendo, coitadinhos! Mas nada se diz sobre a espécie mais ameaçada de extinção que somos nós. Basta olhar um pouco para esse mundo que vivemos. Não está claro para as crianças que a culpa é nossa, pois somos cooperativos em tudo  no bem e no mal, querendo ou sem querer, sabendo ou sem saber. Até sem querer saber!
Segundo os biólogos, até hoje existiram no planeta cem milhões de espécies vivas, das quais 99 milhões se extinguiram. Podemos estar certos de que as crianças estão reagindo a tudo isso, mesmo sem consciência clara a respeito. E sua reação de rebeldia ou medo inconsciente é mais do que justificada, talvez seja ela até salvadora da espécie!
Diante desses fatos em vez de continuar falando da autoridade e da sabedoria dos pais, educadores, dos programas e dos Ministérios de Educação, seria melhor, na relação entre adultos e crianças, começarmos a pensar em trocas de experiência em vez de tentarmos ensinar a nossos filhos o que é certo e o que é errado, vamos dizer a eles, muitas vezes, não sei e o que você acha? Sempre tentamos nos convencer de que elos pessoais verdadeiros só se estabelecem e se aprofundam quando conseguimos dar atenção inteira um ao outro, isto é, de ouvido e palavras, de olhares similares e atentos. Devemos evitar prejulgamentos de superioridade preconceituosa, atitudes e maneiras autoritárias, não devemos deixar passar a imagem de que sabemos tudo. Elas só servem para provocar respostas de falsa submissão ou de rebeldia, de repulsa e protesto, em vez de aceitação.
Segundo Glenn Doman, pesquisador e escritor que publicou um livro: “Como Multiplicar a Inteligência do seu Bebê”, todas as crianças nascem potencialmente com a inteligência de Leonardo da Vinci. A questão é que a educação as torna dependentes, submissas, pouco vivas e pouco inteligentes. Os textos eruditos sobre pedagogia dizem: “Educar consiste em criar condições para que a criança desenvolva ao máximo todas as suas potencialidades”. São sempre palavras bonitas, repetidas sem reflexão e feitas para enganar, mesmo que a pessoa não tenha essa intenção.
Portanto, os estudos sobre a educação infantil são claros e insistentes neste ponto, nada de competição. Jamais devemos criar ambientes competitivos, de comparação ou fazer teste para ver quem é melhor. Estes apenas comprometem a sensação de confiança e fé da criança no adulto, estimulando, de um lado, a insegurança e a dúvida sobre as próprias aptidões e, de outro, a competitividade, esquecendo de si no esforço de superar o oponente. O que as crianças mais desejam é aprender. É o que mais precisam, para aumentar suas chances de sobrevivência. A natureza nos fez gênios e a educação que recebemos nos torna medíocres.   

21 de junho de 2011

A CORRUPÇÃO ESCOLAR

É curioso trazer esse tema, ainda mais ligado às escolas já que, na verdade, parecem existir para formar cidadãos de bem. Nós sabemos o que é ser educador atualmente no Brasil: preparar-se durante anos numa faculdade, para ser reconhecido no mercado educacional. Como um intelectual que trabalha com o mundo das ideias e da cultura, que lida com o saber e com o conhecimento, que lê, escreve, ensina e está rodeado de livros, pode ser corrompido por um sistema chamado de progressão continuada ou aprovação automática. Os técnicos em educação desenvolveram métodos de avaliar a aprendizagem e, a partir dos seus resultados, classificam os alunos. A educação fascinada pelo conhecimento do mundo, esqueceu-se de que a vocação é despertar o potencial único que está adormecido em cada estudante. Daí o paradoxo com o qual sempre nos defrontamos: a corrupção na escola.
O que a corrupção tem a ver com a escola? O pior é que tem tudo a ver. A corrupção evoca as artimanhas, manipulação dolosas, fraude, engano, roubo, suborno, tráfico de influência, coação, mentira, evasão, desvio de recursos, abuso de poder, falta de ética e de moral. Embora sendo um mal generalizado em nossos dias, a corrupção tem uma longa trajetória no mundo. Entretanto, é um tema de adultos, a corrupção não é uma prática improvisada só na vida adulta, mas uma aptidão que se cultiva sistematicamente desde a infância. O aparelho escolar, sutil e aberto, cotidiano e imperceptivelmente, compactua com a cumplicidade de autoridades, educadores e pais de família que promovem entre as crianças valores e comportamentos que fazem o jogo da corrupção. Manda-se fazer um trabalho em grupo. Apenas um faz o trabalho, os demais colocam o nome. Toda a classe sabe quem trabalhou e quem não. Em geral, os pais e os educadores também. Mas ninguém diz e nem faz nada. Semente para o futuro aproveitador do trabalho alheio, para o explorador, o cínico e o oportunista que a escola está cultivando. Quem copia pode receber nota igual e até mais alta do que aquele que faz sozinho e com suas próprias ideias. Ambos aprendem que o próprio esforço, a originalidade, o próprio critério, não valem nada.
Tão corrupto é o funcionário público que vende favores e cargos, como o professor que vende notas e aprovação no ano letivo, e o pai ou a mãe de família que se prestam a isso. Tão corrupto é o intelectual que plagia uma obra alheia, como a criança que copia a lição do colega ou leva a lição feita pelo pai e a apresenta como sendo sua. Tão corrupto é o político que encobre os maus comportamentos de seus colegas de partidos, como a mãe que encobre a cola de seu filho durante as provas.
Os corruptos adultos começam na infância, mais precisamente na escola, apropriando-se da lição de outros, mentindo ao professor, colando na prova, enganando os pais. Todavia, essa situação parece ser pequena, quase irrelevante, mas tem poderosas repercussões na vida adulta. As mensagens que o sistema educacional passam são que ser honesto é o mesmo que ser tolo, que a verdade e a franqueza é motivo de castigo, enquanto mentir e enganar só dão lucro.
Por outro lado, aquele que delata o colega que chegou tarde, que jogou o aviãozinho, que disse um palavrão, que não trouxe o livro, esse é cumprimentado e recompensado e é até colocado como exemplo diante dos demais. Dessa maneira, desestimulam-se valores como cooperação, lealdade, solidariedade. Não deixa de ser estimulante para o futuro delator, o futuro traidor, para aquele que sobe na vida à custa de subserviência e de mecanismo clientelares.
São bem vistas as crianças e os pais que não reclamam, não falam o que pensam, calam. São malvistos os que opinam, discordam, propõem, participam com iniciativas próprias. Assim se aprende que é melhor ser passivo, conformista, acrítico, indolente. Contudo, estamos formando um futuro hipócrita, o futuro dissimulado que, certamente, para se dar bem entrará para o rol dos corruptos, o gancho que precisa para a sua ascensão e seu bem estar pessoal. No entanto, é na escola que se forma esse cidadão.
Portanto a formação da cidadania se faz, antes de mais nada, pelo seu exercício. A escola possui condição especial para essa tarefa e o professor de filosofia tem um papel diferenciado por tratar de assuntos diretamente vinculados à realidade e seus problemas. Contudo, se a escola negar aos alunos a possibilidade de exercerem essa capacidade de exercitarem a arte do pensamento sistemático estará, ao contrário, ensinando a passividade, a indiferença, a obediência cega e formando corruptos. Somos o que pensamos, portanto, teremos sempre a chance de sermos melhores a partir de uma escola mais consciente do seu papel dentro sociedade.

16 de junho de 2011

AMANTE FIEL, MARIDO INFIEL

A transparência total no casamento aliada à liberdade de ter amores paralelos não são aceitas por muitas pessoas e parecem difíceis demais de serem vividas pelos que decidem ser livres, mesmo depois de casados, como no caso dos  filósofos Sartre e Simone de Beauvoir. Não é fácil enfrentar, com distanciamento, uma relação amorosa paralela ao parceiro. Quantas pessoas são capazes de saber que o companheiro ou a companheira está envolvido em outro relacionamento afetivo sem que isso leve à separação? Na realidade, é mais fácil permanecer num casamento quando a fidelidade não é posta em jogo.
No caso dos dois filósofos franceses, não se pode nem mesmo falar de infidelidade na relação, uma vez que as relações chamadas por eles de “contingentes” eram previstas no pacto não escrito e, sim, combinado. Na relação de Sartre e Simone de Beauvoir só existia uma moral, de ambos viverem em total transparência, fidelidade dos espíritos e liberdade dos corpos.
Segundo a jornalista e pesquisadora Leneide Duarte-Plon que relata em seu livro: “Por que elas são infiéis?” o caso de uma de suas pesquisadas, que tentou viver no casamento uma relação livre e transparente, durante muitos anos. O chamado casamento aberto. Diz ela: “ No início, o marido pedia a ela para que contasse sobre os seus casos, falar sobre os encontros, descrevendo se possível em detalhes, como se isso o estimulasse em seu próprio desejo em relação à esposa e a outras mulheres. Depois de terem dito tudo um ao outro com franqueza total, essa mulher e o marido se separaram”.
A teoria da liberdade do casamento aberto ou da transparência é tentadora. Mas na prática mostra que poucos casais conseguem ser transparentes. Essa liberdade no casamento é combatida pela moral vigente em quase todas as sociedades. Mas algumas aceitam, com certa indulgência, a infidelidade masculina. Ao passo que a mulher é mais controlada pela sociedade. É como se fosse um direito só do homem de ter uma amante ou um caso extraconjugal. Gosto mais da palavra “extraconjugal” por ser menos preconceituoso.
O filósofo inglês Bertrand Russell, prêmio Nobel de Literatura em 1950, defensor de ideais pacifistas, humanitário e da liberdade de pensamento, autor do livro “O Casamento e a Moral”, argumenta que o fator primordial da moral sexual na civilização ocidental desde os primórdios do cristianismo, consistiu na garantia da virtude feminina, indispensável à família patriarcal. Analisava os fundamentos sociais, econômicos, religiosos e culturais da instituição do casamento. Russell não via razão, por exemplo, para condenar duas pessoas que se amam apenas porque tiveram relação sexual fora do casamento. Além disso, afirmava para o horror dos moralistas de sua época, que uma aventura extraconjugal não deveria ser motivo de escândalo e ruptura.
Para Russell quanto mais civilizado é um povo, menos o indivíduo é capaz de obter felicidade durável com o mesmo parceiro a vida inteira. Quem vê nos laços do casamento um valor definitivo e irrevogável não permite que a imaginação se deixe estimular, passear e procurar a possibilidade de uma felicidade idealizada. Entretanto, a chave da compreensão das relações extraconjugais passa primeiro pela imaginação do objeto desejado que é transformado pelos amantes na idealização da felicidade.
O nosso sonho, tanto do homem como da mulher, é a poligamia. Os chamados civilizados em geral são polígamos. Contudo, é possível apaixonar-se e ficar durante anos com esse parceiro. Mas, cedo ou tarde, a rotina e os maus hábitos do casamento apagam essa paixão e é preciso procurar novas emoções, se quiserem continuar vivos nessa relação. Naturalmente, é possível dominar esse instinto, os desejos de viverem novas emoções, mas é difícil impedir sua existência, negar que eles existem. Vira e mexe ele aparece, mesmo dentro de um casamento estável. Pessoas dizendo o tempo todo que são felizes, vivendo uma relação infeliz.
 Portanto, com o progresso da emancipação da mulher, as oportunidades de casos extraconjugais multiplicaram-se. A ocasião faz nascer a ideia, que faz nascer o desejo, que finalmente propicia o encontro que todos desejam, principalmente quando as amarras da religião estiverem ausentes. Penso que a fantasia masculina básica é possuir todas as mulheres. Ao passo que a fantasia feminina básica é manter o homem ideal só para ela devorá-lo num sublime amor canibal. Assim como, na crença do homem pela fidelidade de sua mulher seja uma ilusão puramente masculina. Enfim, onde está o modelo de casal ideal?  

12 de junho de 2011

EM BUSCA DA FIDELIDADE

Apesar da complacência em torno da infidelidade masculina, ainda permanece a condenação da concretização das fantasias eróticas. Penso que é oportuno trazer essa discussão no momento em que o fundamentalismo está ganhando força e espaço no Congresso, nas cidades, países e, principalmente, nas religiões,comumente uma parcela considerável de Parlamentares são pastores. Homens e mulheres estão confinados num pensamento obtuso. Para muitas mulheres, a questão da fidelidade ainda é um tabu. Se o tabu da virgindade já foi superado nas civilizações ocidentais, a problemática que envolve a fidelidade ainda não foi superada.
O ponto de partida para esse ensaio é a relação de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, casal revolucionário que escandalizou a sociedade parisiense, ao estabelecer o casamento aberto, sem contrato, sem amarras e cada um morando em sua casa, tendo como único fundamento a “fidelidade de espírito na total transparência e liberdade de corpos”. No entanto, o livro de Beauvoir, “O Segundo Sexo” é considerado o fundador do feminismo, que sustenta até hoje qualquer discussão mais séria sobre a condição feminina. Na verdade, o livro é uma homenagem a todas as mulheres. Tendo em vista, que elas representam metade da humanidade, mesmo assim é triste confirmar que milhões delas não têm direito a voto, não podem decidir com quem se casar e passam da tutela do pai para a do marido.
Existem hoje no mundo 135 milhões de mulheres que tiveram seus órgãos sexuais mutilados numa cirurgia chamada excisão, também conhecida como circuncisão feminina. O objetivo dessa pequena cirurgia é claro: controlar o desejo e o prazer da mulher. A mutilação desse órgão, disfarçada de rito religioso em muitos países, é feita muitas vezes com instrumentos não esterilizados e sem anestesia. A Organização Mundial da Saúde confirma a morte de milhares de meninas, todos os anos, vítimas de hemorragias e gangrenas nas suas partes íntimas.
No mundo moderno, toda a nossa vida está submetida ao crivo da razão, mesmo a afetiva e amorosa. Tentamos viver no controle absoluto sobre sentimentos como ciúme e posse.
Foi em 1937, que Simone de Beauvoir escreveu uma carta para Jean-Paul Sartre, contando sobre um romance que manteve por três anos. Ela tinha 29 anos, e era uma desconhecida professora de filosofia. O seu par romântico Jacques-Laurent Bost, tinha 21 anos e era ex-aluno e amigo de Sartre. Ambos viajaram para passar dez dias caminhando nas montanhas da Savoie, no leste da França. Numa dessas noites em que estavam juntos, viveram seus primeiros momentos de excitação e fizeram sexo. Era o início de um importante caso de amor e amizade que por muitos anos permaneceu em segredo para proteger Olga, mulher de Bost, a única personagem dos dois casais que não tomou conhecimento dessa história.
Na carta a Sartre, publicada no livro “Lettres à Sartre”, Simone conta ao companheiro sua primeira noite com Bost. Entretanto, alguns anos mais tarde, mais precisamente em 1949, Simone de Beauvoir dedicou o seu livro “O Segundo Sexo”, a Jacques-Laurent Bost. Dada a relação aberta que tinha com a filha adotiva, Sylvie Le Bon de Beauvoir, confessou seu romance e ainda disse que Bost fora o homem menos machista que conheceu. Isso deve explicar o fato de Simone ter dedicado a ele esse ensaio, que tornou-se referência para o feminismo.
A liberdade total de duas individualidades era a premissa da relação de Sartre e Beauvoir, lealdade e amizade, a condição para que ambos fossem livres e concretamente iguais. As pessoas buscam a felicidade quando se casam. A maioria das mulheres são Julietas à procura de um Romeu, como argumenta a jornalista e pesquisadora Leneide Duarte-Plon. Românticas, ainda idealizam o casamento e nele, quase sempre, a fidelidade está implícita. Já a absoluta liberdade dos cônjuges é um pacto que precisa ser firmado, porque nem mesmo nas sociedades ocidentais mais avançadas homens e mulheres se percebem como iguais, com os mesmos direitos.
Portanto, por tratar-se de um tema extenso, não vai ser possível esgotar numa única reflexão o problema aqui levantado, vou precisar de mais algumas reflexões em torno desse tema. O que aumenta o meu desejo de continuar pesquisando esse assunto indefinidamente.          

11 de junho de 2011

A PROCURA DO PAR ROMÂNTICO

Quase todas as pessoas na nossa cultura estão aprisionadas pelo mito do grande amor, do amor romântico e pela ideia de que só é possível haver felicidade se existir esse grande amor. Principalmente as mulheres que mesmo tendo vários interesses na vida e parecendo felizes, quando estão sozinhas, sempre se perguntam se essa felicidade é real. É uma busca desesperada por esse tal amor e sua ausência abala profundamente a auto estima da mulher e faz com que se sinta desvalorizada. Nessa busca incessante do grande amor, a mulher na nossa cultura, quando encontra um indivíduo interessante, para formar com ela o par romântico, torna-se a “Bela Adormecida” ao avesso. Quando beijada pelo suposto príncipe, não é despertada, ao contrário, adormece para a realidade e pior de tudo se esforça para ficar adormecida. Esse homem não é percebido com clareza, mas através de uma névoa que distorce o real.
Usa-se, com certa frequência,uma couraça muscular, que torna as pessoas indiferentes a tudo que veem e sentem. É preciso derrubar essa máscara e romper com os preconceitos. Na verdade, o que elas estão mostrando não é o que estão sentindo. Fala-se de um jeito e se mostra de outro. Contudo, cria-se uma lacuna impedindo de viver experiências amorosas e excitantes fundamentais para a fusão entre duas pessoas.
Quando se está encantado por alguém, a melhor coisa do mundo é estar junto dessa pessoa o maior tempo possível. Não só porque é muito bom, mas porque nesse período estão ocorrendo trocas vitais, extremamente importantes entre as duas pessoas, que são sentidas e experimentadas  no momento da excitação. Por isso quando a gente encontra uma pessoa que impressiona bastante, é muito importante ficar perto dessa pessoa e aproveitar esse aconchego tão desejado, já que essa minha nova referência afetiva parece torna-se o meu “Guru”. É com esse par romântico que vou aprender e sentir prazeres diferentes no meu corpo ou trocar carícias importantes e fundamentais, que são necessárias para a sobrevivência humana. Esse estado gostoso do encanto pelo outro está relacionado com a sensação de que sou incompleto, de que sou uma fração e não uma unidade. Por certo, se nos sentíssemos inteiros não teríamos o desejo de fusão que caracteriza o sonho romântico. O encantamento envolve aquela dada pessoa porque nos parece que ela pode corresponder ao pedaço que nos falta. É importante considerar mais uma condição íntima que predispõe esse surgimento. Sempre que nos sentimos desequilibrados, tenderemos a nos tornar mais susceptíveis para esse envolvimento, que passa ser a minha única referência afetiva.
Então, por que essa preocupação com o amor romântico? O suposto amor que todos procuram é para manter o outro sob controle, se possível tê-lo sob eterna proteção? Amor é um sentimento generoso por excelência ou uma manifestação fundamentalmente egoísta, na qual o outro existe para nos dar prazer e aconchego? Afinal, o amor é fonte das maiores alegrias e motor da felicidade? Ou é a causa das maiores dores e sofrimentos que podemos ter que vivenciar? São perguntas que definitivamente não esgotam todos os componentes desse sentimento tão falado e louvado no dia dos namorados, e acima de tudo mal compreendido, apenas mostram a complexidade desse fenômeno chamado amor romântico. Estamos muito mais preocupados em encontrar esse grande amor, do que avançar no entendimento de nossa vida íntima com um simples par romântico.
Quando estamos desacompanhados parece que alguma coisa nos falta. É como se nos sentíssemos incompletos. Mas sempre que encontramos alguém disposto, capaz de por fim ao nosso desamparo, viramos as costas, muitas vezes por medo, dúvidas ou por desconfiança. Criamos um escudo invisível, uma espécie de blindagem. Sempre que alguém se propõe, nos acovardamos, esperando que um dia o grande amor venha ao nosso encontro. Estamos todos mais ou menos envenenados.
Como estamos presos à crença e aos valores morais que norteiam nossas vidas, isso gera muita infelicidade e frustração na vida das pessoas, impedindo-as de experimentar uma relação amorosa autêntica. Quando ocorre o desencanto, isto é, quando percebemos que o outro é um ser humano e não a personificação de nossas fantasias, nos ressentimos e reagimos como se tivesse ocorrido uma desgraça. Geralmente culpamos o outro. O que ninguém pensa é que somos nós que precisamos modificar nossas próprias atitudes.
Portanto, os modelos do passado não correspondem mais aos nossos anseios e nos deparamos frente a uma realidade ameaçadora justamente por não encontrarmos modelos em que possamos nos apoiar. A grande saída para os seres humanos pode estar na abertura de espaços para uma nova forma de viver e poder experimentar novas sensações. A sociedade está pouco atenta aos aspectos relativos à qualidade de vida e à felicidade dos seus membros. Será que as pessoas não percebem que as relações entre elas só estão piorando? Temos medo da solidão, assim, como também temos medo da entrega. Afinal, o que buscamos nas relações afetivas? Parece que passamos a maior parte da vida adulta tentando recuperar algo que perdemos com o nascimento, em vez de irmos atrás da construção de nossa história que nem sequer começou.  É necessário que  possamos agir de acordo com o que somos e pensamos, sem levar em conta o que os outros irão pensar de nós, estaremos agindo de forma livre.
Contudo é muito importante sentir-se livre para encontrar o par romântico que tanto desejamos.            

8 de junho de 2011

A IDEOLOGIA DO CASAMENTO PERFEITO

Vivemos falando do casamento como o maior encontro da vida, quando, na verdade, todo mundo está cansado de saber que depois de algum tempo dentro do casamento as pessoas passam a aturar um ao outro. É como se fosse uma panela de pressão pronta para explodir a qualquer momento. A nossa sociedade influencia as relações matrimoniais a ponto de torná-las, em muitos casos, insuficientes para manter uma estrutura firme e íntegra, já que infelizmente ela foi pautada na ideologia do casamento perfeito.O casamento não foi feito para a felicidade humana, mas sim para haver uma  organização social. Casa-se na ilusão do amor eterno, de amar a vida inteira a mesma pessoa. Onde existe esse casal? Se o verdadeiro amor só constrói e tem como premissa a criação de laços que poderiam ser eternos, por que a maioria dos casamentos se destrói com o tempo? A maior parte dos casamentos, depois de algum tempo, passa por um desgaste tão grande que não resiste.
Penso que não existe sentimento pior quando no casamento, depois de algum tempo, as pessoas não conseguirem se livrar dele. Quando estamos na companhia de casais que se odeiam, a fisionomia deles, nesta situação, fica de uma feiúra moral que apavora. O clima entorno dos dois infelizes é literalmente irrespirável, sobretudo, por acreditarem  que ambos têm razão. Como é difícil sair para jantar com um casal neste clima, chega ser constrangedor.
O rancor matrimonial, acima de tudo, amarra a pessoa, imobiliza como se o indivíduo tivesse caído numa teia de aranha, Quanto mais você se mexe, mais se amargura e mais raiva sente. Sentimentos que faz o casal brigar e o outro chorar. Além da ansiedade que instaura, nessa mistura nasce o rancor que é o pior dos sentimentos humanos. Mesmo o ódio que produz um assassino ou o policial que lança mão da tortura, ainda assim parecem ser sentimentos mais claros do que aquele que alimenta a união dos infelizes cônjuges. A pessoa parece que quer preservar, no casamento ou em família, esses sentimentos tão velados, esse processo dura anos, porque há uma predisposição dos envolvidos. Bem examinadas as queixas e acusações de um e de outro, o mais indicado seria a separação, antes que o rancor tome conta de todos da família,  ou que um deles acabe por matar também fisicamente um ao outro. Mas não pode, o que os outros vão pensar? E os filhos, como ficariam?
Quando vamos começar a dizer a verdade sobre o casamento e a família? Dizem que a família é a “célula mater” da sociedade. Então, como explicar as razões de tanta violência em nossa sociedade? Todos nós viemos de uma família. Sabe-se que a harmonia ou o caos em família é o resultado das relações que seus membros mantêm entre si. No entanto, alguma coisa está errada com o casamento e posteriormente com essa nova família.
O bom casamento é aquele que os dois comungam os mesmos valores, pois o casal tem muito o que fazer na rotina do seu dia a dia, aí quando os dois se encontram fica interessante o diálogo. Na verdade, os laços matrimoniais têm mais vantagens materiais do que valores amorosos. Penso que o principal fator de briga no casamento é a indiferença recíproca. Uma das coisas mais preciosas num relacionamento pessoal é a admiração que se tem pelo outro, de atitudes, de pensamentos, do jeito de ser e tratar. O outro torna-se a nossa “referência afetiva”, mantêm viva a sensualidade e a excitação. A indiferença chega a ser uma espécie de desprezo é o contrário do respeito. É olhar para o outro como se fosse um asqueroso. Como diz Caetano Veloso numa de suas canções: “De perto ninguém é normal”. Todos nós temos defeitos que só mostramos no casamento, quando passamos a viver em família. Com as pessoas de fora somos educados e gentis.
No casamento, as pessoas vivem por muito tempo juntas, dormem, levantam. Final de semana, estão juntas. Logo começam a ver coisas desagradáveis e muito ruins uma na outra. Mesmos os pequenos hábitos, de dormir sem tomar banho, os cuidados com objetos pessoais, ou querer ficar só vendo televisão aos finais de semana, etc. São essas coisas que vão irritando as pessoas. Hábitos difíceis de serem mudados, porque ambos ficam indiferentes a esses comportamentos, meio que hipnotizados.
No casamento existem muitas falhas, principalmente em se tratando de educação dos filhos. Pais que dão liberdade total ou são autoritários ao extremo. Quando a grande imagem de pai ou de marido, começa a se desmanchar, porque ele não é um bom marido ou um bom pai. E aqui vale para as esposas também. Em vez dos membros da família terem admiração pelo ser humano que é, apesar das falhas que todos temos, pois ninguém é perfeito. Não! Começa o desprezo, as piores brigas, deprimentes, humilhantes. E todos em família têm que aguentar isso. Porque afinal de contas, estão todos presos, nesse clima ruim e não podem fazer nada, nem falar mal do casamento. Se um dos cônjuges pensa em separação, uma santa alma diz: “não faça isto, se é ruim com ele, pior sem ele”. E os filhos? Não existe pior veneno para os filhos, do que esse ódio recíproco dos adultos.
Portanto, uma vida sem amor ou sem uma “referência afetiva” pelo menos, é como viver num deserto sem água para beber e sem ar puro para respirar. É como viver uma vida de obrigações. E vida de obrigações ninguém aguenta. São essas obrigações que produzem a maioria das doenças graves. O que se espera do casamento é uma coisa completamente absurda. As pessoas aguentam anos após anos essa situação insuportável, vivendo uma vida de sacrifício para não magoarem a outra. São verdadeiros camelos atravessando um deserto. Enfim, paz na terra aos homens casados cada um com a sua esposa, porém, todos cobiçando a mulher do próximo e todos se vigiando e se controlando para impedir o encontro que todos desejam.   

3 de junho de 2011

A SEXUALIDADE DA CRIANÇA

Para tratar desse assunto recorri ao filósofo e educador Cesar Nunes que traz um texto maravilhoso no seu livro: “A Educação Sexual da Criança”. Nesse tratado, ele apresenta as manifestações da sexualidade da criança de uma maneira humanista, reflexiva e crítica. Há, também, a relação da importância de falar e  de se refletir sobre um assunto que é muito pouco falado nas escolas, mesmo nas escolas particulares,já que parece que vivemos a nossa educação sexual como se fôssemos todos assexuados. Quando esse assunto aparece, vem sempre carregado de preconceito ou, na pior das hipóteses, em forma de violência velada. Estamos sendo desafiados a entrar num campo minado onde impera a incompreensão e a improvisação do senso comum. Falamos da infância como o maior evento da nossa vida, mas com um total descaso no tocante aos estudos sobre a sexualidade infantil.
“Informar formando” constitui a maneira mais eficiente de educação sexual e certamente provocará comportamentos pessoais seguros e decisões conscientes para a criança no futuro. Educar sexualmente significa orientar a criança para que passe pelas fases de evolução de sua sexualidade de forma que sua vida afetiva se estruture de modo sadio.
Hoje, mais do que nunca, necessita-se ajudar a criança e o jovem a encontrarem uma forma de satisfazer seus impulsos e superarem as tensões do ambiente. A informação gradual e adequada os ajudará a vencer essa ansiedade natural provocada pelo próprio desenvolvimento.
Uma educação sexual adequada oferece condições para que a criança e o jovem assumam seu corpo e sua sexualidade com atitudes positivas, sem medo ou culpa, preconceito, vergonha, bloqueios e tabus. Favorece o crescimento exterior e o interior, e pede-se para  que haja respeito pela sexualidade do outro, responsabilidade pelos próprios atos e direito a sentir prazer, emocionar-se, rir ou chorar, sobretudo, procurar viver de forma sadia. Como educadores temos o dever e a obrigação de criarmos possibilidades para as crianças desenvolverem-se com confiança, sabendo transformar valores e assim poderem participar de seu ambiente social.
As pessoas estão sempre se analisando e se avaliando, percebendo e escolhendo uma forma harmoniosa de viver, estão sempre decidindo a sua conduta e buscando prazer e, também, uma forma responsável de amar. Todos estão sujeitos ao processo de educação sexual, em qualquer faixa etária e em qualquer lugar, consciente ou inconscientemente. Entretanto, vivemos em um mundo erotizado e temos que continuadamente elaborar o que vemos ou ouvimos, principalmente, quando somos invadidos pelos meios de comunicação que escancaram o sexo mesmo sem se preocuparem se nossas crianças estão ou não preparadas para assimilar tal conteúdo.
Desde que nascemos, começamos a receber educação sexual, seja pelo nome que nos dão, seja pelo modo com que nos tratam, nos vestem e nos presenteiam. No decorrer do crescimento, vamos percebendo esses códigos e passamos a assimilá-los de forma indireta, como informação não verbal. Já a educação sexual se dá por meio de informação verbal, que aparece em palavras, seja por parte da criança ou por parte dos pais, educadores ou outros. A criança verbaliza sua pergunta, geralmente depois de muito observar, por não ter conseguido concluir sozinha ou para conferir suas conclusões pessoais. Muitas vezes perguntará uma coisa para tentar descobrir outra.
Portanto, as crianças são os melhores psicólogos. Estão sempre atentas aos movimentos e gestos que os adultos mostram e não percebem que estão mostrando. Ela fica muito mais com o que vê, e muito pouco com o que os adultos dizem. Se quisermos um mundo menos violento e mais feliz, temos que rediscutir o erotismo infantil e a permissão sexual para os adolescentes. Os estudos nos indicam que as comunidades que mostram maior interesse em sexo e prazer são aquelas que menos têm predisposições para a violência. Contudo, o erotismo infantil é um convite para se aprender e reaprender com a criança a inocência e o prazer do contato amoroso, do que é “gostoso” sentido e vivido como se fosse um encontro com o DIVINO. A criança que habita em cada um de nós é a nossa maior “Referencia Afetiva”.  

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...