22 de dezembro de 2013

OS ENCANTOS DO NATAL

Apesar de todo avanço científico e tecnológico alcançado pelo homem, dia vinte e cinco de dezembro ainda é natal. O menino Jesus que nasceu nesse dia há mais de dois mil anos, deve estar preocupado com o mundo em que viveu e, apesar de toda a Sua imensa sabedoria não deve estar entendendo.  Ele não deve entender, por exemplo, como é que os mesmos homens nesse dia do natal, que se cumprimentam de coração aberto, com um sorriso nos lábios e passam pelo encantamento do natal, todos prontos para começar a batalha entre si novamente, completamente desprovido de generosidade, condescendência, afeto e até mesmo de bondade. Por que agimos assim?

Jesus que nasceu no dia vinte e cinco de dezembro do ano zero de nossa história, não pode entender porque o natal funciona apenas como uma trégua, na imensa desigualdade social em que vivemos sem falar das discórdias familiares, da guerra que o homem trava todos os dias contra o seu semelhante e contra si mesmo. Mas Jesus Cristo que viveu entre nós e é o símbolo da esperança ainda não perdeu a própria esperança. A esperança de que o homem um dia perceba que a trégua é o certo e o normal e, que a guerra é um grande equívoco.

Entretanto, a mensagem que Jesus nos deixou foi a seguinte: “Cumpra o projeto que Deus determinou que é de amar sempre o seu próximo, demonstrando gestos de gentileza e respeito. Ser justo e não julgar o outro pelas suas fraquezas. Pensar muito sobre suas ações. Sentir o que realmente sente, pois você é um ser de amor. Meditar muito sobre esse sentimento, meditar sobre suas inclinações e possibilidades de ser feliz. Procure fazer o mais que puder para esse amor permanecer entre os seres humanos. Para então, aperfeiçoar-se nesse projeto de vida, até que possa devolver para Deus a sua imagem e semelhança que um dia Ele estampou em cada um de nós, quando aqui chegamos”.

Portanto, não compreendo os mistérios da vida e nem suas razões. Só espero estar certo no que penso e sinto. Que é continuar a cultivar o amor pelo meu semelhante, que na verdade é Você o meu próximo. Quero um mundo melhor para todos nós. Talvez, então nesse dia, o ser humano inverta os seus valores atuais e coloque ordem nesta casa chamada Planeta Terra. E daí possa, finalmente, todos viverem em Paz. Um FELIZ NATAL a todos, no verdadeiro sentido que essa palavra carrega.

18 de dezembro de 2013

A CONSCIÊNCIA DO EXISTIR

Descobri que leva-se um certo tempo para construir a confiança e apenas segundos para destruí-las, e que posso fazer coisas em um instante, das quais me arrependo pelo resto da vida. Aprendi que a verdadeira amizade continua a crescer mesmo a longa distância. E o que importa não é o que se tem na vida, mas o que tenho da vida. E que os bons amigos são como a família que posso escolher. Aprendi que não tenho que mudar de amigos se compreender que os amigos mudam. Perceber que meu melhor amigo quando juntos posso fazer qualquer coisa, ou nada, mas, sobretudo terei bons momentos juntos. Descobri que essas pessoas queridas, são iluminadas e que prontamente sou tomado pelo seu brilho. Elas entram na vida da gente e deixam sinais, são como músicas. Como a sonoridade do vento no final de uma tarde. Amigos são como música, que foram compostas para serem ouvidas, sentidas, compreendidas e interpretadas, como uma melodia.

Descobri algumas vezes que a pessoa que você espera que o chute quando cai, é uma das pessoas que vai ajudá-lo a levantar-se. Aprendi que a maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tive e o que aprendi com esse conhecimento empírico, do que os aniversários celebrados. Aprendi que nunca  se deve dizer à uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes quanto essa  fala, já que ela poderia tornar-se uma tragédia, caso elas acreditassem nisso.

Quando fui perseguido por uma diretora de escola pública, em seguida dispensado do magistério em 2009, eu sabia que precisava criar uma nova forma de vida. Mudei minha maneira de pensar sobre o que é viver. Deixei para trás a esfera das realizações e entrei para o mundo do prazer da escrita, do relaxamento no meio de tantas maravilhas que vim a descobrir com a literatura. Senti o corpo atingir o auge da minha força, que agora começa a perdê-la. É nesse momento que se identifica, não com o corpo que está começando a decair, mas, com a consciência da qual ele é um veículo. Contemplo esse corpo como um veículo. O corpo é como a lâmpada que leva a luz. Sou a luz da qual o meu corpo é a lâmpada. Com ele transporto minha consciência.   

Por conseguinte, a metáfora do corpo como um veículo da consciência, quando identifico-me com essa consciência posso observar o meu corpo decair, como um carro velho. Contudo, é algo que todos nós esperamos, e aos poucos vamos nos desintegrando. É nesse momento que a consciência reencontra a consciência cósmica. Portanto, devemos sempre tratar com atenção e gentileza, as pessoas queridas que realmente amamos, proferindo palavras amorosas, pois pode ser que seja a última vez que a veremos.

12 de dezembro de 2013

SATISFAÇÃO EM SER LIVRE

A partir do momento em que não se sente livre para sentir o que se sente, ficamos vulneráveis e à mercê de doenças psicossomáticas. Significa a negação das emoções, que é um querer concreto do ser humano. O não aceitarmos na nossa totalidade. O fato de negarmos o que sentimos culmina numa insatisfação, pois a energia emocional continua procurando uma forma de ser liberada. O fato de não estarmos familiarizado com nosso mundo interior e de mantermos nosso foco no mundo exterior, faz com que tenhamos pouca liberdade em permitir sentir ou não nossos sentimentos. Por outro lado, quando o mundo externo não permite que nos expressemos, acabamos por nos bloquear internamente também. Se formos proibidos de expressar a raiva, podemos acumular mágoas, ressentimentos e até mesmo desenvolver outros sintomas físicos ou psíquicos.

Porém, sentir e não poder expressar, contém um grau de frustração diante da liberdade. A pessoa tem permissão para sentir, mas não para deixar claro esse sentimento. O que os outros vão pensar se eu mostrar meus sentimentos? Seja ele positivo ou negativo. Entretanto, temos permissão para sentir, falar, mas não para agir em função do que sentimos. Nosso sentimento fica dissociado da nossa conduta, muitas vezes por não ter aprendido a tomar decisões baseadas nas emoções.

Agir no impulso da emoção, sem controle é típico de quem coleciona determinadas emoções segundo a psicóloga e educadora Ana Maria Cohen, que acrescenta. “Pode-se trocá-las por explosões, brigas, vingança ou mesmo homicídio e suicídio”. A ação baseada no impulso, embora caracterize uma liberdade maior, não é isenta de problemas. Se tiver raiva contida, explode, não importando onde ou com quem. Se tiver medo, paralisa ou foge, agindo impulsivamente. Isso já é um indicador que a pessoa tem um problema emocional de fato.

Portanto, apesar de parecer natural sabermos avaliar nossas sensações e sentimentos, não é bem assim que ocorre. Para tanto, é preciso, em primeiro lugar, saber sentir nosso próprio corpo. Prestar atenção nas sensações, uma habilidade da mente de nos conectarmos com a realidade, pois por meio dela percebemos o que está ocorrendo, tanto em nosso corpo como em nossa mente. Contudo, visualizar, sentir e agir quando conveniente, respeitando o outro e a si mesmo, é o próximo passo na direção da liberdade emocional. Isso acontece quando, ao sentir e poder verbalizar, a pessoa resolve se é conveniente ou não manifestar a emoção e qual a melhor forma de expressá-la. Como diz  o filósofo alemão Arthur Schopenharuer (1788-1870): “quem vive deseja, quem deseja sofre, a vida é dor”.  

8 de dezembro de 2013

SE FOR PARA SER FELIZ

Se for para esquentar, que seja no sol, de preferência ao lado de alguém especial. Se for para enganar, que seja o estômago. Se for para chorar, que chore de alegria. Se for para mentir, que seja a idade. Se for para roubar, que roube um beijo da pessoa amada. Se for para perder, que se perca o medo de revelar o amor que sente pelo outro. Se for para cair, que seja na gargalhada. Se for para existir a guerra, que seja de travesseiros com aquela pessoa especial. Se existir a fome, que seja de amor. Se for para ser feliz, que seja o tempo todo. Se possível ao lado da pessoa que te emociona. Porque o amor não é um sentimento qualquer, que se acha facilmente todos os dias da vida, como se imagina que seja. Se quisermos a felicidade, temos que correr atrás e não esperar que ela bata a nossa porta. Isto é, se for para ser feliz é claro!

Portanto, ou nos confortamos com a falta de alguma coisa em nossas vidas ou lutamos para realizar todos os nossos desejos e prazer com a vida. Quem não consegue compreender um gesto, o valor de um silêncio, aquilo que nos faz falta para o nosso corpo e nossa alma. Assim como aquele bilhetinho carinhoso que postamos para alguém especial. Tampouco compreenderá o que é ser feliz. Porque para ser feliz não precisa de longas explicações. Basta simplesmente se deixar levar como um barco a vela em alto mar. O espírito que sopra esse barco lhe conduzirá ao encontro do outro DNA. Pois a escolha do outro é feita através do DNA, a chamada química. É ele que vai carimbar e selar esse amor, como um pacto de sangue. A natureza é sábia e por isso tem a sua lógica natural.

6 de dezembro de 2013

O PENSAMENTO É O DIÁLOGO DA ALMA

Só ao seres humanos é dado a possibilidade de dialogar, o que faz do diálogo uma característica própria e única da natureza humana. Assim como a capacidade de fazer perguntas objetivas, visando sempre a busca do conhecimento, estabelecendo relações e comunicando ao outro através da linguagem oral ou escrita. Contudo, o acesso ao pensamento e a representação das ideias se da no diálogo aberto e franco. No entanto, o diálogo é a troca de ideias, é formar novas ideias a partir de um novo conceito.
A nossa capacidade de se dirigir e de dialogar com o outro, nos torna igual, estabelecendo assim uma relação, e esse comunicar com o outro através da linguagem nos permite o acesso ao pensamento e a representação do mundo das ideias. Todavia, o diálogo pressupõe a reciprocidade existencial e esta pressupõe a diferença e ao mesmo tempo a semelhança, já que é devido à diferença que podemos enriquecer com a comunicação. Através do diálogo alargamos os horizontes da exigência do pensamento, pois para se responder e argumentar as ideias tem de se fazer uso constante do raciocínio.
Os Diálogos de Platão (427-347 a.C.), nos mostra todo o processo de elaboração do pensamento, e a dialética não é mais do que a arte de raciocinar ou de dialogar. É discutir as razões das próprias ações, num pensar diferente. Tendo em vista, que nas objeções de Sócrates (470-399 a.C.), obrigam o seu interlocutor a procurar uma verdade que este pensava já possuir. Da opinião a verdade, do particular ao universal, o diálogo é o próprio caminho do pensar crítico. Tendo em vista, que a filosofia antiga não tem as opiniões como base, somente os fatos.
Para Platão, o pensamento é o diálogo da alma consigo mesma. Vou além, penso ser um diálogo entre as almas e não como afirma o mestre. Como ele dizia: “Só te ama, aquele que ama a tua alma”. Aqui implica um diálogo entre duas almas, compartilhando da mesma essência. Por conseguinte, a filosofia contemporânea, assim como a fenomenologia dão ao diálogo uma importância primordial, porque ele é constitutivo de um mundo verdadeiramente humano, isto é, de um mundo comum mas composto de diferenças e diversidades.
Portanto, para que o diálogo torna viável o entendimento entre as pessoas e casais numa relação afetiva, o diferencial que marca essa relação são os valores que ambos acreditam e trazem como experiência de vida. Contudo, se as pessoas pautarem suas vidas na ética e nos princípios morais, e comungarem esses valores, o diálogo funciona. Porque o diálogo é racional e os valores estão além da razão. Os valores estão no terreno da consciência cósmica, na totalidade do ser. É reconhecer no outro a minha identidade humana. Enfim, o que faz o ser humano realmente bom é a consciência do seu ser e a vivência do seu agir. Fora disso temos um ser humano egoísta e diluído pela indiferença. 

1 de dezembro de 2013

EDUCAÇÃO COMO SINÔNIMO DE ESPERANÇA

Em nosso país ninguém duvida da necessidade e da urgência de rever a nossa educação, enquanto instrumento de transformação de um povo. Dentre as muitas carências existentes no contexto nacional, a educação está entre as primeiras necessidades sociais. São milhões de brasileiros que sobrevivem abaixo da linha de pobreza. Um país economicamente rico, com um povo pobre e basicamente analfabeto. Nesta circunstância triste e cruel, será preciso pensar num projeto educacional sério, efetivo que demonstre resultados. Todavia, não basta dar escola para todos, será preciso pensar em desenvolver no interior das escolas publicas um ensino de qualidade que vá eliminando, gradativamente, a velha dualidade da educação publica e privada. Precisa-se de uma escola que possa ser frequentada por todos. Pobres e ricos sem qualquer distinção de raça, cor, religião ou sexo, como estabelece a Constituição Federativa Brasileira.

Em que consiste a educação hoje? Que modalidade ou aspecto dela é mais interessante? Quem realiza a educação como um processo? Quais são as metas ou fins a que se propõe a educação? A educação não é algo que se possa fazer de fora para dentro da pessoa, como uma imposição. A educação é uma realidade vital e condicionada por circunstâncias concretas e chamada a superá-la a partir da própria situação em que se encontra o sujeito da educação. No caso aqui exposto, o sujeito é o aluno. A pergunta correta a se fazer é a seguinte: “A escola da resposta às necessidades presentes?” “Nosso sistema educativo continua sendo para o aluno um sistema educativo que o atrai e o estimule?”

A educação é normalmente considerada nos diferentes países, como uma das prioridades a ser atendida nos planos dos governantes como principal necessidade social. Mas, esse mesmo pressuposto assinalado acima não demonstra nem de longe, a importância de rever e melhorar o modelo educacional que ai está. Tarefa nem um pouco fácil para esse grupo de seres humanos, que são nossos educadores, que dão suas vidas para que a educação permaneça viva no seu leito quase terminal.

Portanto, a educação deve ser pensada de dentro para fora do indivíduo, caso ainda deseja os nossos governantes, ver um ensino de qualidade e um povo civilizado. Tendo em vista, que nenhum Ministério de Educação do mundo, perguntou o que as crianças e jovens gostariam de estudar e aprender. Até porque ninguém e muito menos os governos, estão interessados em ouvir os estudantes, o que de fato pensam e sentem sobre a atual e famigerada educação que aí está. Se desejarmos um dia ser grandes em matéria de educação e conhecimento. Se realmente quisermos ser civilizados, primeiro temos que ser educados.   

26 de novembro de 2013

O GRANDE APRENDIZADO DA VIDA

Tudo o que se vê não é igual o que a gente viu a um segundo. Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Essa frase foi extraída de uma música do cantor e compositor Lulu Santos, lançada em 1983. Achei apropriada para a nossa reflexão, tendo em vista, que a perfeição não é um atributo humano. Porém, todas as pessoas têm os seus defeitos e, apoiam-se sobre seus semelhantes. Só o amor torna esse peso mais suportável. Mas se você não pode suportar aquele que te chama de meu amor, então, como alguém poderá lhe suportar? Falar mal do teu próximo pelas costas é feri-lo na alma. Por mais profunda que seja as feridas da alma, ainda o tempo, esse grande consolador, sempre nos oferece o seu balsamo.

Quantas vezes nos precipitamos nos julgamentos e, com isso, impedimos que o outro se revele, porque nossas atitudes o bloqueiam. Só uma convivência muito íntima e amorosa poderá fornecer elementos para que, verdadeiramente, conheçamos alguém. Ainda assim, é muito temerário o julgamento, pois nossos padrões podem não ser os mais exatos, ou os mais corretos. O melhor mesmo é aceitar sem fazer julgamento, acolher para realizar uma missão de paz, amar para que haja autenticidade e equilíbrio. Num relacionamento autêntico, cada um se interessa pelo outro de maneira genuína. Que se revela através de uma demonstração constante de admiração e respeito, aparecendo em palavras, atos de gentileza, consideração e educação.

Já no relacionamento amoroso, sempre vive melhor, ou mais em harmonia com o outro, aquele que oferece conforto na presença silenciosa do outro, com quem você sabe que, através de palavras ou da linguagem corporal - porque o nosso corpo fala - compartilhada de confiança mútua, honestidade, admiração, devoção acompanhada daquele estremecer de felicidade simplesmente no ser e estar juntos. É um dizer para o outro, entre em minha vida, estou aberto e pronto para recebê-lo. A felicidade é a aceitação do que existe, e a infelicidade é a luta para que haja de qualquer maneira o que não deveria existir.

Portanto, o grande aprendizado da vida, é saber estar com quem à gente gosta ou ama. O que posso dizer é que para estabelecer uma boa relação com o outro, tem que haver reciprocidade. Maior clareza naquilo que você realmente espera da vida e do outro com o qual você se relaciona. Isto é saber viver em sociedade. Contudo, afirmo-me como pessoa na medida em que assumo a responsabilidade do que faço e digo ao outro. Falar mal ou fazer mal a alguém é matar a sua essência humana. É um ato de desumanidade. Quem ama, sempre vai amar e nunca vai maltratar o seu próximo. Dar amor é preparar-se para o encontro com a divindade.

24 de novembro de 2013

A ALEGRIA DE BRINCAR

A alegria de brincar está na essência da vida, assim como amar também está. Se estivermos felizes sem nenhuma restrição, nossa vida amorosa será linda, isso é maravilhoso. Pois essa vida é provavelmente uma grande e gloriosa aventura de realizações físicas, intelectuais, emocionais e espirituais. Desde que saibamos dar e receber amor. Sentir-se amado é talvez a necessidade mais imperiosa na vida dos seres humanos. Mesmo que por alguma razão nos sentimos rejeitados na infância, e ainda continuamos a sentir. É na alegria de brincar que a criança aprende com os adultos o que é ser gente grande.

Tive o privilégio na minha vida estudantil de ter bons professores. Entre esses grandes mestres estavam a Profa. Dra. Alina Purvinis Musolino, que lecionava Psicologia da Personalidade no curso de graduação em Filosofia. Sua principal tese era mostrar como acontecia na primeira infância o aprendizado do padrão mental negativo, geralmente herdado dos pais, e que na idade adulta leva o indivíduo a não acreditar no que está sentindo e vivendo no campo afetivo. Aquela vida amorosa que você desejou ou lutou em vão para construir, não foi apenas um sonho de jovem idealista. O amor não é apenas uma palavra. Realmente é possível amar e ser amado sentindo-se realizado, não apenas por um momento, mas por toda a vida. É preciso começar a confiar e querer mudar. Descontrair o espírito e relaxar o coração.  

Para a psicóloga e educadora Alina Musolino, a satisfação dessa necessidade resulta a saúde mental, o equilíbrio emocional e o desenvolvimento da capacidade para amar a si próprio e aos outros. A frustração dessa necessidade e a introjeção de um padrão mental negativo, auto-rejeitador, agressivo e defensivo, geralmente herdado dos pais, ainda na primeira infância, onde forma a raiz de todas as neuroses que impedem o pleno amadurecimento da personalidade e a vivência de experiências gratificantes nos planos emocionais afetivos, físico-sexual e profissional. Para consolidar a paz esperançosa entre o meu adulto e a criança que habita em mim, esses dois adversários de toda a vida, precisam aprender a brincar juntos, a conciliar o bom humor. São duas forças antagônicas que se completam. O emocional e o racional.

O que significa brincar? Que parte da vida você considera brincadeira? Sua brincadeira é verdadeiramente despreocupada, alegre e feliz? A maioria das pessoas, não é capaz de brincar dessa maneira positiva. É bom lembrar, que a competição destrói o espírito da brincadeira. Grande parte das reuniões sociais, principalmente, nos bares onde a embriaguez também não é lazer, tendo em vista, que seu objetivo é o alivio da solidão e a esperança, de achar um parceiro de cama, para encher momentaneamente a taça vazia de amor. No entanto, a necessidade de atenção ou de aprovação no lazer, assim como no trabalho, sempre vem da síndrome do amor negativo. Aqueles que não se sentem amados e indignos de amor carregam esse fardo, para todas as áreas de sua vida.

Infelizmente, muitas crianças nunca brincam com prazer. Ou elas estão sozinhas, sentindo-se não amadas e rejeitadas, ou experimentam as brincadeiras negativamente, brigando, atirando coisas e perturbando a diversão dos outros. A brincadeira negativa é outra forma de condicionamento de amor negativo dos pais não amorosos. Contudo, aprendemos que a mãe e o pai são a fonte dos nossos problemas amorosos. No entanto, eles próprios são vitimas inocentes da infelicidade que sentem, mas não declaram. E o mais grave, você sabe que pode estar em guerra contra você mesmo e que também é inocente nessa história. Como humanos somos dignos de amor. Somos parte da luz, e como tal cada um está na luz. Debaixo das camadas de negatividade, está sua essência real positiva e perfeita. Seu ser espiritual. O amor positivo não precisa ser aprendido. Simplesmente deve ser descoberto.

Portanto, quando o eu emocional chega à mesma idade cronológica do intelecto adulto. Quando se olham amorosamente no santuário da sua essência, compartilham os cinco passos do amor que é: compreensão sem condenação, compaixão, aceitação, perdão e amar juntos. Contudo, o amor é mais do que algo para aprender a respeito. É a experiência humana máxima e temos o direito de reivindicar essa experiência. Cabe a cada um apenas revelar sua essência indestrutível, semelhante a um diamante, positiva, amorosa e espiritual. Essa luz que é você.

15 de novembro de 2013

BONDADE SE APRENDE COM A MATURIDADE

Não tenho medo dos anos que passam e não penso em velhice. E digo a você também, não pense na velhice. Nunca diga estou envelhecendo ou estou ficando velho. Você é simplesmente um corpo espiritualizado, portanto, o espírito não envelhece. Nunca diga aos outros que está ouvindo pouco ou enxergando pouco, eles vão te olhar com preconceito. É claro que quando precisar de ajuda, diga que está precisando de ajuda. Todos precisam de ajuda em algum momento da vida. Não tem como negar. Escolhemos ser o que somos. Sempre negamos ser o que supostamente escolhemos. Para o filósofo e existencialista francês Jean-Poul Sartre (1905-1980), aquele que mente diante de suas escolhas e pede desculpas usa de má fé. O homem escapa de suas escolhas quando consegue por efeito mentir para si mesma.

Procuro sempre ler e estar atualizado com os fatos e  isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. Assim como também escrever. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não deixar a vida passar pelos anos. Também não diga para você que está ficando esquecido, porque assim você realmente ficará esquecido. Nunca diga que está doente, diga sempre que está ótimo. Nunca digo nem pra mim mesmo que estou cansado, nem que estou triste. Procuro estar sempre bem, nada de palavras negativas. Só palavras e energias positivas. Tem gente que se desgasta o tempo todo querendo ter razão, ao invés de querer ser feliz. 

Entretanto, quanto mais disser estou ficando cansado e esquecido, mais cansado e esquecido ficará. Vamos nos convencendo disso e também convencemos a outros. Então fiquem em silêncio, respire fundo antes de qualquer ação. Sei que já vivi mais da metade do que tenho para viver. Estou com mais de sessenta anos de idade e não dou conta, que cada dia que passa é um dia a menos que tenho para viver. Sei que venho do século passado, e que trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velho ou vivido. Pelo menos não me sinto velho e nem cansado. Já fui jovem e vivi como tal, muitos dos jovens de hoje não sabem se chegará algum dia aos sessenta anos.

Você se acha velho? Tenho consciência de ser autêntico e procuro superar todos os dias a minha própria personalidade, despedaçando dentro de  mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. Entretanto, o mais importante é semear, produzir milhões de sorrisos, como faço diariamente com as minhas brincadeiras, produzir solidariedade e amizade é a minha filosofia de vida. É isso que nos faz feliz. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Tento com as minhas reflexões, encorajar os amantes a não desistirem do amor que sentem. Por acreditar que só o amor transforma as pessoas e devolve a alegria de viver num mundo de injustiça. Não existe paz se o homem não expressar a sua bondade com maturidade e consciência.

Portanto, digo o que penso, com esperança. Penso no que faço com . Faço o que devo fazer, com amor. Esforço-me para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. A vida é muito curta para se ter inimigos. Agradeço sempre pelo dom da vida e de poder amar mesmo sem ser compreendido. Agradeço sempre, pela luz do dia, pela noite, pela brisa que sopra o meu rosto, pela comida em minha mesa. Agradeço sempre, por permitir-me viver o dia de hoje, pelo meu esforço e desejo de superação. Sou feliz por estar aqui e deixar essa mensagem de amor e .

10 de novembro de 2013

FÉ NA INTELIGÊNCIA INFINITA

Vivemos em um mundo de bebidas instantâneas, alimentos instantâneos, cidades instantâneas, quase tudo instantâneo. Lamento não poder oferecer uma confiança ou cresça instantânea. A confiança ou a fé é algo que deve ser aprendido e alimentado por todos nós. Mas, espero já ter plantado algumas sementes de fé e confiança em pessoas que me conhecem e gostam do que escrevo, certamente irão cultivá-las.

Três sementes de fé e confiança que considero de vital importância para formarmos o triângulo do sucesso em nossas vidas. A fé na nossa espantosa riqueza interior com a qual podemos criar qualquer modalidade de sucesso que se deseja. A fé e confiança em nós como mentes conscientes que somos, pois é essa consciência que nos torna senhor do presente e do futuro. E por ultimo a fé na existência de uma inteligência infinita que da ordem ao Universo e que nos proporciona ajuda e orientação em todos os empreendimentos, desde que lutemos tenazmente, com entusiasmo e decisão inabalável, removendo as barreiras que o condicionamento passado, colocou entre nós.

Entretanto, nós temos o poder de atrair ou repelir toda e qualquer coisa. Temos o poder de subir grandes alturas na escada da realização pessoal e prosseguir em ascensão. Porque temos esse poder dentro de nós, está sempre trabalhando a nosso favor como também contra nós. Infelizmente, muitas vezes damos aos outros os nossos poderes, por exemplo: Quando alguém nos diz que não somos inteligentes para isso ou aquilo, passamos a considerar como tal. Quando dizem que somos indecisos, aceitamos este fato como verdadeiro e passamos a agir inseguramente. Quando alguém nos diz que não merecemos a sua confiança, passamos a duvidar de nós mesmos. Assim, como também de quem nos aproxima.

Portanto, quando conseguirmos modificar a nossa maneira de pensar, começaremos a experimentar novos sentimentos. Sofro não pelo o que os outros pensam de mim, mas, sim por aquilo que imagino que eles estejam pensando ao meu respeito. Contudo, a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que a gente não ve mais confia. Firme na fé e na confiança, como quem ve aquilo que é invisível. É um olhar da alma com o coração. Confiança inabalável e sem o menor vestígio de duvida. É nessa atmosfera que o Amor surge e se cristaliza.    

19 de outubro de 2013

O NOBRE EXERCÍCIO DA ADVOCACIA

Resolvi dedicar essa reflexão aos nobres advogados que tem como princípio a ética e como base o seu comportamento moral, que na verdade denota o bom profissional na área jurídica. O homem justo se faz a partir da sua ética, que conduz a sua moral no sentido de semear a justiça e a paz entre os homens. No entanto, o advogado como dever de ofício, deve se inteirar dos problemas que afligem a coletividade, na busca de solução compatível com o direito de todos os cidadãos de bem e principalmente pelas exigências dos órgãos que integram a sociedade num todo, pois são grandes os problemas sociais que assolam o povo mais necessitado. Sobretudo, pelo conhecimento teórico que o estudo do direito trará a esse profissional, garantindo-lhes melhor compreensão e fazendo valer os direitos dos seus constituintes. Esse é o produto que um bom advogado poderá oferecer se quiser ver uma sociedade mais justa.

Advogar significa falar em nome do representado, defendendo-lhes seus interesses. Mas, a advocacia não se limita somente à defesa de um interesse privado. Trata-se de função que compõe a própria justiça, necessário ao equilíbrio de forças internas do Poder Judiciário. Todavia, o advogado tem um papel social de relevante importância na construção da emancipação dos seres humanos e na consolidação da cidadania.

Entretanto, o exercício da advocacia deverá ser precedido de bom preparo técnico, que resultará da conjugação do aprendizado teórico acadêmico com a prática forense. Tendo em vista, que na graduação o bacharelando receberá as informações e orientações gerais sobre as teorias dessa ciência e algumas noções de como nasce, desenvolve e se extingue um processo com ou sem lide. Na concepção clássica  lide corresponde a um conflito de interesses qualificado por uma pretensão essencialmente de um processo judicial civil, o qual visa em ultima instância, resolver esse conflito apresentado perante o juízo. Por outro lado, nos balcões dos cartórios, compulsando os autos, conferindo detidamente os dizeres das certidões, das cotas ou dos detalhes de cada lance das audiências, é que poderá o advogado coletar conhecimentos que complementarão os teóricos já armazenados durante o seu tempo de instrução na graduação.

Segundo o professor de direito e advogado Valdemir Barsalini, em seu ensaio intitulado: “A Advocacia”, argumenta que só com a soma de sólidos conhecimentos teóricos e muito exercício prático é que o advogado poderá cumprir a sua função de representar ao seu constituinte e de bem lhe defender os interesses, trabalhando no sentido de garantir os direitos do cidadão. Com a experiência vem a segurança, e conhecendo os detalhes com que se pauta cada juiz à presidência dos processos na correspondente vara, ou as posições que assume cada representante do Ministério Público nos casos em que atua, ou até, como se comporta cada oficial de justiça conforme o tipo de mandado a seu cargo, é que poderá adequar sua atuação em melhor proveito ao seu cliente.

Afinal, o que é ser um bom advogado? Precisamos compreender como se deu o processo de formação dos advogados e demais juristas no Brasil ao longo da história. Na tese de doutorado de Aurélio Wander Basto, advogado, cientista político e professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, assim como da Universidade Cândido Mendes, publicada sob o título “O Ensaio Jurídico no Brasil”. Ele nos mostra que durante o século XIX, o curso de direito era voltado para a formação de uma elite intelectual conservadora e sobretudo política. Curiosamente, os juristas teóricos e apolíticos que formavam a ala não conservadora, todos eles amavam a filosofia e praticavam a maiêutica socrática (parto das ideias), ao contrário dos bacharéis políticos que se enquadrava na realidade política do país e não estavam interessados em pensar a política como um bem comum a todos.

Entretanto, a ciência jurídica foi marcada no século XX, pelas notórias alterações nas relações sociais, econômicas, políticas e religiosas ocorridas no Brasil. Aquele profissional sóbrio e engravatado, conteudista, recheado de doutrinas e inúmeras citações jurisprudenciais transcritas, depois de demorados estudos e consultas em vetustas bibliotecas, muitas vazadas em redação escorreita e a revelar elevados conhecimentos gramaticais e literários, agora se tem figura comum, de trajes corriqueiros, de fala simples e escrita mais coloquial, com redação nem sempre pessoal e em muitas vezes de mera repetição de formulários sequer bem adaptados ao caso ou à tese que nele defende. Outra mudança significativa desse profissional, é que quase não se vê nos dias de hoje, advogado autônomo, com escritório próprio.

O mais comum é que os profissionais do direito se associem, dividindo espaços e despesas  mantendo escritório e aparelhos de comunicação e de informática em parceria, talvez por conta da concorrência. Enquanto isso, no exercício diário de suas atividades forenses, muitos outros engrossam as filas dos inscritos à Assistência Judiciária Gratuita, para disputarem patrocínios em ações que lhes garantirão algum ganho conforme tabela de modestos honorários, que nunca os contenta. Muitos até dispõem-se a servirem como plantonistas em demoradas estadas, aguardando chamado de algum juiz ao desenvolvimento de uma audiência. Contudo, o pauperismo cada vez maior, da nobre classe.

Penso que tanto os advogados, como juízes, promotores de justiça e delegados de polícia, deveriam receber tratamento igual, sem qualquer distinção ou privilégio  pois entre esses profissionais enquanto no exercício de suas atividades, não deveria existir hierarquia legal. Todos trabalham em função e preservação da justiça. O certo é que na prática não se dispensa aos advogados o nivelamento indiscriminatório, e nem cuidam a que se evite isso. Enquanto o magistrado se sustenta em patamar superior, é comum notar entre os advogados uma postura, diferente de simplesmente respeitosa, suplicante à espera que o juiz se digne deferir-lhe o direito que defende. Sem falar da melosidade com que é tratado um juiz, já é tempo de acabar com esse tratamento como se o juiz fosse uma verdadeira dádiva celestial. Poderiam usar uma linguagem menos pegajosa, mais direta e sem ranços tão conservadores à perpetuação do distanciamento entre advogados e juízes, por certo, não encobriria a hierarquia que a lei não impõe, mas que parece satisfazer o orgulho de uns e o descabido servilismo de outros.

O exercício da advocacia é marcado de relevante valor social. É através dela que o advogado movimenta o Estado à distribuição da justiça que porá fim às lides, isto é, pacificando os conflitos entre as partes. Mas, acima de tudo, é por meio da advocacia que na sociedade moderna, pressupõe-se a realização da justiça, garantindo-se em certo grau, determinado equilíbrio social, indispensável à convivência entre os cidadãos. O advogado é um profissional da lei, indispensável para o sistema judiciário, até juízes  desembargadores e outros magistrados precisam e utilizam da sua sapiência para defendê-los enquanto cidadãos.

Entretanto, há de se notar que apesar de toda a luta do advogado pela realização de justiça no que toca ao caso que defende, no mais das vezes sua atuação limita-se à defesa dos direitos somente daqueles que o procuram. A grande parte da população brasileira vive em condições sub-humanas, poucos têm acesso à justiça, a maioria está desassistida no que concerne a seus direitos fundamentais, constitucionalmente garantidos, colocando-se o Brasil, como um dos campeões mundiais em desigualdades sociais. Apesar dos esforços de algumas administrações públicas locais em conjunto com o Poder Judiciário em levar, por meio de projetos, instrumentos que possam prover a população carente de melhores condições para acessar a justiça e ver atendidos seus direitos, tendo em vista, que a grande parte dos casos, a população não se vê em condições de acessar a justiça. Isto é, sua condição precária de vida não lhe proporciona sequer a noção de seus direitos.

O mais triste de tudo isso, é constatar que em geral, nossa população carente só tem acesso a justiça, ainda precariamente, quando tem que se defender por algum ato ilícito ou crime cometido. Contudo, o direito se aplica com mais constância contra pobres e miseráveis, cuja condição de penúria e de exposição à violência não raro conduz, desde a tenra idade, a ingressar numa economia ilegal, como por exemplo, a economia do jogo de bicho ou do narcotráfico.

Portanto, o nobre advogado tem o dever de cada vez mais, lutar pela construção de uma sociedade mais justa, e isso significa não medir esforços para incluir, por meio de sua prática, o número maior de pessoas possível no mundo das garantias reais de direitos, no mundo dos efetivos cidadãos, cuja vida se rege pela jurisprudência institucional. O advogado é o primeiro dos juízes, aquele que deve orientar seu cliente sobre a procedência jurídica inclusive moral e por que não dizer ética também, de seus interesses e direitos. Contudo, o bom advogado deve colocar toda sua energia, conhecimento e habilidade a serviço dos cidadãos, assim como sua contribuição efetiva ao Poder Judiciário, parte importantíssima para a garantia de equilíbrio entre os poderes numa democracia, entregando de corpo e alma a servir à Justiça, valor máximo do Direito, para a emancipação dos seres humanos e à construção de uma sociedade mais justa e humanitária.       

30 de setembro de 2013

OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E MORAIS DE UM POVO

Atualmente nos encontramos num momento de ambiguidade, falta de valores éticos e morais, ninguém presta mais atenção no seu semelhante, percebemos uma rapidez nas ações, tanto produtivas quanto sentimentais. As relações afetivas estão perdendo o significado. Estamos vivendo uma espécie de ressaca ética. Estamos vivendo o descartável, o arbitrário. Há uma insatisfação geral do povo. Mas, afinal o que é ética? Ética é um conjunto de valores e princípios que nós usamos para decidir as três grandes questões da vida que são: "quero, devo e posso". Isto é ética. E quais são os princípios morais que usamos na nossa vida diária: Tem coisa que eu quero, mais não devo. Tem coisa que eu devo, mais não posso. E tem coisa que eu posso, mais não quero.

No entanto, quando vamos ter paz de espírito, sem ressentimentos e sem culpa? Quando aquilo que nós queremos, for aquilo que podemos e devemos, ai teremos realmente, serenidade e paz de espírito. Todos nós temos um principio ético, que é não pegar o que não nos pertence. E o nosso comportamento moral é que vai dizer se eu roubo ou não. Todavia, o principio ético se traduz numa moral que se fundamenta na obediência aos costumes e hábitos recebidos de uma determinada cultura. Ou seja, a moral é a prática e a ética é a reflexão desses costumes. 
   
Entretanto, quando falamos em moral de um povo, parece que se vai restringir a liberdade humana. Moral na mente comum, significa proibição, censura. De fato, muitas vezes a moral é uma imposição de grupos dominantes e tolhe a nossa liberdade. Mas a moral também pode ser feita por nós e, é fruto de nossa liberdade, fator de afirmação e de felicidade. Para entender isso, vamos fazer uma distinção entre ética e moral. Dos muitos livros que tratam desse assunto os temas são intercambiáveis. Nós fazemos essa distinção apenas para favorecer o entendimento daquilo que queremos dizer.

Todavia, a ética deve ser entendida como reflexão, o estudo, o debate sobre o comportamento moral dos seres humanos. Ética é mais a teoria, o estudo, os escritos, os rumos que se pretende dar a conduta humana. Enquanto a moral é mais a prática. Trata-se daquilo que existe como norma de comportamento num determinado lugar e numa determinada época. Por exemplo, não matar, não roubar, não mentir, são normas morais existentes nas mais diversas culturas. Quanto as normas citadas acima, todos estão de acordo. Mas quanto aos detalhes e outras normas morais, as coisas não são tão fáceis assim. Há muitas discussões e muita inconformidade.

Seguir regras morais é justamente discutir e propôr normas validas para todos. É fazer a seguinte pergunta: “a pena de morte é um bem ou um mal?” “O aborto é uma boa ou uma má conduta?” E assim estamos fazendo ética a fim de estabelecer uma boa conduta entre os humanos. Não é necessário que se trate de questões graves somente. Pode-se tratar de questões simples como a regulamentação da vida em comum num colégio. Digamos que estudantes e professores discutem como devem ser o comportamento deles durante o ano letivo, já estão fazendo ética. Se estabelecer princípios de conduta, também está fazendo ética.

Por conseguinte, se os alunos e professores chegarem à conclusão de que, durante o ano letivo, deverão relacionar segundo os princípios da solidariedade, da compreensão, da entre ajuda, do diálogo, da liberdade e da igualdade entre as pessoas, estão fazendo ética e estabelecendo normas morais. E isso é muito bom, por favorecer e criar um clima de confiança e compreensão entre professores e alunos. Com certeza vai aumentar a produtividade e a criatividade dos estudantes. Esse exemplo deveria ser seguido em todos os lugares e ambientes, entre pais e filhos, patrões e empregados. Isto significa que fazer ética é democrático e que as normas morais devem ser estabelecidas de modo democrático. O que vale são os argumentos em torno do combinado.

No Brasil nós temos uma moral machista e autoritária, propriedade daqueles que têm o dinheiro e o poder. O que é muito ruim para todos, pois só cria escravos. Precisamos de uma moral democrática. E para isso é preciso fazer ética. É preciso pensar diferente e discutir a vida. Neste país, pouca gente leva a sério ou faz ética de verdade. Ora, sem fazer ética, através de diálogo aberto e franco, sem modificar essa moral autoritária, não se pode falar em democracia. É evidente que não se trata de liberar a conduta humana. Trata-se de regulamentá-la dentro de padrões honesto, mas democraticamente estabelecidos. Penso que só assim todos assumirão com mais responsabilidade e haverá menos transgressões. Nós somos um país de muitas normas morais rígidas e autoritárias, de muitíssimas leis, mas com muito descumprimento das mesmas. Isso porque não temos consciência moral, talvez porque as normas morais existentes foram impostas pelas elites dominantes. Nunca fomos convocados para decisões, sobretudo, a respeito da nossa conduta humana.

Segundo o filósofo e educador Olírio Plínio Colombo (1937-2010), a moral se refere as normas concretas. Ela diz diretamente o que é uma boa ou má conduta. A ética aborda mais os princípios gerais da conduta humana. A norma moral diz não mate, enquanto a ética fala do respeito ao nosso semelhante. Os dez mandamentos são regras que orientam a nossa moral. Por outro lado, as bem-aventuranças, são exemplos de ética. A nossa moral é feita de normas. Penso que poderia ser feita através de princípios e valores que herdamos ao longo da vida.

Portanto, a moral é uma auto-restrição, que tem como ponto de partida a felicidade humana. Moral imposta é uma impostura. É preciso dizer que a moral é comunitária, da qual a ética faz parte. Ambas se referem a convivência humana e devem ser feitas em favor de uma vivência dos valores fraternos e da harmonia. A grande finalidade da ética e da moral é a busca da harmonia, da felicidade e da união cósmica com o universo.

28 de setembro de 2013

COM A EDUCAÇÃO NASCE A ESPERANÇA

Em nosso país ninguém duvida da necessidade e da urgência de rever a nossa educação, enquanto instrumento de transformação de um povo. Dentre as muitas carências existentes no contexto nacional, a educação está entre as primeiras necessidades sociais. São milhões de brasileiros que sobrevivem abaixo da linha de pobreza. Um país economicamente rico, com um povo pobre e basicamente analfabeto. Nesta circunstância triste e cruel, será preciso pensar num projeto educacional sério, efetivo que demonstre resultados. Todavia, não basta dar escola para todos, será preciso, isto sim, pensar em desenvolver no interior das escolas publicas um ensino de qualidade que vá eliminando, gradativamente, a velha dualidade da educação publica e privada. Precisa-se de uma escola que possa ser frequentada por todos. Pobres e ricos sem qualquer distinção de raça, cor, religião ou sexo, como estabelece a Constituição Federativa Brasileira.

Em que consiste a educação hoje? Que modalidade ou aspecto dela é mais interessante? Quem realiza a educação como um processo? Quais são as metas ou fins a que se propõe a educação? A educação não é algo que se possa fazer de fora para dentro da pessoa, como uma imposição. Não é um construir sistemático e científico a priori de um grupo de políticos, ou seja, politiqueiros metidos a entender do assunto educação, que propõe algo como roupa feita, sem provar antes, pronta para ser usada. A educação é uma realidade vital e condicionada por circunstâncias concretas e chamada a superá-la a partir da própria situação em que se encontra o sujeito da educação. No caso aqui exposto, o sujeito é o aluno. A pergunta correta a se fazer é a seguinte: “A escola da resposta as necessidades presentes?” “Nosso sistema educativo continua sendo para o aluno um sistema educativo que o atrai?”

A educação é normalmente considerada nos diferentes países, como uma das prioridades a ser atendida nos planos dos governantes como principal necessidade social. Mas, esse mesmo pressuposto assinalado acima não demonstra nem de longe a importância de rever e melhorar o modelo educacional que ai está. Principalmente no estado mais rico da Federação, que é o estado de São Paulo. Por conseguinte, essa desatenção que se presta a maioria das Secretarias de Educação do país, subsidiadas pelo Ministério da Educação, chega ser gritante. Contudo, deixa tranquila algumas consciências e muito intranquila outras, como dos profissionais da educação. Que estão completamente perdidos e abandonados. Só o governo não sabe que a educação é um tema atual, mas, ainda não civilizado e muito menos assimilado por ele. Um dizer de todos, mas um fazer de poucos. Uma preocupação da maioria que estão no poder, e um grande desafio que é enfrentado primordialmente, por um grupo de educadores sérios e comprometidos com o sistema de ensino, lutando para que um pequeno grupo de alunos que realmente estão interessados no processo de aprendizagem. Tarefa nem um pouco fácil para esse grupo de seres humanos, que dão suas vidas para que a educação permaneça viva no seu leito quase terminal.

Entretanto, por conta desse acontecimento, que parece definitivo, a tal globalização econômica. Infelizmente, a sociedade está mergulhada nessa ideologia e sendo arrastada por esse capitalismo autoritário que na verdade, é uma nova forma de totalitarismo. Somos levados a um pensamento único, o imperativo capitalista dita as regras do jogo, estamos reduzindo a espessura da nossa consciência, portanto, isso não é, e nunca foi democracia e sim ideologia.

Portanto, a educação deve ser pensada de dentro para fora e não ao contrario, como pensam os nossos governantes. Se queremos ter um ensino de qualidade e um povo civilizado, é preciso mudar essa política. Tendo em vista, que nenhum Ministério de Educação do mundo, existem crianças e jovens para dizer o que gostariam de aprender. Até porque ninguém e muito menos o governo, estão interessados em ouvir as crianças e jovens, o que de fato pensam e sentem, sobre a atual e famigerada educação. Está na hora de começarmos a nivelar por baixo se desejamos um dia ser de fato grandes em matéria de educação e conhecimento. Se quisermos ser civilizados, primeiro temos que ser educados.   

13 de setembro de 2013

EDUCAÇÃO REFÉM DA MEDIOCRIDADE

Certa vez lendo um texto do filósofo e educador Rubem Alves (1933), sobre educação, descobri que sou professor por vocação e não por profissão. Gosto de dar aula, primeiro porque gosto de gente e segundo, porque sou amante do conhecimento, do saber com provas, procuro sempre interagir com os fotos da natureza na sua totalidade. O conhecimento não tem fronteiras, cada descoberta é uma nova aventura. Digo sempre que: “quanto mais eu sei, mais eu sei que menos eu sei”. Ao adentrar a uma sala de aula é sempre instigante e desafiador, tanto para professor, como para os alunos, é um mundo novo e não sabemos onde isto vai nos levar. Sabemos que após frequentar uma sala de aula, nunca mais voltaremos a ser o mesmo. Inicia-se aqui uma nova etapa da vida, a da aprendizagem, a busca do conhecimento lógico e organizado. Afinal, nós educadores também aprendemos com os alunos. É na sala de aula que começamos aprender o que é de fato viver e conviver em comunidade.

Entretanto, a grande dificuldade é que na maioria dos casos, os professores são pessoas que, além de não gostar de alunos, tem uma inteligência mediana, porque são mais técnicos e pouco criativos. Segundo argumenta o filósofo e educador Luiz Felipe Pondé (1959), que a maioria dos professores quando jovens foram alunos medíocres  por isso que foram estudar ciências humanas porque sempre foi mais fácil entrar na faculdade nesses cursos, que na verdade, estão preocupados em formar tecnicistas e burocratas. As faculdades por sua vez, não estão preocupadas em formar pesquisadores, porque o foco é nos resultados e não na formação. Albert Einstein (1879-1955) disse: “o homem de ciência, descobre os fatos da natureza, mas o homem de consciência realiza valores dentro de si mesmo”.

Hoje o que encontramos na educação, com muita frequência é professor fracassado que ganha mal e odeia alunos. Sem falar de professores que normalmente não gostam de ler e muito menos de estudar, mas criticam os alunos por colar da internet o trabalho pronto, solicitado pelo mestre. Talvez pela própria incompetência do professor que não sabe despertar no aluno o gosto pelo estudo ou até mesmo, por falta de conteúdo do nosso divino mestre. Sem falar da falsa modéstia de alguns professores que fingi o tempo todo que acreditam na importância da educação e no seu papel impecável de educador, que o transformou em omisso e bem adaptado pelo sistema que o apresenta.

Se levarmos em conta a enorme insegurança à própria capacidade intelectual de cada professor, teremos o perfil do quanto vai mal a nossa famigerada educação. Tal insegurança associada principalmente a falta absoluta de originalidade desses profissionais, que normalmente vem junto a falta de conhecimento da maioria dos alunos. Isto implica em grande parte o quanto nossos alunos também são medíocres. Ainda existe aquele profissional da educação que persegue os colegas professores porque pensam diferente ou porque são melhores do que os demais.

Para o filósofo e educador Pondé, nada é mais temido por um covarde do que a liberdade de pensamento. Toda forma de totalitarismo só sobrevive graças às hordas de inseguros, medíocres e covardes que povoam a educação e o mundo da cultura, assim como também da arte. Porém, é comum nas escolas tanto nas estaduais, como municipais e privadas. Todo o começo de cada ano letivo (como final de ano, que todos vestem branco para a chegada do ano novo) aparece em horda a mediocridade também vestida de branco, trazendo bonitas e novas teorias pedagógicas que logo no primeiro semestre morre na praia, apresentando um rendimento insatisfatório na sala de aula. Normalmente com baixíssimo impacto e pouco ou quase nada a ver com o contexto educacional e com a realidade dos alunos.

Entretanto, basta analisarmos as estatísticas, pois as pesquisas estão ai para comprovar a cada ano a péssima qualidade do ensino no Brasil, através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que mais de um milhão de jovens, com idade entre 12 e 17 anos, não sabem ler e nem escrever. São os chamados analfabetos funcionais, lê mais não entende o que leu. Consequentemente esse agravante tem como base às leis que asseguram, através da Constituição Federal, o direito a todos os cidadãos ao estudo, mas estas leis não são capazes de garantir uma política educacional eficiente com escola de qualidade para qual o jovem se sinta atraído.

Todavia, essas teorias sempre aparecem revestidas de burocracia da produtividade e do corporativismo. Contudo, a progressão continuada segue seu curso natural, fazendo de conta que ensina e formando medíocres para continuar a mesma politica educacional. E o estrago continua, fazendo vitimas e aumentando a miséria. A suspeita de que a mediocridade reina entre os funcionários da educação e do intelecto aparece, por exemplo, na obra de dois grandes intelectuais do século XX. Northrop Frye (1912-1991), que foi um critico literário canadense e Russell Kirk (1912-1994), filósofo político, critico social e literário, historiador influente do pensamento conservador americano.

Northrop Frye, na introdução do seu livro Código dos Códigos, um monumental tratado sobre a Bíblia, como grande matriz da literatura ocidental, argumenta que a universidade é tomada por pessoas de personalidades insegura e medíocre que se escondem atrás de teorias consagradas a fim de garantir seu espaço intelectual nas instituições do conhecimento. Não apenas as universidades, mas também a mídia é povoada por pessoas que afirmam o que a maioria quer ouvir, porque isso garante adesão e reduz riscos e confrontos. O chamado politicamente correto, segundo o filósofo e educador Pondé. 

Por outro lado, temos o filósofo e historiador Russell Kirk, que faz uma critica dura aos profissionais da educação. Argumenta ele que “um funcionário como esse teme antes de tudo a inteligência, por isso age de modo violento quando a percebe, muitas vezes em nome do coletivo e da burocracia”. “Desconfio de todo mundo que usa a palavra coletivo numa reunião de professores”, afirma Pondé.

Por conseguinte, juntando esses dois argumentos, chegamos à mediocridade coletiva que caracteriza a vida intelectual e acadêmica. Nada há de se esperar da educação, enquanto permear essa mentalidade tecnicista e impregnada do politicamente correto. O propósito primário de toda boa educação, é o cultivo do intelecto e o despertar da imaginação e a criatividade do próprio aluno, para seu bem estar e de toda comunidade. Não podemos virar as costas e nos deixar ser esquecidos, nesta era massificada em que o Estado aspira a ser tudo em tudo. É preciso que se faça eco, mostrando que a educação genuína e verdadeira é algo além de mero instrumento de plataforma política e cabide de emprego. Um povo educado é um povo civilizado.    

8 de setembro de 2013

ESTA VIDA DA GENTE

O que sonhei não foi o que encontrei pela vida afora. Apanhei da sorte e lutei contra a morte. Sai derrotado mas, com o coração renovado. Pois, em nenhum momento me senti um fracassado. Por acreditar no amor que hoje sofro com essa dor. Se um dia isso tudo passar, é porque de fato não era amor. O poeta e jornalista Guilherme de Almeida (1890-1969), escreveu um texto maravilhoso falando sobre a vida, do ponto de vista poético. Não tenho esse texto mais vou puxar pela memória e tentar adaptar suas ideias.  

Um sábio me disse: “Esta nossa existência não vale a angustia de viver. Se fossemos eternos, a ciência, num transporte de desespero, inventaria a morte. Uma célula orgânica aparece no infinito do tempo e vibra, cresce e se desdobra e estala num segundo. Homem, eis o que somos neste mundo”! Falou-me assim o sábio e eu comecei a ver, dentro da própria morte o encanto de morrer.

Um monge me disse: “Ó mocidade, és relâmpago, ao pé da eternidade! Pensa, o tempo anda sempre, o rio anda e não repousa. Esta vida da gente não vale grande coisa. Uma mulher que chora, o homem que implora o seu amor. Momento em que ambos sofrem da mesma dor. O riso às vezes, quase sempre o pranto. Depois, o mundo, a luta que intimida, quatro círios acesos, irmão eis a vida”! Isto me disse o monge e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto de morrer.

Um mendigo me disse: “Para o mendigo, a vida é o pão e o andrajo é a proteção que o cobre nas noites mal dormidas. Não creio muito nessa fantasia de que somos imagem e semelhança Deus. Até porque, Deus me da fome e sede a cada dia, mas nunca me deu pão e nem me deu água. Nunca! Deu-me a vergonha, o medo, a mágoa de andar, de porta em porta, todo esfarrapado. Deu-me esta vida, somente a calçada para descansar e um pão seco para matar a minha fome”! Foi o que me disse o mendigo e eu continuei a ver, dentro da própria morte, o encanto do morrer.

Uma mulher me disse: “Vem comigo! Fecha teus olhos e sonha, pois, será o meu único e grande amor. Sonha com um lar, uma doce companheira, que a queira muito e que ela também te queira. Um telhado, um penacho de fumaça e uma rede para juntos balançar. Uma cortina na janela e passarinhos cantando em volta da casa. Que maravilha viver e com você aprender. Pois, dentro da nossa casinha a vida acontece de verdade, como ela é de fato”!

Portanto, pela primeira vez eu comecei a ver dentro da própria vida, o encanto de viver. Contudo, viver significa aprender com os erros, nascer todos os dias, para dar um sentido novo a vida. 

18 de agosto de 2013

OLHAR COM AMOR É ANTES DE TUDO SER AMIGO

Olhar com amor o meu semelhante é antes de tudo um convite a sua amizade, porque o verdadeiro amor nasce a partir dessa amizade constituida. Primeiro tenho o amigo e em seguida a possibilidade de amá-lo com toda a força do meu ser. Aprendi com a experiência, que a única maneira de se ter um amigo é ser um deles. Aprender em primeiro lugar a nos conhecer como pessoas que vive dentro de uma civilização e a partir daí, compreender o outro na sua totalidade. Estabelecer relações de empatia e compaixão é criar vínculos afetivos. Não há quem nunca vai precisar de um amigo. Somos felizes só de saber que é possível se ter amigo pautado na confiança e no respeito. Tudo depende de como conduzimos essa amizade. Consolidar com a nossa essência e ao mesmo tempo justificar o porque somos chamados de seres humanos.
Para fundamentar o que aqui vou dizer, pretendo construir essa reflexão baseada no conhecimento empirico. Todos nós sabemos que em algum momento de nossas vidas conhecemos ou iremos conhecer pessoas maravilhosas e iluminadas, que certamente vai mudar a nossa vida e nos ascender com seu brilho. Existem pessoas que nos deixam muito felizes pelo simples fato de um dia terem cruzados o nosso caminho. Sem falar daquela pessoa que chamamos de amigo e que hoje percorre ao nosso lado, vendo muitas noites de luas cheias passarem, sem ter virado lobisomem, mas que transformaram nossas vidas num paraiso de ternura e alegria. Enquanto outras pessoas apenas vemos entre um passo e outro.
Temos o hábito de considerar e chamar todas as pessoas de amigos. No entanto, há varios tipos de amigos. Para ilustrar cada um deles vou usar o exemplo das folhas de uma robusta árvore. Tendo em vista o emprego que fazemos para fundamentar as heranças genéticas e hereditária de uma família ao denominá-la de árvore genealógica.
O primeiro que nasce do broto dessa árvore é o amigo pai e a amiga mãe. O papel deles é nos mostrar o que é a vida, o que é viver. Em seguida vem o amigo irmão com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos todo o bem do mundo. Mas com o andar da carroagem o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iriam cruzar o nosso caminho. Se apresentaram como pessoas sinceras, verdadeiras, que na caminhada nos conquistaram. Eles sabem quando não estamos bem, sabem o que e como nos fazer feliz.
Seguramente pode acontecer que um desses amigos do genero masculino ou feminino, provoca um clique em nosso coração e ai passamos a chamá-lo de amigo intimo ou de meu amor. Não sabemos ao certo quando isso acontece e nem porque acontece. Simplesmente nos pegamos pessando e desejando essa tal pessoa. O que sabemos é que esse encontro muda nossa vida, da brilho ao nossos olhos, traz melodias ao nossos ouvidos, principalmente, quando te chama de meu bem. Nossas pernas fica tremula a cada encontro, palpitações em nosso coração. Ficamos a beira de sofrer um ataque cardiáco de tanta emoção.
Por outro lado, há amigos por um tempo, talvez um período de férias, por um dia ou quem sabe por uma noite de amor. Esses costumam colocar muito sorrisos em nossa face, durante o tempo que estamos por perto. Por falar em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes, que estão ausentes. Aqueles que ficam na ponta dos galhos, mas quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra. O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas. Algumas nascem no outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que cairam continuam por perto, continuam alimentanto nossa raiz com alegria e ternura. São lembranças vivas de momentos maravilhosos enquanto cruzaram pelo nosso caminho. Não há como esquecê-las.
Portanto, desejo a todas as folhas vivas dessa árvore, muita paz, saúde, sabedoria, serenidade e amor. Hoje e sempre, simplesmente porque cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida. É a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso. Contudo, aprendemos que só vamos ter amigos de fato se agirmos como um amigo de verdade. 

11 de agosto de 2013

A BIOQUÍMICA DO AMOR

Os estudos sobre a bioquímica do corpo comprovam que quando duas substâncias químicas ativas são submetidas à influência de determinado elemento, seja o calor, seja a água ou a eletricidade, ocorre uma reação química, isto é, todo processo depende do intercâmbio entre formas de energias. O mesmo acontece quando duas pessoas se encontram por acaso, podem sentir-se atraídas instantaneamente ou somente tempos depois. Há algo em nosso corpo que estimula e desperta sensações mobilizadoras. Através desta linguagem corporal, os dois envolvidos se desejam e se excitam cada vez mais e procuram estar juntos por mais tempo e se possível para sempre.

Alguns estudiosos do comportamento humano afirmam que existe uma química sexual que promove esses encontros. Todavia, entre os pares românticos, parece dominar uma energia muito forte e envolvente, projetando qualidades mais excitantes, que são percebidos no momento em que estão ocorrendo trocas calorosas e prazenteiras. Olhares que se cruzam, o coração que passa a bater mais forte, nosso comportamento muda diante da pessoa pela qual nos sentimos atraídos. Os estudos comprovam que o fenômeno da atração sexual é uma forma de metacomunicação que pode facilmente ser identificado. Descobriu-se que as fêmeas dos macacos, produzem nos seus órgãos genitais uma substância química chamada copulina, que aparece quando a fêmea está no cio, indicando o seu estado de prontidão sexual, substância esta, que tem a propriedade de atrair o macho.

Com os seres humanos não é muito diferente. Existe um aroma corporal, um cheiro especial que atrai a companhia certa, assim como também pode repelir a pessoa indesejável. Segundo George Dodd, do Instituto de Pesquisas Olfativas da Universidade de Warwick, lançou um extrato de feromônio, trata-se de uma sustância sintética, muito próximo do feromônio individual de cada pessoa que ajuda a reforçar a tese de que esse cheiro desperta a libido em ambos. Para o pesquisador, esses feromônios são uma linguagem inconsciente poderosíssima, pois são portadores de mensagem que estimulam o desejo sexual atuando na psique humana. Descobriu-se que certos perfumes misturados com feromônios naturais dos animais, tais como o almíscar e o castóreo, retirado do cervo-almiscarado, uma substância de forte odor, secretada por uma glândula dos animais e de algumas plantas de odor similar, assim como também do castor. Esses odores exercem forte atração sexual para os humanos e, por isso as indústrias de perfumes passaram a ter grande interesse nas pesquisas sobre feromônios, também chamados cheiros de amor.

Entretanto, a descoberta dos feromônios humanos corrobora com essa atração energética, já bem conhecida, que demonstra existir uma relação entre hormônios e as energias emitidas pelas pessoas. Alguns estudos feitos vêm demonstrando que o sistema energético está diretamente relacionado com o sistema glandular. Desse modo, as moléculas odoríferas carregam cargas energéticas peculiares a cada ser humano. Porém, a nossa pele não emana somente cheiros, mas também energias específicas identificadoras da personalidade integral de cada pessoa. Todavia, o relacionamento afetivo sexual não é tão somente corporal. Existem outros fatores que interagem e determina o processo de atração, isto implica que o ser humano não é apenas o seu corpo. Algo nele o transcende.

Por conseguinte, os psicoterapeutas de orientação reichiana sabem pela experiência clínica que sem a eliminação de bloqueios inibidores é impossível à viabilidade do relaxamento orgástico total. Aprendemos desde muito cedo com a nossa educação repressora, a sermos enrijecidos, duros, calculistas, severamente reprimidos e controladores demais para poder ter flexibilidade necessária a interações tão profundas e gratificantes. Os bloqueios emocionais erguem-se como uma blindagem. Contudo, preferimos viver com medo da entrega prazenteira e orgástica e, agimos contra a nossa própria natureza. Deixamos de sentir o prazer que nosso corpo nos da, que é verdadeira benção da natureza aos seres que se reproduzem por meio de copulação. Cada pessoa traz uma carga genética hereditária, portanto, toda sua estrutura é psicossomática. Diz a física moderna: “a energia existe em todo o universo e é indestrutível, isto é, qualquer manifestação na terra é de natureza energética”.

Segundo o psiquiatra, psicoterapeuta e estudioso da bioenergética, John Pierrakos (1921-2001), que foi discípulo e colaborador de Wilhelm Reich (1897-1957), propôs o principio da reciprocidade onde pressupõe a existência de uma força vital idêntica. Todas as formas energéticas existentes interatuam trocando ou retendo substâncias necessárias a sua manifestação de vida, em geral são atividades denominadas elétricas ou eletromagnéticas. Contudo, somos atraídos pelo outro por essa energia magnética que nos leva ao equilíbrio para que assim, a nossa sexualidade se manifeste livre. Tendo em vista que somos um corpo informado de uma espiritualidade energética. Porém, num dado momento esse corpo sofrerá a morte real, mas, a sua energia continuará viva na memória de alguém, que um dia foi por esse corpo atraído.

Portanto, para os orientais o sexo é transcendência, para os ocidentais, de modo geral, ainda é bicho temido e fator de controle. Basta observar como muita gente ainda hoje, toma conta da vida sexual dos outros. Fala-se muito do amor, mas é proibido realizar o amor como ele de fato se apresenta na natureza. Pois hoje sabemos que muitas das doenças propagam-se devido à impossibilidade de realização amorosa. Nossa civilização precisa aprender os caminhos do amor. Quem aprende a amar o semelhante, seja mulher ou homem, torna-se capaz de entender o amor na sua totalidade, torna-se capaz de distribuir cuidado e atenção a um número cada vez maior de pessoas. Contudo, na cadeia evolutiva o sentimento transforma-se em cuidado com todos os membros da família humana, independente de raça, cor, origem, partido político, religião, bem como a todos os seres vivos, animais e plantas. A história nos tem mostrado grandes exemplos de fraternidade, de pessoas como Galileu Galilei, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Louis Pasteur, Tereza de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier, e tantos outros que seguem na opção do anonimato. Agem por altruísmo, movem-se como cidadãos do Universo. Enfim, para quem descobriu as práticas assistenciais do amor universal não existe solidão, pois alcançou a auto-cura através de estados expandidos da consciência cósmica. A bioquímica representa o olho sobre a terra que percebe e interpreta a realidade do amor máximo, fundindo, conectando, vibrando energia e consciência cósmica a cada ser humano.

31 de julho de 2013

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE

"A liberdade é para o homem o que o céu é para o condor", como diria o poeta brasileiro Castro Alves (1847-1871). A vida é liberdade e, acima de tudo responsabilidade. A minha liberdade tem limites, ela termina onde começa a liberdade do outro. Respeitar o outro na sua individualidade é consolidar o amor que sinto pelo meu próximo. Todo mundo quer ser livre. Por causa da liberdade, quantas discussões nas famílias, nas relações amorosas e na sociedade. O analfabetismo, o desemprego, a fome, as doenças, proveniente do descaso pela educação e justiça. Impedem que a liberdade brilhe no horizonte, como diz o Hino da Independência. Entre nós a liberdade ainda é uma aspiração, uma esperança, que já custou à cabeça de Zumbi (1655-1695) chefe dos Palmares, de Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792) o Tiradentes e de tantos outros que morreram lutando contra os grilhões da escravidão. Somos cerceados por pessoas do mal que querem destruir o pouco de liberdade que temos. Querem tirar até o nosso direito a dignidade. Afinal, o que é liberdade?

Entretanto, liberdade é, essencialmente, a capacidade de escolha. Onde não existe escolha, não se pode dizer que existe liberdade. Nossa vida é feita de escolhas. Mas as escolhas nem sempre são fáceis e simples. A escolha supõe duas ou mais alternativas. Com uma só opção, não existe escolha nem liberdade. Escolher é optar por uma alternativa e renunciar a outra. Como acontece com o amor, embora não escolhemos a quem amamos. Somos surpreendidos por esse sentimento que brota do nosso inconsciente. Ele não avisa e nem pede licença para tomar conta do meu "ser". É inato aos seres humanos, está no inconsciente coletivo. Por isso somos impulsionados por esse sentimento em função de um terceiro. Que pode ser um filho ou um projeto de vida a dois, com a pessoa que amamos. Afinal, não escolhemos a quem amar. Somos escolhidos por impulsos naturais. São esses impulsos instintivos os responsáveis pela nossa união amorosa e afetiva. A lógica do amor está na afinidade que temos um pelo outro.
      
Segundo o filósofo e epistemólogo francês Georges Gusdorf (1912-2000), nossa liberdade é condicionada, uma liberdade em condição humana, nossa vida se desenvolve entre limites inacessíveis de uma liberdade zero e de uma liberdade infinita. Por mais escravizada que se ache uma pessoa, sempre lhe sobra algum poder de escolha. É evidente que ninguém pode escolher entre nascer e não nascer, nem escolher sua família e muito menos o país em que nasceu. Somos determinados por uma série de fatores que não dependeram e nem dependem de nossa vontade. Por outro lado, abdicar da liberdade é destruir a própria natureza humana, como afirmou o filósofo iluminista e escritor suíço Jean Jacques Rousseau (1712-1778). É a própria liberdade que nos oferece a possibilidade de corrigir o mau uso que se faz dela.

Segundo o Papa Francisco que esteve no Brasil em julho de 2013, para a Jornada Mundial da Juventude nos deixou a seguinte mensagem: “o futuro do mundo está em nossas mãos”. E disse mais: “Esse mundo da feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro, e as pontas da sociedade, os extremos, são mal atendidos, não são cuidados e são descartados. Vimos muito claramente como se descartam os idosos. Não servem, não produzem. Os jovens também não produzem muito. É uma ponta em vias de ser descarta. O alto percentual de desemprego entre os jovens na Europa é alarmante. Para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos: os que são promessa para o futuro e os idosos, que precisam transferir sabedoria para os jovens. Descartando os dois, o mundo desaba”. Isto é, seguindo essa linha de raciocínio descrito pelo Papa Francisco, no meio está a "globalização da Indiferença", ficando na ponta "o jovem" que ainda não ingressou no mercado de trabalho, portanto, não é produtivo. E na outra ponta "o idoso", que já produziu e muito, que ainda pode contribuir com a sua experiência, mas, infelizmente, é jogado e descartado como alguém que não tem cérebro e nem sentimento. É assim que o idoso é tratado em nosso país. Sem falar das crianças e jovens abandonados, mesmo dentro de sua própria casa. Muitas vezes tratados com indiferença pelos familiares.

Por outro lado, é verdade que o nosso corpo também reage de acordo com leis rígidas de causa e efeitos, segundo a nossa natureza. Mas o ser humano é mais que seu corpo. A complexidade humana ultrapassa os determinismos naturais. Nem sempre respondemos da mesma forma aos mesmos estímulos. Disse o escritor russo Dostoievski (1821-1881): “o homem é essa realidade em que dois e dois não são quatro”. Às vezes cometemos deliberadamente o mal para satisfazer um prazer passageiro ou para conseguir algo que não obteríamos por meios lícitos. Nem sempre a razão comanda nossas ações. Agimos também conduzidos por paixão, por impulsos inconscientes, isto é, pela emoção. Erramos mais que acertamos, mas fazemos coisas extraordinárias por amor. Como diz na Bíblia em Colossenses, capítulo três e versículo quatorze: “Que acima de tudo que fazemos, esteja o amor, que é o vinculo da perfeição”. Ora, se tudo que fizermos for com amor, a começar pelos estudos, passando pelo trabalho, até ao lazer, estamos no caminho da perfeição.

Portanto, encerro esta reflexão sobre a liberdade e responsabilidade de maneira inusitada, falando do que penso e sinto sobre a lógica do amor. Tendo em vista, que a perfeição faz do amor a sua moradia. Entretanto, se o amor que sinto é por necessidade eterno, tem que ser contínuo. E se por necessidade esse amor é eterno e contínuo, ele tem que ser singular. E se por necessidade ele é eterno, contínuo e singular, esse amor só pode ser um movimento causado por algo eterno que transcende ao nosso pensamento. Logo, conclui-se que esse amor vem de uma fonte "infinita e perfeita", que não se explica. É verdade, que não escolhemos a quem amamos, mas somos livres para amar a quem de fato amamos.

UMA HISTÓRIA DE AMOR QUE SÓ O TEMPO ENTENDE

Vou dividir com você essa História de Amor, porque ela tem muito do que vivi nesses últimos anos e mais precisamente nos últimos meses. Até ...