28 de outubro de 2022

VALE A PENA INVESTIR EM AMORES PELA METADE?

O amor é complicado, especialmente quando estamos presos a tantas expectativas de “o que deveria ser”. Filmes e livros românticos nos deram a ideia de que o amor é apenas grandes faíscas e borboletas no estômago, quando na vida real é preciso muito trabalho para fazer as coisas funcionarem.

Todos nós nos apaixonamos à primeira vista e acreditamos que essa pessoa é aquela com quem teremos nosso “felizes para sempre”. Vale a pena sonhar e talvez haja alguns para quem o conto de fadas foi cumprido ao pé da letra, mas o que acontece quando não é? Isso pode ser muito comum antes dos 25 anos, mas quando você chega aos 35 anos, as coisas mudam. No entanto, é quando você se torna mais consciente do que deseja.

Aos 35 anos, os relacionamentos românticos e de amizade assumem um significado completamente diferente. Não se trata mais de estar com alguém porque “há química”, mas porquê se complementam e se ajudam a construir um futuro para ambos. O medo sempre estará presente, principalmente quando já passamos por muitas decepções. Mas temos a certeza de uma coisa, é que não vale a pena investir tempo e energia em amores pela metade.

Não importa quanto tempo tenha passado, se você não tem alguém ainda, deve saber de uma coisa: você merece o amor mais bonito e isso começa com você mesmo. O amor atrai amor, mas primeiro você deve senti-lo em relação a si mesma. Pare de forçar as coisas, se contentando com alguém que não está disposto a investir o tempo que você investe. Não se apegue ao que não quer ficar. Lembre-se que o amor verdadeiro se constrói a cada dia e acontece quando duas pessoas aprendem a dar as mãos para caminharem juntas lado a lado.

26 de outubro de 2022

UM TEXTO FORA DO CONTEXTO, VIRA PRETEXTO

Sabe qual o grande problema quando nós não estamos nessa luta pessoal para resolver os problemas da nossa vida intima, o mais grave é que não resolvemos. Não resolvemos porque nós não explicitamos a Deus nas nossas orações, aquilo que verdadeiramente precisamos. A nossa realidade, a nossa vida em geral, seja lá o que for, ela nunca é aquilo que a gente vê ou mostra. Perdemos com facilidade a admiração pelos humanos e, contudo, o amor cai junto. Quando olhamos para o outro, sempre olhamos com os olhos que fomos treinados para ver. O segredo é treinar o coração para ver e enxergar. No livro “O Pequeno Príncipe” diz a raposa: “só se vê bem com o coração”. E sabe por quê? Porque o essencial é invisível aos olhos.

O que significa que a raposa ao dizer para o pequeno príncipe, que só se vê bem com o coração ela estava dizendo que os olhos vêem a realidade do mundo das aparências e não dos fatos. Nunca olhamos para as pessoas, e quando olhamos não as enxergamos e sim projetamos nela as nossas fraquezas e frustrações. E quando a vemos projetamos as coisas negativas do nosso passado, da nossa história de vida. De modo que a luta pessoal para resolver os problemas da vida intima, exige muita paciência, perseverança, persistência, é um cair e levantar constante, sem desistir. Só os covardes desistem, para tudo sempre tem uma saída jeitosa. Neste caso o amor é mais falado do que vivido e por isso vivemos um momento de secreta angústia.

Enquanto não enxergarmos aquilo que é, somos um cego diante da vida. Um texto fora do contexto, vira pretexto. Somos treinados a olhar para as pessoas e isolamos o momento, fechamos a lente e não concentramos na visão do nosso coração. Contudo, estamos todos numa solidão e ao mesmo tempo cercados por uma multidão. A pessoa não é aquilo que gostamos, então levamos essa imagem para os outros (fulano não vale nada, é um canalha mentiroso, um insensível desalmado). Se quiser enxergar uma pessoa como realmente ela é se afaste um pouco e a visualiza de fora, procurando ver e analisar o contexto dela. Pessoas pessimistas só deturpam a realidade dos fatos. De modo que vivemos uma sociedade desfigurada, fragmentada com grande necessidade de fé em Deus. Só um milagre pode provocar uma grande mudança coletiva dos humanos.

Portanto, o milagre precisa acontecer dentro do coração de cada um de nós. Só para usar uma linguagem platônica, tudo que existe de concreto na vida, começou primeiro no mundo das ideias. Porém, antes de existir na nossa cabeça, já era gestado no nosso coração. No entanto, não experimentamos milagres fora, porque não pensamos em milagres dentro, no coração. Pior, pensamos em desgraça, pensamos mal do outro, pensamos que nada vai dar certo, que tudo vai dar errado e ficamos jogando a culpa nos outros, no governo, no mundo, etc. Ninguém é culpado pelo mal que você está vivendo. Pare de culpar pessoas, pare de culpar seu passado. Comece a pensar num milagre, mas para pensar num milagre gesta primeiro o milagre no seu coração. O grande milagre foi quando aqui chegamos, geramos e transformamos vidas. Isto é milagre, pois aprendemos a enxergar com o coração o amor que ainda não conhecíamos. Aprendi com a vida, que para amar é necessário reconhecer que temos necessidade do outro.   

23 de outubro de 2022

O AMOR NÃO SUPORTA DISTÂNCIA E NEM INDIFERENÇA

A dor é tanta que a procura das palavras se transformam num peso enorme. Empurro as palavras como quem empurra blocos de granito. Gostaria mesmo é de ficar quieto, não dizer nada, não escrever nada. Sei que minhas palavras são inúteis. A morte do amor faz com que tudo seja inútil.  

Olho em volta as coisa que amo, os objetos que me davam alegria, as plantas, os rios, pássaros cantando e voando livremente. Hoje rego as plantas por obrigação. O dever me empurra: elas precisam de mim. E esse amor por onde andas? Será que ele esqueceu que clamo por ele todas os dias? Está tudo cinzento, sem brilho, sem cor e sem gosto. Nem o vinho que gosto bebo mais!

Recordo-me das palavras de Cecília Meireles. Palavras que, acredito, foram escritas muito antes desse amor nascer, antes que esse amor já tivesse transformado em beleza, por ser um amor proibido, está longe do meu alcance: “Eu não tinha este rosto de hoje. Assim calmo, assim triste, assim magro. Nem estes olhos tão vazios. Nem o lábio amargo. Eu não dei por esta mudança. Tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face”?

18 de outubro de 2022

SEMPRE HÁ QUEM QUEIRA O QUE O OUTRO DESPREZA

Para o filósofo e educador Marcel Camargo: "sempre vai existir alguém que queira o que o outro despreza. Se alguém não cuidar, outra pessoa vai. Se alguém não valorizar, outra pessoa vai. Entende uma coisa, sempre vai existir alguém disposto a fazer o que outra pessoa não faz".

Muitas vezes as pessoas vão perdendo alguém aos poucos, uma vez que estão por perto, mas, na verdade, nunca estão realmente com essa pessoa. Ninguém suporta por muito tempo ficar perto de alguém que não se importa consigo e nem retribui o carinho de alguém que não oferece apoio e nem permanece inteiro, em nenhum momento dos dias, como se tudo fosse mais importante do que a pessoa que está e sempre esteve ali ao seu lado.

Cabe, portanto, a nós mesmos perceber quando ali nada mais faz sentido, cabe a nós mesmos perceber que é um suicídio lento e gradual permanecer junto de quem não se esforça para reconhecer a nossa dedicação e nem aquilo que fazemos pela pessoa. Amar alguém sem ter amor-próprio nunca dá certo, pois assim sempre haverá alguém dando sem receber.

É preciso não nos esquecermos de que podemos sempre recomeçar, inclusive longe de quem tanto nos parecia vital, de quem parecia ser indispensável, longe daquele ambiente sufocante que achávamos insubstituível. Não se trata de ser um desistente, trata-se de sobrevivência, do corpo e da alma.

Acreditar que seremos o suficiente para alguém, que merecemos retorno emocional na mesma medida, que existe felicidade possível, que amar e ser amado é algo a que temos direito, tudo isso nos acordará por dentro, para que possamos trazer para junto das nossas vidas as coisas e as pessoas que acrescentarão sonhos e verdades ao que temos de mais especial dentro de nós.

O AMOR É MUITO MAIS DO QUE UMA ATRAÇÃO FÍSICA

Algumas pessoas nos atraem, de primeira, somente pela aparência, sem nem sabermos explicar o porquê direito. É a chamada atração física, que muitas vezes aproxima as pessoas, de início, para aventuras iniciais. No entanto, caso o físico não nos revele uma essência interessante, o relacionamento não dura, não se sustenta.

Embora hoje as aparências e superficialidades sejam supervalorizadas, em meio à rapidez que permeia todos os setores de nossas vidas, transformando-nos em robôs ligados no modo automático, na maioria das vezes insensíveis, não existe relacionamento capaz de sobreviver somente pautado sobre a materialidade. Se sobreviver, será aos pedaços, desconexo, inverídico.

Viver não é fácil, ainda mais com as dificuldades que crescem a cada dia. Sem que tenhamos alguém que nos receba com verdade e transparência ao final do dia, tudo ficará pior. Os pesos de fora se acumularão aos que nos aguardarão no lar, onde o amor não estará. Ou ficamos com a nossa própria companhia, ou com alguém que nos seja recíproco, porque, ao menos em nosso tempo livre, teremos que nos distanciar do que é falso, vazio e irreal.

Conviver com alguém requer entrega, partilha, sinceridade, o que não se sustenta sob aparências e frivolidades. A atração física pode até servir para a aproximação, porém, o que faz o amor durar é exatamente o que não se vê, o que é de dentro, íntimo e pessoal. Somente quem se desnuda para além do corpo é capaz de se entregar e de receber sentimentos verdadeiros. A superficialidade é como um muro que barra o que vem de dentro.

O corpo envelhece, a pele enruga, os cabelos vão ficando brancos, a força física se esvai aos poucos, porém, sentimentos verdadeiros e recíprocos permanecem acesos e renovados a cada amanhecer. Para o educador e filósofo, Marcel Camargo da Unicamp: “no final de nossas vidas o sexo já não fará diferença alguma, mas sim as conversas entre nós e a pessoa amada”. E é assim que o amor fica. E é assim que o para sempre não acaba.

9 de outubro de 2022

O PENSAMENTO É UM DIÁLOGO DA ALMA CONSIGO MESMO

Aprender apreciar o que outro tem bom, antes de perder energia em lamentar ou criticar o que precisa mudar. Criar e recriar sempre e continuadamente novas sensações, novas emoções, novas manifestações de carícias através de uma expressão simples de afeto, ternura e sedução, que é a principal matéria prima da carícia, para a manutenção do amor. 

Entretanto, o diálogo é capaz de unir pessoas de tal forma que elas se sentem valorizadas e aptas para viver o respeito e a solidariedade. Todavia, quando o relacionamento começa a perder esse alicerce do diálogo, as pessoas vão se distanciando e, o mais grave, vão criando uma espécie de alucinação mental. De modo que a pessoa começa a pensar que o outro não gosta mais dela.

Muitas vezes o casal chega a pensar que a sua relação foi pautada em um amontoado de mentiras. Quando na verdade, o que marcou o fim da relação foi à falta de dialogo e respeito. Quanto menor for à comunicação e a falta de respeito dentro de um relacionamento, maior é a distância entre ambos. Fica implícito que amar é dialogar, é saber falar ao outro das coisas que não estão indo bem e ter a humildade de se mostrar ferido.

Portanto, quando sua conduta não agrada, no momento em que essas coisas estão acontecendo e antes que elas se transformem em sentimentos amargos. É saber valorizar tanto o outro, a ponto de não deixar que nenhuma desconfiança paire entre ambos. Como argumenta Platão: “o pensamento é um dialogo da alma consigo mesmo”.

6 de outubro de 2022

A COVARDIA É SURDA E SÓ OUVE O QUE CONVÉM

Há mais de dois mil anos nascia um homem, chamado Jesus de Nazaré, que iria revolucionar o mundo. Trazia ideias profundamente renovadoras para a Humanidade, que seriam discutidas até hoje com profundidades. Mas ele pouco conseguiu. A não ser aumentar ainda mais o ódio daqueles que comeram do pão e do peixe. Sua mensagem era de amor entre as pessoas e paz na terra as pessoas de boa vontade.

Mas esse homem não foi feliz no seu gesto de apaixonado pelo seu semelhante. Na letra da música “Todos Estão Surdos” de Roberto Carlos, diz o seguinte: “Tanta gente se esqueceu que a verdade não mudou. Quando a paz foi ensinada pouca gente escutou”. A letra continua dizendo: “Meu amigo volte logo, venha ensinar o meu povo, o amor é importante vem dizer tudo de novo”. “Que o amor só traz o bem”, não se discute, todos sabem. “Que a covardia é surda e só ouve o que convém”, nós estamos cansados de saber, como muito bem diz a letra: Agora, voltar a ensinar tudo de novo?

Aqui já é um caso para se pensar. Se Jesus Cristo voltar, na certa vão te crucificar de novo e com requintes de crueldades. Não vão querer saber se sua filosofia fala de amor. Todos querem ser amados. Mas quem quer amar o seu próximo, que sou eu um deles? Se tivesse Jesus pregado o respeito entre as pessoas, talvez o efeito fosse outro. Respeitar é mais fácil que amar? Será?

Será que um dia as pessoas vão criar juízo e parar de espalhar o ódio e a tirania em torno de um sentimento tão lindo como o estado amoroso, os raros momentos de êxtases que temos na vida. Ou esse ódio é intrínseco na raça humana? Para o historiador Leandro Karnal, nós somos cordiais, que significa dizer: que em primeiro lugar nós agimos com o coração, inclusive quando odiamos. Nosso ódio também é cordial, passional. Historicamente o nosso mundo foi e continua sendo cercado por um ódio espantoso, implacável quando se trata de perseguição contra alguém.

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...