31 de dezembro de 2018

AGRADEÇO POR MAIS UM ANO QUE SE FINDA

Ser especial é ser sensível e olhar fundo nos olhos daqueles que nos tocam o coração. Só tenho a agradecer por mais um ano que se encerra, pela vida concedida como um dom, um presente de Deus. Digo de coração aberto, as três grandes paixões que me moveram todos esses anos - parafraseando o filósofo, matemático e lógico inglês Bertrand Russell (1872-1970) - foram: “o desejo imenso de amar, a busca do conhecimento e uma insuportável compaixão pelo sofrimento humano”. São 555 textos publicados até agora em mais de sete anos de Blog. Escrever é uma arte, mesmo porque a plataforma é o afeto e, sendo a superfície amorosa, acredito que escrevo por entender que tenho algo a dizer. Só espero ser compreendido e perdoado pelo que digo.

Para justificar o que vou dizer e agradecer nesta reflexão. Até hoje, tudo que escrevi, nasceu do meu cérebro e passaram pelo filtro do meu coração. Em cada reflexão procurei apreciar e enxergar a alma de cada pessoa que conheci e cruzou o meu caminho, principalmente, neste ano que se finda. Foram tantas pessoas que conheci, mas que cada uma trouxe algo de muito especial, que assimilei como ensinamento para vida e levo na lembrança a sua existência. Cada pessoa é a linguagem de Deus falando através delas. Quero agradecê-las com esse belo texto, que para mim tornou-se uma oração. Declaro a essas pessoas ilustres, com todo o meu carinho, de coração para coração:

Pai, já está terminando o ano de 2018 e agradeço pela vida que me confiou. Nesse momento recolho para o meu descanso merecido. Obrigado Pai por tudo, obrigado pela esperança que nesse ano animou os meus passos, pela alegria que senti juntamente com os meus filhos e os meus amigos, que caminharam ao meu lado e continuam pelo ano vindouro. Obrigado pela alegria que vi no rosto das crianças e dos idosos. Obrigado Pai pelo dom de amar, mesmo sem ser compreendido. Obrigado pela luz, pela noite, pela brisa que sopra o meu rosto, pela comida em minha mesa, obrigado por permitir-me viver em 2018, pelo meu esforço e desejo de superação. Pai desculpe o meu rosto carrancudo. Desculpe ter esquecido que não sou o filho único, mas irmão de muitos. Perdoa-me também por não ter evitado aquela lágrima, aquele desgosto que lhe dei. Desculpa ter aprisionado em mim aquela mensagem de amor. Contudo, estou pedindo força, energia para os meus propósitos, no ano que está nascendo, a nossa vida não para nunca, só com a morte pode cessar. Em quanto isso, espero que neste novo ano que está surgindo, domine um novo sentimento em cada coração, dessas ilustres pessoas que se divertiram e se alegraram com a nossa presença.”

Portanto, não sou de abandonar ninguém. Só me afasto quando percebo, que não faz mais sentido estar na vida de uma pessoa, se ela não me enxerga. Que culpa eu tenho se ela não me ama? Mesmo assim desejo a todos que: “a cada novo dia seja um continuo sim numa vida consciente. Pois, tudo que vive não vive sozinho, nem para si mesmo. Porque tudo que vive é o nosso próximo”. O mundo precisa conversar, para se entender melhor. Deus me deu o poder de saber e aprender o quanto sou pequeno diante do meu semelhante. Muitas vezes nos achamos filho de Deus, mas não agimos como tal. Porém, o amor é maior que a dor que sinto.

Um Feliz e Prospero 2019 para todos nós.       


28 de dezembro de 2018

CONVIVEMOS COM IMAGENS QUE CONSTRUÍMOS

Na minha terra natal (Distrito Rubião Jr. – Botucatu SP), meus assombros de menino era saber qual a verdade contida em cada pessoa, daquelas que me rodeavam? Convivemos com as imagens que construímos das pessoas. Olhamos para a imagem que fazemos do outro e não para o ser humano que está a nossa frente. Presumivelmente, minha casa na infância era alegre e rodeada de pessoas aparentemente felizes. Com o tempo descobri que nem sempre elas diziam o que pesavam uma das outras. A minha perplexidade hoje é por que nos perdemos tanto em preconceitos bobo? Por que tantos encontros, amigos ou amorosos e mesmo profissionais? Por que começam com entusiasmo e de repente ou insidiosamente se transforma em objeto de indiferença, irritação ou até mesmo crueldade?

Entretanto, ninguém se casa, tem filhos, assume um trabalho querendo que saia tudo errado, querendo falhar ou ser triturado. Quantas vezes, porém, depois de algum tempo trilhamos uma estrada de desencanto e rancor? No mais trivial comentário, por que, em lugar de prestar atenção no outro, a gente prefere rotular, discriminando, marcando a ferro e a fogo o flanco alheio com um rótulo invisível e ao mesmo tempo tão evidente? Por exemplo, como: burro, arrogante, covarde, falso, mentiroso, canalha, desleal, vulgar, vagabundo e etc. Que muitas vezes humilhamos prontamente, demonstrando nossos preconceitos sem nos envergonharmos deles, pois nem damos conta disso.

Parece que não convivemos com pessoas. Convivemos com imagens construídas pela nossa falta de generosidade, aquilo que imaginamos que o outro seja. Não gostamos da pessoa e sim da imagem que fizemos dela. Ao perguntar sobre alguma pessoa do nosso convívio, ouço frases pejorativas, do tipo desabonando o caráter do outro. No entanto, só perguntei como a pessoa estava e nada mais. Não disse se a pessoa havia recuperado de um acidente, se estava deprimida ou já superara o trauma. Parecia que estava com raiva de tudo e de todos. Invariavelmente, não vemos gente ao nosso redor, vemos etiquetas. Vivemos como se estivéssemos isolados, com o olhar rápido e superficial, com um julgamento à mão armada.

Portanto, é esse tipo de coisa que quero saber quando leio noticias do tipo: “aposentado morre de infarto na rua”, “idosa é atropelada na avenida”, “mulher é assaltada no caixa eletrônico”. Quero a notícia completa, quem era aquele ser humano e não mais uma manchete de jornal. Não admira que a gente sinta medo, solidão, raiva mesmo que imprecisa, nem sabemos do que ou de quem. Atacamos antes que nos ataque, o outro é sempre uma ameaça, não uma possibilidade de afeto ou de amor. Sendo que um inimigo pode nos fazer muito mal, mas só um amigo pode nos destruir, porque ele nos conhece. Só ele pode destruir a imagem que temos de nós. Infelizmente vivemos de imagem, por isso os outros tem poder sobre nós.

24 de dezembro de 2018

ASSIM CAMINHAM OS HUMANOS

Apesar de toda a tecnologia e o avanço científico alcançado pelo ser humano, dia 25 de dezembro ainda é Natal. O Homem que nasceu nesse dia, no ano zero da nossa história, hoje deve estar preocupado com o mundo em que viveu e apesar de toda a Sua imensa sabedoria não deve estar entendendo. Por exemplo: Ele não deve estar entendendo, como os mesmos humanos, que se cumprimentam de coração aberto, com um sorriso nos lábios, podem passar pelo encantamento do Natal e prontos para começar a batalha, um contra o outro. Completamente desprovido de generosidade, condescendência, afeto e até mesmo de bondade.

O Homem que nasceu no dia 25 de dezembro do ano zero de nossa história, não pode entender porque o Natal funciona apenas como uma trégua, na imensa desigualdade social em que vivemos sem falar das discórdias familiares, as guerras que o ser humano trava todos os dias contra o seu semelhante e contra si mesmo. Mas Ele que viveu entre nós e é o “símbolo da nossa esperança”, ainda não perdeu a própria esperança. A esperança de que o ser humano um dia perceba que a trégua é o certo e o normal e que as guerras travadas contra teu semelhante é um grande equívoco. Portanto, a mensagem que Jesus Cristo nos deixou foi a seguinte:

Cumpra o projeto que Deus determinou de amar sempre o teu próximo, demonstrando gesto de gentileza e respeito. Ser justo e não julgar o outro pelas suas fraquezas. Pense mais sobre suas ações. Sentir o que realmente está sentindo, pois você é um “ser de amor”. Meditar muito sobre esse sentimento, meditar sobre suas inclinações e possibilidades de ser feliz no amor. Procure fazer o máximo que puder, para o amor continuar entre nós humanos. Para então, aperfeiçoar-se nesse projeto de vida, até que um dia possa devolver para Deus a imagem e o amor que Ele estampou em nós, quando aqui chegamos.

Minha mensagem para esse Natal é a seguinte: “não compreendo muito bem os mistérios da vida e nem suas razões. Só espero estar certo no que penso e sinto. Que é continuar a cultivar esse Amor pelo meu semelhante, que neste momento está concentrado nessa leitura. Quero um mundo melhor para nós. Talvez então, nesse dia, o ser humano inverta os seus valores atuais e coloque ordem na casa. E daí possa, finalmente, todos viverem em pazQue nesta noite, nossos corações sejam as grutas e as manjedouras. Que nossa alegria, seja porta de entrada e o nosso acolhimento seja a fiança da permanência. Amor e generosidade entre todos os povos, entre todas as pessoasÉ nesta atmosfera que o Amor surge e se propaga clamando pela Paz entre os humanos”! Um Feliz Natal a todos!

20 de dezembro de 2018

DAS APARÊNCIAS ÀS IDEIAS PERFEITAS

Quando falamos das aparências e do mundo das ideias perfeitas, nos remetemos a Platão (427-347 a.C.). Platão foi um filósofo grego da antiguidade, considerado um dos principais pensadores da história da filosofia. Ele pertencia a uma das mais nobres famílias ateniense. Elaborou a teoria das ideias, pela qual procurou explicar o processo do conhecimento como a passagem do mundo das sombras, das aparências, ou seja, o nosso mundo sensível, dos sentidos, ao mundo das ideias e essências. Esse lado espiritual que temos. No mundo das aparências os objetos sensíveis geram as opiniões. De modo que, o conhecimento é formado no mundo racional das ideias, onde o ser é absoluto, eterno e imutável. Portanto, somos corpo e alma. Há uma centelha divina em cada um de nós.

O Mito da Caverna ilustra bem essa teoria platônica do processo desenvolvido pelo conhecimento humano. Na política, Platão imaginou uma sociedade ideal, governada por Reis e Filósofos. Pessoas libertas da caverna das ilusões e com o mais alto conhecimento do mundo das ideias. Para Platão, essas impressões sensíveis são responsáveis pela “opinião”, em grego = “doxa”, que temos da realidade. Entretanto, o conhecimento para ser autêntico, deve ultrapassar a esfera das impressões sensoriais, isto é, dos sentidos, da opinião e penetrar na esfera racional da sabedoria, ou seja, no mundo das ideias. De modo que a filosofia platônica, não tem as opiniões como base, somente os fatos.

Portanto, para atingir esse mundo, o homem não pode ter apenas “amor às opiniões” (filodoxia) precisa possuir um “amor ao saber” (filosofia). Sendo assim, chegamos à conclusão de que as opiniões se formam no mundo apresentado pelos sentidos, enquanto que o conhecimento pertence ao mundo eterno, isto é, ao mundo das ideias inatas. A opinião por exemplo; gera preconceito além de tratar de coisas do mundo das sombras, das aparências. No mundo das ideias, segundo Platão é que mora a justiça, a bondade, a coragem, a sabedoria e a serenidade. Contudo, praticar filosofia significa explorar o seu universo interior. Vale lembrar, que a gênese da filosofia é antes de tudo discutir a vida.

17 de dezembro de 2018

FÉ E CONFIANÇA NA SABEDORIA INFINITA

A fé ou a confiança na “sabedoria infinita” é algo que deve ser aprendido e alimentado por todos nós. Mas, espero já ter plantado algumas sementes de fé e confiança em pessoas que me conhecem de perto e que certamente irão cultivá-las. Para formarmos o triângulo do sucesso, considero de vital importância às três sementes de fé e confiança. Sendo a primeira a fé na nossa riqueza interior com a qual podemos criar qualquer modalidade de sucesso que desejarmos. Segundo, a fé e confiança em nós como mentes conscientes que somos, pois, é essa consciência que nos torna senhor do presente e do futuro. E por ultimo a fé na existência de uma “Inteligência e Sabedoria Infinita”, que da ordem ao universo e que nos proporciona ajuda e orientação em todos os empreendimentos, desde que lutemos tenazmente, com entusiasmo e decisão inabalável, removendo as barreiras que o condicionamento passado, colocou entre nós.

Somos seres conscientes, essa é a nossa identidade. A parte de nós que chamamos de “Eu” é a nossa mente consciente. Embora ela seja espiritual, impossível de ser localizada e vista com olhos físicos, estamos absolutamente cientes de nossa existência e do que ela é capaz de realizar, através da força, do poder e da inteligência que extraímos da “sabedoria infinita”. No entanto, a nossa verdadeira vida é mais do que um corpo físico. A verdadeira vida é o nosso ser espiritual e a nossa mente consciente. Porém, nós temos o poder de atrair ou repelir toda e qualquer coisa. Temos o poder de subir grandes alturas na escada da realização pessoal e prosseguir em ascensão. Porque temos esse poder dentro de nós e está sempre trabalhando a nosso favor. As vezes ignoramos esse poder dentro de nós e damos aos outros, poderes para comandar a nossa vida. É porque estamos equivocados no comando da nossa vida.

Portanto, quando conseguirmos modificar a nossa maneira de pensar, começaremos a experimentar novos sentimentos. Sofro não pelo o que os outros pensam de mim, mas sim por aquilo que imagino que eles estejam pensando ao meu respeito. A fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que a gente não vê, mais confia. Firme na fé e na confiança, como quem vê aquilo que é invisível. É um olhar da alma com o coração. Confiança inabalável e sem o menor vestígio de duvida. Concluo com uma história contada no livro Talmud Taanit: “Um homem estava caminhando pelo deserto, faminto, cansado e sedento. Encontrou uma árvore com frutos doces, sombra agradável e um riacho passando junto dela. O homem comeu os frutos, bebeu a água e sentou-se à sombra da árvore. E quando estava pronto para partir, disseÁrvore, árvore, como posso te abençoarSe eu disser que seus frutos sejam doces – ora, seus frutos já são docesQue sua sombra seja agradável – ora, sua sombra já é agradávelQue a água brote aos seus pés, isso já acontecePortanto, rezarei para que seja Sua vontade, que todas as mudas plantadas a partir de você sejam como você”. 

13 de dezembro de 2018

APRENDENDO COM O CORAÇÃO

Parece que as pessoas estão se esquecendo de que as relações humanas precisam ser nutridas e cultivadas todos os dias para continuar vivas. O que me parece não é uma tarefa impossível, pois há de se praticar os exercícios naturais de constantes carícias como abraços, palavras carinhosas de incentivo e aceitação do outro. Porém, carícia significa toda manifestação humana física, verbal ou gestual que transmita a outra pessoa uma sensação de bem estar, aceitação e reconhecimento. Uma manifestação que demonstre o quanto aquela pessoa é importante para nós. Melhor do que falar sobre carícia é recebê-las ou praticá-las.

Segundo o filósofo e psiquiatra canadense Eric Berne (1910-1970), criador da “Análise Transacional”, ele acredita que exista na nossa estrutura corporal uma cadeia biológica que leva da privação emocional e sensorial a mudanças degenerativas e até a morte por causa da apatia. Neste sentido, a fome de contato físico, de abraço e de aconchego tem a mesma relação com a sobrevivência de um organismo humano quanto à fome de alimento. No livro “O Tocar”, do antropólogo e humanista inglês Ashley Montagu, nos mostra o fantástico valor psicológico, afetivo e social do contato físico. Ele pouco fala de sexo. Fala de envolvência, carinho e contato como ações que estimulam a idade vital. O melhor estímulo conhecido para a defesa do sistema imunológico são as trocas de carícias bem feitas e bem recebidas.

No entanto, as pessoas estão cada vez mais se tornando apáticas. O diálogo de boa qualidade não existe mais, está escasso. Os nossos gestos de carinhos são estereotipados, tornam-se gestos vazios, feito automaticamente, meio robotizado, sem nenhuma conexão com o outro. É como se eu não tivesse presente. Mesmo o trabalho de uma parcela na educação é gelado, frio, somos indiferentes, mantemos uma relação de blindagem com os alunos. Temos a coragem de chamar essa linha de ensino de aprendizagem de educação, assim como chamamos a restrição da espontaneidade do aluno de educação. Por tudo isso é que acredito no poder do calor humano e na manifestação do coração através do contato físico e nas trocas de carícias. Não ficar apenas na intenção e na vontade de ser gentil.

Portanto, sempre que possível realçar verbalmente as qualidades do outro, pois esse é um comportamento lícito para que se concretizem as diversas manifestações de carícias. De dizer ao outro que está encantado e que é muito bom estar juntos, quando isto for verdadeiro, do coração, faz-se necessário que haja a fala informando a sua intenção, valido para todos os seguimentos sociais. Assim é nas relações, como na vida em geral, muitas coisas se perdem por não expressar ou pedir naquele momento em que há o envolvimento de um pelo outro. Nós humanos somos imperfeitos por natureza, não somos melhores e nem piores que o outro. Olhar o lado bom do outro, antes de perder energia em lamentar ou criticar o que é preciso mudar. Criar e recriar sempre e continuadamente novas sensações, novas emoções, novas manifestações de carícias através de uma expressão simples de afeto, como carinho, ternura, compaixão e companheirismo.

10 de dezembro de 2018

OLHAR COM A ALMA E DIZER COM O CORAÇÃO

Gosto deste contato com a natureza, de estar entre meio essa beleza natural, das quais só podemos enxergar com os olhos da alma. Olhar para essas pessoas simples que vivem e plantam seus alimentos. A beleza dos gestos imperceptíveis; das mãos que acolhem, das que nos abraçam, consolam e amparam. A beleza da palavra amiga, consoladora, estende-se a todo instante ao nos ver por perto. É um olhar com a alma e quando diz é com o coração.

Gosto desse silêncio compartilhado, desse olhar que acalanta, do abraço caloroso, do beijo silencioso, do aceno que jura; “ficarei aqui, por ser aqui o meu lugar”. Quando observo, procuro enxergar com os olhos da alma, para não deixar que a luz ofusque a realidade, aquela escondida, por trás de uma bela estampa, ou distorcida pelas lágrimas. Há também, aquela que disfarça numa deformidade afetiva, que nada tem de real. Pois, ambos foram afetados.

O belo mesmo, este, é invisível aos olhos. Prefiro me perder na escuridão dos meus olhos solitários e viver num mundo sem culpa. Do que me encontrar na luz dos olhos traiçoeiros dos espertos desalmados e condenar a minha alma para sempre. De modo que a beleza não está nos olhos de quem vê e sim nos olhares que se trocam, aqueles que tocam a nossa alma. Assim sendo, não sentimos esquecidos e sozinhos. Somos olhados com os olhos da alma.

Portanto, há flores no caminho, assim como há muito vida e ela chama por nós. Enxergue a vida com as lentes da sabedoria e com a certeza que ela é cíclica, vai e volta. Se puder evitar que um coração se parta, não terei vivido em vão. Se puder evitar a agonia de uma vida e acalentar uma dor, não terei vivido em vão. Concluo com um verso do cronista e poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918): “Não me basta saber que sou amado, nem só desejo o teu amor. Desejo ter nos braços teu corpo delicado, ter na boca a doçura de teu beijo”. Olhar com a alma é dizer no silêncio do teu mais amável e sutil coração. Estou aqui.

4 de dezembro de 2018

DESCOBRIMOS NA AMIZADE A ESSÊNCIA DO AMOR

A amizade é algo com uma tremenda importância na vida do ser humano, pois sem esse vínculo nós não teremos harmonia e nem paz. Precisamos de amigos para nos ensinar a partilhar, nos ajudar e a rir. Também para cumprirmos a nossa missão na terra, tal como amar o próximo como a nós mesmos. E para que isso aconteça, é preciso que em primeiro lugar nos aceitemos como somos e depois olhemos para o próximo. É assim que percebemos a nossa reação emocional e por isso compartilhamos dessa sensação prazerosa com quem nos ascende e nos estimula.

De modo que essas pessoas entram na nossa vida por vezes de uma maneira tão estranha, que até ficamos um tanto intrigados. Mas cada uma delas é especial, mesmo que o momento seja breve, com certeza elas nos deixarão alguma coisa. Todos nós cruzamos a vida de alguém para dar ou receber alguma coisa, aprender ou ensinar alguma coisa. A vida nos ensina que a todo o momento estamos à procura da nossa identidade, que é construída aos poucos na vida de cada um e que esse aprendizado, levaremos para o resto da vida. Momentos esses que nos marcam de uma forma surpreendente, que nos transformam, nos comovem, nos ensinam e que muitas vezes também nos magoam profundamente. Assim como nos alegram e nos levam a descobrir o sentido da nossa existência, de uma maneira que não tínhamos experimentado antes.

Portanto, procuramos nas amizades a essência do amor, aquela que nos tornam humanos. É no outro que nos descobrimos como ser de sentimento e de luz. Quando olhamos para a nossa história é que vamos nos dar conta que naquele momento descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é a mais pura bobagem. Com o tempo percebemos que as mulheres tem instinto “caçador”, portanto, somos a sua maior presa. Descobrimos que se apaixonar é inevitável. Percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples. Um belo dia percebemos que a pessoa que não parece se importar é a que mais se preocupa conosco. Um dia descobrimos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor. Um dia percebemos como aquela pessoa nos faz falta. Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos. A nossa amizade sempre será importante, porque foi através dela que descobrimos a essência deste amor, que não nos consome, mas nos mantém vivos. Sou grato a Deus pela nossa existência.

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...