31 de março de 2019

QUEM VOCÊ AMA, UM DIA VAI TE MACHUCAR

Qualquer coisa pode nos afetar de alguma forma; a notícia de um amigo ou filho doente, uma música que traz recordações de alguém querido que foi embora, uma declaração negativa ou uma ligação surpresa daquela pessoa especial, terminando o relacionamento, que parecia ser de boa qualidade. Temos um péssimo hábito de falar mal e achar defeito naquelas pessoas que nos quer bem e admira. Nunca estamos preparados totalmente para os imprevistos e pelo o que está por vir. Todos estão sujeitos às adversidades da vida. Por natureza somos seres sensíveis, ou seja, nos emocionamos com muita facilidade. Por isso sentimos tanto quando alguém nos machuca. Às vezes a pessoa que você vem dedicando amor e carinho, uma hora ela vai te machucar, talvez por medo ou covardia. Está na essência dela.

Naturalmente, vai desistir da relação que, aos seus olhos parecia estar indo muito bem, mas, por paranoia ou por egoísmo dela, não vai pensar duas vezes e vai lhe abandonar, mesmo sabendo da falta que você poderá vir a fazer. Pessoas assim fica se auto sabotando, criando obstáculos e empecilhos de forma consciente ou inconsciente o tempo todo, para não gostar de ninguém. O pior é que isso não é algo que se possa controlar. Quantas pessoas nós conhecemos, que estava num relacionamento que parecia estar indo bem e, de repente acabou? Já conversou com alguma pessoa que parecia ser a sua alma gêmea e, depois de um tempo se afastaram e nunca mais conversaram? Já dormiu pensando em namorar uma pessoa e, no dia seguinte a procurou e sentiu uma frieza inabalável por parte dela? Às vezes as pessoas vão te machucar com própria indiferença.    

No entanto, achamos que elas são assim mesmas, secas e indiferentes ao sentimento de amor. Na sua maioria foram privadas de amor quando criança, na idade adulta vai ter dificuldade de dar e receber amor. Ninguém da o que nunca teve. Mas, ao contrário do que parece, elas sentem e sofrem muito por serem assim. Pode até ser que desista da relação por achar que não é merecedora da sua companhia, por ter uma baixa auto estima. Ela acha que em algum momento você vai desistir dela. São pessoas que ficam subestimando o companheiro o tempo todo, para que não criem expectativas em relação um possível romance. O medo é tão grande que elas chegam a acreditar que não conseguem gostar de ninguém, quando, na verdade, elas mesmas tentam o tempo todo afastar-se dos seus sentimentos, seja colocando defeitos no outro ou proporcionando condições para criar distância.

Portanto, ela vai usar o velho e arcaico discurso: “sou feliz sozinha”. Quem é capaz de ser feliz sozinho? Sem amor e sem alguém para chamar de seu? A vida é feita de verbos como: relacionar, amar, cantar, dançar, etc. Nada machuca mais do que quando um sonho é esmagado, uma esperança morre, o futuro torna-se escuro. Contudo, pessoas assim não conseguem lidar com as relações, seja porque já se decepcionaram demais ou porque nunca encontraram alguém que lhes demonstrasse o valor de um grande amor. Elas não querem te fazer sofrer, não querem te magoar e nem te decepcionar, mas o farão da forma mais egoísta possível. Por isso sentimos tanto quando alguém nos machuca. Como dizia o ativista norte-americano Martin Luther King (1929-1968): “Devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita”.

28 de março de 2019

VIVA SEM DEPENDER, ACOMPANHE SEM INVADIR E AME SEM POSSUIR

Descobri há pouco tempo, mais uma das manobras ardilosas do ser humano.  Há pessoas que se aproximam da outra, usando de uma falsa amizade e fingindo amá-la, para obter algum tipo de vantagem. O chamado “mercenário”, cujo interesse é financeiro. São pessoas que buscam nas relações afetivas, algo que represente vantagens materiais. Por outro lado, o maior sinal de amor por alguém começa com uma amizade sólida e verdadeira, pautado no respeito e na confiança. Há também neste tipo relação, uma amostra de maturidade psicológica gigantesca, por isso, lida bem com os conflitos afetivos. Até parece que as relações humanas não foram feitas para durar muito. No entanto, é o ser humano que não consegue lidar com suas paranoias. Há pessoas que mal sai de um relacionamento, já está flertando com outro. Na maioria das vezes, sua aproximação não é por amor e sim por outros interesses, já citado acima. E é algo muito difícil de detectar, já que nossa sociedade nos ensina a mentir e explorar. Em uma cultura onde vale mais quem tem mais, é difícil não extrapolar esse conceito para as relações interpessoais. 
No entanto, ao sentirmos que algo pode ser nosso, num instante somos tomados pelo medo de perdê-lo. E quanto mais nos apegamos a essa posse ou quanto mais amamos a tal pessoa, maior é esse medo. Em muitos casos, esse medo da perda remonta a experiências passadas, especialmente na infância, que deixaram cicatrizes dolorosas em nosso cérebro. Apreciou-se que as pessoas que sofreram perdas na infância ou que não receberam atenção suficiente, tendem a desenvolver um apego inseguro que as leva a depender dos outros ou a controlar suas vidas. Não confunda apego com amor. Todavia, interpretamos erroneamente nosso apego com amor. O apego é uma emoção superficial que nos une, enquanto o amor é uma emoção mais profunda que nos liberta. Amar alguém é deixa-lo ir, amarrar alguém é experimentar apego. É por isso que a possessividade é uma forma de apego que não reflete o amor, mas sim nosso desejo e necessidade de controle.
Portanto, cultive seu “eu”. A dependência emocional do outro e o desejo de controla-lo surgem quando sentimos que não somos capazes de satisfazer nossas necessidades. Quando temos um “eu” amadurecido, quando confiamos em nossas habilidades e nos conectamos com nossas emoções, a possessividade desaparece, simplesmente porque não precisamos disso, não tem razão de ser. Porém, para amar sem dominação ou dependência, é necessário realizar um profundo trabalho interior. Contudo, não caia no erro de tentar impor sua maneira de ver o mundo para “ajudar” o outro. Ninguém é obrigado a atender às nossas expectativas, de modo que o maior presente que podemos dar àqueles que amamos é deixa-los ser e aceita-los incondicionalmente. Vale lembrar, tudo que mandamos para o universo de bom ou de ruim, mais cedo ou mais tarde, vamos receber de volta.

23 de março de 2019

QUANDO O AMOR SAI DE CENA

Por incrível que pareça, ainda acredito no amor como salvação da humanidade. Quando o amor é verdadeiro, nunca se esgota. Ele pode sair de cena por um tempo, mas, sempre volta. Principalmente para aqueles que têm o dom de amar. Que são poucos os privilegiados e receptivos ao amor. No entanto, quando o amor sai de cena, a relação conjugal vira uma cadeia fria, uma vida marcada de obrigações. Afinal, a ideia que se faz do casamento é que ele dure para sempre, o que não é verdade. As pessoas com o tempo não percebe mais o outro, não percebem mais essa relação. Estudos sobre as relações conjugais vêm mostrando, que o amor está cada vez mais escasso nos casamentos. As pessoas estão vivendo uma vida sem sentido, sem graça e vazia. Pois, vida monótona produz doenças. Pessoas, principalmente, depois de algum tempo de casadas, não percebe mais o outro ao seu lado. Tem dificuldade, por exemplo, de dizer um ao outro: “agora não te amo mais”. Conheço histórias em que os cônjuges levaram anos para se convencer de que não estavam mais interessados um no outro.
No entanto, o ideal nesses casos, pelo menos é o que penso, seria dizer um ao outro: “Olha, acho que não estou mais interessado em você. O encantamento e o carinho estão diminuindo muito entre nós. Já estamos algum tempo juntos, temos patrimônio, filhos, costumes, etc. Que tal esquecermos que somos marido e mulher, que temos que se amar a vida inteira. Talvez conseguíssemos estabelecer uma meia sociedade entre nós, um clima de amizade e respeito pela individualidade um do outro, que seria um fruto amadurecido do amor que saiu de cena. Não quero que você fique privado de amor até o fim da vida. Assim como também, não vou me privar de amor. Temos pelo menos um bom pedaço de vida em comum, uma amizade razoável de boa qualidade. Podemos continuar amigos, porém, vamos abrir o casamento”. Quando se diz isto, as pessoas ficam de cabelo em pé. Aflora todo o preconceito e os maus sentimentos vêm juntos.
Entretanto, preferem toda aquela novela da separação, dos filhos que vão sofrer e a sogra que não quer a separação, porque acha que a filha está bem casada e o drama do ciúme. Deveriam chegar a conclusões mais claras e óbvias. Afinal, se deixei de amar, agora tenho que odiar ou perseguir? Ou então me sentir culpado porque o amor entre nós esfriou? Ninguém é culpado porque ama ou porque deixou de amar. Se cuidar bem do amor, às vezes ele dura um bom tempo. Se não cuidar ele acaba mais ou menos depressa. As pessoas realmente se machucam por pouco. Por que não resolver as coisas com maturidade, serenidade, abrindo o coração um para o outro? Ninguém pode garantir que vai amar o outro a vida inteira. Quem pode fazer esta promessa? Se o interesse entre duas pessoas acabou, nem por isso precisa se maltratar. É o que muitos casais começam a fazer. Quando chega a este ponto, pensa logo na existência de outra pessoa. Às vezes têm e às vezes não têm. Não precisa existir outra pessoa para deixar de amar. O amor pode simplesmente sair de cena em situações variadas.
Portanto, o nosso amor é uma miséria, marcado pelo egoísmo e achamos que é um grande amor. Um amor que só serve para machucar e prejudicar o outro, com discussões intermináveis e pouco diálogo. Somos egoístas até no momento de amar. Esquecemos que o amor é doação, um entregar-se constante. Quando o amor sai de cena, só é possível compensar a situação com diálogo e muita vontade de se entender. Havendo um pouco de admiração, simpatia e afeição, já temos aqui uma relação de boa qualidade, afável e acolhedora, que é um bom começo para se viver num clima de respeito e harmonia. Não precisa, necessariamente, ter que amar a mesma pessoa a vida inteira. Porque o amor vai e volta. Amor eterno só existe no mundo das ideias, de que fala o filósofo grego Platão (427 a.C.-347 a.C.). Contudo, o amor está sempre saindo de cena e sempre voltando para a felicidade humana. O amor cura, o ódio mata; nunca odeia, ame e verá que a vida flui como água cristalina.

21 de março de 2019

CIÚME NUNCA FOI SINÔNIMO DE AMOR

O ciúme é o pior sentimento da humanidade, porque ele impede a generalização do amor. Uma das raízes do ciúme é a possessividade, o pensar, sentir e comportar-se como se o outro fosse minha propriedade, um objeto possuído. Por isso não acredito no ciúme como manifestação de amor e muito menos compactuo com esse sentimento. Às vezes as pessoas confundem o ciúme com estar preocupadas com o outro, querer saber se ele está bem. Aqui o gesto não é de cobrança e sim preocupação. É muito comum acontecer nas relações solidarias. No entanto, estar junto de alguém é uma arte por demais de difícil em nosso mundo, com nossa grosseria psicológica e total falta de respeito para com as atitudes de boa convivência e interação.

Penso que a pessoa amada é, entre outras coisas, um símbolo do que eu sinto por ela. Quem está amando, sabidamente trata bem os demais; e quem está mal amado envenena todos os ambientes por onde passa. Na verdade, o amor é o sentimento concreto da solidariedade humana. Não há dúvida de que a relação amorosa entre homens e mulheres sempre foi prejudicada pelo ciúme. Inicialmente o do homem que estava ligado ao medo de falsificação da descendência, isto é, de dar o próprio nome e criar um filho que não fosse seu. Esse temor serviu para justificar a extrema violência que as mulheres sofreram nas sociedades patriarcais e ainda sofre. Para elas, que só podiam exprimir dedicação e obediência, o sentimento de amor e desejo pelo seu homem era proibido de se manifestar, caso existisse.

Não são poucos os que defendem a existência do ciúme nas relações amorosas. A maioria acredita que ciúme é prova de amor. Mas de qualquer forma o ciúme é sempre tirano e limitador, porque impede o outro de ser ele mesmo. Sua origem é cultural, mas é tão valorizado, há tanto tempo, que passou a ser visto como parte da natureza humana. Mulheres que buscam refúgio em abrigos para mulheres agredidas, relatam quase invariavelmente, que seus maridos ou namorados fervem de ciúme. No entanto, estudos sobre mulheres espancadas, muitas das quais necessitaram de cuidados médicos e até ajuda psicológica. Há pilhas de relatos de mulheres cujo marido ou o namorado a espanca, que ele a limita o contato com amigos e familiares. Insiste em saber onde ela está e com quem está, uma forma de vigilância. Além de falar mal e rebaixar a mulher para que ela se sinta mal a respeito do seu próprio caráter, diante de pessoas amigas. Uma tática de minar sua autoestima.

Portanto, o ciúme dos homens coloca as mulheres em risco de serem assassinadas. Alguns filósofos e psicólogos acreditam que em casos extremos de ciúmes, torna-se perigoso a convivência, numa erupção vulcânica súbita de ansiedade de abandono, que algumas pessoas mantêm contida enquanto possuem o controle sobre seus parceiros, podendo terminar em óbito. No momento em que começa a restrição, começa a agressão e o distanciamento. Quanto mais o ciumento fecha a vigilância, mais cresce na sua companheira o desejo de se livrar desse vigilante. Quanto mais cresce na vítima o desejo de livrar-se, mais cresce no ciumento a necessidade de controlar. Permitir que o comportamento do outro seja a causa do meu desconforto emocional é de uma infantilidade sem tamanho. Contudo, é importante às pessoas saberem que estão juntas por prazer, isto só enriquece a relação. Vale lembrar, que humilhar os outros não te faz forte, te faz infeliz.

16 de março de 2019

O PROFESSOR REFÉM DO SISTEMA

Há uma necessidade urgente de mudanças na educação brasileira. Discute-se frequentemente a respeito do processo educativo. Existe aqueles que defendem os alunos, outros tantos o professor. Ainda existem aqueles favoráveis ao conteúdo. Acredita-se que no centro do processo educativo esteja um “projeto social”. A sociedade brasileira nesse sentido torna-se democrática e cidadã, fundamentada na igualdade entre os indivíduos e na formação ética pautada no respeito. Conforme o filósofo francês, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), analisou as razões das desigualdades sociais. Segundo ele, argumentava: “o ser humano é naturalmente bom por natureza, mas ao conviver em sociedade ele se corrompe, gerando desigualdade, a tirania e escravidão”.

Por outro lado, o Ministério da Educação é quase que exclusivamente, uma obrigação para com a “instrução” e muito pouco de “educação”. Nem o governo nem as igrejas tratam seriamente a questão da educação, no sentido verdadeiro da palavra, educar e formar cidadãos. O governo interessa-se pela instrução técnica e a igreja limita-se à simples moralização. No entanto, não se observa avanço em nenhum dos seguimentos. A instrução e a moralização tornam o homem realmente melhor. Mas, não educa.

Segundo o filósofo, teólogo e educador Humberto Rohden (1893-1981), argumenta no seu livro: “Educação do Homem Integral”, que instrução torna o homem erudito, meio robotizado, só serve para si mesmo. A moralização torna o ser humano altruísta. A erudição e o altruísmo não são ensino verdadeiro, porque não educa. Pois, não passam de condicionamento psíquico. Altruísmo é uma forma de egoísmo sublimado, aquele que espera recompensa após a morte. A erudição torna o homem técnico e conteudista. O homem realmente educado é bom, ele não espera recompensa por ser bom, nem no presente e nem mesmo após a morte, como prega as religiões de dominação cristã.

Portanto, o governo e a igreja tiveram sua culpa por omissão. Limitaram-se aos fatos, não se interessaram pelos valores. Estudos revelam que sem os valores humanos e espirituais, não há educação integral como: “amor, respeito, justiça e honestidade, que são valores primordiais para a criação da consciência crítica, e não simples descobertas da ciência, nem altruísmo moral. Segundo o físico teórico e filósofo alemão Albert Einstein (1879-1955) argumentava que: “o homem de ciência, descobre os fatos da natureza, mas o homem de consciência realiza valores dentro de si mesmo”. Contudo, o nosso professor continua refém do sistema, por incompetência dos governantes.   

13 de março de 2019

O INDIVIDUO VERSOS O SER HUMANO

A pessoa que o ser humano é não pode ser comparado a um objeto ou coisa. Ela é exatamente aquilo que, no homem, não é possível de ser tratado como objeto. Vale lembrar, que a pessoa humana é um processo, um movimento de autoconstrução e de personalização; como uma trajetória que deve ir desde a instintividade até às sensibilizações e decisões racionais. Tal movimento de personalização busca abrandar cada vez mais os equívocos e tensões na relação consigo mesmo, na relação com o outro e com o mundo físico, bem como no desenvolvimento de uma concepção transcendental de vida.

Se o individuo pode reduzir-se à unidade orgânica e, quando muito, à psíquica do homem, a pessoa é muito mais do que isso; tão mais que fica difícil compreendê-la como um todo. Tendo em vista, que a pessoa humana não pode ser estudada com os instrumentos da ciência, com a investigação objetiva. A pessoa homana não é problema, mas sim, mistério. Ela é a mais inteligível de todas as coisas. Sou eu e para mim a verdade que se entende absolutamente por si e comunica o meu caráter a todos os outros que estão a minha volta.

Mas, ao mesmo tempo, é um mistério que eu seja eu; que eu não possa ser expulso de mim, nem pelo mais forte adversário, mas somente por mim mesmo e nem mesmo totalmente por mim mesmo. Porque eu não posso ser substituído nem mesmo pelo ser mais nobre; que eu esteja no centro do ser, como também todos os meus semelhantes. Somos pessoas e não coisas. O ser humano é mistério do ser no coração do ser. Ao mesmo tempo, cada pessoa é fato original, único e induplicável. Somos dotados de autonomia quanto ao ser, de autoconsciência, de comunicação e de autotranscendência. A pessoa da seu mais nítido sinal de espiritualidade; o ser humano vivente é espírito e corpo, enquanto as coisas são carentes de espírito.

Portanto, cada um de nós é fragmento de uma espécie, uma parte deste universo, um pouco singular da imensa rede de forças e de influências cósmicas, éticas, históricas, que obedece a leis; estamos submetidos ao determinismo do mundo físico. Mas cada um de nós é também uma pessoa, não estamos submetidos aos astros. Somos inteiros na subsistência da alma espiritual e essa é em nós um princípio de unidade criadora, de independência e de liberdade. Contudo, sou pessoa e não indivíduo, sou humano e não robô. Precisamos de amigos de verdade, de companhia, que possamos conversar sobre os nossos sentimentos e desejos, sem medo. Se não recuperarmos a força espiritual de pessoa que somos, dentre outros esforços, esse sofrimento poderá não ter fim.

9 de março de 2019

FREUD EXPLICA A LIBIDO FEMININA

Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista austríaco, considerado o pai da psicanálise, influenciou consideravelmente sobre a psicologia social contemporânea. Ele referia-se ao sexo feminino como um “continente negro”. Dizia que a mulher tem inveja do pênis e por isso declara que a libido feminina é masoquista. Libido vem do latim, significando “anseio ou desejo”, é caracterizada como a energia aproveitável para os instintos de vida. De modo que Freud conta num dos seus ensaios, que uma paciente sua sonha com um arranjo de flores, misturando violeta com lírios e cravos. Para o psicanalista, os lírios representam a pureza, os cravos o desejo carnal e por último, não menos importante, as violetas como a necessidade inconsciente da mulher de ser violentada pelo seu homem. Mas como é possível, se os homens andam fugindo das mulheres? Elas são mais decididas, querem saber mais, estudam mais, fazem cursos, já está bem à frente de muitos homens.
No entanto, os homens estão cada vez mais encolhidos no seu mundinho, achando que sabem tudo. Uma mulher moderna, razoavelmente bem sucedida na vida, independente, bonita e inteligente, de certo modo assusta os homens, principalmente os machões. Porque a grande maioria deles não tem tanta competência assim e nem maturidade para tanto. O machão latino, não tem coragem de se propor ou de casar com mulher que seja superiora a ele. Ainda hoje, em pleno século XXI, conheço mulher com grande potencial intelectual que se casou, não digo com homem incompetente, mas com homem comum e com pouca formação escolar, muito autoritário e ainda por cima bate em mulher. Talvez esteja aqui o começo de todas as loucuras humanas. Deixar de ser eu mesmo, para ser o que o outro quer, é o mesmo que viver pela metade. 
Portanto, aprendemos que o tempo nunca volta atrás e o futuro inventa novas emoções. É melhor fazer alguma coisa ao invés de não fazer nada. A nossa primeira obrigação é reconquistar a nossa vida, isto é, seguir os interesses vivos que estão a nossa frente. Ter mais clareza naquilo que você realmente espera da vida, do outro, com o qual vai se relacionar. Uma abertura maior, mais segura e confiante, com menores possibilidades de engano a si mesmo e ao outro. A decorrência disso é a nossa capacidade de encontros conosco mesmo e com o companheiro que aumenta e melhora muito. Contudo, a mulher passa atuar constantemente em favor do que realmente é a sua vida, buscando o que lhe da prazer. Sobretudo, depois de tantos anos de repressão, mulher, agora chegou a tua vez de declarar independência ao machismo sádico. E mostrar para o mundo quem é de fato masoquista e tem medo de ser violentando no seu orgulho próprio. Parabéns a todas as mulheres do mundo.

2 de março de 2019

A SAMAMBAIA E O BAMBU

A samambaia e o bambu é uma fábula escrita pelo filósofo e educador, nosso mestre Rubem Alves (1933-2014), que você deve ler quando passar por um momento difícil. Vou fazer uma síntese, para melhor compreender. Esta fábula conta a história de um homem que passava por uma fase ruim. Ele era carpinteiro e, antes, tudo estava indo muito bem. Tudo começou a piorar quando uma grande empresa que fabricava móveis chegou à sua cidade. Tinham muito dinheiro, excelentes máquinas e muitos funcionários. Logo, se tornou uma verdadeira sensação no lugar. A fábrica fazia os móveis em tempo recorde. Para piorar as coisas, os vendia a preços mais baixos do que o carpinteiro. As coisas começaram a piorar para ele. Em apenas alguns meses, soube que estava no caminho da falência. Como dizia o ativista norte-americano e Premio Nobel da Paz em 1964, Martin Luther King (1929-1968): “Devemos aceitar a decepção finita, mas nunca perder a esperança infinita”.

Para piorar as coisas, ele também começou a ter dificuldade com sua esposa. Ela era professora de escola infantil e seu salário não era o suficiente para sustentar os três filhos que tinham. O carpinteiro tentou encontrar um novo emprego, mas não conseguia. Sua esposa o recriminou e isso acabou afetando também as crianças, que começaram a ter problemas com suas notas nos estudos. O carpinteiro estava verdadeiramente desesperado. Tinha cada vez menos dinheiro. Também menos energia e menos otimismo. Sua mente começou a se fechar. A única coisa que lhe ocorreu um dia foi dar um passeio numa floresta próxima, para tentar colocar suas ideias em ordem. Havia caminhado por meia hora pela floresta, quando conheceu um gentil ancião que o cumprimentou.

O ancião tinha uma casa humilde e, ao ver o carpinteiro, convidou-o para tomar um café. Ele notou a preocupação em seu rosto e perguntou o que estava errado. O carpinteiro contou-lhe seus infortúnios, enquanto o ancião o ouvia atenta e calmamente. Quando terminaram de tomar o café, o ancião convidou o carpinteiro para ir a um esplêndido terreno nos fundos da casa. Ali estavam a samambaia e o bambu, ao lado de dezenas de árvores. O ancião pediu-lhe para observar as duas plantas e disse-lhe que precisava contar uma história sobre essas duas plantas. O carpinteiro estava muito interessado no que o ancião tinha para lhe dizer. Então, disse ele: “Há oito anos peguei algumas sementes e plantei a samambaia e o bambu ao mesmo tempo. Eu queria que ambas as plantas crescessem no meu jardim, porque as duas são muito reconfortantes para mim. Coloquei todo o meu esforço para cuidar de ambas como se fosse um tesouro”.

Depois de uma pausa curta, o ancião continuou sua história: “Pouco tempo depois, percebi que a samambaia e o bambu respondiam de maneira diferente aos meus cuidados. A samambaia começou a brotar e em poucos meses tornou-se uma planta majestosa que enfeitava tudo com sua presença. O bambu, por outro lado, continuava debaixo da terra, sem mostrar sinais de vida”. Enquanto o carpinteiro o escutava com grande interesse, argumentava o ancião: “Um ano inteiro se passou e a samambaia continuou crescendo, mas o bambu não. No entanto, não desisti. Continuei cuidando com mais cuidado. Mesmo assim, mais um ano se passou e meu trabalho não dava frutos. O bambu se recusava a se manifestar”. O ancião continuou dizendo: “Também não desisti depois do segundo ano, nem do terceiro nem do quarto. Quando cinco anos se passaram, finalmente vi que um galho tímido saía da terra. Em poucos meses, cresceu sem parar e tornou-se um lindo bambu de mais de dez metros. Você sabe por que demorou tanto para sair à luz”?

O carpinteiro pensou por um momento, mas não sabia o que dizer. O ancião lhe disse: “Demorou cinco anos porque durante todo esse tempo a planta trabalhava para criar raízes. Sabia que tinha que crescer muito alto, e por isso não podia sair à luz até que tivesse uma base firme que lhe permitisse subir satisfatoriamente. Você entende”? Portanto, o carpinteiro entendeu a mensagem. Entendeu que às vezes as coisas demoram, porque estão criando raízes. Que o importante é persistir e não perder a “”. Antes de se despedir, o ancião passou uma mensagem ao carpinteiro, para que a guardasse para sempre. Disse ele: “A felicidade o mantém doce. As tentativas o mantêm forte. As dores o mantém humano. As quedas o mantém humilde. O sucesso o mantém brilhante”. Contudo, a sabedoria está na dignidade do homem que busca através da "" a sua "paz interior", para assim encontrar o seu espaço e ser feliz onde está.

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...