13 de março de 2019

O INDIVIDUO VERSOS O SER HUMANO

A pessoa que o ser humano é não pode ser comparado a um objeto ou coisa. Ela é exatamente aquilo que, no homem, não é possível de ser tratado como objeto. Vale lembrar, que a pessoa humana é um processo, um movimento de autoconstrução e de personalização; como uma trajetória que deve ir desde a instintividade até às sensibilizações e decisões racionais. Tal movimento de personalização busca abrandar cada vez mais os equívocos e tensões na relação consigo mesmo, na relação com o outro e com o mundo físico, bem como no desenvolvimento de uma concepção transcendental de vida.

Se o individuo pode reduzir-se à unidade orgânica e, quando muito, à psíquica do homem, a pessoa é muito mais do que isso; tão mais que fica difícil compreendê-la como um todo. Tendo em vista, que a pessoa humana não pode ser estudada com os instrumentos da ciência, com a investigação objetiva. A pessoa homana não é problema, mas sim, mistério. Ela é a mais inteligível de todas as coisas. Sou eu e para mim a verdade que se entende absolutamente por si e comunica o meu caráter a todos os outros que estão a minha volta.

Mas, ao mesmo tempo, é um mistério que eu seja eu; que eu não possa ser expulso de mim, nem pelo mais forte adversário, mas somente por mim mesmo e nem mesmo totalmente por mim mesmo. Porque eu não posso ser substituído nem mesmo pelo ser mais nobre; que eu esteja no centro do ser, como também todos os meus semelhantes. Somos pessoas e não coisas. O ser humano é mistério do ser no coração do ser. Ao mesmo tempo, cada pessoa é fato original, único e induplicável. Somos dotados de autonomia quanto ao ser, de autoconsciência, de comunicação e de autotranscendência. A pessoa da seu mais nítido sinal de espiritualidade; o ser humano vivente é espírito e corpo, enquanto as coisas são carentes de espírito.

Portanto, cada um de nós é fragmento de uma espécie, uma parte deste universo, um pouco singular da imensa rede de forças e de influências cósmicas, éticas, históricas, que obedece a leis; estamos submetidos ao determinismo do mundo físico. Mas cada um de nós é também uma pessoa, não estamos submetidos aos astros. Somos inteiros na subsistência da alma espiritual e essa é em nós um princípio de unidade criadora, de independência e de liberdade. Contudo, sou pessoa e não indivíduo, sou humano e não robô. Precisamos de amigos de verdade, de companhia, que possamos conversar sobre os nossos sentimentos e desejos, sem medo. Se não recuperarmos a força espiritual de pessoa que somos, dentre outros esforços, esse sofrimento poderá não ter fim.

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