24 de março de 2012

REDES SOCIAIS: UM PERIGO IMINENTE

Os movimentos da cibernética e dos computadores começaram durante a Segunda Guerra Mundial, com um renomado grupo de matemáticos, neurologistas, cientistas e engenheiros. Eles formaram um grupo para investigar interesses científicos comuns. Esse trabalho estava estreitamente ligado à pesquisa militar que lidava com os problemas de rastreamento e de abate de aviões e era financiado pelos militares. Aqui começava a perseguição através dos computadores, da qual somos vítimas hoje.
A invenção do computador por John Von Neumann e sua analogia entre o funcionamento do computador e funcionamento do cérebro estão entrelaçadas de maneira tão estreita que é difícil saber qual veio primeiro. E o pior, com o agravante do advento da internet, que resultou no empobrecimento espiritual e na perda da diversidade cultural por efeito do uso excessivo de computadores, principalmente no campo da educação.
O uso de computadores nas escolas baseia-se na visão, hoje obsoleta, dos seres humanos como processadores de informações, o que reforça continuadamente concepções mecanicistas errôneas sobre o pensamento, o conhecimento e a comunicação. Tendo em vista, que as informações não criam ideias; mas sim na relação de que são as ideias  que criam  as informações. Baseando-nos na premissa de que as ideias são padrões integrativos que não derivam da informação, mas sim, da experiência; o conhecimento passa a ser visto como livre de contexto e de valor e baseado em dados abstratos. Porém, todo conhecimento significativo é conhecimento contextual, e grande parte dele é vivencial.
Por outro lado, com a popularização mundial das redes sociais, a cada dia cresce o número de pessoas que se cadastram nessas redes e publicam seus perfis no Orkut, Facebook, Badoo, etc. Sendo o ser humano uma criatura social, logo ele acaba se expondo um pouco mais nessas redes.
Entretanto, isso pode originar alguns problemas, principalmente para quem procura emprego, que pode ter nas redes sociais um grande aliado se as informações ali contidas foram bem utilizadas, mas poderá tornar-se um forte inimigo se as usar de forma errada. O problema está sedimentado em uma pequena parcela de pessoas, que acaba por se empolgar com esse mundo virtual e proporciona mais detalhes negativos de sua vida sem se preocupar muito com quem está do outro lado lendo os seus escritos. Conheço pessoas que se deram muito mal por conta de atitudes precipitadas.
Por varias razões é importante ter muito cuidado com as informações que colocamos na internet a nosso respeito. Não precisa ser nenhum perito para traçar o perfil de qualquer pessoa que esteja utilizando uma dessas redes sociais. Na verdade, o usuário quer mostrar o que está fazendo ou vai fazer e por trás de uma frase há sempre um ato falho. Prato cheio para uma pessoa de má fé colher informação importantíssima a seu respeito, portanto isso tudo transforma-se numa exposição de risco.
Por isso uma gama cada vez maior de empresas busca informações nessas redes sobre seus candidatos. Dependendo do que se escreve nos murais dessas redes, de nada adianta apresentar um belo currículo se o candidato vive escrevendo um monte de besteira. Aqui também vale para quem busca um relacionamento estável. Tanto homens como mulheres que vivem falando de suas aventuras amorosas, das noitadas com os amigos em redes sociais poderá dar margens para interpretações levianas em seus futuros relacionamentos. Quando se escolhe um parceiro ou uma parceira para se relacionar, também é analisada a vida pregressa da pessoa. Uma pessoa volúvel, que se dá ao desfrute com certa facilidade, que teve muitos relacionamentos com pouca durabilidade. Esses são elementos contundentes para compor o caráter dessa pessoa.
Portanto, falar demais pode expor a si mesmo e aos outros indiretamente a uma série de problemas. Fale bastante das questões de ordem gerais, fale pouco dos outros e nada de si mesmo. Contudo, há um ditado antigo que diz o seguinte: “se és um tolo e ficas calado, parecerás sábio, mas se abres tua boca, terão certeza que és um tolo”. Por isso é prudente não se expor tanto nessas redes sociais ou no MSN. Enfim, como diz outro ditado popular: “o peixe morre pela boca”, portanto cuidado para não engolir o anzol.

14 de março de 2012

A ARTE DO AMOR TÂNTRICO

Quando se redescobre a milenar arte do amor Tântrico, a forma apressada e neurótica do moderno relacionamento entre os amantes melhora e muito. A relação deixa de ter a característica compulsiva a qual destrói os mais belos vínculos de afeto e de ternura que possam vir a existir, comprometendo consideravelmente a harmonia e a felicidade dos enamorados. O amor Tântrico dignifica e enobrece o ser humano propiciando o seu retorno à inocência original, fazendo renascer os mais puros sentimentos de amor e  o apelo de ascensão espiritual.
Não há nada mais delicioso que a aventura do encontro de duas almas que se amam verdadeiramente. A emoção que invade o coração da pessoa que está encantada com a outra é de importância vital para a prática do relacionamento Tântrico. Aqueles que praticam sentem-se renascidos, revitalizados, repletos de energia tântrica, de entusiasmo e alegria.
Viver momentos de êxtase prolongado com descontração é viver momentos de paz nos braços da pessoa amada... ou isso tudo é considerado coisa do passado? Parece estar fora de moda ou no mínimo ocorre de maneira fugaz, sem profundidade, sem magia, sem nenhuma intimidade, excessivamente fácil. Os beijos, carinhos e carícias se banalizaram tanto que quase já não produzem assombro. Aquele tal arrepio. A mídia, de modo geral, tem contribuído muito para a robotização do amor. O mito de perfeição com relação ao homem e à mulher só tem aumentado e desvalorizado ainda mais o amor romântico.
Quantos casais se unem levados pela chama ardente do amor romântico que nasce do fundo da alma, se adoram e acreditam que nada e ninguém poderão separá-los. Quando menos esperam são traídos pelo inimigo secreto, o ego, essa legião de agregados psicológicos que destrói a beleza do amor puro e inocente.
Entretanto, a sabedoria Tântrica nos ensina que devemos nos concentrar nas afinidades que nos é peculiar e no amor que sentimos pelo outro. Procurando sempre visualizar através da imaginação criadora um quadro mental repleto de alegria, ternura, afeto no momento que suas almas e corpos se unem deliciosamente para a celebração com a divindade.
Portanto, viver o Amor Tântrico é ambos estarem tranquilos e se ajudarem mutuamente. Quando a confiança estiver estabelecida, já não haverá mais regras. O Amor se conduzirá por si mesmo e juntos percorrerão as mais belas e paradisíacas paisagens que ficarão marcadas para sempre na memória dos eternos apaixonados.  

11 de março de 2012

OS PARADOXOS DO AMOR

Certa vez ouvi alguém fazer o seguinte comentário: “esse tal gênero amor não é viável para a nossa vida”. Aqui vai a pergunta: mas como avaliar a viabilidade do amor? Por que o que é viável é sempre um bem? Por que durar é melhor que inflamar ou acabar? Aprendi com a vida que a gente é livre para seguir as escolhas que fazemos e não para seguir os impulsos que sentimos. Afinal, queremos sempre ter razão ou sermos felizes? Quem sempre tem razão se julga o dono da verdade.
Sendo o amor um desejo de união com o outro, ele não pode ser um mal. No entanto, ele estabelece um tipo de vínculo paradoxal, a partir do momento em que estamos encantados por alguém. Desfazemos qualquer possibilidade desse amor vingar ao colocarmos regras para essa nova relação. Seria um atrevimento sem precedentes tentarmos estabelecer normas ou regras de comportamento num relacionamento amoroso interpessoal. Preciso do outro para viver esse amor.  Estabelecer o que é viável ou não... para que esse amor dê certo, é o mesmo que desistir de vivê-lo. O amor não segue um sistema lógico de pensamento, todo organizado como achamos que seja. Quando se tem alguém que desperta esse sentimento, você simplesmente sente o pulsar do amor em seu coração. Não há razão que dê jeito.  
Entretanto, o risco do amor é a separação. Mergulhar numa relação amorosa supõe a possibilidade da perda. Para o psicanalista e filósofo austríaco Igor Caruso, a separação é a vivência da morte numa situação vital. É como se fosse a vivência da morte do outro em minha consciência e a vivência de minha morte na consciência do outro.
Quando ocorre a perda, a pessoa precisa de um tempo para se refazer, pois, mesmo quando mantém sua individualidade, o tecido do seu ser passa inevitavelmente pelo outro. Há um período de luto a ser superado após a separação, para que ambos possam reencontrar um novo equilíbrio para suas vidas.
Portanto, numa sociedade massificada, onde o EU não é suficientemente forte, as pessoas preferem não viver, para não ter de vivenciar a “morte”. Por isso o paradoxo, procuramos pelo amor a vida toda e quanto ele aparece fugimos. Concluo com uma frase do pensador francês Edgard Morin: “nas sociedades burocratizadas e aburguesadas, é adulto quem se conforma em viver menos para não ter que morrer tanto. Porém, o segredo da juventude é este: vida quer dizer arriscar-se à morte; e fúria de viver quer dizer viver as dificuldades”.

3 de março de 2012

TUDO FLUI NADA PERMANECE

Ninguém entra no mesmo rio duas vezes, pois quando isso acontece, já não é mais o mesmo rio, no momento seguinte as águas não serão as mesmas. Foi um filósofo grego, que viveu no século quinto antes de Cristo, Heráclito de Éfeso que fez essa formulação que até hoje nos fascina. O fluxo eterno das coisas que é a própria essência do mundo apontou Heráclito e se ainda hoje ficamos espantados com isso, é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando no fundo que tudo permaneça igual. Então é necessário um filósofo da antiguidade ou um escritor contemporâneo para nos fazer entender que nada é permanente a não ser a mudança.
Devir em filosofia é o mesmo que movimento permanente das coisas que se desfazem, transformando-se em outras coisas. O mundo explica-se, não apesar das mudanças de seus aspectos muitas vezes contraditórios, mas exatamente por causa dessas mudanças e contradições. Quer dizer que todas as coisas opõem-se umas às outras, e dessa tensão resulta a unidade do mundo. Para Heráclito a harmonia nasce da própria oposição. A divergência e a contradição não só produzem a unidade do mundo, mas também sua transformação. O mundo é um fluxo contínuo de mudanças, o mundo é como um fogo eterno sempre vivo, e "nenhum deus, nenhum homem o fez". Heráclito concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanente transformação. Para ele, a vida é um fluxo constante, impulsionado pela luta de forças contrárias. Assim afirmava que "a luta ou os conflitos eram a mãe, rainha e princípio de todas as coisas". É pela luta das forças opostas que o mundo se modifica e evolui.
Entretanto, para melhor entendermos, cito Guimarães Rosa no Grande Sertão Veredas em que escreveu o seguinte: “o mais importante e bonito do mundo é isso, que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando, afinam ou desafinam, verdade maior é o que a vida me ensinou”. O incrível que o filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso. É o mais bonito da vida diz Guimarães Rosa. É uma celebração do movimento, não é um lamento.
É no amor líquido que vamos perceber essa fragilidade, essa dificuldade de se perpetuar os vínculos amorosos no mundo de hoje. Eterno em constante mudança, o amor é dos deuses mais antigos, a maior potência do universo. Conciliar a permanência de Parmênides onde ele afirma que “o Ser é” e “o não Ser não é” (nossa próxima reflexão) e a mudança de Heráclito onde tudo flui. O que não nos surpreende é, se considerarmos que sua excelência o Amor existe para Unir as pessoas, é justamente essa sua função. Mas como tudo na vida é um eterno fluir nada permanece, então, como fica o Amor?  
Portanto o tempo não para e isso é belo. Todavia, estamos sempre em constante encontro um com o outro, seja por aqui ou por aí, e seremos a cada encontro, sempre outra pessoa, nunca a mesma. Concluo com uma frase nobre de Martim Luther King prêmio Nobel da Paz: “Não somos o que deveríamos ser; não somos o que queríamos ser; não somos o que iremos ser; mas, graças a Deus, não somos o que éramos”.

AS COISAS SÃO OS NOMES QUE LHE DAMOS

O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofri...