29 de abril de 2018

ENTRE O MEDO E A ESPERANÇA

A esperança é a sensação motivadora que nos mantém vivos. Somos motivados a ter uma vida plena, um estado maior de vivência, uma libertação da tristeza eterna, acreditar no amor que transforma as pessoas e o mundo. Olhar para o outro com o coração é um gesto de amor, cria-se uma expectativa conciliadora. Na verdade, essa expectativa que temos é a nossa esperança de que podemos fazer algo de bom, para a saúde mental da humanidade. O mundo que nos espera não está por ser conquistado com a força, mas construído com amor. Mas se vivemos num estado de passividade e de espera, isto não é esperança e sim resignação. É deixar morrer o que existe de mais sagrado na essência humana. De modo que, a esperança é um elemento decisivo em qualquer tentativa para ocasionar mudanças pessoais e sociais na direção de uma consciência cósmica.

Todavia, ser aberto para o amor, acreditar no amor, ter esperança e procurar viver na plenitude do amor, é necessário reunir todas as nossas forças, aquele potencial adormecido até então. Porém, essa é uma situação raramente experimentada pelas pessoas na vida real. Quando o amor surge, além de negar esse sentimento, as pessoas não sabem muito bem como lidar, por medo de sofrer. No entanto, foi por medo que crucificaram “Jesus Cristo”, foi por medo que deram um tiro em “Mahatma Gandhi”, foi por medo que decapitaram o filósofo inglês “Thomas Morus”, foi por medo que mataram o ativista norte-americano “Martin Luther King”, e foi por medo que envenenaram o filósofo grego “Sócrates”. Enfim, a sociedade tem pouco espaço para a honestidade, para a ternura, para a bondade e, principalmente, para o amor. Medo de que seus membros descubram a importância do amor para suas vidas.

Entretanto, há um sentimento de apatia corroendo o coração da humanidade, como muito bem assinalou o sociólogo e pesquisador polonês Zygmunt Bauman, no seu texto: “Pós Modernidade”, fazendo uma radiografia das relações humanas, onde cada vez mais está em moda o “Amor Líquido”. Nada é feito para durar, nem as amizades. Parece que o amor ficou fora de moda e o sexo casual tornou-se mais atraente. Ele é apreciado por muitas pessoas, e também faz parte dessa visão "aristocrática". É importante entender que ela privilegia umas poucas minorias e desfavorece a grande maioria. Por exemplo, aquelas pessoas mais sincera, mais fiel ao seu sentimento, que falam a verdade, as que não gostam de fofocas, que não atendem as exigências do mercado de consumo, do corpo sarado, bonitinha e sexy. Quem não reúne esses pré-requisitos, seguramente são marginalizados.

Portanto, o amor é como uma planta florida, que perfuma tudo ao seu redor com a esperança, até as ruínas e turbulências eventuais que nos abate. Vejo o amor como um ninho, onde a felicidade das pessoas, atraídas por esse sentimento, constrói-se pedacinho por pedacinho, através de esforços mútuos e de muita compreensão um pelo outro. Contudo, a boa relação é quando alguém aceita o seu passado, apoia o seu presente e motiva o seu futuro. Para isso é importante que o amor seja íntimo, para que perdure. Ao desatar os cadeados que lhe prende aos seus medos, estarás livre para amar e ser amado. A felicidade que estava perdida no espaço de tempo se tornara visível aos seus olhos. E ao enfatizar o seu decreto de liberdade, subirá aos mais altos montes, e enxergará os novos horizontes. Por conseguinte, a esperança é a única arma mais poderosa que o medo, e quando bem usada, pode ser letal. “Sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.” (William Shakespeare).

24 de abril de 2018

O DESEJO SE ALIMENTA DA INSATISFAÇÃO

Na nossa cultura privilegia muito o desejo, talvez por conta de uma insatisfação experimentada, de uma parcela significativa da sociedade. Valorizamos muito o desejo que sempre pressupõe um objeto externo não possuído e quando o possuo, deixo de desejá-lo. Se o individuo já satisfeito porque acha que mais um desejo foi realizado, logo passa a buscar outros desejos. Como o desejo se alimenta de certa insatisfação, que combina muito bem com toda a indústria consumista, a sexualidade torna-se o alvo maior do capitalismo selvagem. Até parece que as mulheres de hoje, não são mais para amar e, sim, para olhar e se deliciar de tão gostosas e malhadas que são. São tão olímpicas que alguns homens, em particular os machões, brocham só de olhar, não por desinteresse, mas por não achar-se tão competente assim. É como se elas falassem: “você não passa de um gordo, velho e solitário, trancado na sua medíocre vidinha sexual”.

Antigamente, as mulheres sabiam seduzir os homens. Elas praticavam a arte da sensualidade e da fantasia. De modo que diante de uma Sharon Stone, o machão se encolhia todo, virava um pobre coitado excluído. Além de rica, Sharon Stone era linda e gostosa, para o delírio dos proletariados sexuais, que jamais teriam dinheiro para conhecê-la na intimidade. No geral, essas mulheres robóticas, provocam uma excitação de classe. É como se elas dissessem: “o meu ideal é ser desejada como um bom produto”. A meu ver e de muita gente boa, isso não leva a lugar nenhum a não ser, a profunda frustração, porque depois de saciado esse desejo só nos resta o tédio, uma vida miserável, sem sentido. Todo dinheiro que antes se gastava com psicoterapia, hoje se gasta com a modelação do corpo nas academias. O que importa é cuidar do corpo sarado, a saúde mental ficou para o segundo plano, não precisa se preocupar. No entanto, infelizmente, o que assistimos é uma sociedade enferma, pobre de espirito e doente em todos os aspectos.

De modo que, o desejo tem características extremamente aristocráticas, porque privilegia, do ponto de vista, as relações interpessoais, aquelas que são mais desejadas. No caso dos homens, os mais ricos, os inteligentes e os desleais também. Para quem não sabe, os cafajestes fazem um sucesso medonho com as mulheres. No caso das mulheres, as mais belas, as mais olímpicas, as mulheres frutas da vida. Outro dado observado nas mulheres (nem todas gostam), elas adoram esse tipo de homens safados e cafajestes, esses são alvos prediletos da maioria das mulheres. Até em campanhas publicitárias, eles aparecem fazendo o tipo cafajeste. Outro dado relevante é que o sexo casual também faz parte dessa visão aristocrática, sempre é importante entender, que ele privilegia umas poucas minorias e desfavorece a grande maioria. Como aquelas pessoas mais sinceras, as mais tímidas, as que falam a verdade, as que não são tão boas de conversa fiada, as que não frequentam vida noturna e as que não atendem as exigências do mercado de consumo, essas pessoas sempre são marginalizadas.

Portanto, o elemento tátil do desejo se abastece através de trocas gostosas e prazenteiras entre duas pessoas que se atrai. Uma conversa agradável, trocas de carícias com alguém disposto e receptivo, que lhe é interessante naquele momento, sendo assim, segue-se o momento prazeroso com as carícias verbais que praticamente não dependem de novidades. Por outro lado, aquilo que mais excita a mulher ou vice-versa, se abastece através de trocas gostosas e prazenteiras, tal como uma boa conversa, trocas de carícia com algum parceiro que lhe é interessante naquele momento. Contudo, segue-se o momento prazeroso. Porém, o desejo é pura novidade e tão pouco combina com as relações afetivas. Tanto o homem como a mulher se tiver uma relação de boa qualidade, não precisa mais do desejo. Ninguém deseja o que possui. A mulher ou o homem deixa de ser objeto do desejo, para ser objeto de excitação um do outro. Portanto, para se concretizar a excitação haverá as trocas gostosas de carícias, o estabelecimento da intimidade e o esquentar das relações que são estreitadas a partir da aceitação das carícias e da mútua reciprocidade.

22 de abril de 2018

A SEXUALIDADE É O CORAÇÃO DA VIDA

É importante em primeiro lugar compreender as dimensões psicológicas da sexualidade, o sentido e a origem da palavra sexo. No entanto, a palavra “sexo” vem do latim, “sectum” que ao fazer a etimologia da palavra para a nossa língua quer dizer: “dividido”, “parte” ou “metade”. O ser humano é sexo, isto é, um ser dividido em partes. De modo que, homem e mulher são metades, seres incompletos, precisando da outra parte para assim formar um inteiro. Daí o sentido bíblico de que fala o texto. Deixará o homem (pai e mãe) unir-se a sua esposa e serão dois numa só carne.

No entanto, toda parte tem uma função e um desejo. A função é completar a outra parte; e o desejo é ser completado pelo outro. Somente satisfaz o desejo quem cumprir primeiro a função. O sentido do amor no casal é o de amor doação. Decorre disso que a felicidade da mulher não é a preocupação dela, mas sim ocupação do homem e vice-versa. Estarão os dois cumprindo a função, conseguindo com isso satisfazer o desejo. Devido ao sentido amplo da palavra “sexo”, todas as relações interpessoais entre um e outro sexo são obviamente, encontros sexuais. Uma dessas é a relação genital. Por essa razão, que se encaixa perfeitamente a relação genital no momento da intimidade dos apaixonados.

Entretanto, se todas as outras relações sexuais não forem satisfeitas (afeto, carinho, ternura) também não se encaixará a relação “genital-sexo”, no sentido estrito da palavra. De modo que, o sexo é complemento e consequência do afeto e carinho, entendido aqui como qualquer demonstração de amor sem contato de pele. Vale lembrar, que a sexualidade é uma força vital que invade todo ser; é como um rio cujas águas poderosas energizam a personalidade. Mas, se esse rio for barrado, tiver seu curso impedido, fatalmente haverá alagamento e surgirão desvios e bloqueios. Portanto, a sexualidade é o coração da vida. Se seu desenvolvimento for lesado, todo desabrochar da personalidade será atingido, e prejuízos nas diversas áreas se registrarão.

No entanto, se admitirmos como premissa maior que a educação sexual é dada basicamente em casa, pelo exemplo dos pais, pode-se concluir tranquilamente que sua adequação depende essencialmente do entendimento entre marido e mulher. Mas acontece que o homem brasileiro geralmente desconhece os aspectos mais elementares da psicologia feminina. E vice-versa; a maioria das mulheres não sabe como é importante que o homem se realize plenamente no campo sexual. Ele ignora, por exemplo, que deve ser também o namorado dela; e ela desconhece que deve ser também a amante do dele. Na pratica, quando ele começa a beijar a mulher é porque vai haver uma relação genital, depois que termina muito rápido, diga-se de passagem, apagará a luz e dormirá roncando. Enquanto ela fica esperando inutilmente uma manifestação de carinho, um gesto que traduza afeto e ternura. Trocas gostosas de caricias.

Dizer simplesmente que está cansado pelo trabalho estafante daquele dia e que trabalha por causa dela é uma farsa. As pessoas trabalham porque gostam do que fazem ou porque precisam deste trabalho para sobreviver. Aqui cabe a seguinte pergunta: “quantos filhos veem em casa manifestações frequentes de carinho, afeto ou gestos de amor? Pais que se beijam, se abraçam, andam de mãos dadas e demonstram fisicamente seu carinho um pelo outro? Que ideia pode ter um filho se pai e mãe não se tocam e aparece um irmão menor? Será que o sexo é algo vergonhoso, que os gestos de amor só devem ser feitos às escondidas”? Outra manifestação de ansiedade dos pais, no que diz respeito ao sexo, ocorre frequentemente diante da nudez.

Há certa fase, na vida da criança, em que sua curiosidade para conhecer o corpo dos pais é incontrolável. Se os pais conseguem permitir que ela os veja com tranquilidade e naturalidade, a criança esquece que estão pelados. Mas se reagirem de maneira agressiva, dando broncas, ai sim, temos um problema. É aqui que começa a orientação sexual dos filhos. Se ela for deformada o que estarão transmitindo à criança? Uma visão de que o corpo é algo vergonhoso, sujo e que não deve ser exposto.

Portanto, se tivermos uma vida sexual tranquila e sem ansiedade e fomos capazes de resolvê-las com naturalidade, estaremos educando sexualmente os nossos alunos e filhos. O método dialético parte da compreensão de que as coisas e os seres existem em permanente transformação, entrosados e afinados uns com os outros. Só poderemos compreendê-los de modo correto se levar em conta, desde o inicio, as suas relações recíprocas. Contudo, somos um corpo é isso o que mostramos. Porém, sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.   

18 de abril de 2018

SEXUALIDADE NUM CORPO ESPIRITUALIZADO

Para situarmos no tema, porém, antes vamos entender essa dinâmica da sexualidade e espiritualidade. Sabemos que os limites da sexualidade são os limites do corpo. A sexualidade começa em qualquer parte do corpo e não termina, vai de um lado para outro. A mente entra em delírio. A espinha dorsal concentra-se no momento do toque. Muito comum na dança dos dois corpos. Choca-se com a sexualidade do outro corpo. Emaranha-se e se confunde. Expande-se e faz de cada um de nós o que nós somos. Nesta hora o mundo se enche de encanto, já é a manifestação do sagrado. Que entra pelo labirinto do desejo. Explode nas artimanhas da libido, realizando-se no prazer. Vale lembrar, que o outro é a minha extensão. Por isso que somos a linguagem de Deus. É assim que a divindade se manifesta nos humanos.

O corpo conhece o desejo sexual e a sensualidade. Isto é algo que está presente espontaneamente dentro do corpo. O corpo busca a satisfação dos seus desejos, e é o ser humano ou a consciência da alma que determina o modo como o desejo sexual se aplica e se manifesta. Mais uma vez, o corpo é inocente. Ele apenas conhece a sensualidade e o desejo. Até aqui não há nada de errado. Porém, isso pode ser uma fonte de divertimento, alegria e prazer. Mas o corpo, por si só, não pode escolher de que forma ele vai expressar a sua energia sexual. O ser humano na sua totalidade que está a cargo disso e o corpo precisa do seu comando. De modo que, quando você quer experienciar à sexualidade da forma mais amorosa, o ponto de comando reside no coração. Quando você deixa que seu coração se encarregue da sua energia sexual, ele encontra a sua expressão mais prazerosa, porque aguça a espiritualidade.

De fato o sexo é uma fonte de energia muito poderosa, gerando cargas magnéticas em todo o seu ser, em face das potencialidades criativas de que se reveste. O sexo é um recurso da lei de atração, na perpetuação das espécies, é inerente à própria vida, a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Vale lembrar, que a sexualidade é a dança conjunta das energias masculina e feminina. Originalmente, a sexualidade é mais do que um ato físico. Ela podia ser uma dança na qual todos os níveis ou aspectos dos casais participassem. Mas, nem sempre é assim. Um aspecto da dança sexual que eu gostaria de distinguir é o nível emocional. A união sexual é um ato profundamente emocional. Se você ignora este aspecto, você não está completamente presente no ato e se fecha para o verdadeiro significado da sexualidade. Se não tiver conhecimento sobre estes mecanismos evolutivos, você acaba por se alimentar de más energias, como o ciúme, a raiva, a insegurança, a mágoa, a inveja e o medo.

Portanto, o indivíduo plenamente atuante sabe que esta magia é que nos da prazer e nos estimula a viver, elimina o tédio e eleva a existência além do espaço e do tempo. Essa energia trocada promove o meu encontro com a divindade, é o mesmo que estender as mãos com total confiança e tocar “Deus” na pessoa do outro, pois, cada pessoa é imagem e semelhança do “Criador”, traz consigo uma centelha divina. Contudo, a religião tende a valorizar o que as pessoas possuem por fora, enquanto que a espiritualidade busca o divino dentro de cada um. Ser espiritualizado é tornarmo-nos responsáveis por entender que para tudo que fazemos, há uma reação e um propósito. Como diz o teólogo e filósofo, bispo de Hipona, Santo Agostinho (354-430): “Aquele que ama tudo é permitido”.

15 de abril de 2018

FÉ NA SUPREMA SABEDORIA

Vivemos num mundo de bebidas instantâneas, alimentos instantâneos, relações afetivas instantâneas, quase tudo instantâneo. Lamento não poder oferecer uma confiança ou uma crença instantânea. A confiança ou a fé é algo que deve ser aprendido e alimentado por todos nós. Espero já ter plantado algumas sementes de fé e confiança em pessoas que me conhecem de perto e que certamente irão cultivá-las com carinho e amor.

São três a semente de fé e confiança que considero de vital importância para formarmos o triângulo do sucesso. A fé na nossa riqueza interior com a qual podemos criar qualquer modalidade de sucesso que se deseja. A fé e confiança em nós, como mentes conscientes que somos, pois é esta consciência que nos torna senhor do presente e do futuro. E por ultimo a fé na existência de uma “inteligência maior” que da ordem ao universo e que nos proporciona ajuda e orientação em todos os empreendimentos, desde que lutemos tenazmente, com entusiasmo e decisão inabalável, removendo as barreiras que os condicionamentos nos causaram.

Somos conscientes e essa é a nossa identidade. A parte de nós que chamamos de “Eu”, é a nossa mente consciente. Embora ela seja espiritual, impossível de ser localizada e vista com olhos físicos, estamos absolutamente cientes de nossa existência e do que ela é capaz de realizar, através da força, do poder e da inteligência que extraímos da “suprema sabedoria”. Entretanto, a nossa verdadeira vida é mais do que um simples corpo físico. A verdadeira vida é o nosso ser espiritual e a nossa mente consciente.

Portanto, temos um poder de atrair ou repelir toda e qualquer coisa que desperte a nossa atenção. Temos o poder de subir grandes alturas na escala das realizações pessoais e prosseguir em ascensão. Na verdade, temos um poder incomensurável dentro de nós. Quando conseguirmos modificar a nossa maneira de pensar, começaremos a experimentar novos sentimentos. Muitas vezes sofremos, não pelo o que os outros pensam de nós, mas, por aquilo que imaginamos que eles estejam pensando ao nosso respeito. Contudo, a fé é a certeza das coisas que se esperam e a convicção de fatos que a gente não vê, mais confia. Firme na fé e na confiança, como quem vê aquilo que é invisível aos olhos. É um olhar com a alma, com o coração. Confiança inabalável e sem o menor vestígio de dúvida. É nessa atmosfera que surge o amor e se cristaliza.

12 de abril de 2018

TODA ESCOLHA TEM SUAS CONSEQUÊNCIAS

Seja qual for a nossa decisão ela vai trazer alguma consequência, seja ela boa ou ruim. No entanto, o que precisamos avaliar é que ao decidirmos seguir um caminho, realizar um sonho ou conquistar uma meta, até mesmo mudar de profissão, certamente vamos precisar de um período de adaptação a nova mudança. Algumas pessoas agem movidas pelos os impulsos, sem pensar muito nas consequências dos seus atos ou escolhas. Só vamos dar conta depois da ação concluída. Não estou fazendo nenhum juízo de valor e tampouco julgar as escolhas que cada um faz. Mas, apenas mostrar que os fatos da natureza seguem uma ordem lógica natural. Por isso é importante refletir muito antes de agir, para ter menos aborrecimento no resultado final. 

Estar consciente das consequências, como ensina o budismo. Testar as coisas, testar cada ideia ou pensamento, examinar cuidadosamente o mundo que nos cerca, isto é, conhecer em vez de querer acreditar ou esperar. O mestre Buda ensinou que grande parte do sofrimento tem origem em nosso pensamento e comportamento, somos influenciados pelos desejos: "de poder, bens materiais, fama, ciúme e raiva contida". São fontes de sofrimentos causados por apego a essas sensações. A obsessão humana com as aparências e com o que as pessoas pensam a seu respeito também são fontes de sofrimento. Por isso a importância de pensar e refletir muito sobre nossas ações. Quando agimos pela emoção, na certa perdemos a razão.

Pensando bem, a vida para o ser humano é inviável por toda a dor e sofrimento que ela nos causa. A própria ideia do ser humano feliz é um contra senso. Não há possibilidade de felicidade sem pensar no sofrimento. Na verdade, a vida material para os humanos é inviável, uma hora ela acaba, ou seja, a cada dia morremos um pouco, até chegar à morte real. Porém, é por conta deste apego material que surge o sofrimento e a dor, do que fala a sabedoria budista. De modo que, a vida pode ser para nós uma batalha perdida, do ponto de vista biológico e do padrão estético de beleza. Basta olhar para uma foto nossa de vinte anos atrás e ver hoje como estamos, como está o nosso corpo, para comprovar a ação do tempo em nós. Isto para nós mortais tem um peso enorme com consequências dolorosas do ponto de vista estético. Não tem cirurgia plástica que resolva.

Por outro lado, existem pilhas de estudos sobre o comportamento humano, falando das consequências graves geradas pela falta de solidariedade e da amizade, do companheirismo e do compromisso com a vida. Triste fim o nosso, se não mudarmos de atitudes. A ideia de que o ser humano é o sujeito da história, passa por uma corrente de pensamento europeu denominado “Humanismo”. O ser humano deve ser valorizado acima de tudo; deve estar no centro das preocupações sociais. No entanto, o ser humano surgiu através de uma genealogia lenta, passando pela filosofia e algum tempo depois pelas ciências humanas.

Paralelamente ao seu surgimento apareceram os hospitais psiquiátricos, as penitenciárias, as necessidades de leis para a punição de infratores, a desigualdade social, a tirania e a violência. Todos esses elementos, somados ao desenvolvimento da Filosofia, Medicina, Psicologia e Sociologia. Contudo, a concepção que hoje temos do ser humano é, de um sujeito racional, capaz de pensar por si mesmo, de tomar decisões, de agir por conta própria, de analisar o mundo ao seu redor.

Portanto, não compreendo os mistérios da vida e nem suas razões. Só espero estar certo no que penso e sinto. Que é continuar a cultivar esse amor que tenho, pelo meu próximo. Penso num mundo melhor para todos. Talvez, então neste dia, o ser humano inverta os seus valores atuais e coloque ordem nesse planeta que é a nossa morada. Que possa olhar para o seu semelhante com respeito e admiração, e finalmente como consequência deste gesto sublime, todos poderem conviver em paz e harmonia. Só assim teremos um mundo mais humano e quem sabe feliz. Contudo, a vida é feita de escolhas. Por isso, pense muito bem antes de tomar uma decisão. Sempre será preciso arcar com as consequências futuras.

9 de abril de 2018

AS QUATRO LEIS DA ESPIRITUALIDADE NA ÍNDIA

Tudo o que somos é o resultado do que pensamos. É fundado em nossos pensamentos e é feito de nossos pensamentos. Para isso a filosofia Hindu na Índia criou as quatro Leis da espiritualidade, para pensarmos melhor a nossa vida e não viver inutilmente.

A primeira Lei nos diz: “a pessoa que chega é a pessoa certa”. Significa que nada ocorre em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas que estão ao nosso redor, que interagem conosco, estão ali por uma razão, para que possamos aprender e evoluir em cada situação.

A segunda Lei nos diz: “o que acontece é a única coisa que poderia ter acontecido”. Nada, absolutamente nada que ocorre em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Nem mesmo o detalhe mais insignificante. Não há nenhum se eu tivesse feito tal coisa ou que outro fez, talvez pudesse ter sido diferente. Não! O que aconteceu foi à única coisa que poderia ter ocorrido e teve que ser assim para que pudéssemos aprender essa lição e então seguir adiante. Todas e cada uma das situações que ocorrem em nossas vidas são perfeitas, mesmo que nossa mente e nosso ego resistam em aceita-las.

A terceira Lei nos diz: “qualquer momento que algo se inicia, é o momento certo”. Tudo começa num momento determinado, na hora certa. Nem antes e nem depois! Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e ultima Lei nos diz: “quando algo termina, ele termina”. Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas, é para nossa evolução. Por isso é melhor sair, erguer a cabeça e seguir em frente, enriquecido com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele veio à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender. Que nenhum floco de neve cai no lugar errado.

Portanto, encerro esta reflexão com uma frase do pensador, filósofo e físico alemão Albert Einstein (1879-1955): “se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: se escolher o mundo ficará sem amor, mas, se escolher o amor com ele conquistará o mundo”. Contudo, o caminho do amor e da sabedoria nos levará a mais rápida ascensão espiritual coletiva.


7 de abril de 2018

NA SENSIBILIDADE DA FLOR PERPETUA A VIDA

Se olharmos as flores desabrochando, seus esplendores e suas belezas, vamos compreender que a existência eminente da vida segue o seu curso natural. De que modo eu, como educador, conseguiria ajudar as crianças e jovens a contemplar as flores e aplicar-se também à filosofia? Se concentrar-me unicamente nas flores e desprezar a filosofia, haverá algo de errado na minha atitude. Se, ao contrário, estiver preocupado apenas com a filosofia, também aí não estarei certo. Não devemos adquirir conhecimentos tecnológicos, aperfeiçoar-nos primeiramente numa matéria, e depois passarmos para outra.

Ao nos dedicarmos longo tempo, com todo o empenho, na aquisição de conhecimento, algo já se destruiu em nós. Particularmente o interesse em olhar para a flor e a capacidade para enxergá-la na sua essência se foi. Ao dar maior ênfase a um ou outro aspecto, tornamo-nos insensíveis e, como sabe, a essência da inteligência é a sensibilidade. Assim, a qualidade que desejamos para a criança é a mais apurada sensibilidade. Sensibilidade é inteligência, a qual os livros não nos propiciam. Se, durante anos, estudarmos filosofia e não formos capazes de olhar para as flores e para o azul do céu, não compreendemos a filosofia e aí sim estaremos mortos em vida. Se tivermos sensibilidade, a mais alta expressão da inteligência então poderá admirar as flores e também estudar filosofia.

Entretanto, se essa inteligência for dotada de agilidade, atenderá a ambos os campos. Agora, o que faremos nós como uma comunidade de educadores, para despertar na criança e no jovem, esse tipo de sensibilidade? O estudante tem de ser livre. Senão, não será sensível. Se, por exemplo, não for livre para estudar determinada matéria, para apreciá-la, para a ela devotar-se, não terá bom êxito nesse estudo. E, igualmente, para contemplar as flores, ver-lhes a beleza, o aluno necessita de liberdade. Então, é a liberdade o que vem primeiro o que significa caber ao mestre ajudar a criança a ser livre. De modo que, liberdade significa ordem, liberdade não significa deixar a criança fazer o que quiser. Qualquer forma de compulsão, de intimidação, como a praxe de dar notas ou não, nada disso é eficaz.

Portanto, se compreenderem a importância da liberdade e da ordem, e sentirem que tanto o castigo como o prêmio não produzem resultados. Vale eximir-se desta forma de prática. Vale lembrar, que os velhos sistemas, de uso secular, não levaram o homem à libertação. Fizeram-nos ceder e ajustar-se. Contudo, minha sensibilidade me expõe em todos os momentos, inclusive no que escrevo. Se minhas lágrimas escapam e caem pelo meu rosto diante de alguém, sinto-me vulnerável. Se lhe dou um abraço e você me rejeita, sinto-me pequeno. Se te beijo e você se esquiva, sinto que não devo demostrar meus sentimentos. Mas a sensibilidade para com outro ser humano, para com a flor, a música, a beleza de uma paisagem ou de uma árvore, não é uma demonstração de fraqueza. É uma demonstração da inteligência de cada um, e por essa razão não devemos nos envergonhar nunca do que somos e de demonstrar nossos sentimentos.

4 de abril de 2018

O HABITO DETRATOR DA VIDA ALHEIA

Por que a vida alheia nos seduz tanto? Estaria nossa vida muito monótona ou vazia? Falar e ouvir o mal é uma delícia, desde que não sejamos o alvo. No entanto, sempre fomos detratores, é uma característica humana. Ao falarmos mal de alguém imediatamente começamos a estabelecer o fato de que, eu e você, depreciamos aquela terceira pessoa. Estamos aqui estabelecendo uma aliança, medonha e perversa contra o outro. Nós não somos aquela terceira pessoa. Isto cria a nossa identidade. Isto cria uma relação de amizade, porque você também não gosta daquele. Somos solidários no maldizer contra o outro. Quem fala mal do outro está fazendo detração, ou seja, está se considerando melhor ou superior à aquele que está sendo depreciado.

Por outro lado, a internet atomizou a possibilidade de que todos se tornassem autores. Ela turbinou porque tira o ônus da presença física. É mais difícil falar mal do outro com o risco físico da presença. O ônus de receber uma resposta na cara ou até uma agressão física, mas também porque nesse nosso mundo líquido, todos tornamo-nos autores com autoridade. No momento que abro uma conta no Facebook, automaticamente ganho diploma de jurista especializado em constituição. Apito a emitir opinião sobre impeachment, abalizada ao lado dos maiores constitucionalista do Brasil, só porque eu tenho conta no Facebook.

No momento em que tenho acesso a internet posso emitir opinião sobre medicina, educação e filosofia. E se alguém me disser que estou errado eu digo: “é sua opinião”. É muito difícil separar o limite da liberdade de expressão do limite da injuria, da calunia e da difamação. Em nome da liberdade de expressão a gente acha que pode dizer tudo sobre todos. Ora, as palavras ferem, as palavras podem reduzir as pessoas, as palavras podem agredir, as palavras podem representar inclusive diminuição de questões profissionais das pessoas. Um caso clássico em jornalismo da escola que foi caluniada a partir da fantasia de uma criança. E após o depoimento de outras pessoas, esta escola foi destruída. Os professores e dirigentes foram destruídos. Na verdade, foi um engano, uma fofoca difamatória de pessoas maledicentes, sem nenhum escrúpulo.  

Liberdade de expressão é garantida pela Lei e é um dos grandes privilégios da nossa vida, porém, saber que as palavras ferem e destroem é fundamental na responsabilidade da imprensa e de todo cidadão que fala em publico, que publica ou comenta. Esse cuidado nós temos que ter. O humor, a ironia popular, a charge, destilar seu veneno contra o outro, é uma espécie de arma contra quem a gente não tem nenhum poder. A detração política tem uma função. O problema se ela é apenas o ataque e o problema maior é dar mais atenção à vida pessoal do candidato, do que as suas propostas. Parece que a vida pessoal do candidato é muito mais relevante que suas propostas.

Portanto, a grande maioria das pessoas é de um mau-caratismo espantoso. Vira e mexe ouvimos dizer: “sou como você e, rindo nós nos consideramos superiores ao alvo de detração”. Quando na verdade, se fôssemos sábios, não atacaríamos a ninguém, nem faríamos piadas de ninguém, nem teríamos preconceitos com ninguém. Se fôssemos sábios, não haveria detração nem problemas no mundo causado pelo preconceito. Em vez de risos nervosos por piadas preconceituosas, riríamos com as crianças, com o mar, com o sol. Contudo, os fracos não tentam, os fortes insistem, os sábios tem esperança por isso, os fracos nunca ganham os fortes sempre perdem, e os sábios sempre alcançam. A humildade é a arma dos sábios. Enfim, viver para o amor e para a paz é uma sabedoria dos humildes.

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...