22 de abril de 2018

A SEXUALIDADE É O CORAÇÃO DA VIDA

É importante em primeiro lugar compreender as dimensões psicológicas da sexualidade, o sentido e a origem da palavra sexo. No entanto, a palavra “sexo” vem do latim, “sectum” que ao fazer a etimologia da palavra para a nossa língua quer dizer: “dividido”, “parte” ou “metade”. O ser humano é sexo, isto é, um ser dividido em partes. De modo que, homem e mulher são metades, seres incompletos, precisando da outra parte para assim formar um inteiro. Daí o sentido bíblico de que fala o texto. Deixará o homem (pai e mãe) unir-se a sua esposa e serão dois numa só carne.

No entanto, toda parte tem uma função e um desejo. A função é completar a outra parte; e o desejo é ser completado pelo outro. Somente satisfaz o desejo quem cumprir primeiro a função. O sentido do amor no casal é o de amor doação. Decorre disso que a felicidade da mulher não é a preocupação dela, mas sim ocupação do homem e vice-versa. Estarão os dois cumprindo a função, conseguindo com isso satisfazer o desejo. Devido ao sentido amplo da palavra “sexo”, todas as relações interpessoais entre um e outro sexo são obviamente, encontros sexuais. Uma dessas é a relação genital. Por essa razão, que se encaixa perfeitamente a relação genital no momento da intimidade dos apaixonados.

Entretanto, se todas as outras relações sexuais não forem satisfeitas (afeto, carinho, ternura) também não se encaixará a relação “genital-sexo”, no sentido estrito da palavra. De modo que, o sexo é complemento e consequência do afeto e carinho, entendido aqui como qualquer demonstração de amor sem contato de pele. Vale lembrar, que a sexualidade é uma força vital que invade todo ser; é como um rio cujas águas poderosas energizam a personalidade. Mas, se esse rio for barrado, tiver seu curso impedido, fatalmente haverá alagamento e surgirão desvios e bloqueios. Portanto, a sexualidade é o coração da vida. Se seu desenvolvimento for lesado, todo desabrochar da personalidade será atingido, e prejuízos nas diversas áreas se registrarão.

No entanto, se admitirmos como premissa maior que a educação sexual é dada basicamente em casa, pelo exemplo dos pais, pode-se concluir tranquilamente que sua adequação depende essencialmente do entendimento entre marido e mulher. Mas acontece que o homem brasileiro geralmente desconhece os aspectos mais elementares da psicologia feminina. E vice-versa; a maioria das mulheres não sabe como é importante que o homem se realize plenamente no campo sexual. Ele ignora, por exemplo, que deve ser também o namorado dela; e ela desconhece que deve ser também a amante do dele. Na pratica, quando ele começa a beijar a mulher é porque vai haver uma relação genital, depois que termina muito rápido, diga-se de passagem, apagará a luz e dormirá roncando. Enquanto ela fica esperando inutilmente uma manifestação de carinho, um gesto que traduza afeto e ternura. Trocas gostosas de caricias.

Dizer simplesmente que está cansado pelo trabalho estafante daquele dia e que trabalha por causa dela é uma farsa. As pessoas trabalham porque gostam do que fazem ou porque precisam deste trabalho para sobreviver. Aqui cabe a seguinte pergunta: “quantos filhos veem em casa manifestações frequentes de carinho, afeto ou gestos de amor? Pais que se beijam, se abraçam, andam de mãos dadas e demonstram fisicamente seu carinho um pelo outro? Que ideia pode ter um filho se pai e mãe não se tocam e aparece um irmão menor? Será que o sexo é algo vergonhoso, que os gestos de amor só devem ser feitos às escondidas”? Outra manifestação de ansiedade dos pais, no que diz respeito ao sexo, ocorre frequentemente diante da nudez.

Há certa fase, na vida da criança, em que sua curiosidade para conhecer o corpo dos pais é incontrolável. Se os pais conseguem permitir que ela os veja com tranquilidade e naturalidade, a criança esquece que estão pelados. Mas se reagirem de maneira agressiva, dando broncas, ai sim, temos um problema. É aqui que começa a orientação sexual dos filhos. Se ela for deformada o que estarão transmitindo à criança? Uma visão de que o corpo é algo vergonhoso, sujo e que não deve ser exposto.

Portanto, se tivermos uma vida sexual tranquila e sem ansiedade e fomos capazes de resolvê-las com naturalidade, estaremos educando sexualmente os nossos alunos e filhos. O método dialético parte da compreensão de que as coisas e os seres existem em permanente transformação, entrosados e afinados uns com os outros. Só poderemos compreendê-los de modo correto se levar em conta, desde o inicio, as suas relações recíprocas. Contudo, somos um corpo é isso o que mostramos. Porém, sabemos o que somos, mas não sabemos o que poderemos ser.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...