10 de dezembro de 2018

OLHAR COM A ALMA E DIZER COM O CORAÇÃO

Gosto deste contato com a natureza, de estar entre meio essa beleza natural, das quais só podemos enxergar com os olhos da alma. Olhar para essas pessoas simples que vivem e plantam seus alimentos. A beleza dos gestos imperceptíveis; das mãos que acolhem, das que nos abraçam, consolam e amparam. A beleza da palavra amiga, consoladora, estende-se a todo instante ao nos ver por perto. É um olhar com a alma e quando diz é com o coração.

Gosto desse silêncio compartilhado, desse olhar que acalanta, do abraço caloroso, do beijo silencioso, do aceno que jura; “ficarei aqui, por ser aqui o meu lugar”. Quando observo, procuro enxergar com os olhos da alma, para não deixar que a luz ofusque a realidade, aquela escondida, por trás de uma bela estampa, ou distorcida pelas lágrimas. Há também, aquela que disfarça numa deformidade afetiva, que nada tem de real. Pois, ambos foram afetados.

O belo mesmo, este, é invisível aos olhos. Prefiro me perder na escuridão dos meus olhos solitários e viver num mundo sem culpa. Do que me encontrar na luz dos olhos traiçoeiros dos espertos desalmados e condenar a minha alma para sempre. De modo que a beleza não está nos olhos de quem vê e sim nos olhares que se trocam, aqueles que tocam a nossa alma. Assim sendo, não sentimos esquecidos e sozinhos. Somos olhados com os olhos da alma.

Portanto, há flores no caminho, assim como há muito vida e ela chama por nós. Enxergue a vida com as lentes da sabedoria e com a certeza que ela é cíclica, vai e volta. Se puder evitar que um coração se parta, não terei vivido em vão. Se puder evitar a agonia de uma vida e acalentar uma dor, não terei vivido em vão. Concluo com um verso do cronista e poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918): “Não me basta saber que sou amado, nem só desejo o teu amor. Desejo ter nos braços teu corpo delicado, ter na boca a doçura de teu beijo”. Olhar com a alma é dizer no silêncio do teu mais amável e sutil coração. Estou aqui.

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