6 de março de 2011

O GOSTO PELA VIDA

Quanto mais felicidade, alegria e prazer duas ou mais pessoas trocarem entre si, mais fundos e poderosos serão os laços entre elas. O maior o número de pessoas envolvidas, mais próximas estaremos da cooperação amorosa. O amor é o fim da dominação e da opressão, é o grande nivelador da pirâmide de poder. A reciprocidade entre duas pessoas em envolvimento amoroso não tem posição social na hierarquia de poder.
O centro de prazer do cérebro permite-nos o contato físico e é a base para uma vida saudável. Estudos mais recentes revelaram a bioquímica das ligações mãe e filhos. Foi descoberta uma substância química nos primatas que os une chamada beta endorfina. É uma substância química do cérebro que tem muito a ver com comportamento de proximidade, contato físico, abraços e carinho.
Pesquisadores acreditam que quando mãe e filhos ou pessoas que se amam, ficam próximas liberam esta substância chamada beta endorfina no cérebro. Isto só não o faz sentirem mais próximas, mas também os acalma. Permite o relaxamento emocional e corporal.
A evolução dos seres vivos caminha nesta direção em busca de harmonia. Então, pois em dez mil anos de história, nunca houve um ano de paz na terra. Todavia, a natureza é sabia. Nós não sabemos apreciar o contato com ela. E o mais triste disso tudo é que não há boa vontade dos homens em buscar paz. As pessoas estão constantemente em conflitos particulares e intermináveis, recheadas de intrigas, fofocas e dominação.
Curiosamente, este gosto pela vida só os chimpanzés, nossos parentes mais próximos, conseguiram ter, mais precisamente os macacos bonobos que compartilham mais de 98% da identificação genética com os humanos, segundo estudos demonstrados pelo médico pesquisador Dráuzio Varella, num livro publicado na série Folha Explica de 2000: “Os Macacos”.
É fantástico observar a capacidade de contato físico e troca de carícia entre esses “irracionais”. Esses primatas não possuem tensões e conflitos. A pesquisa mostra uma intensa atividade sexual, mesmo sem a finalidade reprodutiva.
Penso que só vamos nos desenvolver como seres humanos, quando conseguirmos cultivar nossos sentimentos amorosos. O bom amor é aquele que transforma as pessoas. O homem é o senhor da terra por sua capacidade dupla de inventar, fazer, trocar e cooperar. A natureza tem sido generosa conosco. Ela elaborou o estado amoroso, o encantamento e a mágica do amor entre dois ou mais seres humanos. Nada pode nos solidarizar mais do que experimentar com o outro esse estado divino. É nesse momento que acontece o verdadeiro encontro com a divindade.
Conforme menciona o filósofo e educador Regis de Morais, num texto maravilhoso publicado pela revista Reflexão 43 da PUCCAMP, em 1989: O Mistério do Amor; “O amor é um rico encontro humano cuja duração não deve ser discutida. O amor está na arte em que duas pessoas precisam conquistar de um relacionamento feito de compreensão e generosidade. Tudo depende de uma boa convivência”. Estou convencido deste fato ,assim como muitas pessoas percebem que a resposta que o homem precisa oferecer à vida é o sair de si, ter atitudes não egocêntricas e exercitar a capacidade de amar e de auto - transcendência, ter realmente gosto para com ela. Portanto, é bom lembrar que a boa saúde aumenta os anos de vida. E o amor melhora a nossa qualidade de vida.

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