1 de abril de 2011

QUANDO O AMOR TERMINA

Quando o amor termina, a relação conjugal vira uma cadeia fria, uma vida marcada de obrigações, porque afinal de contas a idéia de casamento é para sempre. As pessoas com o tempo não percebem mais essa relação, não percebe mais o outro.

Venho analisando os relacionamentos conjugais e tenho observado, assim como também outros pesquisadores dessa área – filósofos, psicanalistas, biólogos, educadores, que uma vida sem sentido, sem graça, vazia, produz doenças. As pessoas, principalmente depois de algum tempo de casadas, têm dificuldades para dizer, por exemplo: “Agora eu não te amo mais”. Eu conheço histórias em que pessoas levaram anos para se convencer de que não estavam mais interessadas um no outro.

O ideal nesses casos, pelo menos é o que eu penso, seria dizer: “Olha, acho que não estou mais interessado em você. O encantamento e o carinho estão diminuindo muito entre nós. Já estamos há algum tempo juntos, temos patrimônio, costumes, filhos, etc. Que tal esquecermos que somos marido e mulher, que temos que se amar a vida inteira. Talvez conseguíssemos estabelecer uma meia sociedade entre nós, um clima de amizade e respeito pela individualidade um do outro, que seria um fruto amadurecido do amor que existiu. Não quero que você fique privado de amor até o fim da vida. Assim como também, não vou me privar de amor. Temos pelo menos um bom pedaço de vida em comum, uma amizade razoável de boa qualidade. Vamos continuar juntos sim, mas vamos abrir o casamento”.

Quando a gente diz isto, as pessoas ficam de cabelo em pé. Aflora todo o preconceito e os maus sentimentos vêm juntos. Preferem toda aquela novela da separação, dos filhos que vão sofrer a sogra que não quer a separação porque a filha está muito bem casada, o drama do ciúme. Deveriam chegar a conclusões mais claras e óbvias. Por que, se deixei de amar, tenho que odiar ou perseguir? Ou então me sentir culpado? Ninguém é culpado porque ama ou porque deixou de amar. Se cuidar bem do amor, às vezes ele dura um bom tempo. Se não cuida ele acaba mais ou menos depressa.

As pessoas realmente se divertem com pouco. Por que não resolver as coisas com naturalidade, serenidade e humanamente? Ninguém pode garantir que amará a vida inteira. Quem pode fazer esta promessa? Acabou-se o interesse entre duas pessoas, nem por isso precisam se maltratar.

É o que muitos casais começam a fazer. Quando chega neste ponto, pensa-se logo na existência de outra pessoa. Às vezes têm e às vezes não têm. Não precisa ter outra pessoa para deixar de amar. O amor pode acabar simplesmente.

O nosso amor é uma miséria. Amamos na proporção do tamanho da cabeça de um alfinete e achamos que é um grande amor. Um amor que só serve para provocar brigas e cobranças. Somos egoístas até no momento de amar. Esquecemos que o amor é doação, um entregar-se constante.

Portanto, quando o amor termina só é possível compensar a situação com diálogo e boa vontade. Havendo um pouco de admiração, simpatia e afeição já se têm um lar muito afável e acolhedor, o que é um bom começo para se viver num clima de harmonia. Não precisa, necessariamente, ter que amar a mesma pessoa a vida toda. Um dia vou falar sobre esse amor eterno, que só existe no mundo das idéias que fala o filósofo grego Platão, que alias é um dos autores mais fascinante acerca desta questão do amor eterno.

2 comentários:

  1. Eduardo
    Penso que 'acabou o amor entre duas pessoas',ainda assim, se têm filhos, devem continuar juntos, se respeitando, admirando...para a continuação das famílias.
    O mundo está precisando disso!

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  2. Anônimo19:15

    verdade o amor é como uma flor, se esquecermos de colocar agua ela morre,e assim é o amor uma contante descoberta

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