27 de abril de 2011

A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

      A palavra personalidade parece ter sua origem na persona, nome da mascara com que os atores do teatro romano antigo representavam seus papéis. A personalidade está relacionada com a aparência externa da pessoa. Embora, existem estudos que demonstram diferentes significados. Para o psicólogo Gordon W. Allport, personalidade significa o conjunto de hábitos, atitudes e traços que determinam o ajustamento de uma pessoa a seu ambiente.
      Em psicologia, personalidade é o conjunto de nossos modos de agir, especialmente para com outras pessoas. Ela resulta das experiências e influencias que recebemos durante toda a nossa vida. Portanto, a palavra personalidade consiste na formação, relativamente em longo prazo, em que uma pessoa se envolve em relações afetivas entre indivíduos. A personalidade pode ser estudada, compreendida e por vezes modificada somente na base de contatos pessoais, que é denominada pela sociologia como interação social. Para falar da formação da personalidade, destaco quatro grandes pesquisadores: S. Freud, H. S. Sullivan, E. Berne e Thomas A. Harris. Vou citar principalmente os dois últimos que procuraram analisar o que acontecia entre os indivíduos.
      Tanto Freud como Sullivan, estava preocupado em analisar e entender a personalidade. Enquanto um se preocupava em observar o que acontecia dentro das pessoas, o outro analisava o que acontecia entre as pessoas. Berne pega o gancho de Freud e Sullivan e constrói uma nova teoria. Determina que as experiências nos sete primeiros anos de vida levam o individuo a uma tomada de decisão que norteará a sua existência fatalmente. A partir dessas observações, Berne achava possível que toda criança assumiria perante a vida o que ele chamou de posições existenciais.
      Foi em 1957 que Berne apresentou nos Estados Unidos, seu método psicológico que chamou de “Analise Transacional” e tinham como objetivo solucionar problemas emocionais de ajustamentos. Esta denominação transacional vem de transa no sentido de comunicação entre duas ou mais pessoas. Berne classificou as posições existentes das seguintes maneiras: Primeiro: são pessoas ao se compararem com os outros, sentem-se inferiorizadas. São dependentes e sentirão sempre uma grande necessidade de serem reconhecidas. Crianças que se sentiram e não que foram de fato rejeitadas pelos pais, têm dificuldades quando adultas de dar e receber atenção, dar e receber afeto e principalmente de se entregarem no amor: Elas não cofiam em si mesmas. São pessoas que não se considera OK, sente-se insegura, somente o outro que é OK.
      Segundo: são pessoas que não se sentem OK, assim como as demais pessoas também não são OK, são pessoas que desistem com facilidade de buscar carinho e outros estímulos para suas vidas. Quando criança essa pessoa viveu em estado de abandono e dificuldade. São pessoas sem esperança, confusas, inadequadas, deprimidas. Não acreditam nelas e nem nos outros, podendo chegar ao suicídio.
      Terceiro: nesta posição, essa pessoa se considera OK e para ela os outros não são OK. Foram pessoas freqüentemente agredidas pelos pais e sentem raiva de tudo e de todos. Experimentaram brutalidade dos adultos e sobreviveram sozinhas. Não confiam em ninguém a não ser em si mesma. A criança espancada é uma criança programada para o homicídio. Estamos nos referindo à criança que foi repetidamente espancada de um modo tão brutal que sofreu ferimentos e ossos quebrados. Foram profundamente violentadas física e psicologicamente Na criança são registrados sentimentos de terror, medo e ódio. Afirmam os especialistas que essas posições assumidas antes do terceiro ano de vida são decisões inconsciente e não-verbais.
      Quarta e última posição: aqui a criança se acha OK, assim como todos os que a cercam. Foram colocadas em situações onde se saíram muito bem lá na sua primeira infância. Podendo provar a si mesmas e aos outros que são realmente OK. Sua vida é baseada no pensamento, na fé e principalmente no risco da ação. Como argumenta Thomas Harris: ”é difícil crer que as pessoas sejam importantes, e também é difícil acreditar que não o sejam. Negar a importância das pessoas é negar todos os esforços que fazemos em benefícios delas”. Portanto, as carícias são absolutamente necessárias à nossa sobrevivência. Um sorriso, uma palavra confortante, os gestos seguramente, constituem carícias. No entanto, as primeiras carícias são recebidas durante a infância e são mais sob a forma de contato corporal. São positivas porque trazem alguma satisfação à pessoa, pois, de certa forma, expressam que ela está OK. São pessoas que se sentem livres para aventurar numa relação a dois, sem criar expectativas se vai ou não dar certo. Para essas pessoas, não existem o medo do outro e sim a possibilidade de amar o outro.
       Enfim, crianças e adultos carentes de carícias, esforçam-se para dar e receber atenção dos outros, mesmo que sejam censuradas. Tudo que elas não querem é serem ignoradas como pessoas.

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