15 de abril de 2011

OS PAIS PROBLEMAS

          A criança é o “alvo” favorito da humanidade, desde o momento da fecundação. Alguns especialistas defendem a ideia que o melhor seria tratá-la como visita ou como um estranho – com esses somos educados – e teríamos mais cuidado com o que fazemos a elas. Aos descendentes facilmente assumimos atitudes odiosas. As neuroses são descarregadas neles. Seria interessante concluir que os pais tivessem para com o filho primordial paciência e tolerância. Impor-lhes limites educando-os. Não é raro observar uma criança de dois anos de idade ou mais martirizando sua mãe, enquanto ela pede, explica, suplica, desespera-se para atendê-los.
Adultos são os seres mais importantes os mais interessantes também para a criança. Elas os conhecem melhor que eles próprios, porque os observam sempre em seu cotidiano. É difícil enganá-los. Estes estão sempre se mostrando muito ruins enquanto seres, são maus em seus sentimentos e tudo mais. Isto sem falar nas mães terríveis - que são quase todas – que envenenam e aniquilam os membros da família pelas exigências insaciáveis, e geralmente, através do autoritarismo implacável, cometem arbitrariedades desmedidas, sem limites, sem que ninguém se atreva a se opor, porque são mães e dizem saber o que fazem.
          Mãe não erra! A imbecilidade humana chega a ser hilariante. Elas chantageiam dizendo que irão morrer do coração. Matam os filhos ao cobrarem deles que sejam bonzinhos e que não façam absolutamente nada.
          Meu questionamento: “Será que alguém tem o direito de exigir que não se viva para que ela não morra? O que fazem as genitoras contra as filhas moça que querem namorar?” Há uma implacável perseguição – atualmente, nem tanto, mas tudo com horário marcado: “Quero você às vinte três horas em casa, nem um minuto a mais.” Eu gostaria de perguntar a essas mães: “O que suas filhinhas fazem depois das vinte três horas que também não possam fazer antes?” Nota-se que a preocupação não é com a filhinha, mas sim com o que os outros vão pensar.
            O pai alcoólatra ou ausente é o terror da família durante anos. Pai é pai, sabe com é! Não se pode criticar, nem sair de casa, coitado, como é que ele ficará... Quase ninguém tem coragem para fazer-lhe o que dará mais prazer, a criança é o melhor pretexto do mundo para que as pessoas mantenham ligações pessoais. Tais explicações invariavelmente são: “Não largo meu marido ou minha esposa por causa dos meus filhos.” Irresponsabilidade, essa atribuída aos seres adultos chegam a causar náuseas. Sumariamente, ninguém faz o que diz e nem quer, principalmente os pais.
          Na família o que é ruim a gente esquece. Fica somente a imagem socialmente aprovada da infância feliz. Pouquíssimas vezes crianças foram bem aceitas e bem tratadas neste mundo. Se assim fosse, nosso mundo não estaria sujeito à aniquilação. Quando se apresenta alguns bons prazeres com a vida, principalmente na vida amorosa, não pode odiar a vida, as pessoas e o próprio mundo agem, como se ambos fossem todos inimigos.
          Dentre as várias formas de violência a que são submetidas às crianças e adolescentes, a violência familiar é caracterizada como um abuso do poder disciplinador e coercitivo dos pais ou do responsável. E no caso de separação dos pais implica outro fenômeno: “A Síndrome da Alienação Parental”, que é o afastamento do filho de um dos seus genitores. Isso acontece quando um dos pais, após a separação, manipula a criança para que ela odeie o outro. E para isso acontecer, o alienador mente e manipula a criança. Tudo para afastar o filho do ex – parceiro ou ex-parceira. Alienação parental é um fato mais comum do que nos é informado. Traz seqüelas emocionais e comportamentais para a criança futuramente, principalmente no desempenho escolar. É uma forma de violação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente.
          Contudo, a violência contra a infância é ainda um problema de pouca visibilidade e difícil de ser quantificado, na medida em que a maioria dos casos nem sequer chegam a ser denunciados. Em razão da atualidade do tema, enquanto pesquisa. As dificuldades de dados estatísticos nessa área são justificadas pelo fato de que esse tipo de violência costuma ser encoberto pela lei do silêncio dos envolvidos.
          Portanto, como não há muito pelo o que viver, muitos pais encontram nos filhos um motivo principal para a sua existência. Que por sua vez, precisa carregar este fardo até o fim de seus dias, o peso de suas frustrações e a obrigação de realizá-la de alguma forma nos filhos. Na verdade, são os filhos que transportam os pais, suas desilusões, ressentimentos e amarguras. Tendo em vista, que estatisticamente, as maiorias dos atos violentos são cometidas atualmente por pessoas com menos de vinte anos, isto é, por adolescentes. Em muitas famílias onde as crianças são castigas fisicamente e emocionalmente, com certeza vão desenvolver comportamentos agressivos, com possibilidade eminente de ocorrer escravidão, homicídios freqüentes, torturas e o cultivo da inferioridade da mulher. É nesse ambiente que se forma o machão e a mulher objeto.
Contudo, fica claro que a troca de carícia e afeto é a melhor solução de todas. Através dela alcançamos a excitação do centro de prazer do cérebro e isso é um desestímulo à violência. Conforme observa o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa: “Já que não temos o prazer de viver, vamos ter o prazer de morrer”.

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