31 de julho de 2019

O FASCÍNIO PELAS OPERAÇÕES DO PENSAMENTO

A filosofia possui interesse em investigar a verdade das coisas. O uso da razão é necessário para que a verdade seja descoberta e a “lógica” é a forma de usar corretamente o raciocínio. Sendo assim, a lógica tenta investigar as leis do pensamento e a forma correta de pensar. Mas, o que é lógica? Lógica é um substantivo feminino que tem origem no grego – “Logiké”, relacionado com o “logos, razão, palavra ou discurso”, que significa a “ciência do raciocínio”. Portanto, a lógica é uma parte da filosofia que trata das formas do pensamento em geral (dedução, indução, hipótese, inferência etc) e das operações intelectuais que visam à determinação do que é verdadeiro ou não.

Para pensar um pouco sobre lógica é preciso, em primeiro lugar, conhecer alguns termos usados. A lógica tem como objeto de estudo a “proposição”, isto é, a atribuição de um predicado a um sujeito. A proposição é a forma de exprimir juízos feitos pelo pensamento. A sequência de proposições é um raciocínio. De modo que, as proposições são formadas por termos. Quando afirmamos que: “João é homem”, essa proposição é a atribuição do predicado “homem” ao sujeito “João”. Os termos de nossa proposição podem ser caracterizados e foi o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) quem propôs a divisão dos termos em diversas categorias. Para ele, os termos podem ser divididos em dez categorias: “substância, quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, posição, posse, ação e paixão” (passividade). No nosso exemplo, “João” é a substância e “homem” é a qualidade.

As categorias, por sua vez, possuem outras classificações. A partir da qualidade, as proposições podem ser afirmativas ou negativas. Por exemplo: “João é homem” e “João não é mulher”. Do ponto de vista da quantidade, as proposições podem ser de três tipos: “universais, particulares e singulares”. Universais: “Todo João é homem” ou “Nenhum João é mulher”. Particulares: “Alguns homens se chamam João” ou “Alguns homens não se chamam João”. E singulares: “Este homem se chama João” ou “Este homem não se chama João”. Além disso, as proposições podem ser classificadas pela modalidade, sendo necessárias, não necessárias e possíveis. Se o predicado está contido no sujeito, como na proposição. “O quadrado é uma figura com quatro lados”, a proposição é necessária. Se o predicado não está contido, como em: “Nenhum quadrado é uma figura com três lados”, a proposição é não necessária. Se o predicado é indiferente, como em: “Alguns homens se chamam João”, a proposição é possível.

Da relação entre proposição, temos as contraditórias, por exemplo: “Todos João é homem” e depois “Algum João não é homem”. Existem as contrárias, por exemplo: “Todo João é homem” e “Nenhum João é homem”. E há também as subalternas, por exemplo: “Todo João é homem” e “Algum João é homem”. A partir dessas relações entre as proposições, Aristóteles pensou numa forma adequada de raciocinar. Essa forma, o “silogismo”, é uma inferência, isto é, concluir algo de proposições anteriores. Silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução, composto por duas premissas que geram uma conclusão. Por exemplo: “Todo homem é mortal, Sócrates é homem, Logo, Sócrates é mortal”.

Portanto, o silogismo é formado por três proposições: premissa maior, premissa menor e conclusão. Vale lembrar que a conclusão é inferida das duas premissas iniciais através do termo médio. Temos, então, uma estrutura como a seguinte: Premissa maior: Termo médio e Predicado. Premissa menor: Sujeito e Termo médio. Conclusão: Sujeito e Predicado. No exemplo o Termo médio é homem, o Predicado é mortal e o Sujeito é Sócrates. De uma maneira mais abstrata podemos concluir que nosso pensamento segue leis e regras. Só posso concluir com esse belíssimo exemplo, que vai nos ajudar a não ser tão impulsivos e ansiosos. De modo que: “Se posso controlar meus pensamentos e meus sentimentos se originam de meus pensamentos. Logo, posso controlar os meus sentimentos”.

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