26 de novembro de 2017

LIBERDADE E PAIXÃO PELA VIDA

O pai da psicanalise Sigmund Freud (1856-1939), sempre se referiu ao sexo feminino como um “continente negro”. Num dos seus ensaios ele conta que uma de suas pacientes, sonha com um arranjo de flores, misturando violenta com lírios e cravos. Numa abordagem psicanalítica, os lírios representam a pureza, os cravos o desejo carnal e por último, não menos importante, as violetas como a necessidade inconsciente da mulher de ser violentada pelo o homem.

Para contrapor Freud, vem surgindo um fato novo, que implica na mudança de comportamento do homem moderno. Para demonstrar essa tese, observa-se que os homens de modo geral andam fugindo da raia das mulheres. Talvez porque elas estão mais atualizadas, leiam mais, estudam mais e se interessam por novidades, sem falar na independência econômica de muitas. Uma parcela significativa de mulheres, atualmente cuida e administra sozinha uma casa de família. Todavia, os homens estão cada vez mais encolhidos no seu mundinho, e ainda acham que sabem tudo. Não leem livro, não estudam, não fazem cursos e vivem procurando não sabem bem o que, em whatsapps e redes sociais.

Entretanto, uma mulher moderna, razoavelmente bem sucedida na vida, independente, bonita e inteligente, de certo modo assusta os homens, ainda mais aqueles sarados, que se acham e são metidos a machões. Esses então, não suporta ficar de fora do centro das atenções. A grande maioria dos homens não tem tanta competência assim e nem maturidade para tanto. São carentes e frágeis, cai com facilidade na lábia de certas mulheres aproveitadoras e oportunistas. Sexualmente falando são extremamente monótonos e primitivos.

O homem que se acha o gostosão, o machão latino, como tem muitos por aí, não tem coragem de se propor ou de casar com mulher que ele sente-se inferior a ela. Ainda hoje em pleno século XXI, conheço mulher com grande potencial intelectual que se casou, não digo com homem incompetente, mas, com homem comum e com pouca formação escolar e muito autoritário. É bom que se diga, ao contrario também existe. Há mulheres que atazana a vida do homem. Mas, muita dessas mulheres submete inteiramente, para que o marido ou o namorado não se sinta ferido no seu amor próprio. Que horror!

Penso que está aqui o começo de todas as loucuras humanas. Deixar de ser eu mesmo, para ser o que o outro quer. Vale lembrar sempre, que viver com medo é viver pela metade. Todos nós aprendemos que o tempo nunca volta atrás e o futuro inventa novas emoções. É melhor fazer alguma coisa ao invés de não fazer nada. A nossa primeira obrigação é reconquistar a alegria de estar vivo, assim como a nossa dignidade. Isto é, seguir os interesses vivos que estão na minha frente. Ter maior clareza naquilo que realmente esperamos da vida, procurar olhar com o coração o que nos faz bem. E fazer amigos verdadeiros. O mundo precisa de boas amizades, para curar-se do egoísmo.

Portanto, uma abertura maior, mais segura e confiante, com menores possibilidades de engano a si mesmo e ao outro. A decorrência disso é a nossa capacidade de encontro conosco mesmo e com o amor que nutrimos pela vida. Passamos a atuar constantemente em favor do que realmente é a nossa vida, buscando o que nos dá prazer. Sobretudo, depois de tantos anos de repressão, agora chegou o momento das mulheres declarar independência ao machismo sádico. Somente pessoas sensíveis e gentis, tanto homem como mulher, irão herdar este espaço que constituímos para ser feliz com quem amamos. Contudo, agradeço a todos os dias da minha vida, dizendo: “que maravilha estar aqui, como é bom viver, como é bom ser eu mesmo”. Da vida nada se leva a não ser a vida que se leva.

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