2 de novembro de 2017

DAMOS O MÁXIMO, MAS NADA É VALORIZADO

Vivemos em um mundo em que os costumes pesam sobre nós como obrigações. Muitas coisas que fazemos por solidariedade acabam se transformando numa obrigação. Geralmente não é algo explícito, de alguma forma acabamos percebendo o que os outros esperam de nós e nos sentimos obrigados a fazê-lo. O problema é que, quando damos o máximo, dentro do nosso limite, nada disso é valorizado. Isto contrasta com o que acontece com as pessoas que faz pouco, sendo que o mínimo que fazem é valorizado. De modo que cada um se valoriza livremente através de um preço alto ou baixo, e ninguém vale mais do que o valor que da a si próprio. Portanto, ser livre ou escravo depende de cada um.

Muitas vezes damos tudo o que temos, mas ainda assim nunca é o suficiente. E quando deixamos de dar-lhes o que acham que precisam nos acusam de egoístas. É importante ressaltar que nem sempre essas atitudes são baseadas em egoísmo, mas em confusão, falta de diálogo e ausência de amor. Quantos relacionamentos acabaram por falta de diálogo. De modo que dar tudo, pode se transformar em um fardo para o outro, que imagina que não vai conseguir nos recompensar. Isso, às vezes, faz com que as pessoas sintam raiva, se afastem ou não saibam como agir. Não importa o que aconteça, o importante é comportar-se com moderação e não oferecer muito aos outros. De certa forma, somos nós que definimos nosso preço, por isso temos que ser cuidadosos na hora de nos entregarmos ao demais.

Como diz o escritor Paulo Coelho (1947): “Livre-se dos que duvidam de você, junte-se aos que lhe valorizam e ame a quem lhe apoia e respeita”. Todavia, se queremos ser livres, devemos nos livrar do egoísmo ao qual nos sujeitamos. Só porque alguém de quem gostamos espera algo de nós, não significa que devemos fazê-lo. Temos que desaprender que os sacrifícios nos fazem pessoas melhores. Agindo assim, estamos desprezando ou negligenciando uma parte emocional e física muito importante para a nossa felicidade. Quando alguém nos fere intencionalmente e nos exige algo, esta pessoa não merece continuar ao nosso lado. Chegou a hora de parar de apoiá-la e manter distância para não ser contaminado por esse egoísmo. Isso nos deixará mais forte.

Entretanto, quando analisamos essa situação, é normal sentir-se incomodado ou ferido. Temos que manter a concentração para sermos cada vez mais construtivos e não machucarmos ninguém, principalmente a nós mesmos. Não precisamos ser agressivos, mas assertivo e persistente. Começando com pequenas coisas, para que possa comunicar suas necessidades sem se sentir culpado. Fale na primeira pessoa e inicie o diálogo com frases como: “Há situações nas quais eu me sinto desrespeitado”, em vez de frases como: “Você não me valoriza”. O outro só nos valoriza se nós mesmos nos valorizarmos. Isso nos ajuda a rejeitar os pedidos abusivos que não trazem nada de bom, e a perceber o que nos faz bem.

Por conseguinte, ter sempre em mente que cada um tem o direito de ser respeitado e deve ficar atento para que ninguém roube a sua capacidade de sentir o quanto vale e aceitar o reconhecimento que merece. E com o amor não é diferente. Hoje o amor é mais falado do que vivido e por isso vivemos um tempo de secreto egoísmo. Somos intolerantes e mesquinhos com os outros. A vida em sociedade é feita de pequenas e grandes mentiras. Assistimos diariamente as relações de amizade se deteriorando e o espaço para a solidão aumentando a cada dia. Contudo, pessoas fechadas no vazio do seu mundo e projetando no outro a razão do seu fracasso. Sem falar das relações que começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe uma troca vivida. Estamos todos numa solidão em meio a uma multidão. O corpo se inquieta e a alma sufoca. 

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