18 de novembro de 2017

SE HÁ RESPEITO O AMOR NÃO MORRE

Os relacionamentos chegam ao fim por diversos motivos. Alguns por excesso de ciúmes, outros por exagerados cuidados, outros por falta de respeito, mas, dificilmente acabam por falta de amor. Talvez eu esteja entre uma pequena parcela da população, que ainda acredita no amor. Muitas vezes abandonamos uma pessoa, ainda sentindo muito amor por ela. Mas, a nossa relação sofreu tantos maus tratos, que não há mais como continuar. As relações são afetadas pela maneira como o outro nos trata, seja de uma forma boa ou ruim. Se bem cuidado, o amor dura uma vida, se maltratado dura semanas.

Porém, é interessante comparar do inicio ao fim do relacionamento. No começo as pessoas são gentis, educadas e se mostram preocupadas com o outro. Deixam até aquela sensação de eternidade na história de amor que estão começando a viver. Mas, na primeira briga, desrespeitam o companheiro de forma cruel, como se não tivesse nenhum sentimento entre eles. Em algum momento a sociedade pregou que basta amar para uma relação durar. E muita gente boa acreditou nisso. E o cuidado com o outro? E o afeto e o respeito, não precisam? Ou engole tudo isso com gelo? A verdade é que as pessoas perderam o respeito pelos outros e, no calor das emoções, usam as ofensas como quem usa uma metralhadora com a intenção de matar.

No entanto, conforme a rajada pode ser fatal e levar esse amor ao óbito. Mata o respeito, mata a confiança e principalmente a vontade de continuar. A pouco tempo li um livro interessar que tem tudo a ver com o tema tratado, cujo título é: “O Lobo da Estepe”, do escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962), Prêmio Nobel de Literatura em 1946. Ele conta a história de um intelectual cinquentão vivendo em plena desvairada década de 1920 que, após abandonar a regrada vida burguesa, se entrega à dissipação da vida boêmia dos bares, dos salões de dança onde aprende o jazz das elegantes cortesãs.

Através dessa leitura e com a minha experiência, consegui entender o que acontece na alma humana diante dos conflitos e como podemos lidar com eles. Segundo o próprio Hesse: “o livro trata, sem dúvida, de sofrimentos e necessidades, mas mesmo assim não é o livro de um homem em desespero, mas o de um homem que crê no amor”. Nesse livro, em certo momento da narrativa, Hesse apresenta o conflito do homem entre a vontade de viver e de morrer, já que a segunda atitude parecia ser a solução de todos os problemas: “apesar de nunca querer morrer de verdade, sonhava com a morte do sofrimento”. Queria matar aquilo que doía: o remorso, o medo da solidão, uma saudade de quem partiu para sempre. Vale lembrar, que saudade é amar o passado que nos machuca.

Portanto, alguns relacionamentos, ainda que não levem à morte nem sirvam de reportagem para os noticiários sensacionalistas, deixam marcas profundas na alma das pessoas amadas. Entenda, de uma vez por todas, que ciúme doentio não é manifestação de amor, que onde prevalece à dor e a humilhação, não pode haver relacionamento saudável. Podemos ter a infelicidade de ser vítima da primeira ofensa ou da primeira agressão, mas não precisamos aceitar a segunda. Respeite-se e não precisará exigir isso dos outros. Lembre-se que violência começa com o desrespeito e, desrespeito, começa com a nossa aceitação. Contudo, todas as pessoas são merecedoras de respeito e consideração. Tendo em vista, que a felicidade só aparece para aquele que sofre, que se machuca na vida e que mesmo assim, busca e tenta sempre, trilhar o caminho do bem. 

4 comentários:

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