3 de dezembro de 2017

EMOCÕES E SENTIMENTOS

Temos uma tendência a tratar muito mal as nossas emoções. Damos pouca importância aos sentimentos nobres como é o caso das emoções. Desde nossa terá idade, somos permanentemente adestrados para não sentir e nem expressar naturalmente as nossas emoções. Esta é a educação que recebemos, principalmente em nosso ambiente familiar. Quantos problemas de relacionamento poderiam ser evitados se soubéssemos lidar com as emoções? Tendo em vista, que as emoções como medo, raiva, tristeza e alegria fazem parte do desenvolvimento da nossa personalidade e contribuem diretamente para a sobrevivência da espécie humana. Quanto bem direcionado serve para impulsionar e proteger a pessoa de diversas situações de desespero no dia a dia.

Entretanto, a partir do momento em que não se sente livre para sentir o que se sente, ficamos a mercê de doenças psicossomáticas. Significa a negação das emoções. É não aceitar a nossa totalidade. Só que o fato de negarmos o que sentimos não resolve, pois há em nós energia emocional contínua procurando uma forma de ser liberada. Caso sejamos proibidos de expressar o amor que sentimos, podemos acumular raiva, mágoas, ressentimentos ou desenvolver um sintoma físico. Sempre dizemos não à felicidade que insiste em bater a nossa porta. Pois vivemos com medo, e viver com medo é viver pela metade. As pessoas tem permissão para sentirem, mas não para deixar claro esse sentimento. O que vão pensar de mim os outros? Ou então, permite-se sentir, falar, mas não agir em função do que sente. De modo que o sentimento fica dissociado da nossa conduta, muitas vezes por não ter aprendido a tomar decisões baseadas nas emoções.

Porém, agir no impulso das emoções, sem controle é típico de quem coleciona determinadas frustrações, segundo os especialistas e estudiosos do assunto. No caso do amor essas emoções reprimidas, quando explode desencadeia nos chamados crimes passionais. Todavia, uma ação baseada no impulso, embora caracterize uma liberdade maior, não é isenta de problemas. Se for raiva contida, a pessoa explode não se importando onde ou com quem. Se for medo, a pessoa paralisa ou foge, agindo impulsivamente. É um indicador considerável que a pessoa tem um problema emocional de fato. No entanto, a criatividade, a empatia, a sensibilidade, a plenitude de viver estão associados à recuperação da capacidade de sentir e expressar essas emoções.

É nesta habilidade social que se exige um aprendizado mais apurado. Aprender em primeiro lugar a nos conhecer profundamente e a partir daí, compreender o outro. Conviver é estabelecer com o meu próximo, uma relação de empatia e compaixão. De modo que aprendemos a ler e a escrever, mas não aprendemos a lidar com as nossas emoções. Vivemos entre discussões inúteis, faltamos com o respeito no ambiente familiar, nas escolas e no trabalho. A maioria dos relacionamentos afetivos é uma catástrofe do começo ao fim, uma insatisfação evidente estampado no rosto de cada um. Que vem misturado com um ódio espantoso. Talvez esteja aqui o começo de todas as loucuras humanas.

Portanto, alguns estudos confirmam que oitenta por cento das pessoas que procuram médicos, sofrem de doenças emocionais e trinta e sente por cento, sofrem de doenças meramente imaginárias, isto é, imaginam uma doença e as têm com cem por cento. São os denominados hipocondríacos. Aqui está somente uma pequena amostra do quanto tratamos mal a nossa emoção. Contudo, os seres humanos tem a possibilidade de melhorar e desenvolver suas emoções. A chamada inteligência emocional pode ser desenvolvida, treinada e aprimorada por meio da construção de novos hábitos, novas formas de pensar e se comportar. Vale lembra, que quando discutimos com uma pessoa querida, deixamos o nosso coração se afastar dela. As palavras que emitimos de forma pejorativa, vão aos poucos distanciando esse ente querido. Pois, chegará um dia em que a distância é tanta que não encontraremos mais o caminho de volta, para os braços desta amada pessoa. Finalizo essa reflexão com uma frase do filósofo alemão Arthur Schopenharuer (1788-1870): “quem vive deseja, quem deseja sofre, logo, a vida é dor”.

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