25 de dezembro de 2016

REPENSAR O SENTIDO DO NATAL

Qual a reação das pessoas diante de uma das datas mais importante do calendário cristão? Esta resposta que parece simples, mas não é. Se levarmos em conta o contexto social e histórico da humanidade, teremos a resposta. Segundo o sociólogo e padre Francisco Lima Soares, explica que existem aproximadamente sete bilhões de pessoas no mundo, mas apenas 2,9 bilhões celebram o Natal como a festa do nascimento de Jesus Cristo. Para ele o ritual cristão tem dois sentidos: “espiritual e comercial”. Qual o nosso sentido existencial neste mundo coisificado pelos valores materiais. O cristianismo vai nos mostrar que temos sentido quando saímos do mundo sensível para o mundo espiritual ou metafísico. Entender que o nosso ser é mais importante que o ter.

Esta mudança de comportamento no mundo moderno se deve ao alcance científico e tecnológico provocado pelo homem, cujo resultado foi à inversão dos valores de um povo. Esqueceram que dia 25 de dezembro ainda é Natal. O menino Jesus que nasceu nesse dia, a mais de vinte séculos, deve estar preocupado com o mundo em que viveu e, apesar de toda a sua imensa sabedoria não deve entender as razões de tamanhas mudanças. Não deve estar entendendo como podem, as mesmas pessoas no dia do Natal se cumprimentarem de coração aberto, com um sorriso nos lábios e passado os encantos do Natal, estão todos amardos e prontos para destruir o outro. Completamente desprovidos de generosidades, condescendência, bondade e compaixão. Parece que essa história de amor vivida no Natal está acabando e as relações humanas estão se deteriorando. Há uma descrença generalizada.

Construa a sua Arca”, é uma linda “história de amor” contada pelo ator, produtor e diretor de cinema Morgan Freeman (1937), parece uma oportunidade e ele faz a seguinte indagação: “Se alguém rezar pedindo paciência, acha que Deus dará paciência? Ou Deus dará a oportunidade de ser paciente? Se pedirmos coragem, Deus nos da coragem ou nos da à oportunidade de sermos corajosos? Se alguém pede que a família seja mais unida, acha que Deus vai unir a família com amor e alegria? Ou da a eles a oportunidade se amarem?” Nesse sentido, o Natal é uma oportunidade para consolidarmos no amor com o próximo. Com fé e determinação é que vamos continuar neste projeto que começou com Jesus Cristo a mais de dois mil anos.

Jesus Cristo não pode entender porque o Natal funciona apenas como uma trégua, diante de uma imensa desigualdade social, discórdias afetivas e familiares, da guerra que as pessoas travam diariamente contra seu próximo e a si mesmo. Ele que viveu entre nós e é o símbolo da nossa existência, ainda não perdeu a esperança em nós. Ele acredita que a qualquer momento nós iremos perceber que a guerra e o ódio é um grande equívoco. Não podemos pedir a Deus que acabe com as guerras e com a maledicência humana. Para isso Deus mandou o seu filho para nos mostrar que o mundo foi feito de uma maneira que o ser humano possa encontrar seu próprio caminho para o amor e para paz, ao lado do seu semelhante.

Portanto, a mensagem que Jesus nos deixou foi à seguinte: “cumpra o projeto que Deus determinou que é amar sempre, demonstrando gestos de gentileza e respeito pelo outro”. Ser justo e não julgar o outro pelas suas fraquezas. Pensar muito sobre suas ações. Sentir o que realmente sente pela vida, pois somos um ser de luz e de amor. Como dizia Paulo de Tarso: “a inteligência da letra mata o espírito se além dessa letra mortífera não vier o espírito vivificante e o despertar desse espírito não vem pela letra”. Nesse sentido, meditar é mergulhar nesse espírito iluminado. Contudo, o nosso desejo é fazer o possível para que este amor permaneça e assim aperfeiçoamos neste projeto de vida e devolvemos para Deus o dom que nos confiou e estampou em cada um de nós, como a sua imagem e semelhança. Não compreendemos os mistérios do criador e nem suas razões. De modo que vou levar adiante minha missão que é falar de amor e paz. Ainda quero ver um mundo melhor, pautado no respeito e na compaixão. Um Feliz Natal a todos, no verdadeiro sentido da palavra.    

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