10 de dezembro de 2016

IGNORÂNCIA SE COMBATE COM EDUCAÇÃO

A violência vem do medo. E o medo vem da incompreensão e esta vem da ignorância de muitos. No entanto, a ignorância se combate com educação. De modo que, educação é preparar a pessoa para o futuro. Pena que os governantes pensam que isso é instrumentalizar mão de obra para uma indústria que está se desenvolvendo, instruir para a cidadania de modo que o individuo seja cumpridor de leis. Mas, se só pensarem desse jeito, nós não teremos muito futuro. Corremos o risco de formar uma geração, para viver como nós, sendo este um mundo inviável. Um bom engenheiro, um bom agricultor, o que eles vão fazer? Desmatar mais terrenos ou plantar mais? Sabemos que isto tem impacto no meio ambiente. Temos que produzir mais alimentos, mas, não devemos sacrificar uma fonte vital, como a água e as árvores. O que cabe a nós, educadores, engenheiros e pesquisadores? Encontrar alternativas, para melhor conviver com a natureza.

A começar pelo aspecto sensível e espiritual. Na hora em que o homem constrói uma usina hidrelétrica e cobre um lugar onde estavam as raízes de muitas pessoas, não percebe a angústia que gerou. A tão falada transposição do rio São Francisco, se passasse por outra região, beneficiaria mais gente. Há méritos nisso. Por outro lado, as pessoas que hoje estão perto dele sentirão um vazio quando ele mudar de lugar. Não estamos pensando no impacto desse vazio quando ele mudar a médio e longo prazo, como vai ser a vida desse povo que dele depende. É mais ou menos o que acontece com uma árvore sem raiz. Se bater um vento forte, ela tomba. Assim se da com o individuo que imigrou para fugir da seca, para fugir da violência, para buscar novas oportunidades. O que acontece com ele? Como fica seu passado e sua tradição?

Portanto, a escola básica tem como responsabilidade valorizar a cultura dos pais desses alunos. Estimular a curiosidade da criança, pedindo para ela perguntar aos pais, por exemplo, como era a vida deles quando tinha a idade dela. Como eram as brincadeiras. Dificilmente uma criança vai para casa perguntar uma coisa que só os pais sabem. De modo que os filhos dos engenheiros, dos agricultores, dos educadores e outros profissionais, enfrentam o seguinte problema: a falta de tempo dos pais. Os pais pagam professor particular, compra notebook de ultima geração, mas não estuda com o filho. A comunicação continua interrompida entre as gerações. Ao trabalhar com isso, a escola devolve a dignidade desse futuro cidadão. Quando os pais se tornam detentores de um conhecimento que interessa ao filho, ambos se beneficiam. Isso valoriza a geração mais velha e da às crianças legitimidade para admirar os pais. Vale lembrar, que essa geração mais velha tem algo a nos oferecer e ensinar. E é nisso que se inserem as tradições. E neste contexto o papel da escola é fundamental. Tirar-nos da ignorância, mostrando que o verdadeiro sábio é aquele que sabe que nada sabe. 

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