4 de outubro de 2011

UM SEGUNDO CASAMENTO OU UM CASO?

Segundo os estudos mostram que, quanto maior a duração ou o convívio dentro do casamento maior a possibilidade de desilusão. No entanto, quando um casal começa a sentir ódio recíproco, infecta o ar do quarteirão. É uma coisa espantosa. Um clima de muita indiferença entre ambos, além da rotina que envolve o próprio casamento, até o beijinho e abraço quando tem, é tudo meio automático, as falas já são previamente sabidas entre os dois, às vezes tem até certa gentileza entre os dois, mas é uma relação com muito pouca vida e um interesse bem limitado de um pelo outro.
Há uma estimativa que dois terços dos casamentos, depois de alguns anos de convívio geram situações penosas e entediantes, algumas bem feias. A mulher pode se sentir profundamente entediada e deprimida. Pior do que o tédio é a sensação de insignificância. E quanto maior esta sensação de inutilidade, maior o risco e mais vulnerável ela se torna a um relacionamento extraconjugal. Todavia, se uma mulher vem sonhando em ter um caso amoroso com um homem, se ela vem pensando nisso algum tempo, na verdade, está plantando uma semente mental que um dia poderá germinar.
Cada vez mais as pessoas estão tomando consciência e vendo suas chances de serem felizes limitadas, porque vêm nessas relações amorosas uma forma pouco saudável, como se fossem cometer um pecado mortal. É inacreditável que em pleno século XXI tenhamos dificuldades para assumir um caso amoroso por conta da hipocrisia de algumas pessoas. Exaltamos o amor, mas condenamos quando ele acontece fora dos padrões que a sociedade considera ideal.
Precisamos entender que muitas vezes o amor iniciado na juventude já não é o bastante para nos fazer felizes quando atingimos a maturidade. E principalmente quando esse amor se consolidou com o casamento.
O número de divórcios vem aumentando a cada ano no Brasil. Cada vez mais aparecem casais vivendo relações extraconjugais não assumidas. Porque são relações carregadas de culpa, atritos, sofrimentos, que causam muito desequilíbrio no cotidiano familiar. Por outro lado separar também envolve sofrimento e muita culpa no meio familiar. Então, o que fazer nessa circunstância? Buscar um segundo casamento ou ter um caso amoroso?
Esse amor que acontece na idade adulta vem atender aos anseios de uma pessoa amadurecida, que lutou com seus fantasmas internos e agora pode encarar mais plena e serenamente novos afetos. Para muitas pessoas depois de alguns anos de casada, a primeira alternativa para amenizar o desgaste é manter vidas paralelas, ter um caso amoroso. Quem não sabe disso? É bom dizer que essas coisas não são aceitas nem aprovadas publicamente, embora sejam feitas por quase todas as pessoas. O problema não consiste em saber se alguém faz ou não faz, o problema é se descobrem ou se você fala ou não. De cada dez pessoas, oito delas vivem ou vão viver um caso amoroso.
Pessoas que a experiência do casamento as tornou indiferentes, cascudas, entediadas, vivendo uma vida automática, mal percebendo o que acontece ao seu redor, quando encontram alguém e se encantam com essa pessoa, parecem até aqueles bichinhos brincalhões da natureza, que se juntam fazendo festa um para o outro. Trocam qualidades e os dois saem do encontro rejuvenescido ou renascido.
Portanto, diante de tantas evidências, penso que um segundo casamento não vai mudar muita coisa, tendo em vista que o casamento e amor não combinam. Ter um caso extraconjugal, para muitas pessoas é sofrido e marcado por sentimentos de culpa, caso sejam descobertas. Contudo, encerro com um argumento brilhante do nosso mestre e psiquiatra, saudoso José Ângelo Gaiarsa, para aqueles que se incomodam com a sua vida diz ele: “Olhe aqui, eu não estou seguindo um capricho, eu não quero um caso a mais, eu quero sobreviver, se possível. Recomeçar a viver porque eu estou morrendo, você entende? Se você entender, vai ser ótimo, vamos ficar amigos e até fundar um partido a favor do direito de amar. Se você não entender, vá passear. Você é meu inimigo, inimigo da vida e um medroso que quer assustar os outros para que todos continuem a se esforçar para resistir à tentação”.              

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