8 de outubro de 2011

O TOM DE UMA PROSA

Uma das coisas que mais gosto na minha vida é conversar e a outra é escrever. Curiosamente nessa reflexão resolvi juntar as duas coisas. Escrever como que conversando com você. Acredito que os meus textos são compostos por duas pessoas. No caso, eu, o autor, e você, o meu co-autor. Quero muito que, apesar das nossas limitações e distância possamos estabelecer um verdadeiro diálogo.
Para que possamos começar o nosso diálogo, gostaria de lhe fazer uma proposta. O assunto sobre o qual conversaremos é amplo e íntimo, porque se trata das minhas reflexões que sempre divido com você, até porque tem participação sua na produção dos textos. Ou você acha que não me importo com o seu comentário?
No livro O Mundo de Sofia também existe uma prosa em forma de bilhetes e cartões postais que foram mandados do Líbano, por um major desconhecido para Sofia. O mistério que envolve os bilhetes e os postais é o ponto de partida deste fascinante romance sobre a história da filosofia. Entretanto, no nosso caso é um pouco diferente. O ponto de partida aqui se da através desse diálogo franco e aberto.
Ao longo da vida, tenho aprendido que para ter uma conversa sobre alguns assuntos a gente precisa de sossego e de tranquilidade, de preferência onde a conversa não tenha de ser interrompida, por isso eu gostaria que você imaginasse que essa nossa conversa se passa em algum lugar de que você goste, pode ser num parque, à beira de um lago, numa praia linda, numa montanha cercada por floresta ou numa sala de uma casa bem aconchegante, você é quem escolhe. A essa altura você deve estar se perguntando, o que o Eduardo pretende? Por que ele propôs essa prosa? Por uma razão muito simples. Para mim é importante que você entenda os meus textos como um referencial a mais para a sua reflexão.
Por conseguinte, com certa frequência tenho trazido assuntos como: A sexualidade humana, amor e matrimônios. Todavia, não escrevo para que você aceite as minhas ideias como dogmas, mas sim para que juntos possamos refletir sobre o que está diante dos nossos olhos. Para fundamentar o que estou dizendo quero aqui apresentar alguns dados já comprovados e publicados cientificamente para a nossa tranquilidade.
Sei que você é um leitor exigente, fino e de percepção apurada, sabe que precisamos aprimorar a cada dia nossa maneira de pensar o mundo, rever as nossas atitudes, para assim cuidar das pessoas que amamos, como também do nosso planeta que anda tão carente de cuidados. Entretanto, um pouco mais de informação é sempre bem vinda para que possamos dar conta dos problemas diários que nos são impostos. Graças às minhas filhas, às minhas amigas e a você, tornei-me cada vez mais sensível aos problemas que tanto afeta mais as mulheres do que os homens. Então, juntamente com você resolvi buscar as respostas para essa causa. Creio que sempre tratei as mulheres como iguais, mas só mais recentemente pude compreender essa diferença, o quanto a mulher ainda hoje é inferiorizada, marginalizada por uma sociedade machista, anacrônica e patriarcal. Parece até que mulher só é vista como objeto de prazer, como as mucamas dos senhores de engenhos do século passado. Ela não é humana? A mulher não tem sentimentos? Você duvida do que estou dizendo? A título de curiosidade entre numa dessas salas de relacionamento virtual, para você conhecer o que os homens falam e fazem com as mulheres. Além de serem diretos, são extremamente monótonos e precários no seu desempenho sexual. Você acha que é isso que a mulher busca?
Para abordar esses assuntos e apresentar a você, tive que pesquisar. Por exemplo, para falar da sexualidade humana, tenho dois grandes mestres. Um amigo, filósofo e educador Cesar Nunes da UNICAMP e a filósofa e educadora Claudia Bonfim, Vice-Presidente, Pesquisadora e Educadora Sexual da Associação Brasileira de Educação Sexual – ABRADES. Ela escreveu um texto maravilhoso sobre a masturbação feminina. Se você quiser interar-se sobre esse assunto, vá ao meu blog e clique em: Visualizar o meu perfil completo, que você encontrará um link da Dra. Claudia Bonfim, Educação e Sexualidade.
Outro assunto que sempre aparece nas minhas reflexões é sobre o casamento. Também para falar sobre o matrimonio, recorri a outro grande mestre e saudoso, José Ângelo Gaiarsa. Foram cinquenta anos pesquisando sobre família e casamento. Segundo ele, as famílias se amam eventualmente e se traem sistematicamente. Caso ainda paire alguma duvida, procure ler o livro: “A Cama na Varanda”, da psiquiatra e educadora Regina Navarro Lins. Para ela o lugar que menos se faz sexo é no casamento.
O nosso papo está tão gostoso que não dá nem vontade de parar. Ainda falta para encerrar a questão do sexo e amor que não vejo como um mesmo fenômeno. O sexo é um fenômeno pessoal, depende só do meu corpo para ser sentido. Já o amor é um fenômeno interpessoal, espiritual, precisando da existência do outro para sentir. Amor: eu sinto, sexo: eu pratico. Praticar sexo é uma escolha, ter prazer é uma possibilidade, ao contrário do amor. Sentir amor não é uma escolha, mas sim, um acontecimento espiritual, é um dom. Não depende do meu querer.
Para discutir esse assunto busquei vários pesquisadores, mas um me chamou mais a atenção, o psiquiatra e educador, Flavio Gikovate. Fui numa de suas palestras no Café Filosófico realizado pela CPFL de Campinas. O tema que ele abordou foi a Fragilidade do Tesão. Depois dessa palestra fui ler um pouco mais sobre o assunto e percebi que realmente não dá para combinar sexo com amor. O beijo na boca é mais íntimo do que o sexo. No entanto, dentro de uma relação a dois quando o amor termina, a primeira coisa que acaba é o beijo na boca. O sexo ainda perdura por um bom período. Triste fim. 
Portanto, como você percebeu a boa prosa passa depressa como a vida quando bem vivida. Enfim, quero deixar este lembrete a você: Não se torture quando eu trouxer um tema contrário aos seus valores. Procure primeiro rever esses valores, para não sofrer em vão. Sexo é a linguagem do corpo, é a linguagem do sentimento, é um brincar com o corpo, é a descoberta de que você também tem excitação. Nesse momento de excitação só o coração deve ditar o que fazer, porque é através dele que essas informações são transformadas em conhecimento e em sabedoria para assim você ser feliz e viver em harmonia com o seu corpo e sua alma. Foi um prazer enorme prosear com você.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...