16 de outubro de 2011

A BUSCA DE AFETO DE CADA UM

Segundo conta a lenda do “Príncipe Encantado”, um belo príncipe em seu cavalo adentraria em sua vida. Esse é o sonho de toda mulher romântica que busca encontrar um príncipe, mas depois de algumas experiências desastrosas, ela tenta não se entusiasmar demais com o suposto príncipe. Na verdade, ela quer ser protegida pelo parceiro que um dia venha a ficar. Alguém com quem pudesse compartilhar a vida e que a compreendesse. Quando ambos descem do palco de suas vidas, entre olhar entrecortado por outras presenças que coincidentemente aparecem no mesmo ambiente, o que era um encontro paradisíaco começa a tormenta, pois surge o ciúme com as exigências de ambas as partes, que aos poucos, vai diluindo a imagem intocável do príncipe encantado.   
A princesa que até então era um anjo de candura mesclada com Afrodite, tornou-se um labirinto incompreensível, enquanto que, para ela o príncipe sensível e afetivo tornou-se um menino rebelde alheio aos sentimentos. Após alguns encontros encantadores, surgem os escândalos, desrespeito total um pelo outro, as baixarias e junto vem o rompimento, que muito a contra gosto é triste. Porque se criou um laço afetivo muito forte entre ambos.
Quando alguém busca uma relação afetiva, com empenho e dedicação, com o espírito aberto, de repente surge a sua frente, como num passe de mágica, certeira com uma flecha de Cupido, inexorável como a morte: O Amor! Acompanhado com esse sentimento também surgem outros, como o susto, a surpresa, a alegria, a excitação, a decepção, a raiva, a saudade e as lembranças! Tanta coisa ao mesmo tempo, que a pessoa se vê perdida, não sabe o que pensar, porque nunca sentiu isso tão forte.
Entretanto, é uma conduta calcada numa espécie de funcionamento emocional desregrado, muito mais voltado para o prazer, porém um prazer que no fundo não satisfaz suas necessidades, tamanha é a euforia desse encanto que deixa todo o seu SER tomado. Está sempre faltando algo. Um coloca o outro na posição de provedor do prazer. Contudo, dessa forma a busca de um afeto, um prazer que o faça sentir-se mais pleno transforma-se em uma busca infantil, o que para o outro é imperceptível.
Considerando que o prazer, os sentimentos, as emoções e as sensações estão diretamente ligadas ao corpo e que o ser humano só se sente pleno através da exaustão, por isso quando a pessoa exige ser amada mesmo depois dessa exaustão, consequentemente, o fato de não ser correspondida, por se tratar de uma imposição do amor, essa pessoa passa a se desinteressar por quem promove esse prazer e afeto. Começando assim uma nova busca direcionada a novos prazeres e novos provedores, isto é, novas paixões.
Toda pessoa centrada no seu egoísmo achando que tem que ser amada, começa a não perceber o outro e vai aos poucos enfraquecendo os laços afetivos. O prazer que estava acostumado a receber não é mais tão intenso. Diferente do prazer e da paixão que provem das necessidades corporais surge uma nova dimensão de sentimento que é a alegria. Não é o prazer que tem de ser procurado, e sim, a alegria. Infelizmente ou felizmente, na paixão, no prazer e seu contra ponto, o sofrimento, são intensos e temporários; já na alegria, a prioridade está no amor que não tem prazo de duração.
Portanto, para podermos sentir a alegria e o amor é preciso não somente a sensibilidade, mas também a paciência de saber esperar, é preciso suportar a responsabilidade, assim, como é preciso estar aberto para enxergar nossos defeitos e virtudes para depois mudá-los, se for necessário; com isso desenvolveremos maturidade e sabedoria. Dessa forma, através da alegria, chegaremos ao prazer do corpo e da alma. Lembrando que uma vida sem amor é como um jardim sem flor, é como esperar o trem que já passou.          

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