28 de setembro de 2011

A MULHER NO ESTADO TÂNTRICO

Todos os grandes pensadores da humanidade, sempre se referiram ao sagrado feminino com inferioridade e desdenho, como se a mulher existisse somente para procriar e servir ao seu senhor. O caminho percorrido para que as mulheres chegassem até os nossos dias em iguais condições com os homens e assim ser reconhecida, foi uma luta árdua e penosa. Todavia, para a filosofia Tantra Hindu, a mulher é considerada a sacerdotisa por ensinar aos homens de boa vontade a arte do amor. Porque só a mulher é capaz de sentir prazer em qualquer parte do corpo, com muito mais intensidade do que qualquer homem. Não é a toa que na filosofia tântrica ela é considerada professora do amor romântico por tamanha capacidade de intimidade amorosa com o seu homem.
Dizer que é a mulher quem conduz e dita o ritmo durante o sexo tântrico é uma redundância e uma afronta para os machões de plantão. Desde a paquera até a cama quem dita às regras sempre foi mulher. As mulheres sabem da suscetibilidade sexual dos homens. Talvez seja esse um dos pontos críticos do Tantra Hindu, saber prolongar o prazer sexual. E isso tem despertado muita estranheza nas pessoas e principalmente nos homens que precisam aprender a conter a ejaculação. Para quase todos os homens esse controle parece impossível, antinatural, muito desagradável. Na hora da cama, do sexo, um número significativo de homens vira meio bicho, afoito e o orgasmo é o estímulo final a ser alcançado. Invariavelmente a mulher é obrigada a fingir orgasmo só para agradar o seu parceiro que reclama caso ela não sinta algum prazer.
Com o sexo tântrico não é assim que acontece. Aqui o sexo não é praticado visando o orgasmo e o que interessa é atingir um estado de consciência maior sobre o corpo do outro. A prática não quer apenas potencializar o orgasmo e intensificar o prazer. É muito mais que isso é espantar a afobação ao concentrar e espalhar a energia sexual pelo corpo inteiro. Entretanto, a mulher por natureza é Tantra. Tendo em vista que uma relação sexual comum dura em média quinze minutos e quatro segundo de orgasmo. Tanto barulho pra nada. No sexo tântrico ela dura no mínimo duas horas. Caso dure menos de uma hora é considerado ejaculação precoce. No entanto, o sexo tântrico tem uma duração mínima, mas não tem uma duração máxima. Aqui a ejaculação é considerada um desperdício de energia vital e por isso deve-se aprender a adiá-la.
Se experimentar um ciclo sexual demorado, se o aceito e aproveito, posso dizer que estou me fazendo tântrico. Se acompanhar o desenvolvimento natural da sexualidade, se a deixei amadurecer no sentido de ir aprendendo com ela, em vez de fixá-la em um padrão único e monótono, torna-me tântrico mesmo sem pretender ser, e mesmo sem treinamento.
A sexualidade também amadurece com o tempo e pode ser aprendida, claro que evidentemente se o indivíduo conquistar liberdade e condições para isso. Todavia, o mais difícil é vencer os incríveis preconceitos que existem em torno desse assunto sexualidade. Se o indivíduo se livrar de tudo o que é dito sobre o envelhecimento sexual, então qualquer pessoa, tanto homem quanto a mulher chega quase naturalmente ao Tantra.
Portanto, podemos concluir que a mulher está anos luz na frente do homem na questão da sexualidade. Estando a mulher num clima amoroso de muita excitação, ela é capaz de sentir prazer em qualquer parte do corpo ao contrário de muitos homens que são diretos e precários no momento da relação amorosa. Contudo, não existe mulher fria, existe homem incompetente ou, o que é mais triste ainda, homem desinteressado. Assim como também não existe homem impotente, existe mulher incapaz de despertá-lo ou desinteressada. Lembrando que só o contato amoroso pode nos salvar através do prazer concreto, cutâneo, sensorial e afetivo.   

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