10 de junho de 2018

O PRESSUPOSTO DO AMOR É AMAR

Se o pressuposto do amor é amar, então, por que sofremos tanto por amor? Por que maltratamos e machucamos o nosso amor? Será que desconhecemos a importância do amor para a nossa vida? A palavra amor tem mais sentido para nós humanos do que qualquer outra palavra. Quando estamos diante de alguém que nos desperta emoção ou encantamento, penso estar aí à gênese do amor. Somos tomados por uma ternura que nos convida para uma fusão. Esse despertar começa brando, suave e macio e aos poucos vai contaminando todo o nosso ser, da cabeça aos pés. Somos tomados por um torpor, uma sensação de prazer a vista. É o estado mais gostoso da vida, quando estamos encantado por alguém. Já no primeiro olhar sentimos algo tocar o nosso coração de uma forma diferente. Parece que o corpo caminha sem destino em uma fauna de prazeres, enquanto a razão despenca do penhasco para os braços da divindade. É isso que o amor nos faz sentir. É como uma taça de vinho. Ficamos totalmente embriagados nesta atmosfera romântica.

Sentimos que o amor, parece ter duas funções que quase nos confundem. A primeira é levar-nos à descoberta de nós mesmo enquanto humanos, que somos capaz de amar e ser amado. A segunda é pôr-nos em contato com a divindade, a eternidade, o infinito ou o ilimitado. Isto só se dá entre duas pessoas que se proponham a viver um romance ou um caso de amor. Os defeitos meus e da outra pessoa nos separam, nos isolam, nos distanciam. É quando começamos a esbarrar nestas coisas que nos é dada a oportunidade de exercer ao máximo a arte de amar. Quase sempre ouvimos frases feitas levianamente falada pelas pessoas no dia a dia, que quem ama tem que amar por inteiro, como realmente o outro é; com suas qualidades e defeitos. Até parece que as pessoas não juntam ideias, para dizer uma sandice dessas. Dito de outro modo, aos pouco vamos percebendo o modo de ser do outro. Como ele pensa, ou seja, seu modo de agir que nem sempre nos é conveniente. É aonde o encantamento vai aos poucos acabando.

Portanto, o amor nos ensina que há infinito em nós, mas que não somos infinitos. Esse infinito faz parte da criatura humana, mas o meu “Eu” não é infinito. O amor é capaz de nos ensinar estas duas lições, sem sobra de dúvida é um amor abençoado. Quando este amor, além de sentimento e compreensão se faz também contato como: aconchego, trocas calorosas, muita carícia e contato físico, podemos dizer que temos aqui um amor perfeito. Se é que há algum amor imperfeito. Talvez por isso que amar seja doloroso, sofrido. O amor nos acena, nos afirma e ele nos ensina que não há limites para vivermos essa realização plena e integral. Pouco a pouco ganhamos dignidade e respeito por nós mesmos, ao mesmo tempo vamos reconhecendo essa força interior chamada amor e cientes do quanto o outro é necessário para a manifestação desta força e o quanto ela é poderosa, a ponto de nos transformar. Contudo, a vida para ser vivida deve ser envolvida por outras vidas que amam a vida. Porque no amor, os momentos são eternos, pessoas são únicas e a vida é uma só, então vamos aproveitar bem, tudo que o nosso coração sentir por amor.

Um comentário:

  1. Anônimo23:44

    No amor nunca foi...quem ama verdadeiramente sempre será...

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