12 de junho de 2018

GESTAR O AMOR PARA MELHOR COMPREENDÊ-LO

Ao gestar o amor, colocamos a prova a nossa força e nossa vitalidade. No encontro amoroso, damos aquilo que temos de vivo em nós que é: o amor, a alegria, o interesse pela vida, a compreensão, o bom humor, o conhecimento e até as nossas tristezas e angústias também. De modo que o amor é uma força ativa no ser humano, uma ação que produz mudanças numa situação existente pela energia humana que nela é empregada. Todos falam sobre o amor, mas, poucos o compreendem na sua essência. Os discursos sobre o amor, na sua maioria são desconectados da realidade, além de vazio e inócuo. O amor é uma força ativa no ser humano, uma ação que produz mudanças numa situação existente pela energia humana que nela é empregada. Não é um sentimento passivo. É um crescimento e não uma queda. O amor é doação, é um entregar-se, antes dar que receber.

Por conseguinte, amar é dar sem a exigência da troca, da retribuição. Dar sem sentir lesado, empobrecido. Aprendi que amar verdadeiramente não é cobrar atenção do ser amado. Para isso já temos o amor, que é simplesmente gostar de mim no outro. A partir dessa expressão natural, ocorre o desejo de tocar o objeto amado, que se manifesta por todo o meu corpo como uma antena receptora. Neste momento enriqueço a outra pessoa com os meus gestos de afeto e ternura. Estou pronto para amar. Esta comunicação não é verbal e sim fisiológica. Nesse momento é liberada no cérebro uma substância química chamada “beta endorfina”, que tem muito a ver com o comportamento de proximidade, contato físico, como abraços, carinho e carícias. Faz-nos sentir próximo e também nos acalma.

Vale lembrar, que o nosso corpo é um instrumento de comunicação mais verdadeiro e poderoso. Dificilmente consegue disfarçar suas reações emocionais. Tendo em vista, que no corpo nada é possível esconder. Basta olharmos com atenção para as pessoas que logo saberemos o que estão querendo, sentindo e experimentando. Que maravilha viver se as pessoas negassem menos os sentimentos que sentem, com certeza sofreriam menos. Mas nega-se tudo que é bom para a alma e prazeroso para o corpo, porque não gesta o amor. Tocar com carinho não pode, mas falar mal pode, assim como difamar o outro pode. Sentir prazer com quem amo não pode, pois tenho que esconder dos amigos. Estamos sempre predispostos a maltratar e nos machucar também. Por não gestar o amor o sofrimento é de ambos.

Cada vez mais estão aparecendo livros interessantes, mostrando a importância fundamental das emoções na vida. Não só as emoções negativas que produzem praticamente a maioria das doenças. Mas, as emoções positivas que trazem a saúde, felicidade e a alegria de viver. Até porque, quando está encantado com alguém, a melhor coisa é estar junto o maior tempo possível com essa pessoa. Não só porque é muito bom, mas, porque nesse período estão ocorrendo trocas vitais, extremamente importantes entre as duas pessoas, que são sentidas no coração e experimentadas no corpo. De modo que, quando a gente encontra uma pessoa que nos impressiona bastante, é muito importante ficar perto dessa pessoa e chegar o mais que puder. Sendo que, quem eu gosto ou amo é o meu “Guru”. É com esta pessoa que tenho que aprender coisas da vida, ou seja, trocar gentileza, carinho e carícias. São as necessidades vitais, importantes, fundamentais para a nossa saúde mental e a sobrevivência humana.

No entanto, sabemos o que sentimos, mas não sabemos a cara que mostramos. O outro não sabe o que sentimos, mas vê o que mostramos de negativo. Sempre ficamos com o que vemos no outro e não com o que ele fala. Porém, o amor é algo que eu sinto a partir do outro, por isso ele é interpessoal. Preciso da presença do outro para gestar o amor. Exteriorizamos através do contato e das carícias. Só aprendemos a amar experimentando. Descobrindo a divindade no outro. Ninguém é feliz sozinho. É preciso começar a trocar mais abraços, carícias, a proporcionar prazer, a fazer com o outro todas as coisas gostosas que a gente tem vontade de fazer e não faz. Naturalmente, não fica bem mostrar bons sentimentos. Quando se agrada alguém, da mesma forma estamos querendo reciprocidade.

Portanto, ser amoroso é uma característica humana e pressupõe toda vivência desde o seio materno. Só quem gesta o amor é capaz de amar. Ninguém da o que não tem. Se nunca fomos amados, é pouco provável que nos entreguemos totalmente ao amor. Sempre vai existir a dúvida quanto ao outro. De modo que buscamos no outro aquilo que não temos e nos faz muita falta. Acreditamos que vamos encontrar no outro a nossa cara metade, aquela parte que a nossa alma e nosso corpo reclama a falta, para citar Platão. Contudo, o ponto de partida é tomar consciência de que o amor é uma arte, assim como viver é uma arte. Precisamos tornar-se explícito o que está implícito. Sendo que o amor nos toca, nos acaricia e se revela na gratificação sensual com o outro. “Viver e Amar” constitui-se para nós humanos, numa espécie de mistério, que por não gestar o amor, transformamos isso tudo num problema. Não tem saída jeitosa se não respeitarmos o amor. Nós queremos viver da felicidade de quem amamos e não do seu sofrimento. 

(Minha homenagem ao dia dos namorados)

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