3 de julho de 2015

O PRESSUPOSTO DA EDUCAÇÃO É FORMAR VALORES

A educação é o percurso de nossas vidas. Na escola, onde passamos grande parte de nossa formação educacional, aprendemos ou deveríamos aprender a compartilhar conhecimentos, a dividir brinquedos e brincadeiras, a pesquisar com diversos recursos, a falar e a ouvir. Nesta sociedade de consumo, de valores associados à perfeição, à produção em série e lucrativa, estamos deixando de fazer amigos, deixando de lado aquela conversa agradável no fim da tarde, após um dia de trabalho. Nesta urgência de repensarmos aonde vamos chegar com tanta produção é que a educação reconstrói o seu papel fundamental: o de formar valores, socializar, trilhar um caminho de conquistas para seus educando e educadores como dizia Paulo Freire.

Quem melhor do que o professor, este agente da aprendizagem, para desenvolver essas habilidades juntos a seus alunos? O professor sempre ocupou lugar privilegiado, pois têm acesso as possibilidades de mudança dessa cruel realidade instituída. Cabe a ele a tarefa de educar verdadeiramente, sabendo escutar o aluno, respeitando-o em seus desejos, fazendo-se “sedutor” para ser ouvido, divulgar valores positivos através de sua fala e ações. Dimensionando seu poder de atuação, os professores podem agir mais atentamente. Podem ajudar seus alunos no aprendizado da tolerância, na capacidade de ouvir e de se fazerem ouvidos, no respeito às regras do outro, no convívio em sociedade, nas ações para a melhoria da sua escola, da sua cidade, do seu país. Sendo bom ouvinte, o professor vai formar bons ouvintes, com seu exemplo. Sendo amável, seu aluno saberá muito mais da arte das boas maneiras no trato com as pessoas. Sendo o mestre comunicativo, verá florescer alunos criativos, falantes, dinâmicos na tarefa da expressão.

Entretanto, queremos acreditar que nesse momento atual, a escola nos da esperança de novas relações. Esperança de uma geração que saiba dividir mais o seu pão e estragar menos comida, consumir com mais moderação e ostentar menos roupas e tênis da moda, respeitar os mais velhos e amar o seu próximo como a si mesmo. O professor pode proporcionar que o aluno reconheça o seu interesse em modificar esta realidade, falando com mais docilidade, sendo mais solícito, amável e prestativo, menos competitivo e rude. O professor pode deixar que os alunos vejam o seu melhor: o seu poder de falar e ouvir a todos, com amor e afeição. Afinal, é isso que nos alimenta no desejo de aprender. No entanto, os estudantes na sua maioria conferem ao professor um saber, que o mesmo deve usufruir desta posição, sem tornar-se autoritário, aquele que acha que, quem pode manda e quem tem juízo obedece. Sendo o professor um investigador de comportamentos, atitudes e aprendizagem, o deve saber ouvir e entender o que os alunos precisam compreender, ou seja, nas fases de desenvolvimento deles para melhor planejar suas aulas.

Portanto, ter amor pela educação é não ser passivo. Amar é olhar nos olhos, dizer as necessidades, compartilhar medos e tristezas, relatar alegrias, chamar a atenção, indicar o caminho certo quando o outro insiste em ir pelo lado errado. Amar pelo prazer de educar exige muitos cuidados, exige zelo e trabalho. Amar a educação é acima de tudo, deixar aflorar o carisma, ou seja, aquilo que há de melhor na pessoa: suas potencialidades e habilidades. Contudo, o professor e os alunos serão apaixonados pelo que fazem juntos e isso gera um círculo virtuoso para todas as relações humanas. Enfim, a escola é o lugar onde se faz amigos. Escola é, sobretudo, gente. Gente que trabalha e que estuda, que transmite alegria, que se conhecem e que se estimam.    

Um comentário:

  1. Texto muito importante para todas as idades ler !Parabéns Professor Eduardo muito bom !

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