5 de maio de 2019

A RAZÃO COMO PONTO DE PARTIDA

René Descartes (1596-1650), considerado o pai da filosofia moderna, foi ele depois da Idade Média, o primeiro pensador europeu que situou a importância do conhecimento na vida do homem. É bom lembrar que Descartes não era cético; não recomendava a dúvida por causa da dúvida, mas sim, como meio preliminar para investigar a verdade. Descarte deu ao homem moderno uma base filosófica para livrar-se das crenças em feiticeiras, o que contribuiu consideravelmente para o desaparecimento da bruxaria no século XVIII. Ao mesmo tempo desaparecem as fadas, os demônios e todas as semi-criaturas da terra e dos bosques.

Supõe-se, de modo geral, que isto tenha sido uma vantagem, uma vez que ajudou a varrer da mente humana a superstição e a magia. O resultado foi um semi-caos no interior do qual o homem ficou entregue à perplexidade e à dúvida. Foi o momento de emergência da loucura, ou melhor, foi o momento em que a razão produziu a loucura. Mas a psicanálise veio em seguida e derrubou a razão e a consciência do lugar sagrado em que se encontravam. Tornava-se evidente que a raça humana não era tão racional o quanto se acreditava. Mostrou que o narcisismo é o polo da objetividade, da razão e do amor.

Uma das descobertas importantes e de maior alcance foi a de Sigmund Freud (1856-1939), o conceito do narcisismo. O amor próprio, o medo à castração, o ciúme, o sadismo. Freud chamava de “neurose narcisista”. No início da vida, a criança dirige sua libido para seu próprio corpo. Ela ama a si mesma. Suas reações emocionais dependem, principalmente, de seu bem-estar ou de seu mal-estar físico. É egocêntrica. Este período recebeu o nome de narcisista devido à lenda grega de um jovem chamado Narciso, que se apaixonou pela sua própria imagem refletida na água.

César o imperador romano usou do poder para dobrar a realidade a suas fantasias narcisistas. Obrigaram todos a concordarem que ele era o deus, o mais poderoso e mais sábio dos homens. Parece bastante razoável se tratar de um sentimento de megalomania. Por outro lado, ele sabia o quanto era odiado, e que poderiam derrubá-lo e matá-lo. Por isto suas desconfianças patológicas também podem ser perfeitamente compreendidas.

Portanto, quanto menos uma pessoa conhecer a respeito do seu passado e do seu presente, mais insegura terá de mostrar-se seu juízo sobre o futuro. Contudo, digo o que penso, com esperança. Penso no que faço com . Faço o que devo fazer, com amor. Esforço-me para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. A vida é muito curta para se ter inimigos. Agradeço sempre pelo “dom da vida e de poder “amar” mesmo sem ser compreendido. 

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