26 de maio de 2019

NO TOM DA PROSA

Uma das coisas que mais gosto na vida é conversar e a outra é escrever. Nesta reflexão resolvi juntar as duas coisas. Vou escrever como se tivesse conversando com meu leitor. Meus textos são compostos por duas pessoas. No caso eu, o “autor” e o leitor, o meu “co-autor”. Apesar das nossas limitações e distância, espero que possamos estabelecer um diálogo aberto. No livro “O Mundo de Sofia” também existe uma prosa em forma de bilhetes e cartões postais, que foram mandados do Líbano por um major desconhecido, para a menina Sofia. De modo que o mistério que envolve os bilhetes e os postais é o ponto de partida deste fascinante romance sobre a história da filosofia.

No entanto, com certa frequência tenho trazido temas como: “A sexualidade humana, as relações de amor, casamento e outros afins”. De modo que, não escrevo para que aceitem as minhas ideias como dogmas, mas, para refletirmos juntos sobre o que está acontecendo com as relações humanas e com o mundo. Para fundamentar oque vou dizer, apresento alguns dados já estudados e publicados cientificamente para que possamos nos entender. Creio que sempre tratei as mulheres como iguais, mas só mais recentemente lendo os ensaios da educadora Claudia Bonfim, que pude compreender melhor essas diferenças. O quanto a mulher ainda hoje é inferiorizada, marginalizada por uma sociedade machista, anacrônica e patriarcal. Parece até que a mulher só é vista como objeto de prazer, como as mucamas dos senhores de engenhos do século passado.

Pesquisei duas grandes autoridades no assunto, para falar sobre a sexualidade humana. O primeiro foi o filósofo e educador Cesar Nunes da UNICAMP, e o segundo foi a filosofa e educadora Claudia Bonfim, vice-presidente, pesquisadora e educadora sexual da Associação Brasileira de Educação Sexual – ABRADES. Ela publicou algum tempo atras um texto maravilhoso sobre a “masturbação feminina”. Assim como outros tantos assuntos são abordados nas minhas reflexões. De modo que, para falar do casamento, recorri a outro grande mestre, o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa (1920-2010), que segundo ele dizia: “que as famílias se amam eventualmente e se traem sistematicamente”. Para a psiquiatra e educadora Regina Navarro Lins, o lugar aonde menos se faz sexo é no casamento, autora do livro: “A Cama na Varanda”.

Portanto, o sexo é um fenômeno pessoal, depende só do corpo para sentir. Já o amor é um fenômeno interpessoal, espiritual, precisando da existência do outro para sentir. Ou seja, “amor eu sinto, sexo eu pratico”. Praticar sexo é uma escolha, ter prazer é uma possibilidade, ao contrário do amor. Sentir amor não é uma escolha e sim, um acontecimento espiritual, ou seja, um dom, que não depende do meu querer. Realmente, não da para combinar sexo com amor. Tendo em vista, que o beijo na boca é mais íntimo do que o sexo. Numa relação a dois, quando o amor termina, a primeira coisa que acaba é o beijo na boca. O sexo ainda perdura por um bom período. Contudo, a sexualidade é a linguagem do corpo e dos sentimentos, é um brincar com o corpo, é uma descoberta significativa para a nossa subsistência. É com o coração que transformamos o conhecimento em sabedoria, para assim ser feliz e viver em harmonia com o nosso corpo, a nossa alma e a natureza que nos cerca. Foi um prazer ter essa prosa com meus leitores. É por tudo isso que continuo escrevendo. “Quanto mais eu sei, mais eu sei que nada sei”.

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