9 de maio de 2019

DESVENDANDO A SEXUALIDADE ATRAVÉS DO TANTRA

Tantra é uma palavra sânscrita, “Tan” significa expansão e “Tra”, libertação. De modo que, Tantra significa o caminho para libertação através da expansão, que também encontrará muitas referências na sexualidade. No entanto, o Tantra propriamente dito, envolve a aproximação muito lenta do homem com a mulher, aproveitando cada passo, sentindo cada pequeno gesto como: "um olhar, um sorriso, um abraço e etc". É uma forma sábia de prolongar estes momentos prazenteiros e assim viver em eterna delícia. Esta é a essência da mensagem tântrica. O que as pessoas não sabem é que, se colocar esta proposta tântrica para os seus parceiros, ocorrerá uma fantástica mudança na vida de ambos. Na verdade, a prática da intimidade tântrico leva a pessoa a mudar os hábitos sexuais e a forma como se vê a relação amorosa. Desprendendo-se de imagens, conceitos e atitudes como a do homem dominador e da mulher submissa. De modo que a mulher não precisa se vestir de enfermeira e nem de mulher samambaia. A excitação de ambos acontece num processo de relaxamento e não por fetiches ou fantasias.

O Tantra é popularmente conhecido como uma técnica que retarda o orgasmo e potencializa o prazer. Essa prática proporciona um movimento de energia sexual capaz de se expandir e circular pelo corpo todo, passando pelos canais de energia chamados de “chakras”, amenizando aquela afobação, sem nenhuma necessidade de urgência de terminar logo. Podendo durar em média de duas a três horas de prazer intenso. Além do mais a sensação tende a ser diferente da intimidade comum, porque em vez de expulsar a energia e terminar logo, o prazer se espalha para o resto do corpo. No caso do homem, isso significa que não há ejaculação precoce para a satisfação e a alegria da mulher. No Tantra Hindu é a mulher a “sacerdotisaque leva e ensina ao homem a arte do amor. Está implícito no Tantra que a mulher sabe sentir prazer muito mais e melhor do que o homem, o que é evidente para um bom observador. Num bom clima amoroso pode-se dizer que a mulher sente prazer em qualquer parte do corpo. É óbvio que a mulher seja a professora do amor romântico por natureza, só ela é capaz de tamanha intimidade amorosa com seu parceiro.

A essência do Tantra está no prazer prolongado, é aquele “ir” devagar e percebendo cada movimento do corpo, é o ficar atento ao que está fazendo e sentindo o momento de intimidade. Segundo o psicanalista e pesquisador Wilhelm Reich, a nossa sexualidade padrão parece uma coisa frenética, angustiante, sofrida, desesperada e na maioria das vezes agressiva de ambas as partes. Uma mistura de sentimentos variados, inclusive raiva, angústia, ódio, até fáceis de compreender se levarmos em conta a nossa história de repressão durante séculos. Nos encontros sexuais sempre existe uma voz íntima principalmente na mulher a dizer: “agora vou fazer o que não se deve”. Então, tudo fica apressado, frenético, ansioso e pior ainda, carregado de culpa. Penso que para sentir uma alegria prazerosa, de corpo inteiro, você precisa aprender a relaxar, rir de si mesmo, de sentir-se gostoso ou gostosa, sem culpa, sem medo e sem vergonha. Mas, para isso é preciso desmanchar tudo o que de repressivo aprendemos na vida. Com a prática Tântrica isso é possível.

Portanto, em nossa sociedade e cultura, somos ensinados a racionalizar nosso modo de viver, fazer julgamento sobre o que achamos ser certo ou errado e lutar contra aquilo que não está de acordo com as nossas expectativas. O Tantra em contraste a tudo isso, nos ensina a aceitar o que está acontecendo e deixar fluir sem medo ou stress. Expandindo a nossa consciência e movendo a nossa energia através de tudo que a vida nos apresenta. Dar boas vindas a todos os nossos mais loucos pensamentos, sentimentos e desejos. Isto significa amar todas as partes do meu corpo e aprender com elas. Não julgue mal a si mesmo ou qualquer outra coisa, mas aprenda quem você é de fato para se aceitar de verdade. Pois, da vida nada se leva a não ser a vida que se leva. E que as nossas boas ações, sejam um contínuo sim, numa vida consciente.            

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