15 de abril de 2019

PELAS ANDANÇAS DA VIDA

Pelas andanças da vida, são tantas narrativas que muitas vezes sentimos medo de viver e de se entregar. Sentimos medo até de amar e experimentar a delicia que é ser amado. Quem não quer viver uma linda história de amor? É muito difícil achar alguém que não queira, mas às vezes falta coragem para tanto. As pessoas estão sempre à espera deste amor fantasia, com gosto de Walt Disney, de maçã verde e cereja no canto da boca. Ou gosto de lágrimas que serão secadas com os lábios ou com os olhos flanelados de quem está apaixonado. Sempre esperando do outro, embora o medo seja só nosso.

Esta coisa de fotografar quando saímos para um passeio, não deixa de ser um registro histórico, que ocorre num determinado momento de nossa vida. Que também pode implicar numa experiência de amor vivida por alguém e que, ao fotografar aquele instante, eternizamos um momento da nossa história que marcou profundamente e que não volta mais. Pois, a cada novo dia, somos uma nova edição num mesmo corpo, só que não enxergamos dessa maneira. No entanto, nós queremos esse amor estrela, que vai povoar nossos sonhos e encher nossas cabeças com partículas desta atmosfera. Mas que também vai descer a terra para descascar cebola, lavar pratos, fazer compras no supermercado e dar xarope na hora da tosse. Contudo, continuamos fingindo que o amor não é importante para a nossa subsistência.

Entretanto, todos querem esse amor e poucos têm. Todos procuram por ele e poucos acham, e às vezes quando acha, logo, joga no lixo. Tudo por medo de viver e sentir esta emoção real. Receiam ter um elevador na barriga quando descobre a possibilidade de estarem apaixonados. Medo de sentir aquela bateria de escola de samba no coração no momento do encontro. Aquela música que nos faz lembrar a pessoa amada, porque a música nos remete ao tempo e no momento da ocorrência. Comumente, o outro se torna o meu espelho, sobretudo, quando olho para seus olhos e vejo os meus refletidos como se fosse uma pérola de brilhante.

Portanto, de quando em quando o amor pode aparecer e por ventos brandos ou temporais, é possível nos surpreender. E quando chegar esse momento nos sentiremos no cais, onde somos tomados por uma eterna calmaria. Dai em diante vamos entender que não somos mais capazes de viver em paz sem companhia. Vamos querer champanha no momento em que o corpo do outro desejará ser taça. Como não subimos a montanha russa, para sacolejar no espaço vazio, agora estamos nela. A vida pressupõe que experimente o amor, mergulhando na sua essência. Por que não aventurar-se no prazer de amar juntos? Por que não tentar ser feliz agora e não amanhã? Será que é por que dizem que a felicidade dura pouco? Contudo, passamos muito rápido pela vida, mas, ainda bem que registramos tudo, pelo pouco que vivemos.

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