20 de setembro de 2018

VISÃO DISTORCIDA DA POLÍTICA

Por questões éticas, não gosto de abordar assuntos sobre política partidária nas minhas reflexões e muito menos nas redes sociais. Nem por isso deixo de ter minhas convicções políticas, que não interessa a ninguém. Leio e estudo muito sobre o assunto política, por isso sou bem informado. Não vale a pena entrar em polêmica com pessoas queridas, tendo em vista, que cada um tem a sua opinião e deve ser respeitada. “A filosofia antiga não tem as opiniões como base, somente os fatos”. Para entender essa dinâmica da política, é preciso conhecer a história de cada político e mesmo assim é temeroso emitir uma opinião. Somos traídos por eles o tempo todo. Todavia, vou fundamentar minhas razões sobre o assunto política e políticos. Ao ler o livro: “O Nobre Deputado”, cujo autor é o juiz de direito Márlon Reis (1969), idealizador do Projeto de Lei da Ficha Limpa, que vem corroborar com tudo aquilo que penso da política brasileira. Relatos chocantes e verdadeiros, de como nasce, cresce e se perpetua um corrupto na política. Corrupção, uma história que conhecemos e assistimos há anos.

Vale lembrar, que a corrupção é todo ato que visa benefícios em prol de prejuízos de outros, mas, também é o uso de poder ou autoridade concebida para levar vantagem em algo. O estudo deste tema é de muita importância para qualquer sociedade, na qual impera um pensamento que, de certa forma, é arcaico, porém, é vigente em nosso país. Diante disso, deparamo-nos com a ideia de política totalmente divergente, daquela idealizada na República de Platão (427-347 a.C.), que discorre seu pensamento sobre “Estado Ideal”, principalmente no caso do Brasil, onde este é visto mergulhado em corrupção. Beneficiando apenas políticos, em seu individualismo, nepotismo, faltando com a ética e com a moral, sem compromisso com a população, fazendo com que o povo se afastem, gerando um círculo vicioso e a perpetuação do poder nas mãos da mesma minoria em detrimento de uma maioria marginalizada.

O juiz Márlon Reis apresenta resultados de uma pesquisa, onde conseguiu ouvir as pessoas que participam de esquemas da política sobre como se dá a eleição de deputados, senadores e presidente. A história foi constituída em um personagem fictício, chamado de Cândido Peçanha, que na verdade são os depoimentos reais colhidos pelo autor. A grande farsa eleitoral brasileira é pautada por interesses. A política é movida a dinheiro e poder. Dinheiro compra poder, e poder é uma ferramenta poderosa para se obter dinheiro. É disso que tratam as eleições: “o poder arrecada o dinheiro que vai alçar os candidatos ao poder”. A única coisa que vira o jogo é a avalanche de dinheiro. Vence quem paga mais. Sempre foi assim e penso que vai continuar. Pois, os novatos que ingressam na política, com a ilusão de mudanças, são cooptados ou cuspidos pelo sistema. É um sistema de engenhosidade formidável, complexo e encantador.

Portanto, a corrupção, infelizmente, tornou-se rotina na política brasileira e não é privilégio de um único partido, todos estão mergulhados na corrupção. Muita gente boa quando escuta a palavra política, logo pensam em corrupção, lembram-se do mensalão, lava jato, desvio de dinheiro público, políticos fazendo promessas e não cumprindo com praticamente nada, coisas que não contribuem para a sociedade, e com isso as pessoas acabam ficando desinteressadas em pesquisar e se aprofundar nos assuntos políticos no meio em que estão inseridas. De modo que, nunca encontraremos fórmulas mágicas capazes de solucionar nossos problemas políticos, por isso devemos depositar na “educação” a nossa maior esperança para superar esses desafios e então, buscarmos construir uma sociedade democrática. Além da nossa vida privada, sonhos são roubados a todo instante. Inclusive por aqueles a quem confiamos. Contudo, é um grito de alerta para todos, e uma atitude patriótica em defesa do nosso futuro. Antes de defender esse ou aquele político, pesquise sua história.

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