8 de setembro de 2018

POR INSEGURANÇA E MEDO NOS MALTRATAMOS.

Em determinados momento da vida, por insegurança ou medo, inibimos a coragem de ser feliz, de arriscar a viver uma história de amor bem sucedida, pelo simples fato da nossa educação, apontar para a sexualidade como algo pernicioso. Quando se reprime essa energia vital, ela explode gerando uma neurose de angústia. No entanto, a maioria das relações amorosas e sexuais praticada hoje no mundo, é basicamente falsificada ou fingida. Com medo de abraçar, de tocar o corpo do outro e ser tocado na mesma intensidade. Pois, a falta de coragem inibe a intimidade com a pessoa que amamos, aquele momento prazeroso de brincar com o corpo um do outro. O corpo é o nosso “playground”, estimula as fantasias no momento do encontro e da intimidade. Quem não viveu isso?

Pode-se comparar esse momento como uma manifestação divina, da qual não sabemos muito bem o que fazer, e ao mesmo tempo ficamos com medo e perplexo com tamanha felicidade que experimentamos. Aprender a amar e a ser gentil está intimamente relacionado ao sentido do toque, que é muito benéfico para a nossa humanização. Dar mais atenção às necessidades de experiências táteis, sentidas no momento do abraço. Entretanto, a nossa sexualidade é colocada de lado, ignorada como se ela não fosse importante para a manutenção da espécie humana. De modo que, a nossa humanidade começa onde começa o toque, o contato físico, naquele intervalo de poucos minutos que se segue ao nascimento. Ao chegarmos a esse mundo, somos prontamente amparados pelo aconchego do toque epidérmico. A comunicação que nos é transmitida, no momento do nascimento através do toque, constitui o mais poderoso meio de criar relacionamentos sólidos e amorosos. Quem não quer viver uma linda história de amor?

Com o crescimento da indiferença, vem surgindo uma nova raça intocável. Tornamo-nos estranhos uns aos outros, não só evitamos todas as formas de contato físico ou carícias, como ainda vivemos precavidos contra esse amontoado de figuras anônimas, solitárias e temerosas de intimidade. Estamos todos diminuídos na mesma extensão. Devido o fato de algumas pessoas serem intocáveis. Não conseguimos criar uma sociedade em que as pessoas se abracem e se toquem com admiração e respeito. Não é nada fácil começar um relacionamento, mas desfazê-lo é simples demais. Vivemos a metáfora da liquidez. As redes sociais funcionam como um escudo onde fica fácil para agredir o outro. As pessoas calçam uma mascara e posa de boazinha falando de amor e odiando o seu próximo. Ficam desfilando a beleza de sua existência, na espera que alguém a curti e a chame de linda e maravilhosa. Será que não temos mais nada para oferecer, além de um corpo?  

Portanto, estamos cercados daquilo que mais desejamos e ninguém ousa se apropriar. Parece que ninguém tem a coragem de viver esse encontro com a divindade, através daqueles que amamos. Estamos todos doentes por falta de proximidade, de abraço e trocas de carícias, extremamente fundamental para a nossa felicidade cósmica. Caminhamos a passos largos em direção a nossa destruição. Somos na maior parte do tempo negativos e pessimistas aos estímulos positivos. Olhamos para o outro com desprezo e desdenho. Não nos juntamos em ação comum em defesa da vida e de todos. Pois, vivemos ameaçados por perigos eminentes. Por que nos afastamos tanto assim uns dos outros? De que doença sofremos? Por que negamos o amor? Quanto mais educados, mais distantes e separados estamos. Contudo, não é o amor que faz a gente sentir-se feliz. O amor é o que nos faz sentir vivo. Sou feliz por estar vivo e agradeço a Deus pela vida que me concedeu. Portanto, o amor é o símbolo da nossa própria existência.

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