20 de julho de 2016

UM OLHAR DIFERENTE PARA A CIÊNCIA

Vivemos numa era baseada em ciência e tecnologia com formidáveis poderes tecnológicos, são os nossos propulsores que nos levam adiante a velocidades aceleradas. A questão é se não entendemos e não acompanhamos essa nova era, ficamos para traz, ou seja, as pessoas de modo geral, não querem pensar sobre os avanços da ciência usando um discurso comum: “não sou bom nisso, não sei nada sobre”. No entanto, quem está tomando todas as decisões sobre ciência e tecnologia, que determinarão em que tipo de futuro nossos filhos viverão, são apenas alguns membros do Congresso Federativo. Uma minoria de parlamentares que tem realmente, algum conhecimento de ciência e sabe debater sobre o assunto. A maioria não quer saber ou não acha a discussão relevante, para debater com o povo.

Qual é o perigo de tudo isso? Vejo dois tipos de perigos. Um é criarmos uma sociedade baseada em ciência e tecnologia, onde ninguém diz absolutamente nada sobre ciência e nem quer saber sobre quais os rumos que ela vai tomar. Esta mistura combustiva de ignorância e poder, na certa, cedo ou tarde vão explodir nas nossas caras. Quem está comandando a ciência e a tecnologia, numa democracia aonde o povo não sabe nada sobre isto? A segunda razão pela qual nos preocupa, é que a ciência mais do que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar diferente. Uma forma cética de interrogar o universo, com pleno entendimento da limitação humana. Se nós não estamos aptos a fazer perguntas céticas, para interrogar aqueles que nos dizem que algo é verdade e sermos céticos quanto àqueles que são autoridades, vamos ter problemas. Porque, estamos sempre à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer.

Para fundamentar minhas razões cito Thomas Jefferson (1743-1823), ele foi o terceiro presidente dos Estados Unidos de 1801 a 1809, foi também o principal autor da Declaração de Independência em 1776, sendo ele o mais influente neste episódio. Dizia ele: “exaltar certos direitos civis em uma Constituição ou Declaração de Direitos, o povo tem que ser educado e praticar seu ceticismo e sua educação, de outra forma nós não controlamos o governo, pois nesse caso é o governo que nos controla”. O presidente Jefferson era incrível na sua devoção a ciência. Além de um homem culto, era um defensor apaixonado da liberdade. Por que será que os Estados Unidos é hoje um país de ponta em linhas pesquisas? Porque Thomas Jefferson no seu coração era um filósofo e cientista.

Essa noção de que ciência não é do nosso interesse, está implícito que de alguma forma não queremos aprender e muito menos estudar. As pessoas lêem a cotação da bolsa e as páginas financeiras, tão complexas quanto desenvolver pesquisas, mas há uma motivação para isso evidentemente. As pessoas conseguem ler estatísticas sobre o esporte e outros temas, e entender ciência e método de pesquisa, não é mais difícil do que outros assuntos. Não envolve grandes atividades intelectuais. Mas a questão sobre a ciência, primeiro de tudo ela está atrás do que realmente é o universo e não do que nos faz sentir bem. Por outro lado, as doutrinas opositoras estão interessadas no que nos faz sentir bem e não do que é verdade. Muitas pessoas acreditam que a ciência não explica os fenômenos que acontece na religião, porque a religião é baseada na fé e não em ciência.

Vamos olhar mais profundamente nisto. O que é fé? É a crença na ausência de evidências, mas acreditar quando não há evidência persuasiva é um erro. Para o cientista, astrônomo, astrofísico e escritor norte-americano Carl Sagan (1934-1996) se o universo não for de acordo com as nossas predisposições, então temos a obrigação de aceitar o que o universo realmente é. Religião lida com história, com poesia, com ótimas literaturas, com a ética e com a moral. No entanto, ela prega a compaixão aos menos afortunados dentre nós. Onde a religião se mete em encrenca, é quando ela finge saber algo sobre a ciência. Por exemplo, na bíblia a ciência foi adquirida pelos judeus babilônios durante o cativeiro no ano 600 a.C. naquela época para eles era a melhor ciência principalmente para o plantio. Mas, nós aprendemos alguma coisa a mais depois deles. O problema aparece quando se toma a bíblia literalmente.

Quem é mais humilde? O cientista que olha para o universo com a mente aberta e aceita as suas leis que o rege ou alguém que diga que a bíblia tem que ser aceita como verdade absoluta? Pensar assim é não aceitar a falibilidade dos seres humanos envolvidos na escrita deste livro. Pode-se ver essa crendice em todas as partes do mundo. Na Índia existe uma loucura ao redor da astrologia. Na Inglaterra são os fantasmas. Na Alemanha são as coisas saindo da terra que só podem ser detectadas por Radiestesia. No Brasil as pessoas são fascinadas pelos OVNIs, ou seja, disco voador. Algumas até acreditam que já foram abduzidas por um Etê. Na verdade, todos os países têm suas próprias superstições. Ninguém está preocupado em usar corretamente o método científico ao aproximar desses temas.

Há evidências adequadas para certos momentos na vida que nos balança emocionalmente. Perdi minha mãe a cerca de seis anos atrás. Tinha um ótimo relacionamento com ela, realmente sinto muito a sua falta. Adoraria acreditar que ela virou espírito e anda por aí em algum lugar. Daria qualquer coisa para ter pelo menos cinco minutos por ano ao seu lado, só para ouvir a sua voz e abrandar a saudade. Para atenuar essa dor que me consome, costumo visitar ou ligar para uma senhorinha muito especial e querida, que está entre nós. Gosto de ouvir a sua voz e seus conselhos. Ela nem imagina o bem que me faz. É como se fosse uma segunda mãe. A questão é que não sabemos se há vida fora da nossa ou não. Mas antes vamos checar as evidências. Seria uma arrogância para qualquer um acreditar que não há nenhuma vida fora da nossa. Excluir essa possibilidade é uma arrogância do nosso intelecto que não deveríamos cometer. A vida após a morte não é impossível, e sim improvável. Não se pode negar e nem afirmar. Contudo, não queremos dizer que toda afirmação fraudulenta tenha que ser aceita. Se um médium me disser, posso lhe colocar em contato com sua saudosa mãe, porque ele percebeu que quero tanto acredita nisso. É o momento de buscar todas minhas reservas de ceticismo, porque estou disposto a ser enganado e ter meu dinheiro tomado.

Portanto, neste olhar diferente da ciência, coloco mais uma questão em evidência, que nesses últimos quatro anos me fez pensar muito. Descobri que através do amor resgatamos coisas que perdemos pela vida. Acredito que a vida sempre nos da uma nova chance para resolver alguma coisa que deixamos para traz. Podemos reencontrar aquela pessoa que fizemos algum mal no passado e reparar o nosso erro agora. Porque só o amor faz as pessoas evoluírem espiritualmente. A capacidade de sentir amor faz a pessoa melhorar como ser humano. Às vezes surgem certas situações que atravanca a nossa vida. Uma relação mal resolvida seja lá com quem for só vamos superar o desencontro e o mal entendido se houver amor entre ambos. Para um bom relacionamento humano é preciso que cada um se abra para receber o calor da vida que está sendo oferecida no olhar do outro. É a descoberta do potencial um do outro e assim travar uma nova relação de amor. Em outras palavras, é um caso de amor que temos com a vida. O que se constrói com amor, não se perde nunca e viverá para sempre na lembrança de quem fica. Contudo, uma pessoa só morre quando o ultimo que a conheceu morrer. Enquanto isso ela está viva na lembrança de alguém.        

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