27 de setembro de 2015

COMO IGUAIS QUEREMOS AMAR E SER AMADO

Qual a razão de vivermos nesse mundo? Devo dizer que a vida é uma jornada. Uma jornada para descobrir quem somos. E quando chegamos naquela encruzilhada em que descobrimos quem somos de fato, alcançamos à paz interior. Uma vez que encontramos a paz, podemos criar de acordo com a nossa consciência criativa. Isto tem sido muito difícil para nós humanos, criar um mundo que seja próspero, onde reconhecemos uns aos outros como iguais e divinos, momento de compartilharmos e cooperarmos. Parece que não somos tão competentes assim. Por que não compreendemos uns aos outros? Quando estudamos e analisamos os nossos comportamentos, percebemos que todos são iguais. Porém, todos querem amar e todos querem ser amados. E por que o mundo anda tão desigual se somos todos iguais?

Apesar de querermos ser amados, o mais difícil para os humanos é amar uns aos outros e trocar coisas de forma honesta. As pessoas organizaram nosso sistema de tal maneira que todos querem ter lucros. Todo mundo está correndo de um lado para outro, parece que todos têm que lucrar com alguma coisa. Passamos doze horas por dia no trabalho para pagar as contas e por comida em casa, e ainda esperando que tenha trabalho o suficiente para nunca faltar. Ninguém respeita mais ninguém. Todo mundo usa todo mundo para conseguir o que quer. O amor foi totalmente banalizado e esquecido. O nosso sistema passou do dogma religioso para o dogma econômico em que todos têm que pagar alguma coisa.

Os governos não reconhecem a luz e o amor em seu povo. Somos um povo de amor e luz. Mesmo assim, há um ódio espantoso no ar, matam por qualquer coisa, só para se apropriar dos recursos de outros povos. E a humanidade parece não fazer qualquer objeção. Mesmo sabendo que está tudo errado. O que precisa para que tenhamos um mundo mais acolhedor? Talvez nos falte consciência para que tenhamos um mundo mais humano. A solução seria mostrar uma nova face. Mostrar uma face mais amorosa, não de medo, mas de amor. Este é o objetivo do nosso aprendizado. Chegamos a este mundo para ficarmos unidos e cheios de amor. Então tudo o que costumava ser separado em positivo e negativo, masculino e feminino, agora é preciso unir esses dois polos para resgatar o elo perdido. Nessa perspectiva, preconiza-se a ideia de uma natureza humana essencialista e imutável.   

No entanto, nós nunca aprendemos isso. Não aprendemos que o masculino e o feminino precisam se unir para ficarem conscientes. Se não unir o positivo com o negativo a água não aquece. Na verdade, nos deixaram com medo e disseram: “não, o divino, ou Deus, está lá fora e você precisa adorá-lo e precisa ter esperança que ele o abençoará”. Esse é um ensinamento falso. A divindade não está somente fora, essa é apenas metade da verdade. Ela está também dentro de nós. Somos todos seres divinos. Mas o problema com o nosso aprendizado é que precisamos entender que a natureza animal e a natureza divina, que estão separadas, precisam ser unidas. Então é o animal em nós que é medroso, que está sempre lutando para conseguir mais. E é o divino em nós que é capaz de cooperar e ser amoroso.

Todavia, o trabalho para cada ser humano é unir essas duas energia dentro de si. A parte masculina, que é a mente, e a parte feminina, que é o coração. Estes dois precisam funcionar em harmonia. A intuição, que é a energia do amor e da compreensão, guia à mente para fazer a coisa certa. Se acreditássemos em nós mesmos, imediatamente faríamos a coisa certa. Mas não acreditamos em nós, porque acreditamos na divindade em algum lugar lá fora, ou que Deus fará isso por nós. Mas Deus não vai fazer nada disso, por respeito ao livre arbítrio e porque ele já habita o nosso pensamento. É a nossa consciência o nosso juízo de valor. Temos que perdoar o passado, não vamos acusar ninguém. Mas precisamos respirar profundamente e dizer: “como quero viver minha vida? Ou vou ignorar tudo a minha volta? Ou espero levar o meu coração a fazer a coisa certa?” Movidos por uma consciência profunda acerca da complexidade humana e afetiva, sendo assim, seremos amigáveis conosco e com a natureza.

Quando servimos as pessoas com a informação certa, para que elas as tornem quem de fato são, podemos dizer que esse é o nosso lado divino se manifestando. Todo ser humano que respira desse ar, está em sintonia com o divino, não importa em qual cultura ele vive. Estamos aqui para aprender as lições da integração, unindo aos opostos. Somos a luz e a luz atrai a experiência, e é isso que precisamos amar. Se não podemos amar, é porque temos tipos de opiniões diversas sobre as pessoas, não vamos conseguir amá-las, porque estamos sempre julgando, sempre apontando o dedo, esquecendo-se de que há sempre outros três dedos apontando de volta para mim. Mas as pessoas não enxergam isso, veem apenas o único dedo apontado para frente. A lógica é não julgar. O pressuposto de meu existir é amar. Se existo é porque sou fruto desse amor que um dia se materializou. A lógica é não ter medo e acreditar em si mesmo. É como expressar sua luz, ao expressar seu amor. Essa é a mais profunda e significativa experiência humana.

Entretanto, se não podemos fazer isso, não agimos como humanos. É o nosso animal lutando pela existência, está sempre atacando todos à sua volta porque está cheio de medo. Basta olhar para os nossos lideres e ver como eles atacam outros países, por medo. Se amassem as pessoas, elas os amariam de volta. Se há amor, com amor se retribui. A vida é simples, nós é que a complicamos. Mas de alguma maneira há uma força, que conhecemos por força das sombras, que aparenta ser tão forte que as pessoas não acreditam em si mesmas, mas acreditam na força das sombras e servem a elas. Contudo, lucram em cima de todo mundo e funcionam como parasitas. Não que elas queiram ser parasitas. Elas querem realmente é ser amadas. Como todo mundo é igual, não existe ninguém melhor que o outro. Somos iguais no amor e na carência. O que precisamos é que as pessoas expressem seu amor, sejam felizes e se unam com o Todo. Esse é o despertar final.

Por outro lado, parece que os jovens já sabem que o sistema é uma coisa muito ruim, que há algo de muito errado e todos tentam se afastar dele. Mas um dia os jovens terão que pagar as contas. Certamente vai ter que fazer parte do sistema da forma errada e negativo, quanto ao resto da humanidade. Ou seja, como diz o espiritualista holandês Robert Happé: “90% dos jovens são negativos e 10% são agradáveis e confiantes”. Por conseguinte, seria bom estimular uns aos outros a fazer a coisa certa. Não julgando, mas mostrando o caminho. No entanto, muitas pessoas simples que trabalham em hospitais e até em prisões, são pessoas amorosas, porque compartilham sofrimentos, porque amam servir seu próximo. A maioria não percebe, por conta dos dogmas. Estamos aqui aprendendo as lições da integração com o próximo. Precisamos aprender que as situações negativas e positivas podem se unir. Não o positivo em preferência ao negativo, porque assim cria separação. Estes polos precisam ser unidos para que tenhamos uma única grande luz. Isto é consciência cósmica. Dois polos de eletricidade, um positivo e outro negativo junto, a luz se ascende.

Sendo assim, temos que estimular cada um ser igualmente conhecedor e criativo. Não um tentando controlar o outro. Aqueles que estiverem mais elevados na consciência profunda, vão ganhar o respeito de todos. É uma questão de respeito, não uma questão de controle. Estamos agora naquele ponto em que alcançamos a habilidade de abraçar esses conceitos, em que podemos realmente entendê-los. O maior presente que podemos dar a quem de fato amamos é o “presente da confiança”. Confiar na centelha divina que existe em cada um e que podemos fazer a coisa certa. Isso nos trará segurança e firmeza para o conhecimento que temos do outro. Na verdade, a honestidade também é mal entendida, assim como tudo na vida. Tendo em vista, que cometemos erros e nos distanciamos da verdade. Comumente, prestamos mais atenção em tudo que não é verdade e deixamos de lado os fatos que traduz a verdade, para ficar com as opiniões. Se você for honesto consigo mesmo, vai saber que está errado.

Portanto, temos que nos tornar mais confiantes com o nosso próprio nível de discernimento e acreditar mais em nós mesmos. Assim começamos a viver com mais honra e com mais respeito uns pelos outros. Somos todos humanos e a lógica é dominar o animal dentro de cada um. O animal ainda não aprendeu a se unir com seu aspecto divino. O animal que nos habita, está cheio de medo. Temos que decidir conquistar o animal, para que ele não se expresse mais com seus medos. Mas para que o divino se expresse com amor e atitudes cooperativas. Assim teremos um novo mundo. Contudo, somos amor e somos luz e estamos representando as boas energias. A educação precisa informar nossas crianças que elas vieram ao mundo para ajudar no processo de unificação, na integração com os outros, com amizade, com habilidade de cooperar, com qualidades humanistas e capacidade de compartilhar amor. Enfim, compreender e entender o outro são sinônimos de humildade e compaixão. Sobretudo, por ser o amor à essência da alma e da vida.

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