19 de dezembro de 2012

O AMOR É UM APELO A VIDA

Vida sem amor é morte, porque só o amor pode criar o individuo como sujeito, dando origem ao mundo humano. Nós somos um fazer-se constante, somo um projeto aberto ao futuro. E o amor é o apelo que o outro me lança para considerá-lo como sujeito, como autor de sua própria vida, que deseja comigo construir o inédito, o novo, que seria impossível criar sozinho. É do encontro entre pessoas que se fazem as relações suplementares.

Os demais seres estão no mundo como objetos, como coisas e, as coisas são determinadas pela soma de suas características. Considerar o outro como a soma de suas qualidades e defeitos, como algo pronto e acabado, é enquadrá-lo como objeto e ignorar suas possibilidades. É assim que se pode rotular o outro e vê-lo como: prostituta, homossexual, pobre, ignorante, negro, vagabundo, não respondendo ao olhar que ele lança ao âmago de meu Ser para que eu seja com ele o apelo ao amor e a sua dignidade.

Amar é possibilitar ao outro e a mim mesmo o exercício da liberdade criadora do próprio Ser. O amor transforma um Ser coisificado, humilhado, oprimido em um sujeito, pleno de possibilidades.

Se meu olhar pudesse ver no outro não aquilo que a vida e a sociedade dele fizeram, mas olhá-lo em sua subjetividade, haveria a possibilidade de humanização permanente das relações e da sociedade. É o que faz o verdadeiro humanista: da sempre ao outro e a si mesmo uma nova chance e aposta no amor. Tendo em vista, que somos um projeto de humanidade. Mas tenho esperança que um dia vai emergir em nós, esse humanismo verdadeiro, pois ele está na nossa Essência.

O apelo do outro, assim como o meu apelo ao outro é silencioso, raramente traduzido em palavras é um desnudar, um despir da alma que se manifesta no olhar e desperta medo, porque o outro me chama sem mascaras com aquilo que ele é e almeja ser comigo. E eu deverei responder com todo o meu Ser, com o que sou e com o que almejo ser com ele.

Portanto, o amor é o mistério que faz com que eu me perca, sem defesas, no outro e o outro em mim, mas, ao nos perdermos um no outro, pelo dom de sentir e nos envolver nesse amor, nos encontramos e nos transformamos em liberdade e criação desse projeto que chamamos de humanidade. Ou será que vamos continuar nos enganando e fugindo ao amor? Contudo, o amor é a única força verdadeira de aproximação, união afetiva, envolvimento e responsabilidade. Amar é o cuidar um do outro. É no amor que encontramos o verdadeiro e fiel amigo.  

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