22 de julho de 2020

SÓ ENTENDEMOS A FILOSOFIA ATRAVÉS DA LEITURA

Nós professores de filosofia, queremos diversificar nossas abordagens de ensino, mas não fazemos por uma série de condições adversas. A primeira delas é o curto tempo que temos para ministrar o nosso conteúdo. Na maior parte das escolas brasileiras, só há uma aula de filosofia por semana e o tempo dedicado a ela raramente ultrapassa os 45 minutos, com exceção de algumas escolas particulares e de alguns Institutos Federais. Outra dificuldade que enfrentamos é a falta de recursos para a realização das atividades. Isso se agrava quando as condições econômicas dos nossos alunos não são o suficiente nem para uma alimentação diária de qualidade, ainda mais para adquirir materiais, como livros, por exemplo.

Também enfrentamos a falta de interesse dos alunos. Muitos pensam que filosofia é um “conteúdo de menor importância” e priorizam os conteúdos mais cobrados nos vestibulares. Há também aqueles alunos que são trabalhadores e não dispõem de tempo para a realização de atividades em casa e, em sala de aula, têm os ânimos comprometidos pelo cansaço, principalmente, os alunos do período noturno.

Outra dificuldade é imposta pela própria “natureza” da filosofia e da abordagem comumente adotada pelos livros didáticos. O estudo da filosofia ainda depende de leitura. E de uma leitura que apresenta um nível de dificuldade que pode fazer com que os alunos considerem-na desinteressante. Despertar um aluno do ensino médio para o prazer de se estudar algo que, à primeira vista, é cansativo, “pesado” e inútil, requer grande empenho dos professores. Ainda disputamos a atenção dos alunos com uma série de estímulos – redes sociais, cinema, música, séries e jogos on-line, por exemplo –, atividades muito mais atrativas do que a leitura de um texto clássico de filosofia.

Portanto, como professor de filosofia sugiro atividades que sejam de fácil implementação e que não necessitem de muitos recursos. Cada professor, como maior conhecedor de suas turmas, é a pessoa mais indicada para pensar em métodos e avaliações para as suas aulas. Esperamos que os professores e as professoras possam inspirar-se no contexto social em que se encontram os seus alunos e possam desenvolver suas próprias atividades, fazendo as alterações necessárias às suas realidades.

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