4 de julho de 2020

O AMOR É FILHO DA AFINIDADE ESPIRITUAL

Gosto muito de pensar no amor como uma afinidade de almas. Como argumenta o filósofo, escritor e poeta libanês Khalil Gibran (1883-1931), tendo em vista, que sua obra reflete a espiritualidade e os princípios que levam aos patamares muito altos da alma humana. O mestre do amor e da espiritualidade Khalil Gibran, afirma que é errado pensar que o amor vem do companheirismo de longo tempo ou do cortejo perseverante. Para ele o amor é filho da afinidade espiritual e a menos que esta afinidade seja criada em um instante, ela não será criada em anos, ou mesmo em gerações.  

Para os amantes o amor é uma emoção ou sentimento que leva uma pessoa a desejar o bem da outra ou algo melhor ao outro. O uso do vocábulo, contudo, lhe empresta outros tantos de significados, quer comuns, quer conforme a ótica de apreciação, tal como nas religiões, na filosofia e nas ciências humanas. Aqui eu recorro ao “amor platônico” que é um tipo de relação afetuosa ou idealizada em que se abstrai o elemento sexual, por vários gêneros diferentes, como em um caso de amizade pura, entre duas pessoas.

Amor platônico também pode ser um amor impossível, difícil ou que não é correspondido. Muitas vezes uma pessoa tem um amor platônico e nunca tenta sair dessa fase porque tem medo de se machucar ou medo de verificar que as suas fantasias e expectativas não correspondem à realidade. Vale lembrar, que o termo amor "platonicus" foi usado pela primeira vez pelo filósofo e sacerdote neoplatônico florentino Marsilio Ficino (1473-1499) no século XV, como um sinônimo de amor socrático. As duas expressões dizem respeito a um amor focado na beleza do caráter e na inteligência de uma pessoa, e não no seu aspeto físico.

Portanto, para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O amor platônico, não se fundamenta num interesse, e sim na virtude. Platão criou também a teoria do mundo das idéias, onde tudo era perfeito e que no mundo real tudo era uma cópia imperfeita desse mundo das idéias. De modo que o amor platônico, ou qualquer coisa platônica, se refere a algo que seja perfeito, mas que não existe no mundo real, apenas no mundo das idéias. Contudo, o amor platônico é entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve, é feito de fantasias e de idealização, onde o objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem defeitos.

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