21 de fevereiro de 2019

ENSINO RELIGIOSO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Há pouco interesse ou quase nada em estudar o fenômeno religioso no Brasil. Acredito que o conceito de ensino religioso nas escolas brasileiras, pós LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação), de 1996 se define como um estudo científico do fenômeno religioso voltado para uma escola leiga, que procura entender o transcendente sem catequese, evangelização, doutrinação ou proselitismo. O ensino religioso na educação pública trata-se de uma abordagem histórica desse tipo de ensino no Brasil e uma análise ou reflexão sobre as possíveis consequências socioculturais e pedagógicas que o mesmo pode trazer. A ideia central é basicamente abordar e demonstrar as várias visões e posicionamentos acerca do ensino religioso.
Reconhecemos o caráter polêmico dessa problemática que é ensinar religião num estado laico como o nosso. Será apropriada a nomenclatura “ensino religioso”? Por isso é importante que esses assuntos sociais sejam abordados pela parte das ciências que estuda a sociedade e a educação. Assim como a sociologia e a filosofia, sem dúvida, também traz a sua contribuição quando indaga sobre o ensino religioso nas escolas públicas, que sempre foi motivo de debates tanto no meio pedagógico como no meio político. Visto que a LDB impõe, dogmaticamente, no seu artigo 33, que o ensino religioso é parte integrante da formação básica do cidadão. Tal afirmação deve ser objeto de reflexão por parte de todos os educadores.
O objetivo é basicamente promover a discussão sobre o tema “ensino religioso”, enfatizando as questões socioculturais e pedagógicas e levantar possibilidades alternativas ao ensino religioso na educação pública. Procuro aqui caracterizar os principais argumentos tanto a favor como contrários ao ensino religioso na educação pública. O nosso objetivo é compreender como se da o ensino religioso nas escolas públicas. O que de fato se ensina? História das religiões ou doutrinação? Tendo em vista, que o conceito de cultura é o resultado das ações do homem com o mundo e com o seu semelhante.
Portanto, a discussão sobre as relações entre o meio público (no qual a educação pública faz parte) e os interesses privados (instituições religiosas) é entendida aqui como um problematização, tanto do campo educacional como do campo filosófico. De modo que vivemos, em uma realidade na qual a diversidade dos pensares, com facilidade se transformam em disputas ideológicas semelhantes a “torcidas organizadas”. O perigo é assumir essa postura ideológica perante o ensino religioso nas escolas públicas. Sendo assim, o que vamos ensinar então, história das religiões ou doutrinação?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

POEMA INSTANTE DO POETA JORGE LUÍS BORGES

Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ...