25 de agosto de 2021

O MAL DO SÉCULO É A SOLIDÃO E A FALTA DE AMOR

Uma vez Renato Russo (1960-1996), disse com uma sabedoria ímpar: “Digam o que disserem, o mal do século é a solidão”. Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem para notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em close ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, estão sozinhos.

Antes da pandemia, tinha mulheres contratando homem para dançar com elas em bailes, os chamados “personal dance”, incrível. E não é só sexo não, que homens e mulheres buscam, se fosse, seria fácil resolver, alguém duvida? Como me disse uma amiga, “a carne é fraca e a gente não é de ferro”. Embora respeito essa fala, mas, particularmente, não compactuo com esse pensamento. Somos racionais e a pratica do sexo casual (o fazer pelo impulso do momento), só aumenta a solidão e a nossa carência.

Estamos nos sentindo sozinhos e carentes, na mais absoluta solidão, mesmo estando juntos. Sentimos vontade de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar para quem a gente gosta e depois saber que vamos nos “amar” e dormir abraçadinhos de conchinha. Sabe, são essas coisas simples que estamos perdendo, nessa marcha de uma evolução cega e desprovida de sentimentos nobres. Sentimento esse, que transforma o deserto em paraíso.

Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira e a produção. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a “sentir”, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos, o número de comunidades como: “Quero um amor para vida toda!”, “Eu sou para casar!” até a desesperançada “Nasci para ser sozinha!”. E ainda tem aqueles que cantam: “Vá para o inferno com o seu amor!” Triste fim para muitos!

Portanto, unidos a milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plastificados, corpos modelados, quase etéreos e inacessíveis. Bonito para olhar, mas, difícil de suportar. Uma beleza física notável e um cérebro vazio, mergulhado na própria ignorância. Vivemos cada vez mais e retardamos o envelhecimento. Estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo um tiolzão infeliz, mas, pelo contrário, para chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras), foi preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. O coração não se encontra onde palpita, mas sim, onde ama.


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