23 de agosto de 2021

DISCUSSÕES QUE MACHUCAM E FEREM NOSSOS PRINCÍPIOS

Sempre há um momento na vida em que percebemos que certo tipo de  discussão não vale a pena. Quando tal coisa acontece, é melhor ficar em silêncio ou se afastar por um tempo. Há ocasiões em que a gente compreende o quanto é inútil tentar explicar as coisas, para quem as enxerga como inexplicáveis e não quer ouvir. O explicável torna-se apenas do seu ponto de vista. O outro não imagina que pode estar equivocado.

Mark Halperin (1965) é um escritor e jornalista especialista em discussões de resolução de conflitos na política, cujas teorias podem ser aplicada perfeitamente ao que acontece no dia a dia na vida privada das pessoas. Ele explica que as discussões mais complexas e aquecidas têm componente psicológico como se fosse uma “ameaça”, com a previsível sensação de que alguém quer minar os nossos princípios ou a nossa essência.

Muitas vezes a discussão é uma arte que dança à nossa frente com a leveza de pés de bailarina. Outras furiosa como uma dança grega. Poucos definem uma raiz lógica quando a conversa descamba para a grosseria. Julgar o outro sem base produz discórdia. As discussões, às vezes, são como a música desafinada ou uma rádio que está fora de sintonia. E nem sempre o diálogo é harmonioso. E aí a discussão é cansativa e estressante.

Existem discussões que são batalhas perdidas. Você pode permanecer em silêncio, mas há coisas que  deseja argumentar que nem necessita a gente dizer. Tem pessoas que são empedernidas, não são abertas ao diálogo. Há um grupo considerado da psicanálise e da filosofia que nos ensinam certas estratégias para enfrentar com sucesso qualquer discussão. Bons argumentos, usando a “heurística” ou “gestão emocional” adequada, seria definitivamente positivo para algumas pessoas que fazem o uso da razão.

A maturidade emocional não depende de idade.  Mas chegar a esse estágio é uma tarefa árdua para aplicar a maturidade no ponto onde é imprescindível, que é o equilíbrio ao escolher a palavra e o tom de voz no momento certo. Respeitar o que o outro diz e racionalizar o que ouvimos. Muitas vezes é mais sensato o silêncio; virtude que vale ouro. Daí podemos avaliar os aspectos que merecem nossa atenção ou o distanciamento definitivo.

É possível, por exemplo: que o nosso relacionamento com alguém da família seja complicado pelos anos de convivência. Portanto,  uma simples conversa é como cair sem paraquedas para o abismo do estresse. No entanto, tudo pode mudar se aceitar as diferenças ou um comportamento peculiar à aquela pessoa. Optamos pelo silêncio não é pelo receio de ser superado, mas de ser respeitado em nossa opinião, mesmo que silente.      

Portanto, amadurecer é também uma forma que transmite confiança interna, adequada para compreender que certas pessoas e os seus argumentos não se constituem ameaça para nós. Não devemos nos assustar ou nos fazer irritados quanto alguém, diante de nós, grita com gestos nervosos. Com calma e serenidade é possível atenuar o conflito e evitar a discussão.

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