27 de março de 2021

COMO VIVENCIAR UM RELACIONAMENTO A DOIS

Para manter um grande amor ou vivenciar um relacionamento a dois. de maneira mais profunda, é preciso compreender,  sem tabus, como as trocas afetivas funcionam. De modo geral, as pessoas buscam um parceiro por um motivo oculto, seja para preencher a falta de amor na infância, seja para fazer do outro o tutor de sua felicidade. No entanto, uma relação amorosa não depende apenas da vontade do casal para durar a vida inteira, como via de regra. Existem questões emocionais, ligadas à história íntima e familiar de cada um, que devem ser levada em conta para que o romance amadureça.

No curta de animação “Why Our Partners Drives Us Mad (Por Que Nossos Parceiros Nos Tiram do Sério), disponível no YouTube, o filósofo suíço Alain de Botton explica que cada pessoa ama com uma parte muito vulnerável de si. A visão romântica do amor sugere que as pessoas ingressam em relacionamentos problemáticos por engano, enquanto uma leitura psicológica do assunto entende que essas escolhas expressam necessidades inconscientes – o modo precário com que se aprende a amar e a ser amado na infância. Por isso, tem cônjuge que depende o tempo todo da aprovação do outro, como um filho inseguro, e parceiros que se provocam até que um deles sucumba em uma explosão de raiva, como uma criança birrenta.

Terminar um relacionamento construído nessas condições talvez não seja a melhor resposta, porque o problema seguiria mal resolvido, disponível para reprise com o próximo parceiro. Em vez disso, o filósofo sugere uma pausa para a reflexão, uma pergunta crucial: “o que uma pessoa madura faria agora?” Às vezes, é o que basta para recobrar o cuidado com o outro e o respeito consigo mesmo, cada um invocar a melhor versão de si. Os dois não são mais crianças indefesas, vitimadas pelas falhas dos pais. Podem agora pensar e agir como adultos, desde que se lembrem disso.

Em geral, esses pequenos desencontros dizem respeito a desentendimentos maiores que ainda não são verbalizados, como pondera a psicanalista e terapeuta de casais Anna Hirsch Burg. É por isso que terapia ajuda tanto, individualmente, assim como o casal. Cônjuges que têm acesso a esse recurso tendem a tomar mais consciência de suas reais motivações e podem, dessa maneira, tratar delas diretamente em vez de se aterem aos pretextos que as mascaram. Se não cuidada, a falta de comunicação gera frustração, raiva e culpa num ciclo que se retroalimenta. Contudo, conversas abertas e sinceras ajudam nesse processo. Dizer o que você realmente quer pode ser mais complexo do que se imagina. Em geral, preferimos as indiretas, que podem caminhar por terrenos agreste e gerar brigas e desentendimentos por motivos banais.

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