8 de janeiro de 2020

A LEITURA É UM UNIVERSO ESTIMULANTE

Defendo a tese de que a ausência de cultura básica afasta os jovens da leitura e sem esta, as crianças e jovens serão incapazes de escrever até a sua própria história. É com preocupação que venho percebendo o distanciamento dos jovens diante desse universo estimulante que é a leitura. Quero acreditar na conciliação dos dois. O encontro entre o jovem e a leitura deve ser promovido pelas mãos precisa e eficaz dos educadores que tem o papel fundamental nessa aproximação. Nesse desafio, o educador conta com uma segura parceria entre leitura e a escrita, estabelecendo um vínculo capaz de desatar o nó que impede a aprendizagem da nossa língua.

De modo que, além de preparar para a vida, os temas podem ser aproveitados nas redações escolares ou nas dissertações para mestrados. Como escrever um texto sobre a miséria, por exemplo, sem dialogar com “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos (1892-1953), ou sem conhecer “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto (1920-1999)? O aluno, no entanto, tem dificuldade de fazer a conexão. Criou-se no ambiente escolar uma divisão perniciosa que só faz prejudicar o ensino: a redação fica aqui, a gramática ali e a literatura acolá. O resultado, todos sabemos: textos mal costurados, sem nenhum sentido.

Portanto, ampliando o repertório, o jovem estudante terá capacidade de interferir na realidade e exercer plenamente a crítica, cuja ausência nos faz tanto mal. Vivemos num mundo onde tudo passa muito rápido. De modo que, reconciliados com a leitura, os nossos jovens terão acesso aos instrumentos necessários para o resgate crítico da nossa história. Contudo, hoje vejo o mundo com os olhos daquele menino que cresceu e continua ouvindo o que as coisas dizem. A minha fala é a voz das coisas. Entrei no universo das coisas e as transformei em literatura e poesia. Todos têm um pouco desse menino. O menino que cresceu em mim, hoje compreende a esperança como uma dependência simples e imprevisível, de um “Deus” que adora nos surpreender. Enfim, ler é compreender e saber descrever o mundo com clareza.

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