4 de novembro de 2018

NOTÓRIA DECADÊNCIA NA EDUCAÇÃO

É triste ver que a escola publica ainda segue padrões tradicionais referentes ao século XIX, apoiando-se em instrumentos poucos chamativos e eficazes para o desenvolvimento e concentração do aluno contemporâneo. Como esperar que uma instituição tão sólida em sua disposição, com paredes que sufocam a possibilidade de uma criança ver o mundo e carteiras que as isolam de seu convívio social com os demais colegas e até com a figura do próprio professor? Essa instituição educacional pode efetivamente, estar a serviço do desenvolvimento humano e criativo de um indivíduo? Ora negligenciada nos investimentos, ora tratada como objeto de consumo, em que o aluno é cliente, a escola acaba caindo em uma lógica mercantilista e, assim, se desviando de seu propósito básico, que é o de educar.

No entanto, o capitalismo selvagem transforma tudo em mercadoria. A educação não podia ser a exceção. Nesse contexto não há espaço algum para acolher o sofrimento do professor. A esse mestre é reservada a solidão. O que parece é que alguém deve ser culpabilizado pela notória decadência da educação. O professor cumpre um papel muito diferente de sua função de educador. Cumpre a função de ser o responsável direto pelo não desenvolvimento educacional. Mas e aquele professor que consegue atingir o seu aluno e desenvolver um trabalho coletivo com seus alunos? Esse professor cai na cilada de ser usado para culpar os outros professores que não atingem sua meta de trabalho, além, claro, de ser rechaçado pelos seus próprios colegas por ter conseguido fugir do peso de uma lógica tradicional.

Portanto, a decadência da educação é uma realidade vital e condicionada por circunstâncias concretas e chamada a superá-la a partir da própria situação em que se encontra o sujeito da educação. De modo que educação é a apropriação da cultura, e através da história se torna a construtora do sujeito histórico. É através da educação que nos fazemos humanos e históricos, como autores no modo de refletir sobre a realidade, sobre o mundo e sobre nós mesmos. A pergunta correta a se fazer é a seguinte: “A escola da resposta às necessidades presentes?” “Nosso sistema educativo continua sendo para o aluno um sistema educativo que o atrai?” Não! Há muito tempo deixou de ser. Temos hoje uma escola do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI. Basta olhar a queda de inscrições no Enem 2018, que foi de 5,5 milhões de inscritos, menor número desde 2011. Houve uma redução de 18% em relação a 2017. Isto não é notória decadência no ensino público? Só um dado para fundamentar o que digo: na Diretoria de Ensino Região Leste de Campinas, temos um déficit de 560 professores. Onde está o problema?

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