4 de fevereiro de 2018

SÓ PESSOAS ÉTICAS TÊM AMIGOS

A ética em Aristóteles possui uma finalidade imprescindível, na medida em que ela serve de fio condutor que dá acesso à felicidade, pois nossas atitudes devem buscar a felicidade através de boas amizades. O filósofo grego Aristóteles, pensava na amizade como uma ação virtuosa. Pessoas que não pautam a vida na ética têm apenas cúmplices e não amigos. Uma vida sem amizade torna-se uma vida vazia, ou seja, viver sem amigos verdadeiros é desperdiçar a vida. Pessoas desonestas tem cúmplice. Para o humanista e filósofo francês Étienne de La Boétie (1530-1563): “os maus não têm amizades eles apenas se entre temem”. Segundo o historiador e educador Leandro Karnal: “os maus amigos tem medo de uma delação premiada”. A pessoa que tem um amigo não precisa se preocupar, pois tem um aliado na luta pela democracia e justiça. Amigos são poucos e escasso ao longo da vida.

Na verdade, quem se incomoda com o meu sucesso não gosta de mim, não é meu amigo. Tem muitas pessoas andando por aí pregando amizade e falando de amor. Mas, de que amor estão falando se só fazem maldade? O fruto dessa maldade, não vai trazer felicidade nenhuma sem ações éticas. O puro e verdadeiro amor sempre grita mais forte e vence sempre, pela sua própria força. A amizade pautada na ética é uma virtude necessária no compartilhamento do amor e da felicidade. A justiça e a amizade possuem os mesmos fins, mas considera-se a amizade superior a justiça, pois, a justiça é utilizada para contornar nossos atos em relação ao próximo, que não conhecemos. Com os nossos amigos não precisamos de justiça, pois a natureza da amizade nos é completa, como a mais autêntica forma de justiça. Ser bom é ser justo.

No entanto, a amizade para os jovens, ajuda no sentido de evitar erros, para os mais velhos, serve de amparo para as suas necessidades e suprime as atividades que declinam com o passar dos anos, porque duas pessoas que andam juntas, são mais capazes de agir e pensar com clareza. Por conta disso, afirma Aristóteles: “A amizade não é apenas necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e considera-se que uma das coisas mais nobre é ter muitos amigos. Ademais pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa”. Porém, a condição necessária e basilar para começar uma amizade, se da pelo “conhecimento” de uma a outra pessoa, que desejam entre si reciprocamente o bem. Assim como a condição específica para ser objeto de amor é ter um caráter bom, agradável e útil.

Portanto, a amizade perfeita é aquela que existe entre pessoas éticas, que são boas e semelhantes na virtude, ou seja, há a reciprocidade de caráter e de objetivos, consequentemente portará a tendência de ser perene. Sua exigência peculiar resume-se em tempo e intimidade. De modo que a verdadeira amizade é invulnerável a maldade e a fofoca. Mas a natureza da amizade consiste muito mais em amar do que ser amado. Uma forma de pessoas desiguais poderem ser amigas, sendo possível a igualdade entre elas. Sendo assim, essa amizade que se forma entre pessoas diferentes, visa à igualdade e a utilidade ética. Contudo, nosso emocional precisa de refresco e serão as pessoas que nos amam sem ressalvas os calmantes especiais, que tornarão nossos passos mais seguros. Nada como um delicioso café, com pessoas que admiramos e respeitamos. Concluo com uma frase de Aristóteles que diz: “Podemos dizer que amar assemelha-se à atividade, e ser amado à passividade: amar e ter várias formas de sentimentos amistosos, é atributos dos homens mais ativos”. 

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