26 de janeiro de 2017

AFINANDO A PROSA

Uma das coisas que mais gosto na vida, entre fazer amigos, é conversar e a outra é escrever. Tive um processo de letramento marcado por bons mestres, que produziu em mim um leitor e neste processo de leitura, produziu um cidadão e um exímel professor de filosofia. Podemos aprender de muitas formas, segundo os mestres que tive. Aprendi muito com pessoas relativamente simples, cada uma ao seu modo. Uma delas foi a minha mãe, uma senhora analfabeta que viveu cento e seis anos no melhor da sua saúde. Era portadora de uma profunda sabedoria, a ponto de compreender que a velhice para quem não lê é muito solitária. Ela sentia falta desse hábito. No entanto, li obras que me obrigava a ir ao dicionário, expandir a imaginação, cheguei a pensar na possibilidade de um mundo alternativo. A minha imaginação foi poderosamente incentivada e estimulada por estas obras.

Autores geniais me tiraram da mediocridade e me lançaram no universo do conhecimento, que foi para mim uma nova descoberta. Pude viajar no tempo e no espaço num período de longa duração, talvez para sempre e cada vez mais longe, alcançando novos horizontes. Através da filosofia fui aberto para o mundo que me tornou um cidadão do mundo com uma curiosidade imensa. Procuro sempre ler e estar atualizado com os fatos e  isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida. Assim como também, escrever para o Blog. O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não deixar a vida passar pelos anos e muito menos deixar escorrer pelos dedos. Escrevo como se estivesse conversando com cada um dos meus leitores. Ao longo desses seis anos de existência do Blog, já são quatrocentos textos postados. Tenho um livro publicado, graças à colaboração de uma pessoa muito especial, que mora até hoje no meu coração. Nunca vou esquecer o que ela fez e significou para mim. Tenho mais três livros prontos para ser publicados ainda este ano.

Aprendi com a educação e a cultura que herdei da minha bondosa mãe, que foi na verdade, procurar sempre pautar as minhas relações no respeito e a ser uma pessoa cada vez mais humana, nesse projeto de humanidade que Deus nos confiou. Portanto, sou uma pessoa feliz por poder levar a vida entregando-me a algo que da prazer, que é escrever. Pouquíssimas pessoas podem fazê-lo. O meu estilo é mostrar a fisionomia da alma. Ela é menos enganosa do que o corpo que mostramos. De modo que, quem quiser escrever para bons leitores é necessário que a tua alma seja uma antena ultrassensível que apanhe as mais ligeiras ondas espirituais que percorrem pelo universo humano. É necessário saber cristalizar em ideias conscientes a inconsciente atmosfera das almas que te cercam. Dizer ao leitor o que ele já sabia nas penumbras do seu "eu interior", mas não sabia trazer a luz meridiana da consciência vigilante. De modo que o escritor faz nascer o que já era concebido e andava em gestação. Entendo que o escritor seja aquele intérprete consciente da "subconsciência universal". Um escritor que possui um amigo para ler seus escritos pode dizer que possui duas almas. 

Continuo escrevendo por uma razão muito simples. Por achar que ainda tenho algo a dizer. Escrevo como se tivesse uma necessidade de explicar o mundo. O escritor não precisa ter a missão de salvar o mundo, mas deve cultivar a responsabilidade de ser honesto consigo mesmo e com os seus leitores, pois um dia seus escritos podem ser lidos por pessoas que gostem de suas ideias. Que através do que o escritor escreve, possa promover mudanças em nosso modo de pensar o mundo e de nossos valores. Como educador tento não fazer nada na vida que venha a envergonhar a criança que já fui um dia. As palavras contidas nos textos que escrevo, estão sempre ali à espera de uma voz que as despertem. Isto é, estão ali para ser acordadas. Ao olhar para alguém que leu o meu Blog, sinto uma emoção que não pode ser traduzida em palavras. Digo a mim mesmo, faça alguma coisa que sirva para alguma coisa que seja útil para alguém. Por isso escrevo. Pois, não tenho a tranquilidade de achar, como os estúpidos que texto complicado é problema do texto ou do autor. Sou o que escrevo e do jeito que escrevo. Só tenho certeza de uma coisa, o que escrevo é melhor do que eu. O que escrevo quero que venha a somar de alguma forma na vida de quem lê.

Portanto, tive que achar um nicho na humanidade que é ser professor de filosofia, não só um título justo, mas um título tecnicamente simpático, porque cabe aos grandes filósofos do porte de: Immanuel Kant (1724-1804), Arthur Schopenhauer (1788-1860), Rubem Alves (1933-2014), Friedrich Nietzsche (1844-1900) e tantos outros, cujo a lista é estença. Cabe a eles criar ideias e a nós professor ensiná-las. É uma posição bonita que vai criar algo com os alunos, mas, que cria também ideias a partir dos textos lidos. É quase inacreditável o quanto a frase escrita pode acalmar e domar o ser humano. Um texto sem alma não se sustenta, não sobrevive. Não pode comover e, portanto, não pode criar nenhum laço minimamente catártico com o leitor. Um bom diálogo através da linguagem escrita é como pulsar no amor; tem que ter ritmo, sedução e ser envolvente. Razão pela qual aceitei o desafio de ensinar filosofia para criança numa grande "Instituição Educacional" da nossa região. De coração agradeço aos diretores, coordenadores, corpo docente e os pais que me confiaram esta nova empreitada, será mais um desafio para a nossa van filosofia. Sempre desconfiei que as crianças fossem nossos melhores filósofos. Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade oferecida neste ano que se inicia. Contudo, aprendi através do amor, que dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos. 

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